Nada mais banal do que o correr das águas num rio; entretanto, nada mais emocionante e grandioso do que o momento em que as sagradas águas do Batismo caem sobre a cabeça do neófito, pois é neste momento que Deus infunde na alma as virtudes teologais e cardeais, que inclinam a vontade à realização de boas obras. Entretanto, devido à imensa fragilidade do homem após o pecado original, as virtudes não são suficientes para fazê-lo viver com toda a perfeição. Por este motivo, Deus concede também os sete dons do Espírito Santo — entendimento, sabedoria, ciência, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus — que são “hábitos sobrenaturais infusos, que agem sobre as virtudes, fortalecendo-as, tornando-as mais robustas e conduzindo-as a seu pleno desenvolvimento”.1
Por meio deles o cristão recebe não um convite sobrenatural comum para praticar o bem ou evitar o mal, como é próprio às virtudes, mas uma moção especial do Espírito Santo que o impele a executar aquilo que o próprio Deus deseja.2 Ou seja, requer da pessoa mais docilidade que atividade.
Como se sabe, cada um dos dons está relacionado de forma especial com a perfeição de alguma virtude: a caridade é aperfeiçoada pelo dom de sabedoria; a fé, pelos dons de ciência e entendimento; a esperança e a temperança, pelo temor; o dom de conselho aperfeiçoa a prudência, o de piedade, a justiça; o dom de fortaleza, a virtude da fortaleza. Ora, como atuam eles numa alma que já possui a plenitude de todas as virtudes, como é o caso de Maria Santíssima, a quem o Arcanjo chama “cheia de graça?” (Lc 1, 28).
Por serem hábitos sobrenaturais, os dons do Espírito Santo seguem proporcionalmente a graça, de maneira que, quanto mais perfeita é uma alma, maior é a atuação dos dons. Portanto:
“Depois de Cristo, a Mãe de Jesus, Mãe de Deus e dos homens, Mãe do Cristo total foi a alma mais dócil ao Espírito Santo. […] Cada um de seus atos conscientes procediam d’Ela e do Espírito Santo e apresentavam a modalidade deiforme das virtudes perfeitas sob o regime dos dons”.3
Existe um dom atribuído de forma especial a Maria, o qual desabrochou em uma das mais belas e recorridas invocações: Mãe do Bom Conselho. Como atua este dom em sua alma?
O dom de conselho é um hábito sobrenatural que dá à alma a capacidade de julgar pronta e seguramente, por uma espécie de intuição sobrenatural, o que convém fazer, sobretudo nos casos difíceis. O objeto próprio deste dom é a boa direção das ações particulares. É ele que permite ao cristão conciliar a simplicidade com a astúcia, a firmeza com a suavidade.
Em Nossa Senhora, este dom regia até mesmo as mais insignificantes ações. De fato, ao girar, por exemplo, a maçaneta de uma porta, Ela dava mais glória a Deus do que muitos outros santos no momento em que foram martirizados.4 Todos os seus atos se realizavam sob a inspiração do Espírito Santo, da maneira mais conveniente para a glória de Deus e cumprimento de seus divinos desígnios de salvação.5 Por isso, a Ela podem se aplicar, com toda propriedade as palavras da Escritura: “O conselho te guardará e a prudência te preservará” (Pr 2, 11).
Segundo Roschini, o dom de conselho manifestou-se de forma especial em duas ocasiões da vida de Maria Santíssima. Em sua apresentação no Templo, quando discerniu ser da vontade divina firmar, desde a infância, o voto de virgindade, e no momento da Anunciação, em que, antes de manifestar seu consentimento para a Encarnação do Verbo em seio puríssimo, quis conhecer as disposições divinas e só então, ofereceu-se totalmente ao Senhor.6 E acrescenta Alastruey ainda outra passagem do Evangelho:
Este dom de conselho brilhou no mais alto grau nas bodas de Caná; porque, não querendo seu Filho fazer o milagre que Lhe pedia, Ela, sem embargo, adverte solícita aos ministros, dizendo: Fazei o que Ele vos disser (Jo 2, 5); a respeito do que comenta Gardeil: ‘Ela ordena aos servidores que façam tudo o que disser seu Filho, e o milagre se realiza. Seu conselho prevaleceu, porque era no fundo o conselho de um amor inspirado pelo Deus da misericórdia.7
Uma vez que o bem é altamente difusivo, não poderia ser que Maria Santíssima guardasse para Si esta especial dádiva divina. Inúmeras vezes deve ter dado Ela mostras de seu conselho: o que não terá dito em sua visita a Santa Isabel, ou como aconselhou a São João Evangelista a voltar para o Senhor depois de ter fugido no momento da prisão no Horto das Oliveiras, ou ainda, como Ela orientou e sustentou a Igreja após a morte de seu Filho?
Se tantos foram seus conselhos durante a vida nesta Terra, com que profusão não se derramarão agora sobre seus filhos? “Nossa senhora como nossa Mãe […], tem o movimento próprio d’Ela a nos aconselhar. […] Ela nos torna presente que em todas as ocasiões difíceis de nossa vida nós devemos nos voltar para Ela e pedir esse tesouro que é o bom conselho”.8
“É feliz, diz Maria, quem ouve meus conselhos e está continuamente junto às portas de minha misericórdia, invocando minha intercessão e socorro”.9 Saibamos, pois, recorrer a este Bom Conselho.
Fonte: Ariane Heringer Tavares, iftearautos
Por meio deles o cristão recebe não um convite sobrenatural comum para praticar o bem ou evitar o mal, como é próprio às virtudes, mas uma moção especial do Espírito Santo que o impele a executar aquilo que o próprio Deus deseja.2 Ou seja, requer da pessoa mais docilidade que atividade.
Como se sabe, cada um dos dons está relacionado de forma especial com a perfeição de alguma virtude: a caridade é aperfeiçoada pelo dom de sabedoria; a fé, pelos dons de ciência e entendimento; a esperança e a temperança, pelo temor; o dom de conselho aperfeiçoa a prudência, o de piedade, a justiça; o dom de fortaleza, a virtude da fortaleza. Ora, como atuam eles numa alma que já possui a plenitude de todas as virtudes, como é o caso de Maria Santíssima, a quem o Arcanjo chama “cheia de graça?” (Lc 1, 28).
Por serem hábitos sobrenaturais, os dons do Espírito Santo seguem proporcionalmente a graça, de maneira que, quanto mais perfeita é uma alma, maior é a atuação dos dons. Portanto:
“Depois de Cristo, a Mãe de Jesus, Mãe de Deus e dos homens, Mãe do Cristo total foi a alma mais dócil ao Espírito Santo. […] Cada um de seus atos conscientes procediam d’Ela e do Espírito Santo e apresentavam a modalidade deiforme das virtudes perfeitas sob o regime dos dons”.3
Existe um dom atribuído de forma especial a Maria, o qual desabrochou em uma das mais belas e recorridas invocações: Mãe do Bom Conselho. Como atua este dom em sua alma?
O dom de conselho é um hábito sobrenatural que dá à alma a capacidade de julgar pronta e seguramente, por uma espécie de intuição sobrenatural, o que convém fazer, sobretudo nos casos difíceis. O objeto próprio deste dom é a boa direção das ações particulares. É ele que permite ao cristão conciliar a simplicidade com a astúcia, a firmeza com a suavidade.
Em Nossa Senhora, este dom regia até mesmo as mais insignificantes ações. De fato, ao girar, por exemplo, a maçaneta de uma porta, Ela dava mais glória a Deus do que muitos outros santos no momento em que foram martirizados.4 Todos os seus atos se realizavam sob a inspiração do Espírito Santo, da maneira mais conveniente para a glória de Deus e cumprimento de seus divinos desígnios de salvação.5 Por isso, a Ela podem se aplicar, com toda propriedade as palavras da Escritura: “O conselho te guardará e a prudência te preservará” (Pr 2, 11).
Segundo Roschini, o dom de conselho manifestou-se de forma especial em duas ocasiões da vida de Maria Santíssima. Em sua apresentação no Templo, quando discerniu ser da vontade divina firmar, desde a infância, o voto de virgindade, e no momento da Anunciação, em que, antes de manifestar seu consentimento para a Encarnação do Verbo em seio puríssimo, quis conhecer as disposições divinas e só então, ofereceu-se totalmente ao Senhor.6 E acrescenta Alastruey ainda outra passagem do Evangelho:
Este dom de conselho brilhou no mais alto grau nas bodas de Caná; porque, não querendo seu Filho fazer o milagre que Lhe pedia, Ela, sem embargo, adverte solícita aos ministros, dizendo: Fazei o que Ele vos disser (Jo 2, 5); a respeito do que comenta Gardeil: ‘Ela ordena aos servidores que façam tudo o que disser seu Filho, e o milagre se realiza. Seu conselho prevaleceu, porque era no fundo o conselho de um amor inspirado pelo Deus da misericórdia.7
Uma vez que o bem é altamente difusivo, não poderia ser que Maria Santíssima guardasse para Si esta especial dádiva divina. Inúmeras vezes deve ter dado Ela mostras de seu conselho: o que não terá dito em sua visita a Santa Isabel, ou como aconselhou a São João Evangelista a voltar para o Senhor depois de ter fugido no momento da prisão no Horto das Oliveiras, ou ainda, como Ela orientou e sustentou a Igreja após a morte de seu Filho?
Se tantos foram seus conselhos durante a vida nesta Terra, com que profusão não se derramarão agora sobre seus filhos? “Nossa senhora como nossa Mãe […], tem o movimento próprio d’Ela a nos aconselhar. […] Ela nos torna presente que em todas as ocasiões difíceis de nossa vida nós devemos nos voltar para Ela e pedir esse tesouro que é o bom conselho”.8
“É feliz, diz Maria, quem ouve meus conselhos e está continuamente junto às portas de minha misericórdia, invocando minha intercessão e socorro”.9 Saibamos, pois, recorrer a este Bom Conselho.
Fonte: Ariane Heringer Tavares, iftearautos
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Formando e Informando Católicos; Paz e Bem! Agradecemos sua participação no blog!!