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29 de dezembro de 2012

O Gnosticismo e o Arianismo

 Não é possível fazer Teologia sem um movimento interior de verdadeira conversão, chamada por ele de mudança de sujeito. E ainda que é preciso pertencer, de fato, à Igreja Católica, participando assiduamente dos sacramentos e meditando incessantemente a Palavra de Deus.

Apesar disso, desde o início, esta foi a grande dificuldade da Igreja: pessoas que queriam fazer parte dela, mas não queriam morrer para si mesmos.
O surgimento do gnosticismo e do arianismo são provas dessa dificuldade.

O Gnosticismo é uma mentalidade pagã que surgiu na mesma época que o Cristianismo. Ambos cresceram juntos, atraindo adeptos. Em certo momento, os gnósticos começaram a inserir-se na Igreja nascente, porém, não quiseram abandonar a sua leitura do mundo. Assim, entravam na Igreja, adotavam a linguagem cristã, porém, parasitando-a e introduzindo um conteúdo diferente do original para seduzir os fiéis. Os bispos católicos, guardiões do depósito da fé, reagiram a esse movimento, pois perceberam, nesta atitude, um grave problema. Santo Irineu de Lyon escreveu a obra "Adversus Haereses", na passagem do século II para o III. No Livro I, número 10,2, ele diz que:


"A Igreja, espalhada hoje pelo mundo inteiro, recebeu dos apóstolos e dos seus discípulos a fé num só Deus, Pai e onipotente, que fez o céu e a terra, os mares, e tudo quanto nele existe e num só Cristo, Filho de Deus, que se fez carne para a nossa salvação; e no Espírito Santo, que mediante os profetas predisse a salvação por meio do amado Jesus Cristo nosso Senhor, a sua dupla vinda, o seu nascimento da Virgem, a sua paixão e ressurreição dentre os mortos, e que diante dele todo joelho se dobrará no céu, na terra e nos infernos, e toda língua o proclame (Fl 2, 10-11). Então, sobre todos os seres, pronunciará o seu justo julgamento.

As almas dos maus, os anjos prevaricadores e apóstatas, precipitá-los-á no fogo eterno com os homens pecadores, injustos, iníquos e blasfemadores. Os justos, porém, os santos, aqueles que guardaram os seus mandamentos e perseveraram no seu amor, ...receberão dele a vida, terão dele a imortalidade e gozarão da glória eterna. Esta é a doutrina que a Igreja recebeu; e esta é a fé, que mesmo dispersa no mundo inteiro, a Igreja guarda com zelo e cuidado, como se tivesse a sua sede numa única casa.

E todos são unânimes em crer nela, como se ela tivesse uma só alma e um só coração. Esta fé ela anuncia, ensina, transmite como se falasse uma só língua. As línguas faladas no mundo são diversas, mas a força da tradição, em toda parte, é a mesma. As igrejas fundadas na Alemanha não têm outra fé e outra tradição. Diga-se o mesmo das igrejas fundadas na Espanha, entre os celtas, no oriente, no Egito, na Líbia ou no centro do mundo, que é a Palestina. Da mesma forma que o Sol, criatura de Deus, é um só e é idêntico em todo o mundo, assim também o ensino da verdade, que brilha em toda parte e ilumina a todos os homens, que querem chegar ao conhecimento da verdade (cf. 1Tm 3, 15), é sempre o mesmo." (Adv. Haer. 1,10)

Infelizmente, o gnosticismo subsiste até os dias atuais. De vez em quando surgem pessoas, teólogos modernos que afirmam saber qual é o verdadeiro cristianismo, fazendo pouco dos Bispos que guardam a fé de sempre.
O gnosticismo é, portanto, uma filosofia pagã que se mistura ao Cristianismo, esvaziando-o de seu conteúdo cristão e substituindo-o por outro completamente diverso. Desta forma, somente os gnósticos, teoricamente, teriam o poder de interpretar de forma correta os mistérios da fé.

O Arianismo, por sua vez, não era uma filosofia pagã. Na cidade de Alexandria, onde vivia o Padre Ário, havia muitos filósofos neo-platonistas, que estavam diante de uma dificuldade intelectual válida, mas de difícil resolução: se Deus é UNO como se pode dizer que existem Três Pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo)? Trata-se de duas verdades de fé (monoteísmo e Trindade) que são, aparentemente, conflituosas. Assim, influenciado pela filosofia neo-platônica, Ário escolheu uma dessas verdades, afirmando que somente o Pai é Deus, deixando de lado as outras duas pessoas. Ao preferir uma verdade em detrimento de outra, deixou de ser católico, pois este crê no todo, já que a fé católica é conforme o todo, holística.


A Teologia é justamente o esforço racional de tentar harmonizar aquilo que é aparentemente contraditório. Na época do Arianismo, grandes teólogos surgiram em defesa da fé católica, dentre eles, Santo Atanásio, que defendeu a divindade do Filho, os Padres Capadócios (São Basílio Magno, São Gregório de Nazianzo, São Gregório de Nissa) os quais defenderam a divindade do Filho e do Espírito Santo.

Todos eles fizeram um esforço teológico para explicar que a natureza divina é una em três pessoas igualmente distintas. O Papa Eugênio IV publicou a Bula "Cantate Domino" e, nela consta uma definição clara desse imenso mistério:

"[...] crê firmemente, professa e prega um só verdadeiro Deus, onipotente imutável e eterno, Pai, Filho e Espírito Santo; uno na essência, trino nas pessoas: Pai não gerado, Filho gerado pelo Pai, Espírito Santo procedente do Pai e do Filho: crê que o Pai não é o Filho ou o Espírito Santo, que o Filho não é o Pai ou o Espírito Santo, que o Espírito Santo não é o Pai ou o Filho, mas que só o Pai é Pai, só o Filho é Filho, só o Espírito Santo é Espírito Santo. Só o Pai gerou o Filho de sua substância. Só o Filho foi gerado do Pai e dele só, só o Espírito Santo procede ao mesmo tempo do Pai e do Filho. Estas três pessoas são um só Deus, não três deuses, porque uma só é a substância das três, uma a essência, uma a natureza, uma a divindade, uma a imensidade, uma a eternidade, e tudo isso uma unidade [...]" (DH 1330)

No início da Igreja, portanto, esses dois movimentos surgiram e, cada um à sua maneira, quase destruíram a fé católica. Graças à assistência do Espírito Santo, a Igreja sobreviveu e firmou-se ao longo do tempo. Infelizmente, até os dias atuais a heresia sobrevive.
Todo movimento protestante, por exemplo, é um movimento herético, uma vez que ele escolhe no que vai crer, não aceitando o todo.
O católico sabe que não precisa escolher nada, apenas morrer para si mesmo, para então, assumir o único sujeito que é o Cristo total, a Igreja, pois, somente assim é possível fazer Teologia.


Fonte de pesquisa: Padre Paulo Ricardo

28 de dezembro de 2012

Missa com Diácono - Liturgia

171. Quando está presente à celebração eucarística, o diácono, revestido das vestes sagras, exerça seu ministério.
Assim, o diácono:

a) assiste o sacerdote e caminha a seu lado;
b) ao altar, encarrega-se do cálice e do livro;
c) proclama o Evangelho e, por mandado do sacerdote celebrante, pode fazer a homilia (cf. n. 66);
d) orienta o povo fiel através de oportunas exortações e enuncia as intenções da oração universal;
e) auxilia o sacerdote celebrante na distribuição da Comunhão e purifica e recolhe os vasos sagrados;
f) se não houver outros ministros, exerce as funções deles, conforme a necessidade. Ritos iniciais

 172. Conduzindo o Evangeliário, pouco elevado, o diácono precede o sacerdote que se dirige ao altar; se não, caminha a seu lado.

173. Chegando ao altar, se conduzir o Evangeliário, omitida a reverência, sobe ao altar. E, tendo colocado o Evangeliário com deferência sobre o altar, com o sacerdote venera o altar com um ósculo. Se, porém, não conduzir o Evangeliário, faz, como de costume, com o sacerdote profunda inclinação ao altar e, com ele, venera-o com um ósculo. Por fim, se for usado incenso, assiste o sacerdote na colocação do incenso e na incensação da cruz e do altar.

174. Incensado o altar, dirige-se para a sua cadeira com o sacerdote, permanecendo aí ao lado do sacerdote e servindo-o quando necessário. Liturgia da palavra

175. Enquanto é proferido o Aleluia ou outro canto, o diácono, quando se usa incenso, serve o sacerdote na imposição do incenso. Em seguida, profundamente inclinado diante do sacerdote, pede, em voz baixa a bênção, dizendo: Dá-me a tua bênção.O sacerdote o abençoa, dizendo: O Senhor esteja em teu coração.
O diácono faz o sinal da cruz e responde: Amém. Em seguida, feita uma inclinação ao altar, toma o Evangeliário, que louvavelmente se encontra colocado sobre o altar e dirige-se ao ambão, levando o livro um pouco elevado, precedido do turiferário com o turíbulo fumegante e dos ministros com velas acesas.
Ali, ele saúda o povo, dizendo de mãos unidas: O Senhor esteja convosco e, em seguida, às palavras Proclamação do Evangelho, traça o sinal da cruz com o polegar sobre o livro e, a seguir, sobre si mesmo, na fronte, sobre a boca e o peito, incensa o livro e proclama o Evangelho.
Ao terminar, aclama: Palavra da Salvação, respondendo todos: Glória a vós, Senhor. Em seguida, beija o livro, dizendo em silêncio: Pelas palavras do santo Evangelho, e volta para junto do sacerdote. Quando o diácono serve ao Bispo, leva-lhe o livro para ser osculado ou ele mesmo o beija, dizendo em silêncio: Pelas palavras do santo Evangelho. Em celebrações mais solenes o Bispo, conforme a oportunidade, abençoa o povo com o Evangeliário. Por fim, o Evangeliário pode ser levado para a credência ou outro lugar adequado e digno.

 176. Não havendo outro leitor preparado, o diácono profere também as outras leituras.

 177. Após a introdução do sacerdote, o diácono propõe, normalmente do ambão, as intenções da oração dos féis. Liturgia eucarística

178. Terminada a oração universal, enquanto o sacerdote permanece em sua cadeira, o diácono prepara o altar com a ajuda do acólito; cabe-lhe ainda cuidar dos vasos sagrados. Assiste o sacerdote na recepção das dádivas do povo. Entrega ao sacerdote a patena com o pão que vai ser consagrado; derrama vinho e um pouco d'água no cálice, dizendo em silêncio: Pelo mistério desta água e, em seguida, apresenta o cálice ao sacerdote. Ele pode fazer esta preparação do cálice também junto à credência. Quando se usa incenso, serve o sacerdote na incensação das oferendas, da cruz e do altar, e depois ele mesmo ou o acólito incensa o sacerdote e o povo.

179. Durante a Oração eucarística, o diácono permanece de pé junto ao sacerdote, mas um pouco atrás, para cuidar do cálice ou do missal, quando necessário. A partir da epiclese até a apresentação do cálice o diácono normalmente permanece de joelhos. Se houver vários diáconos, um deles na hora da consagração pode colocar incenso no turíbulo e incensar na apresentação da hóstia e do cálice.

180. À doxologia final da Oração eucarística, de pé ao lado do sacerdote, eleva o cálice, enquanto o sacerdote eleva a patena com a hóstia, até que o povo tenha aclamado: Amém.

181. Depois que o sacerdote disse a oração pela paz e: A paz do Senhor esteja sempre convosco, o povo responde: O amor de Cristo nos uniu, o diácono, se for o caso, faz o convite à paz, dizendo, de mãos juntas e voltado para o povo: Meus irmãos e minhas irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus. Ele, por sua vez, recebe a paz do sacerdote e pode oferecê-la aos outros ministros que lhe estiverem mais próximos.

182. Tendo o sacerdote comungado, o diácono recebe a Comunhão sob as duas espécies do próprio sacerdote e, em seguida, ajuda o sacerdote a distribuir a Comunhão ao povo. Sendo a Comunhão ministrada sob as duas espécies, apresenta o cálice aos comungantes e, terminada a distribuição, consome logo com reverência, ao altar, todo o Sangue de Cristo que tiver sobrado, com a ajuda, se for o caso, dos demais diáconos e dos presbíteros.

183. Concluída a distribuição da Comunhão, o diácono volta com o sacerdote ao altar e reúne os fragmentos, se os houver. A seguir, leva o cálice e os outros vasos sagrados para a credência, onde os purifica e compõe como de costume, enquanto o sacerdote regressa à cadeira. Podem-se deixar devidamente cobertos na credência, sobre o corporal, os vasos a purificar e purificá-los imediatamente após a Missa, depois da despedida do povo. Ritos finais

184. Após a Oração depois da Comunhão, o diácono faz breves comunicações que se fizerem necessárias ao povo, a não ser que o próprio sacerdote prefira fazê-lo. 185. Se for usada a oração sobre o povo ou a fórmula da bênção solene, o diácono diz: Inclinai-vos para receber a bênção. Dada a bênção pelo sacerdote, o diácono despede o povo, dizendo de mãos unidas e voltado para o povo: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.

186. A seguir, junto com o sacerdote, venera com um ósculo o altar e, feita uma inclinação profunda, retira-se como à entrada.

Fonte de pesquisa: Missal Romano

24 de dezembro de 2012

Bento XVI destaca a "beleza do acolhimento", neste tempo de Natal

"Imitemos Maria no tempo de Natal, visitando quantos vivem em situações de precariedade, em particular os doentes...", convida Bento XVI. A “beleza do acolhimento” foi sublinhada pelo Papa Bento XVI.

Comentando o evangelho do dia – a visitação de Maria a sua prima Isabel (Lc 1, 29-45), o Santo Padre observou que “esta cena exprime também a beleza do acolhimento”, recomendando a escuta, o dar espaço, o que – assegurou – comporta a presença de Deus e da alegria que d’Ele vem.

“Este gesto não significa um mero gesto de cortesia, mas representa com grande simplicidade o encontro do Antigo com o Novo Testamento. De fato, as duas mulheres, ambas grávidas, encarnam a espera e o Esperado”.

“A idosa Isabel – explicou o Papa – simboliza Israel que espera o Messias, ao passo que a jovem Maria leva em si o cumprimento dessa expectativa, a bem de toda a humanidade. Nas duas mulheres se encontram e reconhecem, antes de mais nada, os frutos do seu seio, João e Cristo”.

Recordando a saudação de Isabel a Maria, o Papa observou que o texto evangélico evoca expressões do Antigo Testamento: “A expressão 'bendita és tu entre as mulheres' é referida no Antigo Testamento a Jael e Judite, duas mulheres guerreiras que intervêm para salvar Israel. Agora é dirigida a Maria, jovenzinha pacífica que está para gerar o Salvador do mundo”.

Do mesmo modo – acrescentou ainda o Papa - o sobressalto de alegria de João alude à dança do rei Davi quando acompanhou a entrada da Arca da Aliança em Jerusalém. “A Arca, que continha as tábuas da Lei, o maná e o cetro de Arão, era o sinal da presença de Deus no meio do seu povo. João que vai nascer exulta de alegria diante de Maria, Arca da nova Aliança, que leva no seio Jesus, o Filho de Deus feito homem”.

O Santo Padre enfatizou que a cena da Visitação expressa também a beleza do gesto de acolher. Onde há acolhimento recíproco, escuta, o dar espaço ao outro, disse o Papa, aí está Deus e a alegria que d’Ele vem.

"Imitemos Maria no tempo de Natal, visitando quantos vivem em situações de precariedade, em particular os doentes, os presos, os idosos e as crianças. E imitemos também Isabel, que acolhe o hóspede como o próprio Deus.
Sem O desejarmos, nunca O conheceremos; sem aguardá-Lo, não O encontraremos; sem O procurar, não O encontraremos.”

Bento XVI concluiu desejando a todos um bom domingo e, desde já, aquela serenidade que permita viver bem as próximas festas de Natal. Fonte: Rádio Vaticano

20 de dezembro de 2012

Artigo do Papa para jornal americano sobre o Natal - 20/12/2012 2 Boletim da Santa Sé

 (Tradução: Jéssica Marçal, equipe CN Notícias)

Tempo de empenho no mundo para os cristãos

“Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” foi a resposta de Jesus quando lhe foi perguntado o que pensava sobre o pagamento dos impostos.

Aqueles que o interrogavam, obviamente, queriam fazer-lhe uma armadilha. Queriam forçá-lo a tomar partido no debate político sobre a dominação romana na terra de Israel.

 E ainda estava em jogo algo mais: se Jesus era realmente o Messias esperado, então seguramente seria oposto aos dominadores romanos.
Portanto a pergunta era calculada para desmascará-lo ou como uma ameaça para o regime ou como um impostor.

A resposta de Jesus habilmente traz a questão para um nível superior, confrontando de forma sutil a politização da religião e o endeusamento do poder temporal, assim como a busca incansável da riqueza. Os seus ouvintes precisavam entender que o Messias não era César, e que César não era Deus. O reino que Jesus vinha instaurar era de uma dimensão absolutamente superior. Como responde a Poncio Pilatos: “O meu reino não é deste mundo”.

As histórias do Natal no Novo Testamento têm o objetivo de exprimir uma mensagem similar. Jesus nasce durante um “recenseamento do mundo inteiro”, desejado por César Augusto, o imperador famoso por ter levado a Pax Romana em todas as terras submetidas ao domínio romano. No entanto, esta criança, nascida em uma escuridão e distante do império, estava para oferecer ao mundo uma paz muito maior, verdadeiramente universal em seu propósito e transcendente a cada limite de espaço e de tempo.

 Jesus nos é apresentado como herdeiro do rei Davi, mas a libertação que ele trouxe ao próprio povo não dizia respeito ao tomar cuidado com o exercito inimigo; tratava-se, em vez disso, de vencer para sempre o pecado e a morte.

O nascimento de Cristo nos desafia a repensar as nossas prioridades, os nossos valores, o nosso próprio modo de viver. E enquanto o Natal é sem dúvida um tempo de grande alegria, é também uma ocasião de profunda reflexão, antes de tudo um exame de consciência. Ao fim de um ano que significou privações econômicas para muitos, o que podemos aprender da humildade, da pobreza, da simplicidade da cena do presépio?

O Natal pode ser o tempo no qual aprendemos a ler o Evangelho, a conhecer Jesus não somente como a Criança da manjedoura, mas como aquele no qual reconhecemos o Deus feito homem.

É no Evangelho que os cristãos encontram inspirações para a vida cotidiana e para o seu envolvimento nos negócios do mundo – seja isso vindo no Parlamento ou na Bolsa. Os cristãos não devem escapar do mundo; pelo contrário, devem empenhar-se nesse. Mas o seu envolvimento na política e na economia deve transcender cada forma de ideologia.

Os cristãos combatem a pobreza porque reconhecem a dignidade suprema de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus e destinado à vida eterna. Os cristãos trabalham por uma divisão igualitária dos recursos da terra porque estão convencidos de que, como administradores da criação de Deus, nós temos o dever de cuidar dos mais frágeis e dos mais vulneráveis. Os cristãos se opõem à ganância e à exploração na crença de que a generosidade e um amor altruísta, ensinado e vivido por Jesus de Nazaré, são a via que conduz à plenitude da vida. A fé cristã no destino transcendente de cada ser humano implica na urgência da tarefa de promover a paz e a justiça para todos.

Porque tais fins são compartilhados por muitos, é possível uma grande e fecunda colaboração entre os cristãos e os outros. E, todavia, os cristãos dão a César somente aquilo que é de César, mas não aquilo que pertence a Deus. Às vezes, ao longo da história, os cristãos não puderam concordar com as exigências feitas por César. Do culto do imperador da antiga Roma aos regimes totalitários do século passado, César procurou tomar o lugar de Deus. Quando os cristãos se recusam a se curvar aos deuses falsos propostos em nossos tempos não é porque têm uma visão antiquada do mundo. Pelo contrário, isso acontece porque estão livres das amarras da ideologia e animados por uma visão tão nobre do destino humano que não podem aceitar compromissos com algo que possa miná-los.

Na Itália, muitos presépios são adornados por ruínas de antigas construções romanas ao fundo. Isso demonstra que o nascimento do menino Jesus marca o fim da antiga ordem, o mundo pagão, no qual as reivindicações de César pareciam impossíveis de desafiar. Agora há um novo rei, que não confia na força das armas, mas no poder do amor. Ele traz esperança a todos aqueles que, como ele mesmo, vivem às margens da sociedade. Traz esperança a quantos são vulneráveis na sorte incerta de um mundo precário.
Da manjedoura, Cristo nos chama a viver como cidadãos do seu reino celeste, um reino que cada pessoa de boa vontade pode ajudar a construir aqui na terra.






19 de dezembro de 2012

Tua tristeza vem dos teus pecados, deixe que sua santidade seja tua alegria

Jesus veio para tirar o pecado do mundo Em Gênesis, no capítulo 2, a Bíblia diz que Deus criou o homem e a mulher lhes dando a liberdade de poderem comer tudo o que eles encontrassem no jardim do Éden, simbolizando a amizade d’Ele com o ser humano. É a mesma coisa de quando temos um amigo e o colocamos dentro de casa: abrimos o coração e entregamos tudo a essa amizade, estabelecendo uma cumplicidade.

Foi isso que aconteceu com o homem e a mulher, o Altíssimo deu tudo a eles. Deu-lhes o dom de imortalidade, dom da ciência e todos os outros dons. Foi quando o demônio veio e pela vaidade começou a dizer-lhes que deveriam comer a fruta proibida e os instigou a desobedecerem a Deus.

Por que ele foi tentar a mulher e não o homem? Porque a mulher influenciaria o homem mais facilmente do que o diabo, pois o homem é influenciável pela mulher. Assim como uma mulher pode levá-lo à perdição, ela também pode levá-lo à salvação.

Quantos homens foram salvos por uma mulher e quantos caíram pelas mulheres. Adão e Eva desobedeceram e quiseram ser como o Criador, assim como o demônio invejava a Deus. “O salário do pecado é a morte” (cf. Rom 3,23), entrando o pecado veio a morte para a humanidade por intermédio de um homem.

A perdição é você perder Deus, por isso as pessoas falam “perdido”. O inferno é a pessoa viver sem Deus. O pecado entrando por um homem era necessário que outro Homem morresse por nós. O demônio sequestrou-nos de Deus Pai. O pecado entrou no mundo e daí entrou a morte, e a humanidade se separou do Senhor. Os santos doutores nos ensinaram que quando pecamos nos separamos de Deus, e hoje já se tem o perdão pela morte de Jesus Cristo. Por pura vaidade e fraqueza, ficar longe de Deus, num lugar que só tem choro, tristeza e escuridão e nada parece ficar bem. A consequência do pecado vem de gerações, Deus encheu Adão e Eva de riquezas, mas as perdemos.
Assim como nosso pai é rico e perde todo dinheiro e nós seremos pobres, com a consequência do pecado de Adão e Eva nós perdemos toda riqueza e dons que eles tinham e ainda tivemos a consequência do pecado original.

A cruz é a imagem mais concreta e valiosa do Cristianismo. Jesus se fez Homem, nos amou e morreu por nós. Quando nós dizemos que Deus não nos ama, isso é uma blasfêmia. “Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos Ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados” (I João 4, 10). Deus nos amou tanto que nos deu Seu Filho Jesus.

A nossa culpa foi assumida por Cristo. Para que nenhum de nós fosse pregado na cruz, Ele se fez crucificar-se para nos salvar. O amor é mais forte que a morte. Assim como por um homem entrou o pecado, por outro Homem entrou a salvação. Jesus rasgou nossa culpa quando foi crucificado por nós e isso acontece quando somos batizados; todo batizado que crer na salvação será salvo, mas se for batizado e não crer será como morto.

Nós como cristãos temos o dever batizar nossos filhos assim que nascerem para terem a salvação.
Por que deixar seu filho até 20 anos sem batizar?
Para que perguntar se ele quer ser batizado ou não, se o que está em jogo é a salvação eterna dele?
Você vai perguntar-lhe, quando ele ainda é pequeno, se ele quer tomar vacina para não ficar doente? Lógico que não, é obvio. Pais, por que não batizar seus filhos assim que estes nasçam?
“Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte”?
(Rom 6, 3).

Não sabeis que aquele que é batizado participa da ressurreição de Cristo?
Quantas crianças nascem mortas e mesmo no hospital você pode batizá-la com água, quando não há tempo de levá-la ao sacerdote; pois é necessário batizar para o bebezinho ir direto para o céu.
“Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4, 12).
Não há salvação fora do nosso batismo.

“Ide e pregai o Evangelho por todas as nações”. Quantas pessoas estão em outras religiões, mas é necessário pregar a todos, mesmo que já tenham uma religião, porque não há salvação sem o sacramento da Igreja.
João Batista anunciou:
“Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, e Nosso Senhor Jesus Cristo veio exatamente para ser o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Jesus nos deixou Sua doutrina, o sermão da montanha, a confissão, o jejum, esmola que são remédios para a nossa salvação. A primeira coisa que Cristo fez, depois que ressuscitou, foi aparecer para os apóstolos e instituir o sacramento da confissão.
“Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós” (João 20, 22).

O Senhor quis dar o perdão com o derramamento do Seu Sangue. Jesus veio para tirar o pecado do mundo, por isso a primeira coisa a fazer é confessar os pecados.
Deus quer que você vá até aquele homem pecador que é o padre, mas instituído pela Igreja e por Jesus Cristo com o poder de lavar seus pecados. Não abuse da confissão. Seja transparente. Se for confessar, não deixe pecado para trás porque é um sacrilégio você deixar pecado escondido, é um pecado maior ainda [do que não confessá-lo]. Não minta para o padre porque é a mesma coisa que mentir para Deus.

A verdade dói, mas liberta, assim como o que arde cura e o que aperta segura, a verdade não nos deixa na ignorância. Para arrancar o pecado do mundo é necessária a confissão, e ao fazê-la você vai ser muito feliz! Santo Agostinho dizia:
“Tua tristeza vem dos teus pecados, deixe que sua santidade seja tua alegria”.


Fonte de pesquisa: Felipe Aquino

É certo fazer promessa? - Catecismo da Igreja Católica


As promessas não obrigam Deus a nos dar o que Ele não quer
As pessoas perguntam: O que a Igreja diz sobre as promessas?
A Igreja as aprova quando realizadas adequadamente. Os santos faziam promessas.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que: “Em várias circunstâncias o cristão é convidado a fazer promessas a Deus… Por devoção pessoal o cristão pode também prometer a Deus este ou aquele ato, oração, esmola, peregrinação, etc. A fidelidade às promessas feitas a Deus é uma manifestação do respeito devido à majestade divina e do amor para com o Deus fiel” (CIC § 2101).

Há passagens bíblicas que contêm promessas.

Jacó faz uma promessa a Deus: “Jacó fez então este voto: “Se Deus for comigo, se ele me guardar durante esta viagem que empreendi, e me der pão para comer e roupa para vestir, e me fizer voltar em paz casa paterna, então o Senhor será o meu Deus. Esta pedra da qual fiz uma estela será uma casa de Deus, e pagarei o dízimo de tudo o que me derdes” (Gn 28,20-22).

Ana, a mãe do profeta Samuel, fez um voto: “E fez um voto, dizendo: Senhor dos exércitos, se vos dignardes olhar para a aflição de vossa serva, e vos lembrardes de mim; se não vos esquecerdes de vossa escrava e lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida, e a navalha não passará pela sua cabeça” (1Sm 1,11).

Alguns salmos exprimem os votos ou as promessas dos orantes de Israel (Sl 65, 66, 116; Jn 2,3-9). “Se oferecerdes ao Senhor alguma oferenda de combustão, holocausto ou sacrifício, em cumprimento de um voto especial ou como oferta espontânea…” (Nm 15,3).

“Se uma mulher fizer um voto ao Senhor ou se impuser uma obrigação na casa de seu pai, durante a sua juventude, os seus votos serão válidos, sejam eles quais forem. Se o pai tiver conhecimento do voto ou da obrigação que se impôs a si mesma será válida. Mas, se o pai os desaprovar, no dia em que deles tiver conhecimento, todos os seus votos… ficarão sem valor algum. O Senhor perdoar-lhe-á, porque seu pai se opôs” (Nm 30,4-6).

No entanto, havia a séria recomendação para que se cumprisse o voto ou a promessa feita. “Mais vale não fazer voto, que prometer e não ser fiel à promessa” (Ecl 5,4). São Paulo quis submeter-se às obrigações do voto do nazireato: “Paulo permaneceu ali (em Corinto) ainda algum tempo. Depois se despediu dos irmãos e navegou para a Síria e com ele Priscila e Áquila. Antes, porém, cortara o cabelo em Cêncris, porque terminara um voto” (At 18,18).

“Disseram os judeus a Paulo: “Temos aqui quatro homens que fizeram um voto… Purificar-te com eles, e encarrega-te das despesas para que possam mandar rapar a cabeça. Assim todos saberão que são falsas as notícias a teu respeito, e que te comportas como observante da Lei” (At 21, 23s). É certo que as promessas não obrigam Deus a nos dar o que Ele não quer dar, pois sabe o que é melhor para nós, mas estas podem obter do Senhor, muitas vezes através da intercessão dos santos, graças de que necessitamos. Jesus mandou pedir e com insistência.

As promessas nada têm de mágico ou de mecânico, nem podem ser um “comércio” com Deus; pois não se destinam a “dobrar a vontade do Senhor. Às vezes os fiéis prometem até coisas que não conseguem cumprir por falta de condições físicas, psíquicas ou financeiras, e ficam com medo de um castigo de Deus Pai. Pior ainda quando alguém faz uma promessa para que outro a cumpra, sem o seu consentimento. Os pais não devem fazer promessas para os filhos cumprirem.

Ao determinar que nos daria as graças necessárias nesta vida, o Todo-poderoso quis incluir no Seu desígnio a nossa colaboração mediante a oração, o sacrifício, a caridade, etc. Deus quer dar levando em conta as orações que Lhe fazemos. Sob esta ótica, as promessas têm valor para Deus e para nós orantes, pois alimentam em nós o fervor; estimulam nossa devoção; exercitam em nosso coração o amor a Deus; e isso é valioso. Uma promessa bem feita pode nos abrir mais à misericórdia do Senhor.

Quando não se puder cumprir uma promessa feita a Deus, procure um sacerdote e peça-lhe que troque a matéria da promessa. Essa solução está de acordo com os textos bíblicos que preveem a possibilidade da mudança dos votos (ou promessas) por parte dos sacerdotes: “Se aquele que fizer um voto não puder pagar a avaliação, apresentará a pessoa diante do sacerdote e este fixá-la-á; o valor será fixado pelo sacerdote de acordo com os meios de quem fizer voto” (Lv 27, 8; cf. Lv 27,13s.18.23).

Procure prometer práticas não somente razoáveis, mas também úteis à santificação do próprio sujeito ou ao bem do próximo.

Quanto aos ex-votos (cabeças, braços, pernas… de cera), que se oferecem em determinados santuários, diz Dom Estevão Bettencout que “podem ter seu significado, pois contribuem para testemunhar a misericórdia de Deus derramada sobre as pessoas agraciadas; assim levarão o povo de Deus a glorificar o Senhor; mas é preciso que as pessoas agraciadas saibam por que oferecem tais objetos de cera, e não o façam por rotina ou de maneira inconsciente” (PR, Nº 262 – Ano 1982 – Pág. 202). Entre as melhores promessas estão as três clássicas que o próprio Jesus propôs: a oração, a esmola e o jejum (cf. Mt 6,1-18).

A Santa Missa é o centro e o alimento por excelência da vida cristã. A esmola “encobre uma multidão dos pecados” (cf. 1Pd 4,8; Tg 5,20; Pr 10,12); o jejum e a mortificação purificam e libertam das paixões o ser humano. Jesus disse que certos males só podem ser eliminados pelo jejum e pela oração. Se a prática das promessas levar o cristão ao exercício dessas boas obras, então é salutar. As promessas nada têm a ver com as “obrigações” dos cultos afro-brasileiros, mas são expressões do amor filial dos cristãos a Deus.

Fonte de pesquisa: Prof. Felipe Aquino e Catecismo da Igreja Católica

18 de dezembro de 2012

A Palavra de Deus pede atitudes novas

Deus nos concedeu a capacidade para expressar o que vai na alma por meio de sinais exteriores. Muda a face de uma cidade como Belém quando é Círio "outra vez". A estação de festas juninas tem seu colorido próprio. Férias têm roupa adequada, viagem preparada, lazer que toma conta do tempo.
Festa de aniversário de criança sem bolo, doces, velinhas, parabéns, ficaria sem graça! Por outro lado, não se vai a um velório do mesmo jeito que se vai à praia. E casamento, então? Roupa nova, vestidos deslumbrantes, o terno alinhado... É bom ser assim, ter cara de domingo e jeito de dia de trabalho.
A rotina se transforma e a vida fica mais bonita.

Quando vem o Natal, com ele fim de ano, gratidão, festas, enfeites, tudo a ser preparado para ser bem vivido. A Igreja sabe do ritmo humano da vida e o preenche com o que existe de melhor, pois nos oferece o mistério de Cristo vivido nesse tempo. Nossa vida, nossos passos e nossas festas ganham sentido novo.

O final do ano traz consigo o convite à renovação de vida, exame de consciência, propósitos novos, desejo de recomeçar. Para os cristãos não há qualquer perspectiva mágica na mudança do calendário, mas somos chamados à renovação contínua pela graça de Deus, na medida em que o mistério de Cristo é celebrado e acolhido com crescente consciência. O tempo não é um ciclo implacável e cansativo, mas oportunidade privilegiada oferecida por Deus a seus filhos. E a Igreja celebra, neste período, algumas realidades marcantes, correspondentes à ação amorosa de Deus, que nos enviou Seu Filho como Salvador e Redentor.

“Advento” é a primeira palavra que chama atenção nos dias que correm. O contato com Deus não nos deixa estáticos, imóveis diante de uma realidade fechada. O Senhor é dinâmico em Sua presença e em Seu plano de salvação a favor da humanidade. Foi verdadeira peregrinação o caminho feito com Seu povo no Antigo Testamento. Os profetas foram portadores da mensagem da esperança, ajudando muitas gerações a não perderem a perspectiva dos dons de Deus. E Jesus Cristo, Filho de Deus, Deus verdadeiro e Homem verdadeiro, é alguém que chega, passa pela magnífica e desafiadora realidade da família, num tempo de perseguições e incompreensões, mas “vem”, entra nas estruturas do mundo, participa de tudo, menos do pecado, justamente porque veio para salvar do pecado e da morte.
O apelo é ao acolhimento da iniciativa de Deus e a resposta alegre ao seu amor.

Daqui a poucos dias, o Natal será a luz para entender os sentimentos humanos e unir pessoas e famílias. O nascimento de um Menino – e que Menino! – continua a deixar o mundo extasiado. O mistério da vida, dom de Deus, permanecerá como farol que ilumina as gerações. Os cristãos se agarrem a esta realidade, tomem posse da bandeira do Natal de Cristo, com Ele apostem na vida e defendam-na, façam tudo para que o sorriso do Menino de Belém se reflita em tantas crianças, de todas as idades, para que não se apague a vida e a esperança.

Logo a seguir, o “palco” do Natal se abrirá para observarmos os detalhes: a Sagrada Família, a Mãe de Deus, os pastores que acorreram a Belém e, enfim, os Magos que vieram, de longe, para desvendar o mistério. É a destinação final de tudo o que se celebra na Igreja neste tempo: abrir os espaços, para que todos, sem exceção, reconheçam Jesus Cristo, Filho de Deus, e n'Ele creiam. Manifestação, Epifania!

Não se vive uma realidade tão significativa sem a devida preparação, como acontece em nossas casas, onde grandes acontecimentos pedem arrumação geral, faxina, decoração nova, ambiente diferente! O convite da Igreja há de encontrar acolhida nos homens e mulheres de boa vontade!

A Palavra de Deus pede atitudes novas, mudança de roupa! Ao povo de ontem e de hoje, pede que se tome a veste da justiça. Na Bíblia, justiça e fidelidade a Deus se abraçam! A glória da cidade só pode vir d'Ele. Nossa sociedade é chamada a se abrir a Deus e à verdade. A secura do deserto só pode ser superada com a abertura dos corações ao Evangelho. Nossa sociedade, com o argumento de uma laicidade levada ao extremo, tem contribuído para que as pessoas separem fé e vida. O resultado é que ficam sem fé e sem vida digna! Arrumar a casa do mundo é buscar um equilíbrio entre os diversos setores da sociedade para que dois nomes se aproximem e sejamos com eles chamados: “Paz-da-Justiça“, “Glória-do-culto-a-Deus” (cf. Br 5,1-9).

“É que Deus já mandou cortar todo morro elevado, toda serra antiga para aterrar os lugares mais fundos e aplainar o chão a fim de que Israel possa passar com segurança sob a glória de Deus. Por ordem de Deus todas as árvores e plantas de cheiro hão de fazer sombra para Israel. Assim é que, festivamente, Deus há de conduzir Israel para a luz de sua glória, por força da justiça e da misericórdia que dele vêm” (Br 5,7-9). Quando veio João Batista, precursor do Salvador do Mundo, sua voz ecoou pregando a “arrumação” da casa do mundo e dos corações. Sua palavra pediu conversão, correção de rota.

Abaixem-se, pois, os montes do orgulho e da soberba, preencham-se os vales da falta de amor e solidariedade, nivelem-se as estradas, estabelecendo caminhos de comunicação entre as pessoas! Então, nosso testemunho de homens e mulheres de fé ajudará a que todas as pessoas vejam a salvação de Deus (cf. Lc 3,6).

Fonte de pesquisa:  Dom Alberto Taveira Corrêa Arcebispo de Belém - PA

13 de dezembro de 2012

Deus e as verdades por Ele reveladas como objeto de fé - Catecismo da Igreja Católica

F.4.8 Deus e as verdades por Ele reveladas como objeto de fé

§150 A fé é primeiramente uma adesão pessoal do homem a Deus; é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o assentimento livre a toda a verdade que Deus revelou.

Como adesão pessoal a Deus e assentimento à verdade que ele revelou, a fé cristã é diferente da fé em uma pessoa humana. E justo e bom entregar-se totalmente a Deus e crer absolutamente no que ele diz. Seria vão e falso pôr tal fé em uma criatura

§151 Para o cristão, crer em Deus é, inseparavelmente, crer naquele que Ele enviou, "seu Filho bem-amado", no qual Ele pôs toda à sua complacência; Deus mandou que O escutássemos.

O próprio Senhor disse a seus discípulos: "Crede em Deus, crede também em mim" (Jo 14,1). Podemos crer em Jesus Cristo por que ele mesmo é Deus, o Verbo feito carne: "Ninguém jamais viu a Deus: o Filho unigênito, que está voltado para o seio do Pai; este o deu a conhecer" (Jo 1,18). Por ter ele "visto o Pai" (Jo 6,46), ele é o único que o conhece e pode revelá-lo.

§152 Não se pode crer em Jesus Cristo sem participar de seu Espírito. E o Espírito Santo que revela aos homens quem é Jesus. Pois "ninguém pode dizer 'Jesus é Senhor' a não ser no Espírito Santo" (1 Cor 12,3).

"O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus... O que está em Deus, ninguém o conhece a não ser o Espírito de Deus" (1 Cor 2,10-11). Só Deus conhece a Deus por inteiro. Cremos no Espírito Santo porque Ele é Deus.

§170 Não cremos em fórmulas, mas nas realidades que elas expressam e que a fé nos permite "tocar". "O ato (de fé) do crente não pára no enunciado, mas chega até a realidade (enunciada).

Todavia, temos acesso a essas realidades com o auxílio das formulações da fé. Estas permitem expressar e transmitir a fé, celebrá-la em comunidade, assimilá-la e vivê-la cada vez mais.

§178 Não devemos crer em ninguém a não ser em Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo

§182 "Nós cremos em tudo o que está contido na Palavra de Deus escrita ou transmitida, e que a Igreja propõe a crer c divinamente revelado. "

 "Eu sou AQUELE QUE É"

Moisés disse a Deus: "Quando eu for aos filhos de Israel e disser: O Deus de vossos pais me enviou até vós", e me perguntarem: "Qual é o seu nome?", que direi?" Disse Deus a Moisés: "Eu sou AQUELE QUE É". Disse mais: "Assim dirás aos filhos de Israel: "EU SOU me enviou até vós"... Este é o meu nome para sempre, e esta ser a minha lembrança de geração em geração (Ex 3,13-15).

§206 Ao revelar seu nome misterioso de Iahweh, "Eu sou AQUELE QUE É" ou "Eu Sou Aquele que SOU" ou também "Eu sou Quem sou", Deus declara quem Ele é e com que nome se deve chamá-lo. Este nome divino é misterioso como Deus é mistério. Ele é ao mesmo tempo um nome revelado e como que a recusa de um nome, e é por isso mesmo que exprime da melhor forma a realidade de Deus como ele é,infinitamente acima de tudo o que podemos compreender ou dizer: ele é o "Deus escondido" (Is 45,15), seu nome é inefável, e ele é o Deus que se faz próximo dos homens.

O VERDADEIRO NATAL É JESUS!

"O anjo disse-lhes aos pastores: Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura.” (Lucas 2, 10-12)

Estamos no tempo do Advento. Um tempo de renovação da nossa esperança. Tempo de se preparar com toda a família para o verdadeiro natal. E o verdadeiro natal tem um nome: JESUS!
Se olharmos ao nosso redor, vamos perceber que há dois Natais acontecendo no mesmo mês.

Um é o Natal de Jesus, filho de Deus. Outro é o natal de um tal papai Noel que não vem do céu. Que tem duração de um dia e logo se vai. O mundo está fazendo a propaganda do seu natal.

O natal do consumismo, colocando a alegria no ter e no comprar. Andamos pelas ruas e percebemos muitas casas enfeitadas de luzes, correndo assim o risco de ignorarem a verdadeira luz do Natal, que é o filho de Deus no meio de nós. O Natal não é apenas uma história inventada (como a do papai Noel).

O verdadeiro Natal é um fato, um acontecimento histórico. O grande anúncio da festa do Natal vem trazer ao coração da humanidade, a certeza que “Deus fez-se homem, e veio habitar no meio de nós. Deus não está longe: está perto, mais ainda, é o Emanuel, Deus-Conosco. Não é um desconhecido: tem um rosto, o rosto de Jesus” (Papa Bento XVI).

Precisamos neste Ano da Fé, dar o testemunho em nossas famílias do verdadeiro sentido do natal. Somos chamados a preparar o presépio em nossas casas e rezar ao redor da manjedoura. E assim, contemplar Aquele que veio nos enriquecer com a sua pobreza!

Como lemos acima no trecho do Evangelho de São Lucas, nos tempos de hoje, também somos convidados a ir a Belém. Entrar naquele estábulo em meio aos animais, e ver o menino envolto em faixas no colo da Virgem Maria. E adorar ao Verbo Encarnado que assumiu a condição humana para nos salvar. Amém!

 UM SANTO NATAL A TODOS!

Fonte de pesquisa: Ricardo Alexandre
Fundador da Comunidade Chagas de Amor @ric_alexandre

10 de dezembro de 2012

RAZÕES DA NECESSIDADE DOS SACRAMENTOS

- Razão Antropológica. Os sacramentos são uma necessidade coerente com a natureza encarnada do homem, com o seu ser num corpo, com os outros e no mundo. O homem precisa de sinais e símbolos porque é simbolicamente; precisa de sacramentos porque é sacramentalmente. Para significar e concretizar o encontro com Deus, uma expressão e comunicação da graça adaptada à sua condição corporal-sensível exige os sacramentos.

- Razão Encarnatória. A Igreja é, de algum modo, o prolongamento histórico da encarnação. E esse prolongamento tem as suas concretizações mais evidentes e imediatas nos sacramentos. Toda a tradição da Igreja explicou os sacramentos como a continuidade mediadora da encarnação, como o prolongamento da humanidade de Cristo para a doação da graça. Se na encarnação a divindade apareceu de modo visível, era necessária que por outro meio encarnado aparecesse para os homens a salvação de Cristo. Esses meio são os sacramentos.

- Razão Soteriologica. A Igreja como comunidade e povo de Deus, garante fiel e objetivamente a continuidade histórica da salvação eternamente atual de Cristo. Mas a Igreja é composta de membros particulares e a salvação deve chegar e tornar-se acessível a cada um desses membros de formas visíveis e concretas. Essas formas são os sacramentos pelos quais a graça salvadora se individualiza, santificando as diversas situações da vida humana. Mais que necessários para a salvação eles o são para que essa salvação apareça e aconteça como realidade que é oferecida à própria pessoa individual. Pelo sacramento reconhecemos a permanente vontade de salvação por parte de Deus e a atualidade da sua salvação.

- Razão Pneumatológica. A salvação realiza-se na história concreta pela força do dom escatológico do Espírito. O Espírito leva a efeito em nós o encontro, misterioso sem dúvida, mas real, com o Kyrios vivo, ritual ou pneumatológico. Mas em função da sua própria missão, esse encontro deve manifestar-se histórica, sacramentalmente. Isso ocorre em primeiro lugar com a Igreja, como sacramentalização fundamental do dom escatológico do Espírito. Mas se é verdade que o Espírito constrói a Igreja a partir de cada um de seus membros, e seus e seus membros a partir da Igreja total, não se podem prescindir de uma concretização sacramental e pessoal dessa ação do Espírito. E essa concretização, a mais adequada, são os sacramentos da Igreja e do Espírito.

- Razão Eclesiológica. A Igreja sacramento de salvação precisa dos sacramentos para ser ela mesma e para cumprir a missão que Cristo lhe atribui. Os sacramentos são a concretização, característica das diversas situações da vida humana e cristã da sacramentalidade da Igreja. Por isso são chamados de explicitações e auto-realizações da sacramentalidade da Igreja. Os sacramentos sendo acontecimentos eclesiásticos exprimem e realizam o ser e a identidade da própria Igreja. Os sacramentos são a Igreja da Igreja e para a Igreja especialmente a eucaristia. Não existe Igreja sem sacramentos nem há sacramentos sem Igreja. Por isso, eles são necessários.

- Razão Criatural-cósmica. É necessário que a realidade material-cósmica, também ferida pelo pecado e carente de salvação, se incorpore à obra atualizadora dessa salvação através dos sacramentos. A especificidade dos sacramentos com referencia à palavra é a sua qualidade signal sensível. E um elemento principal, embora não absolutamente necessário, dessa significatividade sensível são as realidades criaturais e materiais. Também isso é conveniente para que, na totalidade dos sacramentos, mostre-se com mais clareza o fato de a ordem da criação e da aliança se unirem de novo no ponto ou momento em que na atual economia surgem com maior expressividades, realizando-se a salvação. Os sacramentos continuam a ser, em nossa história, a sacramentalidade encarnacional e criatural.

* Estrutura e Essência da Sacramentalidade

A essência da sacramentalidade corresponde a unidade tensional entre o divino e o humano, tal como se manifesta nos principais acontecimentos da historia da salvação. A mútua implicação referente, a unidade distante do divino e do humano, é elemento integrante de sacramentalidade cristã.

Também pertence a essa essência a dupla polaridade imanência-transcendencia. O aparecimento do transcendente no imanente, a referencia do imanente ao transcendente são elementos de uma polaridade que aproxima e distancia que assemelha e deferência. A sacramentalidade consiste na capacidade de comunicação, de trans-parentação da imanência à transcendência e vice-versa.

É igualmente da essência sacramental a tensão entre o visível e o invisível. O aparecimento do invisível no visível e a capacidade de visibilizar o invisível através de certos elementos externos perceptíveis e concretos são características fundamentais de toda sacramentalidade.

Do mesmo modo, é possível dizer que pertencem também a essa essência as indeterminações, a ambivalência, o claro-escuro, a totalidade não-plena, o desvelamento velado... Sempre resta uma zona de mistério, ao qual ela introduz, mas que não esgota. O mistério não é dissolvido pelo sacramento, permanecendo mistério. Mas, para o cristão isso não pode ser causa de frustração. Há uma promessa e uma esperança: o que agora aparece por trás dos véus em forma de imagem, de enigma, surgirá depois em plenitude e, no final dos tempos, poderá ser visto por nós de modo direto.

A Essência dos Sacramentos responde a estes três princípios:

- Ontologicamente, o conceito de sacramentalidade deriva da constatação de que imanência e transcendência não são de maneira alguma díspares tendendo, a partir da sua alteridade, a unir-se e encontra-se.

- Antropologicamente, o conceito de sacramentalidade deriva da necessidade de Deus no sentido de fazer-se compreender pelo homem e da necessidade do homem de comunicar-se com Deus: comunicação simbólica.

- Teologicamente, o conceito de sacramentalidade deriva da necessidade verdade e eficácia comunicativas, através de linguagem e símbolo performativo que realiza o que anuncia que constitui a realidade no próprio ato de dize-la.


Fonte de pesquisa: Padre Crystian Shankar

5 de dezembro de 2012

ETRUTURA GERAL DA MISSA - parte III

C)LITURGIA EUCARÍSTICA

72.Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e a ceia pascal, que tornam continuamente presente na Igreja o sacrifício da cruz, quando o sacerdote, represente do Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo que o Senhor fez e entregou aos discípulos para que o fizessem em sua memória 69.

Cristo, na verdade, tomou o pão e o cálice, deu graças, partiu o pão e deu-o a seus discípulos dizendo: Tomai, comei, bebei; isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim. Por isso a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que correspondem às palavras e gestos de Cristo. De fato:

1) Na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos que Cristo tomou em suas mãos.

2) Na Oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as oferendas tornam-se Corpo e Sangue de Cristo.

3) Pela fração do pão e pela Comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os Apóstolos, das mãos do próprio Cristo. 

- Preparação dos dons 

73.No início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se converterão no Corpo e Sangue de Cristo.

Primeiramente prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística 70, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o missal e o cálice, a não ser que se prepare na credência.

A seguir, trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote ou o diácono recebem em lugar adequado para serem levados ao altar. Embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado espiritual.

Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a igreja, ou recolhidos no recinto dela; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da mesa eucarística.

74.O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas (cf. n. 37, b) e se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da entrada (cf. n. 48). O canto pode sempre fazer parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a procissão dos dons.

75.O pão e o vinho são depositados sobre o altar pelo sacerdote, proferindo as fórmulas estabelecidas; o sacerdote pode incensar as oferendas colocadas sobre o altar e, em seguida, a cruz e o próprio altar, para simbolizar que a oferta da Igreja e sua oração sobem, qual incenso, à presença de Deus. Em seguida, também o sacerdote, por causa do ministério sagrado e o povo, em razão da dignidade batismal, podem ser incensados pelo diácono ou por outro ministro.

76.Em seguida, o sacerdote lava as mãos, ao lado do altar, exprimindo por esse rito o seu desejo de purificação interior.

- Oração sobre as oferendas 

77.Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração eucarística com o convite aos fiéis a rezarem com o sacerdote, e com a oração sobre as oferendas.

 Na Missa se diz uma só oração sobre as oferendas, que termina com a conclusão mais breve, isto é: Por Cristo, nosso Senhor; se, no fim, se fizer menção do Filho, a conclusão será: Que vive e reina para sempre.

O povo, unindo-se à oração, a faz sua pela aclamação Amém.

- Oração eucarística

78.Inicia-se agora a Oração eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, em nome de toda a comunidade.

O sentido desta oração é que toda a assembléia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. A oração eucarística exige que todos a ouçam respeitosamente e em silêncio. 

79.Podem distinguir-se do seguinte modo os principais elementos que compõem a Oração eucarística:

a) Ação de graças (expressa principalmente no Prefácio) em que o sacerdote, em nome de todo o povo santo, glorifica a Deus e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos seus aspectos, de acordo com o dia, a festividade ou o tempo.

b) A aclamação pela qual toda a assembléia, unindo-se aos espíritos celestes canta o Santo. Esta aclamação, parte da própria Oração eucarística, é proferida por todo o povo com o sacerdote.

c) A epiclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações especiais a força do Espírito Santo para que os dons oferecidos pelo ser humano sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e Sangue de Cristo, e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão recebê-la em Comunhão.

d) A narrativa da instituição e consagração, quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de pão e vinha, e entregá-los aos apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem de perpetuar este mistério.

e) A anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja faz a memória do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada paixão, a gloriosa ressurreição e a ascensão aos céus.

f) A oblação, pela qual a Igreja, em particular a assembléia atualmente reunida, realizando esta memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada; ela deseja, porém, que os fiéis não apenas ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se a si próprios 71, e se aperfeiçoem, cada vez mais, pela mediação do Cristo, na união com Deus e com o próximo, para que finalmente Deus seja tudo em todos 72.

g) As intercessões, pelas quais se exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e defuntos, que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo e Sangue de Cristo.

h) A doxologia final que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação Amém do povo. Ritos da Comunhão 80.Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.

- A Oração do Senhor 

81.Na Oração do Senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal.

O convite, a própria oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados ou proferidos em voz alta.

- Rito da paz

82.Segue-se o rito da paz no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e os fiéis se exprimem a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de comungar do Sacramento. Quanto ao próprio sinal de transmissão da paz, seja estabelecido pelas Conferências dos Bispos, de acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo*. Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.

- Fração do pão

83.O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o caso, pelo diácono ou um concelebrante.O gesto da fração realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só corpo ( 1Cor 10, 17). A fração se inicia terminada a transmissão da paz, e é realizada com a devida reverência, contudo, de modo que não se prolongue desnecessariamente nem seja considerada de excessiva importância. Este rito é reservado ao sacerdote e ao diácono.

O sacerdote faz a fração do pão e coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do Corpo e do Sangue do Senhor na obra da salvação, ou seja, do Corpo vivente e glorioso de Cristo Jesus. O grupo dos cantores ou o cantor ordinariamente canta ou, ao menos, diz em voz alta, a súplica Cordeiro de Deus, à qual o povo responde. A invocação acompanha a fração do pão; por isso, pode-se repetir quantas vezes for necessário até o final do rito. A última vez conclui-se com as palavras dai-nos a paz.

- Comunhão

84.O sacerdote prepara-se por uma oração em silêncio para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio.

A seguir, o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e convida-os ao banquete de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as palavras prescritas do Evangelho.

85.É muito recomendável que os fiéis, como também o próprio sacerdote deve fazer, recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos (cf. n. 283), para que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação no sacrifício celebrado atualmente 73.

86.Enquanto o sacerdote recebe o Sacramento, entoa-se o canto da comunhão que exprime, pela unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça mais a índole "comunitária" da procissão para receber a Eucaristia. O canto prolonga-se enquanto se ministra a Comunhão aos fiéis74.Havendo, porém, um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o canto da Comunhão.

 Haja o cuidado para que também os cantores possam comungar com facilidade.

87.Para o canto da comunhão pode-se tomar a antífona do Gradual romano, com ou sem o salmo, a antífona com o salmo do Gradual Simples ou outro canto adequado, aprovado pela Conferência dos Bispos.
O canto é executado só pelo grupo dos cantores ou pelo grupo dos cantores ou cantor com o povo.

Não havendo canto, a antífona proposta no Missal pode ser recitada pelos fiéis, por alguns dentre eles ou pelo leitor, ou então pelo próprio sacerdote, depois de ter comungado, antes de distribuir a Comunhão aos fiéis.

88.Terminada a distribuição da Comunhão, ser for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum tempo em silêncio. Se desejar, toda a assembléia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de louvor ou hino.

89.Para completar a oração do povo de Deus e encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a oração depois da Comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado.

 Na Missa se diz uma só oração depois da Comunhão, que termina com a conclusão mais breve, ou seja:

- se for dirigida ao Pai: Por Cristo, nosso Senhor;
- se for dirigida ao Pai, mas no fim se fizer menção do Filho: Que vive e reina para sempre;
- se for dirigida ao Filho: Que viveis e reinais para sempre.

 O povo pela aclamação Amém faz sua a oração.

 D)RITOS DE ENCERRAMENTO

90.Aos ritos de encerramento pertencem:

a) breves comunicações, se forem necessárias;

b) saudação e bênção do sacerdote, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra fórmula mais solene;

c) despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas obras, louvando e bendizendo a Deus;

d) o beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo sacerdote, o diácono e os outros ministros.

Fonte de pesquisa: Missal Romano

ESTRUTURA GERAL DA MISSA - parte II

III. AS PARTES DA MISSA A)RITOS INICIAIS

46.Os ritos que precedem a liturgia da palavra, isto é, entrada, saudação, ato penitencial, Kýrie, Glória e oração do dia, têm o caráter de exórdio, introdução e preparação. Sua finalidade é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia. Em certas celebrações que, de acordo com as normas dos livros litúrgicos se ligam com a Missa, omitem-se os ritos iniciais ou são realizados de um modo próprio. Entrada 

47.Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os ministros, começa o canto da entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros.

48.O canto é executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo grupo de cantores. Pode-se usar a antífona com seu salmo, do Gradual romano ou do Gradual simples, ou então outro canto condizente com a ação sagrada 55 e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência dos Bispos. Não havendo canto à entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, ou por alguns deles, ou pelo leitor; ou então, pelo próprio sacerdote, que também pode adaptá-la a modo de exortação inicial (cf. n. 31).

- Saudação ao altar e ao povo reunido 


49.Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam o altar com uma inclinação profunda. Em seguida, em sinal de veneração o sacerdote e o diácono beijam o altar; e o sacerdote, se for oportuno, incensa a cruz e o altar.

50.Executado o canto da entrada, o sacerdote, de pé junto à cadeira, junto com toda a assembléia faz o sinal da cruz; a seguir, pela saudação, expressa à comunidade reunida a presença do Senhor. Esta saudação e a resposta do povo exprimem o mistério da Igreja reunida. Feita a saudação do povo, o sacerdote, o diácono, ou um ministro leigo, pode com brevíssimas palavras introduzir os fiéis na Missa do dia.

- Ato penitencial 

51. Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencial, que após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a assembléia através de uma fórmula de confissão geral, e concluído pela absolvição do sacerdote, absolvição que, contudo, não possui a eficácia do sacramento da penitência. Aos domingos, particularmente, no tempo pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer, por vezes, a bênção e aspersão da água em recordação do batismo 56.

- Senhor, tende piedade

52.Depois do ato penitencial inicia-se sempre o Senhor, tende piedade, a não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores ou o cantor. Via de regra, cada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo, porém, um número maior de repetições por causa da índole das diversas línguas, da música ou das circunstâncias. Quando o Senhor é cantado como parte do ato penitencial, antepõe-se a cada aclamação uma "invocação"("tropo").

- Glória a Deus nas alturas 

53.O Glória, é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo cantor ou o grupo de cantores, é cantado por toda a assembléia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser recitado por todos juntos ou por dois coros dialogando entre si. É cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes.

- Oração do dia (coleta)

54.A seguir, o sacerdote convida o povo a rezar; todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar "coleta", pela qual se exprime a índole da celebração. Conforme antiga tradição da Igreja, a oração costuma ser dirigida a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo 57 e por uma conclusão trinitária, isto é com uma conclusão mais longa, do seguinte modo: - quando se dirige ao Pai: Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo; - quando se dirige ao Pai, mas no fim menciona o Filho: Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo; - quando se dirige ao Filho: Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo. O povo, unindo-se à súplica, faz sua a oração pela aclamação Amém. Na Missa sempre se diz uma única oração do dia.

B)LITURGIA DA PALAVRA

55.A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo 58, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis 59. Pelo silêncio e pelos cantos o povo se apropria dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.

- O silêncio 

56.A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na também breves momentos de silêncio, de acordo com a assembléia reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia 60.

- Leituras bíblicas

57.Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da palavra de Deus e abrem-se para eles os tesouros da Bíblia61. Por isso, é melhor conservar a disposição das leituras bíblicas pela qual se manifesta a unidade dos dois Testamentos e da história da salvação; nem é permitido trocar as leituras e o salmo responsorial, constituídos da palavra de Deus, por outros textos não bíblicos 62.

58.Na celebração da Missa com povo, as leituras são sempre proferidas do ambão.

59.Por tradição, o ofício de proferir as leituras não é função presidencial, mas ministerial. As leituras sejam pois proclamadas pelo leitor, o Evangelho seja anunciado pelo diácono ou, na sua ausência, por outro sacerdote. Na falta, porém, do diácono ou de outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leia o Evangelho; igualmente, na falta de outro leitor idôneo, o sacerdote celebrante proferirá também as demais leituras.

Depois de cada leitura, quem a leu profere a aclamação; por sua resposta, o povo reunido presta honra à palavra de Deus, acolhida com fé e de ânimo agradecido.

60.A leitura do Evangelho constitui o ponto alto da liturgia da palavra. A própria Liturgia ensina que se lhe deve manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras, de honra especial, tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela bênção ou oração; como por parte dos fiéis que pelas aclamações reconhecem e professam que o Cristo está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura; ou ainda pelos sinais de veneração prestados ao Evangeliário.

- Salmo responsorial

61.À primeira leitura segue-se o salmo responsorial, que é parte integrante da liturgia da palavra, oferecendo uma grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a meditação da palavra de Deus.

O Salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do lecionário.

De preferência, o salmo responsorial será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Assim, o salmista ou cantor do salmo, do ambão ou outro lugar adequado profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembléia escuta sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto é, sem refrão. Mas, para que o povo possa mais facilmente recitar o refrão salmódico, foram escolhidos alguns textos de refrões e de salmos para os diversos tempos do ano e as várias categorias de Santos, que poderão ser empregados em lugar do texto correspondente à leitura, sempre que o salmo é cantado. Se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da palavra de Deus.

Em lugar do salmo proposto no lecionário pode-se cantar também um responsório gradual do Gradual romano ou um salmo responsorial ou aleluiático do Gradual Simples, como se encontram nesses livros. 

- Aclamação antes da proclamação do Evangelho 

62.Após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de cantores ou cantor.

a) O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. O Versículo é tomado do lecionário ou do Gradual.

b) No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no lecionário. Pode-se cantar também um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual.

63.Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho:

a) no tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo aleluiático, ou um salmo e o Aleluia com seu versículo;

b) no tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo e o versículo antes do Evangelho ou somente o salmo;
c) O Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos quando não são cantados. 64.A seqüência que, exceto nos dias da Páscoa e de Pentecostes, é facultativa, é cantada antes do Aleluia. 

- Homilia

65.A homilia é uma parte da liturgia e vivamente recomendada63, sendo indispensável para nutrir a vida cristã. Convém que seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de outro texto do Ordinário ou do Próprio da Missa do dia, levando em conta tanto o mistério celebrado, como as necessidades particulares dos ouvintes 64.

66.A homilia, via de regra é proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou é por ele delegada a um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um leigo 65. Em casos especiais e por motivo razoável a homilia também pode ser feita pelo Bispo ou presbítero que participa da celebração sem que possa concelebrar.

Aos domingos e festas de preceito haja homilia, não podendo ser omitida a não ser por motivo grave, em todas as Missas celebradas com participação do povo; também é recomendada nos outros dias, sobretudo nos dias de semana do Avento, Quaresma e Tempo pascal, como ainda em outras festas e ocasiões em que o povo acorre à igreja em maior número 66. Após a homilia convém observar um breve tempo de silêncio. 

- Profissão de fé 

67.O símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo reunido a responder à palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando a regra da fé através de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucaristia.

68.O símbolo deve ser cantado ou recitado pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades; pode-se também dizer em celebrações especiais de caráter mais solene. Quando cantado, é entoado pelo sacerdote ou, se for oportuno, pelo cantor ou pelo grupo de cantores; é cantado por todo o povo junto, ou pelo povo alternando com o grupo de cantores. Se não for cantado, será recitado por todos juntos, ou por dois coros alternando entre si.

- Oração universal 

69.Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo responde de certo modo à palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos. Convém que normalmente se faça esta oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo
inteiro 67.

70.Normalmente serão estas as séries de intenções:

a) pelas necessidades da Igreja;

b) pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo;

c) pelos que sofrem qualquer dificuldade; d) pela comunidade local.

 No entanto, em alguma celebração especial, tal como Confirmação, Matrimônio, Exéquias, as intenções podem referir-se mais estreitamente àquelas circunstâncias.

71.Cabe ao sacerdote celebrante, de sua cadeira, dirigir a oração. Ele a introduz com breve exortação, convidando os fiéis a rezarem e depois a conclui.

As intenções propostas sejam sóbrias, compostas por sábia liberdade e breves palavras e expressem a oração de toda a comunidade. As intenções são proferidas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo 68.

Povo, de pé, exprime a sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja por uma oração em silêncio.

ESTRUTURA GERAL DA MISSA - parte I

 27. Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico 37. Por isso, a esta reunião local da santa Igreja aplica-se, de modo eminente, a promessa de Cristo:

"Onde dois ou três estão reunidos no meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18, 20). Pois, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz 38, Cristo está realmente presente tanto na assembléia reunida em seu nome, como na pessoa do ministro, na sua palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas 39.

28. A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber, a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto40. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis 41. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração.

II. OS DIVERSOS ELEMENTOS DA MISSA

-  Leitura e explanação da Palavra de Deus

 29. Quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja, o próprio Deus fala a seu povo, e Cristo, presente em sua palavra, anuncia o Evangelho. Por isso todos devem escutar com veneração as leituras da Palavra de Deus, elemento de máxima importância da Liturgia. Embora a palavra divina contida nas leituras da Sagrada Escritura se dirija a todos os homens de qualquer época, e seja entendida por eles, a sua mais plena compreensão e eficácia é aumentada pela exposição viva, isto é, a homilia, que é parte da ação litúrgica42.

- Orações e outras partes próprias do sacerdote

30. Entre as partes que competem ao sacerdote ocupa o primeiro lugar a Oração eucarística, cume de toda a celebração. A seguir, vêm as orações, isto é, a oração do dia (coleta), a oração sobre as oferendas e a oração depois da Comunhão. O sacerdote, presidindo a comunidade como representante de Cristo, dirige a Deus estas orações em nome de todo o povo santo e de todos os circunstantes43. É com razão, portanto, que são chamadas "orações presidenciais".

31. Da mesma forma cabe ao sacerdote, no desempenho da função de presidente da assembléia, proferir certas admoestações previstas no próprio rito. Quando estiver estabelecido pelas rubricas, o celebrante pode adaptá-las um pouco para que atendam à compreensão dos participantes; cuide, contudo, o sacerdote de manter sempre o sentido da exortação proposta no Missal e a expresse em poucas palavras. Cabe ao Sacerdote presidente também moderar a palavra de Deus e dar a bênção final. Pode, além, disso, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na missa do dia, após a saudação inicial e antes do ato penitencial, na liturgia da palavra, antes das leituras; na Oração eucarística, antes do Prefácio, nunca, porém, dentro da própria Oração; pode ainda encerrar toda a ação sagrada antes da despedida.

32. A natureza das partes "presidenciais" exige que sejam proferidas em voz alta e distinta e por todos atentamente escutadas44. Por isso, enquanto o sacerdote as profere, não haja outras orações nem cantos, e calem-se o órgão e qualquer outro instrumento.

33. Na verdade, o sacerdote, como presidente, reza em nome da Igreja e de toda a comunidade reunida e, por vezes, também somente em seu nome para cumprir o seu ministério com atenção e piedade. Estas orações, propostas antes da proclamação do Evangelho, na preparação das oferendas e antes e depois da Comunhão do sacerdote, são rezadas em silêncio.

 - Outras fórmulas que ocorrem na celebração

34. Sendo a celebração da Missa, por sua natureza, de índole "comunitária"45, assumem grande importância os diálogos entre o sacerdote e os fiéis reunidos, bem como as aclamações46, pois não constituem apenas sinais externos da celebração comum, mas promovem e realizam a comunhão entre o sacerdote e o povo.

 35. As aclamações e respostas dos fiéis às orações e saudações do sacerdote constituem o grau de participação ativa que os fiéis congregados, em qualquer forma de Missa, devem realizar, para que se promova e exprima claramente a ação de toda a comunidade47. 36. Outras partes, muito úteis para manifestar e fomentar a participação ativa dos fiéis e que competem a toda a assembléia convocada, são principalmente o ato penitencial, a profissão de fé, a oração universal e a oração do Senhor.

37. Por fim, dentre as outras fórmulas:

a) algumas constituem um rito ou ato independente, como o hino do Glória, o salmo responsorial, o Aleluia e o versículo antes do Evangelho, o Sanctus, a aclamação da anamnese e o canto depois da Comunhão;
b) algumas, porém, acompanham um rito, tais como o canto da entrada, das oferendas, da fração (Agnus Dei) e da Comunhão.

 - Maneiras de proferir os diversos textos

38. Nos textos que o sacerdote, o diácono, o leitor ou toda a assembléia devem proferir em voz alta e distinta, a voz corresponda ao gênero do próprio texto, conforme se trate de leitura, oração, exortação, aclamação ou canto; como também à forma de celebração e à solenidade da assembléia. Além disso, levem-se em conta a índole das diversas línguas e o gênio dos povos. Nas rubricas, portanto, e nas normas que se seguem, as palavras "dizer" ou "proferir" devem aplicar-se tanto ao canto como à recitação, observados os princípios acima propostos.

- Importância do canto

39. O Apóstolo aconselha os fiéis, que se reúnem em assembléia para aguardar a vinda do Senhor, a cantarem juntos salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Cl 3, 16), pois o canto constitui um sinal de alegria do coração (cf. At 2, 46). Por isso, dizia com razão Santo Agostinho: "Cantar é próprio de quem ama"48, e há um provérbio antigo que afirma: "Quem canta bem, reza duas vezes".

40. Portanto, dê-se grande valor ao uso do canto na celebração da Missa, tendo em vista a índole dos povos e as possibilidades de cada assembléia litúrgica. Ainda que não seja necessário cantar sempre todos os textos de per si destinados ao canto, por exemplo nas Missas dos dias de semana, deve-se zelar para que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações dos domingos e festas de preceito. Na escolha das partes que de fato são cantadas, deve-se dar preferência às mais importantes e sobretudo àquelas que o sacerdote, o diácono, o leitor cantam com respostas do povo; ou então àquelas que o sacerdote e o povo devem proferir simultaneamente49.

41. Em igualdade de condições, o canto gregoriano ocupa o primeiro lugar, como próprio da Liturgia romana. Outros gêneros de música sacra, especialmente a polifonia, não são absolutamente excluídos, contanto que se harmonizem com o espírito da ação litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis50. Uma vez que se realizam sempre mais freqüentemente reuniões internacionais de fiéis, convém que aprendam a cantar juntos em latim ao menos algumas partes do Ordinário da Missa, principalmente o símbolo da fé e a oração do Senhor, empregando-se melodias mais simples51.

- Gestos e posições do corpo

42. Os gestos e posições do corpo tanto do sacerdote, do diácono e dos ministros, como do povo devem contribuir para que toda a celebração resplandeça pelo decoro e nobre simplicidade, se compreenda a verdadeira e plena significação de suas diversas partes e se favoreça a participação de todos52. Deve-se, pois, atender às diretrizes desta Instrução geral e da prática tradicional do Rito romano e a tudo que possa contribuir para o bem comum espiritual do povo de Deus, de preferência ao próprio gosto ou arbítrio. A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar é sinal da unidade dos membros da comunidade cristã, reunidos para a sagrada Liturgia, pois exprime e estimula os pensamentos e os sentimentos dos participantes.

43. Os fiéis permaneçam de pé, do início do canto da entrada, ou enquanto o sacerdote se aproxima do altar, até a oração do dia inclusive; ao canto do Aleluia antes do Evangelho; durante a proclamação do Evangelho; durante a profissão de fé e a oração universal; e do convite Orai, irmãos antes da oração sobre as oferendas até o fim da Missa, exceto nas partes citadas em seguida.

Sentem-se durante as leituras antes do Evangelho e durante o salmo responsorial; durante a homilia e durante a preparação das oferendas; e, se for conveniente, enquanto se observa o silêncio sagrado após a Comunhão.

Ajoelhem-se, porém, durante da consagração, a não ser que, por motivo de saúde ou falta de espaço ou o grande número de presentes ou outras causas razoáveis não o permitam. Contudo, aqueles que não se ajoelham na consagração, façam inclinação profunda enquanto o sacerdote faz genuflexão após a consagração.

Compete, porém, à Conferência dos Bispos adaptar, segundo as normas do direito, à índole e às legitimas tradições dos povos, os gestos e posições do corpo descritos no Ordinário da Missa 53. Cuide-se, contudo, que correspondam ao sentido e à índole de cada parte da celebração. Onde for costume o povo permanecer de joelhos do fim da aclamação do Santo até ao final da Oração eucarística e antes da Comunhão quando o sacerdote diz Eis o Cordeiro de Deus, é louvável que ele seja mantido.

 Para se obter a uniformidade nos gestos e posições do corpo numa mesma celebração, obedeçam os fiéis aos avisos dados pelo diácono, por um ministro leigo ou pelo sacerdote, de acordo com o que vem estabelecido no Missal. 

44. Entre os gestos incluem-se também as ações e as procissões realizadas pelo sacerdote com o diácono e os ministros ao se aproximarem do altar; pelo diácono antes da proclamação do Evangelho ou ao levar o Livro dos evangelhos ao ambão; dos fiéis, ao levarem os dons e enquanto se aproximam da Comunhão. Convém que tais ações e procissões sejam realizadas com dignidade, enquanto se executam cantos apropriados, segundo as normas estabelecidas para cada uma.

- O silêncio

45. Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado 54. A sua natureza depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia, meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus no íntimo do coração.

Convém que já antes da própria celebração se conserve o silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os sagrados mistérios.

Fonte de pesquisa: Missal Romano

IMPORTÂNCIA E DIGNIDADE DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA - Missal Romano

16. A celebração da Missa, como ação de Cristo e do povo de Deus hierarquicamente ordenado, é o centro de toda a vida cristã tanto para a Igreja universal como local e também para cada um dos fiéis 22. Pois nela se encontra tanto o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, como o do culto que os homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus 23. Além disso, nela são de tal modo relembrados, no decorrer do ano, os mistérios da redenção, que eles se tornam de certo modo presentes 24. As demais ações sagradas e todas as atividades da vida cristã a ela estão ligadas, dela decorrendo ou a ela sendo ordenadas 25.

17. É por isso de máxima conveniência dispor a celebração da Missa ou Ceia do Senhor de tal forma que os ministros sagrados e os fiéis, participando cada um conforme sua condição, recebam mais plenamente aqueles frutos26 que o Cristo Senhor quis prodigalizar, ao instituir o sacrifício eucarístico de seu Corpo e Sangue, confiando-o à usa dileta esposa, a Igreja, como memorial de sua paixão e ressurreição 27.

18. Isto se conseguirá de modo adequado se, levando em conta a natureza e as circunstâncias de cada assembléia litúrgica, toda a celebração for disposta de tal modo que leve os fiéis à participação consciente, ativa e plena do corpo e do espírito, animada pelo fervor da fé, da esperança e da caridade. Esta é a participação ardentemente desejada pela Igreja e exigida pela própria natureza da celebração; ela constitui um direito e um dever do povo cristão em virtude do seu batismo 28.

19.Embora às vezes não se possa contar com a presença dos fiéis e sua participação ativa, que manifestam mais claramente a natureza eclesial da celebração 29, a celebração eucarística conserva sempre sua eficácia e dignidade, uma vez que é ação de Cristo e da Igreja, na qual o sacerdote cumpre seu múnus principal e age sempre pela salvação do povo. Por isso, recomenda-se que ele, na medida do possível, celebre mesmo diariamente o sacrifício eucarístico 30.

20. Realizando-se a celebração da Eucaristia, como também toda a Liturgia, por meio de sinais sensíveis que alimentam, fortalecem e exprimem a fé31, deve-se escolher e dispor com o maior cuidado as formas e elementos propostos pela Igreja que, em vista das circunstâncias de pessoas e lugres, promovam mais intensamente a participação ativa e plena dos fiéis, e que melhor respondam às suas necessidades espirituais.

21. A presente Instrução, portanto, visa apresentar as linhas gerais segundo as quais se deve ordenar a celebração da Eucaristia, bem como expor as regras para cada forma particular de celebração 32.

22. De máxima importância é a celebração da Eucaristia na Igreja particular. O Bispo diocesano, o principal dispenseiro dos mistérios de Deus na Igreja particular a ele confiada, é o moderador, o promotor e guarda de toda a vida litúrgica 33. Nas celebrações que se realizam sob a sua presidência, sobretudo na celebração eucarística realizada por ele, com a participação do presbitério, dos diáconos e do povo, manifesta-se o mistério da Igreja. Por isso, tais celebrações da Missa devem ser tidas como modelares para toda a diocese. É, pois, seu dever esforçar-se para que os presbíteros, os diáconos e os féis cristãos leigos compreendam sempre mais profundamente o sentido autêntico dos ritos e dos textos litúrgicos e assim sejam levados a uma celebração ativa e frutuosa da Eucaristia. Com a mesma finalidade cuide que cresça sempre a dignidade das próprias celebrações, para cuja promoção muito contribui a beleza do espaço sagrado, da música e da arte.

23. Além disso, para que a celebração atenda mais plenamente às normas e ao espírito da sagrada Liturgia e aumente sua eficácia pastoral, apresentam-se neste Instrução Geral e no Ordinário da Missa alguns ajustes e adaptações.

24. Estas adaptações, na maioria, consistem na escolha de alguns ritos ou textos, ou seja, de cantos, leituras, orações, munições e gestos mais correspondentes às necessidades, preparação e índole dos participantes, atribuídas ao sacerdote celebrante. Contudo o sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa 34.

25. Além disso, no Missal são indicadas, no devido lugar, certas adaptações que, conforme a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, competem respectivamente ao Bispo diocesano ou à Conferência dos Bispos 35. (cf. infra, n. 387, 388-293).

26. No que se refere, porém, às diversidades e adaptações mais profundas, que atendam às tradições e à índole dos povos e regiões, a serem por utilidade ou necessidade introduzidas à luz do art. 40 da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, observe-se o que se expõe na Instrução "De Liturgia Romana et inculturatione"36 que vem exposto (n. 395-399) mais adiante.

Postado por F.I.C extraído do Missal Romano

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