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21 de novembro de 2015

Imprensa italiana publica suposta data da canonização de Madre Teresa, Vaticano responde



O jornal Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana informou ontem que a Beata Madre Teresa de Calcutá seria declarada Santa em setembro de 2016, durante o Ano Santo da Misericórdia.

Avvenire assinalou em sua edição de ontem que “a agência de notícias Agi, inicialmente tinha informado a data (da canonização) para o dia 5 de setembro, mas parece mais provável que a cerimônia aconteça no domingo 4 de setembro”.

Em declarações ao Grupo ACI, ontem, o Subdiretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Ciro Benedettini, explicou que “estão estudando um projeto” sobre a futura canonização da Madre Teresa.

Embora não tenha confirmado a data que assinala a mídia italiana, Pe. Benedettini indicou que é necessário que a causa conclua e que o Papa aprove a canonização da querida religiosa de origem albanesa.

Deste modo, Pe. Benedettini afirmou que não pode confirmar se, como indicam alguns meios italianos, os cardeais se reunirão em dezembro para falar a respeito deste tema.

Os rumores da canonização da Beata albanesa começaram após a publicação do calendário oficial para o Jubileu da Misericórdia. Este Ano Jubilar começará no dia 8 de dezembro de 2015, Solenidade da Imaculada Conceição, e terminará no dia 20 de novembro de 2016, Solenidade de Cristo Rei do Universo.

Conforme o calendário publicado pela Santa Sé, no domingo 4 de setembro de 2016, será celebrada uma jornada intitulada “Jubileu dos voluntários e operadores da misericórdia”, em memória da Beata Madre Teresa, cuja festa se celebra no dia seguinte, 5 de setembro.

No último 5 de maio, durante a apresentação oficial do Jubileu da Misericórdia, Dom Rino Fisichella, principal responsável pelo evento e Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, afirmou: “Atualmente, quem poderia ser mais reconhecida do que a Madre Teresa como aquela que viveu as obras de misericórdia? Quem seria mais capaz do que ela de sustentar o compromisso de milhões de pessoas, homens, mulheres, jovens que nas diversas formas de voluntariado que expressam a misericórdia da Igreja?”.

“Quantas associações vivem esta missão? Por que não o 4 de setembro como uma oportunidade de encontro entre eles? Não vejo a dificuldade de que isso aconteça”, disse naquela ocasião.

Durante mais de 45 anos, Madre Teresa atendeu os pobres, doentes, órfãos e moribundos da Índia. Ao mesmo tempo, ela impulsava o crescimento da sua congregação, as Missionárias da Caridade. Morreu em 1997, aos 87 anos de idade, em Calcutá, na Índia.

O milagre que requeria sua beatificação aconteceu em 1998, quando Mônica Besra, uma mulher que tinha um tumor maligno no abdômen ficou curada de maneira inexplicável. Esta mãe de cinco filhos, relatou que foi acolhida em Roma pelas Missionárias da Caridade depois de terem sido suspensos todos os cuidados médicos.

No dia 19 de outubro de 2003, o Papa São João Paulo II, grande amigo da religiosa, a beatificou na Praça de São Pedro no Vaticano.




Jihadistas se apresentam como “alternativa” ´para uma Europa sem alma nem identidade cristã



Após os recentes atentados terroristas de Paris, o Bispo de San Sebastián (Espanha), Dom José Ignacio Munilla, explicou que diante de uma Europa sem alma cristã e de um Ocidente sem identidade espiritual alguma, os terroristas do Estado Islâmico se apresentam como uma espécie de “alternativa”.

O Prelado disse que “os jihadistas se deparam com uma Europa que perdeu sua alma cristã”. “Eles se apresentam como uma alternativa ante um Ocidente que tem seus dias contados, com uma debilidade muito grande em sua identidade. Corremos o risco de ser fagocitados”.

Dom Munilla assegurou que a invasão dos Estados Unidos ao Iraque e o apoio da Espanha “serviu que caldo de cultivo de um fundamentalismo islâmico que antes não existia” pois não contaram com o fator religioso e que, portanto, Estados Unidos ficou “sem autoridade moral” para intervir agora.

Em sua reflexão durante um programa de rádio, o Prelado insistiu que os cristãos devem ter “um plus” de generosidade, o que não significa deixar “nossas obrigações para que o jihadismo não venha a se aproveitar disso”.

O Bispo recordou também as palavras do Cardeal espanhol Antonio Cañizares que foram duramente criticadas, nas quais perguntava se “todo trigo era limpo” entre os refugiados que entram na Europa.

Nesse sentido, o Prelado apontou que se trata de uma consideração que não é nova já que o Arcebispo de Mosul já enviou meses atrás uma advertência sobre a infiltração de terroristas na Europa em meio aos refugiados que buscam recomeçar sua vida no velho continente.

Ademais, o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, também alertou de que os serviços de inteligência temiam que os jihadistas se camuflassem entre os refugiados.

O próprio Papa Francisco reconheceu em uma entrevista que pode haver um perigo de infiltração entre os refugiados, mas animou a acolhê-los “tal qual eles chegam”.



Igreja celebra hoje a Apresentação de Nossa Senhora no Templo

Neste dia 21 de novembro, a Igreja celebra a Apresentação de Nossa Senhora no Templo e por isso também realiza a “Jornada Pro Orantibus”, dia em que os fiéis são convidados a dar graças ao Senhor por aqueles e aquelas que entregam sua vida a Deus nos conventos de clausura.

Segundo a tradição, a menina Maria foi levada a Templo por seus pais para que integrasse o grupo de donzelas que ali eram consagradas a Deus e instruídas na piedade.

Segundo o “Proto-Evangelho de São Tiago”, uma fonte cristã que não está incluída no Canon da Bíblia, a Virgem foi recebida pelo sacerdote, que a abençoou e exclamou: “O Senhor engrandeceu seu nome por todas as gerações, pois ao fim dos tempos manifestará em ti sua redenção aos filhos do Israel”.

No século VI já se celebrava esta Festa no Oriente. Em 1372, o Papa Gregório XI a introduziu no Aviñón e, posteriormente, o Papa Sixto V a estendeu a toda a Igreja.

Nesta data também se recorda a Dedicação da Igreja da Santa Maria Nova, no ano 543, que foi edificada perto do Templo de Jerusalém.

Na Liturgia das Horas, lê-se:

“Neste dia da solene consagração da igreja de Santa Maria Nova, construída junto ao templo de Jerusalém, celebramos com os cristãos do Oriente aquela consagração que Maria fez a Deus de si mesma desde a infância, movida pelo Espírito Santo, de cuja graça ficara plena na sua imaculada conceição”.

Em 21 de novembro de 1953, o Papa Pio XII instituiu este dia como a “Jornada Pro Orantibus”, em honra às comunidades religiosas de clausura.

Na Audiência Geral da última quarta-feira, 18, o Papa Francisco recordou esta data e pediu “que não falte a nossa proximidade espiritual e material para que as comunidades de clausura possam realizar sua importante missão, na oração e no silêncio operoso”.



Estados Unidos pede que seus cidadãos evitem visitar o Vaticano devido a um possível ataque



A Embaixada dos Estados Unidos em Roma (Itália) emitiu um boletim alertando seus cidadãos sobre possíveis ataques terroristas, advertindo que um dos possíveis alvos seria a Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano.

Em seu comunicado de 18 de novembro, a embaixada americana assinalou que identificaram alguns lugares “como potenciais alvos de ataques terroristas em Roma e Milão”.

Além da Basílica de São Pedro, na alerta figuram o Duomo (a Catedral) e o Teatro La Scala de Milão.

As autoridades americanas advertiram ainda que “lugares gerais tais como igrejas, sinagogas, restaurantes, teatros e hotéis em ambas as cidades são possíveis alvos também”.

“Os grupos terroristas poderiam utilizar métodos similares aos usados nos recentes ataques de Paris (França)”, assinalou a embaixada dos Estados Unidos na Itália.

As autoridades italianas, informou o comunicado, já estão cientes destas ameaças.

A embaixada americana pediu ainda que os cidadãos permaneçam atentos ao seu entorno e à informação local e toma-los em conta durante suas atividades e planos de viagem.

Depois dos ataques reivindicados pelo Estado Islâmico em Paris na sexta-feira passada, a Itália elevou seu alerta de segurança ao nível 2, o maior possível sem um ataque direto no país. A segurança na Cidade do Vaticano também foi reforçada.

Entrevistado no dia 15 de novembro pelo jornal francês La Croix, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de estado do Vaticano, assegurou que o Vaticano não se deixará “paralisar pelo medo” depois das ameaças de terroristas e que a agenda do Papa permanece a mesma.

“O que ocorreu na França ilustra, de uma forma mais contundente, que ninguém pode considerar que está livre do terrorismo”, disse o Cardeal, e assinalou que efetivamente “o Vaticano pode ser um alvo devido ao seu significado religioso”.



Vaticano detalha como será a viagem do Papa Francisco a uma zona de conflito na África



O Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, explicou ontem pela manhã em conferência de imprensa os detalhes da viagem que o Papa Francisco realizará à África do 25 aos 30 de novembro, no qual está incluída a República Centro-africana, um país devastado pela guerra.

Dias atrás, as forças armadas da França alertaram o Vaticano sobre o “alto risco” da visita do Papa à República Centro-africana e a imprensa francesa informou que a administração Hollande procura convencer a Santa Sede a encurtar ou anular a visita a essa nação.

Falando sobre este tema, o subdiretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Ciro Benedettini, assinalou em 12 de novembro que “esta é uma decisão que deve tomar o Papa. Ao menos, até ontem e anteontem, nossa linha era que se não houver nada, (o Santo Padre) irá” à República Centroafricana.

Na coletiva de imprensa, ao ser perguntado sobre a segurança do Santo Padre, Pe. Lombardi disse que “não há situações específicas. As autoridades do Vaticano estão trabalhando com as locais. Sabemos que na República Centro-africana há tropas da ONU e da França. O Papa não está particularmente preocupado por sua própria segurança, está mais preocupado pela dos outros”.

O sacerdote disse também que não há problema com o toque de silêncio vigente no país e disse que “se houver um evento (durante a visita do Papa) é porque tudo para que se realize já está previsto”.

Em sua primeira viagem à África, disse o Pe. Lombardi, “o Papa é quem decide ir à República Centro-africana e o programa segue assim. Todos nos orientamos desse modo e o estado atual é que iremos”.

Reconhecendo algumas limitações do país como a possibilidade de que não haja conexão à Internet ou que os meios de comunicação provavelmente se reduzam ao telefone, o sacerdote jesuíta disse a própria equipe do Vaticano o está tomando como uma aventura.

Depois de assinalar que não tem informação sobre o fato de que ordenou-se que o Papa utilize um colete a prova de balas, o porta-voz afirmou que o Pontífice “se transladará sempre em um papamóvel aberto”. O diretor da Sala de Imprensa do Vaticano disse que está atento aos fatos que estão se desenvolvendo após os atentados de Paris no dia 13 de novembro, e que o discurso e o trato do Papa para com os muçulmanos não mudará em nada.

O sacerdote disse ainda que “não vejo que modifique a mensagem de sempre, do diálogo nem o empenho comum da paz, de construir pontes, de formar uma sociedade comum para participar juntos, no respeito pelas pessoas e o respeito a outros”.

“O Papa o disse, não se pode usar o nome de Deus em nome da violência porque isso é uma blasfêmia. Não muda a mensagem mas pode mudar a percepção e a intensidade com o que se vive”, acrescentou.

Sobre o idioma que usará o Pontífice, o Pe. Lombardi detalhou que será a primeira vez em seu pontificado que o Papa pronunciará um discurso em francês. Os demais discursos breves serão em italiano com interpretação simultânea.

O Santo Padre visitará um campo de refugiados onde estão 200 mil pessoas. Ali escutará o testemunho de uma mulher.

O Pontífice terá ainda um encontro inter-religioso e na Catedral do Bangui, como ele mesmo disse há uns dias, abrirá a Porta Santa no dia 29 de novembro por ocasião do Ano da Misericórdia que começa oficialmente em Roma em 8 de dezembro.

Na República Centro-africana os franceses têm um contingente de 900 soldados da chamada operação Sangaris que vigiam o aeroporto de Bangui, enquanto que a segurança de todo o país está em mãos da missão Minusca da ONU, integrada por 9.000 soldados e 1.500 policiais, que não são suficientes para manter a paz entre o grupo radical muçulmano Seleka e o Anti-Balaka, este último formado por cristãos e animistas.

Quênia

No Quênia o Papa Francisco pronunciará um de seus discursos em espanhol. Nesse país, precisamente na capital Nairobi, o Santo Padre visitará uma das zonas mais pobres do lugar, onde vivem 700 mil pessoas.

Nessa localidade está a Paróquia São José Operário cuidada pelos jesuítas, onde há muita atividade social e no campo da saúde, incluído um centro de ajuda para pessoas com AIDS.

O Papa se reunirá com duas mil pessoas desta região do Nairobi e espera-se que participem aqueles que impulsionam o trabalho e a reafirmação da dignidade da pessoa.

No encontro com os jovens, que deve reunir entre 60 e 70 mil pessoas, o Papa confrontará a dura realidade das jovens gerações quenianas que em abril deste ano ficaram impactadas com o massacre na Universidade de Garissa, onde terroristas muçulmanos assassinaram a 140 estudantes cristãos na quinta-feira Santa.

Uganda

Em Uganda o Papa visitará um santuário dedicado a um grupo de mártires e se espera que esse dia haja uma multidão de 200 mil pessoas acompanhando o Pontífice.

Para o encontro com os jovens espera-se 100 mil pessoas. Entre os testemunhos haverá o de um jovem que foi sequestrado e torturado; e é possível que um jovem portador do vírus de HIV também dê seu testemunho.

Em Uganda, onde as 278 instituições da Igreja realizam um grande trabalho na área da saúde, o Papa Francisco visitará uma obra de caridade onde os primeiros missionários iniciaram a evangelização deste país africano.







Parisinos lotam as igrejas da capital para rezar após atentados terroristas


Na semana seguinte aos trágicos atentados que afetaram Paris no dia 13 de novembro, milhares de fiéis lotam as Igrejas Católicas que abriram suas portas a fim de acolhê-los e rezar com eles nestes momentos de dor.

Na entrada dos templos, colocaram cartazes com a frase “Pray for Paris” (Oremos por Paris) e pequenos banners com mensagens de ajuda.

Uma das Igrejas que se somou a esta iniciativa foi a Paróquia de Saint-Denys du Saint Sacrament, localizada perto do teatro Bataclan, onde foram assassinadas mais de 100 pessoas.

O Pároco Roger Tardy e seu vigário, Pe. Maxime Deurbergue, abriram o templo e receberam durante boa parte do fim de semana todos os que queriam conversar. Assim como um grupo de seminaristas de primeiro e segundo ano que acolhe a paróquia.

Pe. Tardy narrou que, inclusive, muitos dos visitantes se consolavam com um simples gesto de acender uma vela. “Este gesto é uma prece natural para aqueles que não sabem como rezar”, disse o Pároco à Famille Chrétienne.

Durante o último fim de semana, os transeuntes se uniram aos paroquianos e entravam no templo para acender uma vela ou escreviam algumas intenções de oração e mensagens de esperança no livro colocado na entrada da Igreja.

Em uma cadeira também havia duas folhas com uma oração à Virgem Maria.

Para a Missa do sábado, 14, ao meio-dia, a Igreja esteve lotada. No dia seguinte, aconteceu a mesma coisa. Por isso, na homilia do último domingo, Pe. Tardy questionou: “O que devemos dizer? De que devemos ser testemunhas? ”

“Em nossa carne está o selo da presença de Deus. Agradeçamos-lhes, pois estamos em suas mãos. Umas mãos que foram crucificadas e que ressuscitaram”, expressou.

Em relação ao desejo de vingança que poderiam sentir algumas pessoas, o sacerdote pediu levantar-se e permanecer de pé manifestando a presença de Deus e sua esperança no meio do luto. Acrescentou que o melhor remédio para “aqueles que servem os seus próprios interesses é imaginar que estão servindo a Deus. Sem caridade não somos nada”, concluiu.

Quadro de Santa Rita permanece intacto à avalanche de lama em Mariana (MG)



Em meio ao mar de lama que causou destruição em Mariana (MG), no dia 5 de novembro, após o rompimento de duas barragens de rejeitos, um quadro de Santa Rita de Cássia reforça a fé dos moradores, que lutam para retomar suas vidas, no distrito de Paracatu de Baixo. O objeto permaneceu pendurado em uma parede cortada por rachaduras e um pouco acima da marca do lamaçal. A casa em que estava foi quase toda destruída.

Segundo o jornal Estado de Minas, Paracatu de Baixo foi o segundo distrito mais devastado pelo rompimento das barragens de Fundão e Santarém, da empresa Samarco. Mas, o quadro de Santa Rita de Cássia, a padroeira das causas impossíveis, que permaneceu intacto, tem renovado o ânimo dos moradores.

A imagem fica na casa do irmão do lavrador Raimundo Gonçalves, de 48 anos. De acordo com o jornal, a casa quase foi abaixo, o telhado ficou dependurado, as paredes trincadas e a lama chegou à altura do queixo.

Mesmo diante desse cenário, o quadro da santa permaneceu onde estava, apenas um centímetro acima da altura em que a lama chegou.

“É impressionante como só sobrou o quadro. É uma mensagem de Deus de que nossa fé não foi destruída pela lama”, disse Raimundo ao Estado de Minas.

Conforme indicou a publicação, o distrito de Paracatu de Baixo é uma das áreas atingidas pelo desastre onde os próprios moradores, agora desabrigados, se mobilizaram para resgatar juntos documentos, móveis, lembranças familiares. Trata-se de uma região onde a população partilha não só essa unidade, mas também a fé. Neste distrito é comum encontrar em cada casa um altar dedicado a um santo.

Em Missa pelas vítimas da tragédia, no dia 11 de novembro, o Arcebispo de Mariana recordou o caso de uma moradora da região atingida. “Encontrei uma senhora que se aproximou de mim e disse: 'Perdi tudo, só não perdi a fé'. Então, me lembrei da passagem da carta de São Paulo aos Romanos: ‘Nada pode nos separar do amor de Cristo’”, lembrou.

O desastre causado pelas duas barragens da Samarco teve início no dia 5, quando uma grande onda de lama varreu o distrito de Bento Rodrigues e causou destruição a outros distritos da região central de Minas Gerais. Até hoje, ainda havia 12 pessoas desaparecidas. Quatro corpos ainda aguardam identificação e outros sete já foram identificados.

A lama atingiu o Rio Doce, causando danos a outras cidades mineiras e também do estado do Espírito Santo. Provocou a morte de peixes e prejudicou o abastecimento de água em vários municípios banhados pelo rio.

Nesta quarta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, classificou o caso como “a maior catástrofe do país” e afirmou que a revitalização do Rio Doce vai levar no mínimo dez anos. Ela reconheceu a vida animal deste rio “foi perdida” e que será preciso “fazer um estudo das espécies” para a recuperação. Além disso, citou que será necessário recuperar as nascentes, “que são estruturantes para a manutenção da qualidade ambiental na bacia”.

Neste primeiro momento, a ministra disse que estão sendo feitas “ações emergenciais”, como conter a lama, atender os desabrigados e identificar as vítimas.

Em todo o Brasil, vários municípios, Dioceses e instituições estão promovendo campanhas para arrecadar água e outras doações para os afetados pela tragédia.



Sobrevivente do ataque a Paris: Com uma arma na cabeça me perguntaram se acreditava em Deus


David Fritz é um dos sobreviventes do massacre produzido pelo Estado Islâmico em Paris (França). Encontrava-se dentro do teatro Bataclan quando os terroristas desataram a violência, e esteve perto de ser executado.
Um terrorista colocou uma arma na sua cabeça e não hesitou em perguntar se ele acreditava ou não em Deus.

A noite de 13 de novembro, sete terroristas atacaram distintos pontos da capital francesa com disparos e bombas suicidas. O ataque, reivindicado pelo Estado Islâmico, acabou com as vidas de 139 pessoas deixando outras várias feridas.

David, de 24 anos, é de nacionalidade chilena mas vive na França há muito tempo. Assim como os mais de mil e quinhentos jovens e adultos presentes no teatro Bataclan naquela noite, ele foi ver a banda de rock americano Eagles of Death Metal.

Os terroristas ingressaram no edifício disparando, e mantiveram alguns dos presentes como reféns durante um certo tempo.

Em declarações ao site Web Emol, a Sra. Ximena Goettinger, mãe de David, assinalou que seu filho “esteve em um lugar onde estavam dois terroristas e oito reféns”.

“Puseram uma metralhadora (AK-47) na cabeça e perguntaram se ele acreditava em Deus e meu filho disse que sim. Perguntaram-lhe se era francês e ele disse que era chileno”, assinalou.

David assegurou ao noticiário chileno 24 horas que os terroristas “só não me mataram porque não tiveram tempo”.

“Vi gente no chão e vi que havia gente morta", recordou, e reiterou que “eles não pensavam me deixar vivo, não tiveram tempo de me matar porque a polícia chegou”.
Que belo testemunho de amor e fé, Não renegou à Deus, mesmo estando em estado de risco de morte, e pensar que algumas pessoas renegam por tão pouco!



Rafael Freitas, o menino que queria ser Papa,retornou à casa do Pai


O menino Rafael de Freitas, de 3 anos, que conquistou muitas pessoas com seu desejo de ser Papa, faleceu na noite de sábado, 14, vítima de neuroblastoma, um tipo de câncer que atinge o sistema nervoso e é desenvolvido principalmente em crianças.

“Vós me ensinais vosso caminho para VIDA; junto a vós, FELICIDADE sem limites, delicia eterna e Alegria ao vosso lado. (Sl 15)”, postou o pai do pequeno Rafa, Randersson Freitas, em seu Facebook, como uma homenagem ao filho.

Rafael Freitas conquistou o Brasil com um vídeo que viralizou nas redes sociais, no qual ele aparece “celebrando a Missa”. Esta, aliás, era a brincadeira preferida do menino, que ao ver o Papa Francisco pela televisão, durante a Jornada Mundial da Juventude, disse que queria ser Papa.

A criança fazia tratamento no Hospital de Câncer Infantojuvenil de Barretos (SP), onde convidava todos a participarem da “Missa” que ele celebrava.

Segundo informou a Diocese de Barretos, Rafael estava em sua cidade natal, Conceição das Pedras (MG), em um período de pausa do tratamento. “Lá, depois de ver sua família e passar algumas semanas em casa, precisou ser internado em uma cidade vizinha e sedado faleceu por volta das 20h10 da noite de sábado 14/11”.

“Vocês não terão o meu ódio", diz esposo que perdeu esposa em atentado de Paris!


Sua esposa morreu nos atentados em Paris e ele desafiou o Estado Islâmico com seu testemunho!

“Vocês não terão o meu ódio”. Assim começa a poderosa mensagem que Antonine Leiris dirigiu aos terroristas do Estado Islâmico (ISIS), que assassinaram a sua esposa nos atentados de Paris na última sexta-feira.

Leiris escreveu no seu perfil do Facebook uma mensagem em honra a sua esposa Helene Muyal-Leiris depois de reconhecer seu corpo. Helene tinha 35 anos de idade.

Em sua publicação, a qual foi compartilhada mais de 110 mil vezes, também promete que não permitirá que seu pequeno filho, de apenas 17 meses de idade, cresça com temor nem ódio do ISIS. Os atentados de Paris causaram aproximadamente 129 mortes.

Esta é a tradução do post original:

“Vocês não terão o meu ódio
diz
Na noite de sexta-feira, vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas vocês não terão o meu ódio. Eu não sei quem são e não quero saber, são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido uma ferida no seu coração.

Por isso, eu não vos darei o prêmio de vos odiar. Vocês o procuraram, mas responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que vos fez ser quem são. Querem que eu tenha medo, que olhe para os meus concidadãos com um olhar desconfiado, que eu sacrifique a minha liberdade pela segurança. Perderam. Seguimos da mesma maneira.

Eu a vi nesta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela há mais de doze anos. Claro que estou devastado pela dor, concedo-vos esta pequena vitória, mas será de curta duração. Eu sei que ela vai nos acompanhar a cada dia e que vamos nos reencontrar no país das almas livres ao qual nunca terão acesso.

Nós somos dois, eu e o meu filho, mas somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo para vos dar, eu quero juntar-me a Melvil que acorda da sua sesta. Ele só tem 17 meses, vai comer como todos os dias, depois vamos brincar como fazemos todos os dias e, durante toda a sua vida, este rapaz vai fazer-vos a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca terão o seu ódio”.


Polêmica na Itália por exposição blasfema de um crucifixo submerso em urina


A obra blasfema “Piss Cristo” (Urina Cristo), do autor americano Andrés Serrano, despertou grande polêmica na Itália ao anunciar sua exposição na Bienal Internacional de Fotografia Photolux, na cidade de Lucca. Depois de mais de 30 mil assinaturas e críticas de diversos setores políticos, os organizadores decidiram retirar a controvertida obra.

O trabalho de Serrano consiste em uma fotografia na qual se observa um pequeno crucifixo submerso em um recipiente com a urina do autor.

A exposição Photolux, patrocinada pelo Ministério de Bens Culturais da Itália e programada para ser inaugurada no dia 21 de novembro, pretendia incluir a fotografia de Serrano no marco do tema deste ano: “Sacro e profano”.

Fabio Rampelli, deputado italiano pelo partido ‘Fratelli d'Itália-Aliança Nacional’, qualificou a exposição de “abominável”, e lamentou que o Ministério de Bens Culturais da Itália fosse patrocinar “uma ofensa ao sentimento religioso dos italianos”.

“Estamos em um estado laico, mas o sentimento religioso não pode ser objeto de ofensa”, assinalou Rampelli.

Por sua parte, o jornalista italiano Mario Adinolfi criticou que ao mesmo tempo que se admite mostras blasfemas como esta, em uma escola de Florência recentemente autoridades proibiram que um grupo de crianças realizasse uma mostra que viria a ser chamada “Beleza divina”. A proibição deveu-se ao fato que a mesma “perturbaria os não católicos”.

A ação contra a fotografia de Serrano foi liderada pela plataforma CitizenGO que reuniu mais de 32 mil assinaturas pedindo a retirada do patrocínio do ministério ao evento com a exposição blasfema.

Embora tenha expresso relutância, o presidente e diretor artístico da Photolux, Enrico Stefanelli, anunciou neste 15 de novembro em um comunicado que a obra blasfema “Piss Cristo” não formaria parte da exposição, pois é “consciente de que esta fotografia toca muito fortemente os sentimentos de muitas pessoas e de muitos cristãos”.



8 de outubro de 2015

Refletindo Evangelho do dia: Evangelho São Lucas 11,5-13



Pedi e recebereis.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 

E Jesus acrescentou: 
'Se um de vós tiver um amigo 
e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: 
'Amigo, empresta-me três pães, 
porque um amigo meu chegou de viagem 
e nada tenho para lhe oferecer', 
e se o outro responder lá de dentro: 
'Não me incomoda! Já tranquei a porta, 
e meus filhos e eu já estamos deitados; 
não me posso levantar para te dar os pães'; 
eu vos declaro: 
mesmo que o outro não se levante 
para dá-los porque é seu amigo, 
vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele 
e lhe dará quanto for necessário. 
Portanto, eu vos digo: 
pedi e recebereis; procurai e encontrareis; 
batei e vos será aberto. 
Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; 
e, para quem bate, se abrirá. 
Será que algum de vós que é pai, 
se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 
Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 
Ora, se vós que sois maus, 
sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, 
quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo 
aos que o pedirem! 
Palavra da Salvação.

Reflexão

A oração é uma busca constante de viver na presença de Deus e procurar estar em diálogo com ele para que ele nos ajude em nossas necessidades, mas devemos nos lembrar das palavras de são Tiago: pedis sim, mas pedis mal, pois não sabeis o que pedir. Muitas vezes pedimos, e pedimos muito, mas não pedimos o que deveríamos, nossos pedidos são mesquinhos, materialistas e visam simplesmente a satisfação de interesses pessoais e imediatos, não sabemos pedir os verdadeiros valores, que são eternos, não pedimos a salvação, o perdão dos pecados nossos e dos outros, não pedimos pela ação evangelizadora da Igreja, pela superação das injustiças que causam guerras e tantos sofrimentos, mas principalmente, não pedimos a ação do Espírito Santo em nossas vidas.


Por que os padres não se casam?


O Ocidente assiste a uma cada vez maior escassez de sacerdotes, assim como o abandono do ministério por parte dos sacerdotes que se casam – isso sem falar dos escândalos. Não seria conveniente que a Igreja abandonasse a obrigação do celibato?

O celibato está intimamente conectado à essência do sacerdócio como participação na vida de Cristo, em sua identidade e missão. É uma norma disciplinar – e não um dogma de fé – em uso na Igreja de rito latino, fonte de dons espirituais incomensuráveis, como demonstram as vidas de muitos santos.

Na Igreja dos primeiros séculos, o celibato foi acolhido para seguir o exemplo dos Apóstolos, não somente como uma disciplina, mas sobretudo como um dom carismático.

Até hoje, os ministros ordenados pela Igreja Católica de rito latino, com exceção dos diáconos permanentes, devem ser celibatários. Esta norma disciplinar – suscetível, portanto, a modificações no sentido de permitir a ordenação presbiteral de homens casados – foi imposta a partir do Concílio de Trento (1545-1563), ainda que tenha seguido um caminho de discernimento cujas raízes se remontam ao surgimento da Igreja. Nos primeiros séculos, muitos ministros consagrados eram casados, mas foram doutrinados na prática da continência, algo que vem da tradição apostólica e que era recomendado pelos Padres da Igreja, assim como por São Paulo, que afirmava que a continência favorece a doação a Deus na oração (1 Cor 7,5).

Os Apóstolos, para adaptar-se melhor ao exemplo de Jesus, decidiram, de fato, deixar suas mulheres e filhos para viver de uma maneira fraterna e celibatária, ou pelo menos continente, no caso de que já fossem casados, como Pedro. Cristo, que já era “sinal de contradição” (Lc 2,34) para os judeus de então – para quem o celibato era uma condição humilhante (Jz 11, 37) –, escolheu tornar-se “eunuco pelo Reino dos céus” (Mt 19, 12), a fim de dedicar todas as suas energias ao anúncio do Reino de Deus, livre de qualquer vínculo familiar. E, assim, viveu no celibato e na continência perpétua, sem gerar filhos, permitindo às mulheres, no entanto – ao contrário dos rabinos da época –, que o seguissem e escutassem a sua palavra, compartilhando com Ele uma amizade autêntica e madura.

Seguindo os passos desta concepção da Igreja apostólica, a prescrição de estar casados “com uma só mulher” para os candidatos ao episcopado, ao diaconado (1 Tm3,2; 1Tm 3,12) e ao presbiterado (Tt 1,6), segundo a explicação dada pelo Papa São Sirício (384-399) nos decretos “Directa” (385) e “Cum in unum” (386), nos dá a entender que, na verdade, desde a época em que foram escritas as cartas pastorais, os bispos, sacerdotes e diáconos eram convidados a manter a continência total. Portanto, todos os diáconos, presbíteros e bispos, independentemente do fato de serem ou não casados, viúvos ou celibatários, a partir do dia da sua ordenação, deveriam abster-se de qualquer forma de atividade sexual e não deveriam gerar filhos.

A partir de 200 d.C., de fontes que provêm do Oriente e do Ocidente, temos indícios cada vez mais frequentes de uma prática de abstinência nos clérigos. A partir do século III, a tendência geral é a de um clero celibatário. No Ocidente, o documento legislativo mais antigo que prevê a abstinência para os ministros sagrados, sob pena da retirada do ministério, é o cânon 33 do Cocnílio de Elvira, na Espanha meridional (306). A afirmação do monaquismo no século IV favoreceu, mais tarde, um aprofundamento teológico da abstinência nos clérigos.

O século X se caracterizou por um notável declínio cultural e religioso, que levou ao abandono quase geral da prática do celibato entre o clero. Posteriormente, no século XI, a reforma gregoriana incentivou a volta à disciplina, sancionada depois no primeiro concílio ecumênico de Latrão (1123), enquanto, no segundo concílio (1139), estabeleceu-se a nulidade do matrimônio contraído depois da ordenação. O Concílio de Trento reafirmou a possibilidade do voto de castidade e conferiu uma maior dignidade ao estado virginal.

As Igrejas orientais em comunhão com Roma continuam ordenando homens casados como sacerdotes, mas exigem o celibato para o episcopado e também para os monges, como sinal do grande valor que tem.

Nos primeiros séculos, as Igrejas orientais conheceram, exatamente como as do Ocidente, a abstinência dos clérigos, como testificam São Epifânio, bispo de Salamina, São Jerônimo, um dos mais importantes Padres da Igreja do Ocidente, e o próprio imperador Justiniano.

Foi no século V que essa linha comum se fragmentou. O processo começou no Oriente, com o distanciamento de grande parte das Igrejas não gregas, das Igrejas do Império, e chegou à Igreja bizantina. Hoje, praticamente todas as Igrejas orientais rejeitam tanto a disciplina de abstinência quanto a disciplina do celibato seguida no Ocidente. Hoje existem, portanto, nas Igrejas orientais, diáconos e sacerdotes casados que têm filhos inclusive depois da ordenação, ainda que permaneçam elementos ligados ao celibato, como, por exemplo, a proibição de um segundo matrimônio, de casar-se depois da ordenação e, sobretudo, a escolha de candidatos ao episcopado entre os que vivem o celibato.

O que marcou a diferença foi o sínodo bizantino em Trulho (691). A partir dele, de fato, no Oriente, permitiu-se o uso do matrimônio aos clérigos casados quando não realizavam o serviço no altar, o que diminui o caráter da dimensão esponsal do sacerdócio.

Consequentemente, decai no Oriente a celebração diária da Eucaristia por parte dos sacerdotes casados, porque, de outra maneira, teriam de abster-se sempre dos seus deveres conjugais. A investigação histórica concorda na consideração de que o sínodo em Trulho usou textos manipulados ou mal traduzidos dos sínodos norte-africanos de 390 e 401, que contêm pronunciamentos a favor da completa abstinência dos clérigos, desvirtuando, a seguir, a mensagem em sentido contrário.

Há boas razões, além disso, para considerar que a prática comum no Oriente e no Ocidente, anterior ao sínodo em Trulho, aceitasse que os clérigos proviessem, em grande parte, de candidatos casados e de idade avançada (presbíteros = anciãos), sempre e quando estes, de acordo com suas esposas, se comprometessem a viver em total e perpétua continência. Já naquela época, ainda que não se tivesse chegado a uma teorização teológica do celibato sacerdotal, intuía-se que o sacerdote deveria estar livre de qualquer outro vínculo total para poder doar-se à Igreja. Por isso, como primeira medida, exigia-se aos candidatos casados a continência perfeita e, além disso, proibia-se a coabitação com a esposa. Considerada a inconveniência de proibir a relação conjugal aos que estavam legalmente casados, a evolução lógica foi que, na Igreja latina, se tendesse cada vez mais a buscar candidatos celibatários.

A disciplina introduzida pelo sínodo em Trulho é aceita pela Igreja de Roma, ainda que a Sé Apostólica tenha estabelecido algumas restrições para os sacerdotes orientais que desempenham seu ministério no Ocidente. Recentemente, no entanto, as Igrejas Siro-Malancar e Siro-Malabar afirmaram livremente a exigência do celibato para os seus sacerdotes.

O celibato é uma escolha livre de amor, em resposta a um convite de Deus a seguir Cristo em sua doação, inclusive na carne, como “esposo da Igreja”.

Para entender corretamente o celibato como fundamento para a vida dos ministros da Igreja e não como mera lei eclesiástica, é necessário ir à raiz teológica, que se encontra na nova identidade dada a quem é agraciado com a ordem sacerdotal.

Uma contribuição determinante para a definição da perene validez do celibato sacerdotal foi dada a partir do magistério dos pontífices, bem condensada no Catecismo da Igreja Católica (n. 1579). O que chama a atenção é que o magistério papal sobre o celibato, anterior ao Concílio Vaticano II, insiste muito no aspecto sagrado do celibato e sobre o vínculo entre o exercício do culto e da virgindade pelo Reino dos céus, enquanto o posterior se abre a razões mais cristológicas e pastorais. Em particular, na encíclica Sacra Virginitas, de Pio XII (1954), afirma-se que, “se os sacerdotes (…) observam a castidade perfeita, isso é, em definitiva, porque o seu Divino Mestre permaneceu, Ele mesmo, virgem até a morte”.

João XXIII, na encíclica Sacerdotii nostri primordia (1959), evidenciou o vínculo entre a oferta eucarística e o dom cotidiano de si mesmos, inclusive na carne, por meio do celibato, e reconheceu que a desorientação na fidelidade depende da incorreta compreensão da sua relação com a Celebração Eucarística.

No Concílio Vaticano II, não podendo levar em consideração as contribuições das investigações históricas das últimas décadas, no número 16 da Presbyterorum Ordinis (1965), afirma que, entre o sacerdócio ministerial e o celibato, não existe um vínculo de estreita necessidade, mas de “múltipla conveniência”, fundando este juízo na recomendação de Jesus Cristo de seguir seu exemplo (Mt 19, 12), bem como nas prerrogativas da virgindade cristã, indicadas por São Paulo (1Cor 7,25-40), o que favorece a adesão total a Cristo e testifica a fé na vida futura. A Carta aos Efésios (5,21-33) descreve a aliança entre Cristo e a Igreja com a imagem do matrimônio, em que o “esposo” Cristo se entrega à sua “esposa” para torná-la toda bela.

O principal texto do magistério sobre o celibato sacerdotal é, no entanto, a encíclica de Paulo VI, Sacerdotalis caelibatus (1967), que destaca o significado escatológico de celibato e reconhece que “o precioso dom divino da continência perfeita, por amor do reino dos céus, constitui (…) um sinal particular dos bens celestes” e está indicado como “um testemunho da tensão necessária do Povo de Deus orientada para a meta última da peregrinação terrestre e é incitamento para todos erguerem o olhar às coisas do alto” (n. 34).

João Paulo II, na exortação apostólica Pastores dabo vobis (1992), acolhe o dom do celibato no vínculo entre Jesus e o sacerdote e, pela primeira vez, menciona a importância inclusive psicológica desse vínculo, mas sobretudo indica a “vida segundo o Espírito” e a “radicalidade evangélica” como as duas diretrizes irrenunciáveis do celibato.

Em 2005, na primeira mensagem do seu pontificado, ao final da concelebração com os cardeais eleitores na Capela Sistina, Bento XVI afirmou que “o sacerdócio ministerial nasceu no cenáculo, junto com a Eucaristia”. O mesmo Papa, no discurso da audiência à Cúria Romana para a felicitação de Natal de 2006, afirmou que o verdadeiro fundamento do celibato “pode ser apenas teocêntrico. Não pode significar permanecer privados de amor, mas deve significar deixar-se arrebatar pela paixão por Deus, e aprender depois, graças a um estar com Ele mais íntimo, a servir também os homens. O celibato deve ser um testemunho de fé: a fé em Deus torna-se concreta naquela forma de vida que só tem sentido a partir de Deus. Apoiar a vida n'Ele, renunciando ao matrimônio e à família, significa que acolho e experimento Deus como realidade e por isso posso levá-lo aos homens”.

Apesar dos debate nascidos dentro e fora da Igreja, o celibato sacerdotal se afirmou sempre como um tesouro incalculável.

No transcurso dos séculos, não faltaram ataques ao celibato eclesiástico, sobretudo a partir de contextos e mentalidades completamente alheios à fé, tentativas de uma mentalidade secularizada, filha do Iluminismo e do Modernismo, que pretende enquadrar a Igreja em categorias sociais, fazer do sacerdote um simples assistente social, privando-o da sua investidura sobrenatural.

Nas últimas décadas, no entanto, também dentro da Igreja se retomou o debate sobre a possibilidade de abolir a disciplina do celibato para os sacerdotes. Sobre a questão se expressaram também duas assembleias gerais do Sínodo dos Bispos (1971 e 1990), afirmando o celibato como opção livre e responsável do sacerdote, ao serviço de Cristo e da sua Igreja.

O celibato voltou com força ao centro das discussões também depois dos escândalos sexuais relacionados a menores, ocorridos nas diversas igrejas nacionais. Esta é uma praga – segundo o que se lê em uma carta circular redigida pela Santa Sé em 2011, dirigida a todas as conferências episcopais – que fala mais de uma perda de fé e de uma compreensão distorcida do celibato. Por este motivo, o documento convida a que os candidatos ao sacerdócio “apreciem a castidade, o celibato e a paternidade espiritual do clérigo e que possam aprofundar o conhecimento da disciplina da Igreja sobre o assunto.”

Em uma contribuição recolhida no livro “Os movimentos na Igreja” (1999), o cardeal Joseph Ratzinger afirmava que a Igreja “não pode simplesmente instituir, por si só, 'funcionários', mas deve atender ao chamado de Deus”. Compreende-se portanto, a exortação de Jesus a pedir “ao dono da messe que envie operários para a sua messe” (Mt 9, 38) e o fato de Ele mesmo ter rezado uma noite inteira antes de chamar os doze Apóstolos (Lc 6, 12-16).

Então, como destacou o cardeal Mauro Piacenza, prefeito da Congregação para o Clero, intervindo em um debate em Ars (França) em 2011, é necessário “ser radicais para seguir Cristo, sem temer a diminuição do número de sacerdotes. De fato, o número decresce quando baixa a temperatura da fé, porque as vocações são um 'assunto' divino, e não humano; seguem a lógica divina, que é insensatez aos olhos humanos”.

No diálogo com os sacerdotes, durante a grande vigília de encerramento do Ano Sacerdotal, em 10 de junho de 2010, Bento XVI destacou que, “para o mundo agnóstico, o mundo no qual Deus não tem lugar, o celibato é um grande escândalo, porque mostra precisamente que Deus é considerado e vivido como realidade”. O Papa alemão destacou também – em seu livro-entrevista com Peter Seewald, “Luz do mundo” – que este é um escândalo que tem um lado positivo e que representa “uma afronta ao que as pessoas que pensam normalmente; algo que é crível e realizável somente quando é dom de Deus e se, por meio dele, a pessoa luta pelo Reino de Deus”.

Defender o valor do celibato sacerdotal significa, portanto, redescobrir este dom, que tem em si um dever e um convite que excedem as medidas humanas; significa fazer dele não uma prática eremítica, mas uma afirmação alegre e confiante do homem que se coloca nas mãos de Deus.



A morte explicada por uma criança com câncer terminal


"Quando eu morrer, acho que minha mãe vai ficar com saudade. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!"

Como médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, posso afirmar que cresci e modifiquei-me com os dramas vivenciados pelos meus pacientes. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional… Comecei a frequentar a enfermaria infantil e apaixonei-me pela oncopediatria.

Vivenciei os dramas dos meus pacientes, crianças vítimas inocentes do câncer. Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento das crianças.

Até o dia em que um anjo passou por mim! Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos diversos, manipulações, injeções e todos os desconfortos trazidos pelos programas químicos e radioterapias. Mas nunca vi o pequeno anjo fraquejar. Vi-a chorar muitas vezes; também vi medo em seus olhinhos; porém, isso é humano!

Um dia, cheguei ao hospital cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. A resposta que recebi, ainda hoje, não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

— Tio, disse-me ela — às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores… Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade. Mas, eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

Indaguei: — E o que morte representa para você, minha querida?

– Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e, no outro dia, acordamos em nossa própria cama, não é? (Lembrei das minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, com elas, eu procedia exatamente assim.) É isso mesmo.

– Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Fiquei "entupigaitado", não sabia o que dizer. Chocado com a maturidade com que o sofrimento acelerou, a visão e a espiritualidade daquela criança.

– E minha mãe vai ficar com saudades – emendou ela.

Emocionado, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei:

– E o que saudade significa para você, minha querida?

– Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais direta e simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas, deixou-me uma grande lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores. Quando a noite chega, se o céu está limpo e vejo uma estrela, chamo pelo "meu anjo", que brilha e resplandece no céu.

Imagino ser ela uma fulgurante estrela em sua nova e eterna casa.

Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que me ensinaste, pela ajuda que me deste. Que bom que existe saudade! O amor que ficou é eterno.

(Dr. Rogério Brandão, oncologista)



A lenta agonia dos cristãos perseguidos no Vietnã



Os cristãos da etnia Hmong fugiram da perseguição no Vietnã e foram para o Camboja – onde também encontraram as portas fechadas...

A minoria Hmong, desprezada pelo grupo Kin, majoritário no Vietnã, vive nas terras altas do país em condições arcaicas. Seu quase autárquico estilo de vida os relega à categoria de pessoas de segunda classe, sem acesso à educação nem a cargos de responsabilidade.

O governo os preferiria animistas

Os Hmong, como, aliás, a maioria dos vietnamitas, são impermeáveis ​​ao ateísmo marxista. Entre eles, surgiram comunidades cristãs pouco numerosas, mas dinâmicas. O partido comunista vietnamita, assim como o chinês, considera os cristãos uma “quinta coluna” do Ocidente. Régis Anouilh, presidente da agência de notícias Église d’Asie, diz que, aos olhos do Partido Comunista Vietnamita, seria melhor que os Hmong fossem animistas em vez de cristãos, porque isto seria “menos perigoso” para quem está no poder.

Interesses econômicos e desprezo religioso

Além deste aspecto puramente ideológico, as atividades de mineração no planalto central do Vietnã complicam mais ainda a condição dos Hmong: muitos deles tiveram as suas propriedades expropriadas. Suas demandas de construção de locais de culto também são recusadas ​​com as mais diversas justificativas. Essa combinação de fatores leva boa parte dos “cristãos da montanha” a rumar para as fronteiras do Camboja. O fenômeno migratório começou em 2001: na época, os grupos Hmong se levantaram para exigir mais autonomia e liberdade religiosa. Severamente punidos, cerca de 3.000 ativistas tiveram de partir, temendo ser presos pela polícia vietnamita.

A recusa da condição de refugiados

Mas o Camboja, pensando em manter as boas relações de vizinhança com o Vietnã, geralmente se apressa em reenviar os refugiados para a fronteira. A Human Rights Watch já condenou a violência dessas extradições em 2005. “Não há nenhuma justificativa para bater em pessoas desarmadas envolvidas em desobediência civil pacífica”, enfatizou a organização. “A polícia do Camboja não tinha tentado nenhuma negociação com os requerentes de asilo antes de agredi-los”.

Desrespeito ao direito internacional dos refugiados

Dez anos depois, em 1º de maio de 2015, a organização constata que a situação não mudou para os cristãos das montanhas do Vietnã, que hoje são reprimidos tanto no Camboja quanto na Tailândia. A Human Rights Watch descreve em um comunicado: “O comportamento do poder cambojano, ao se recusar a reconhecer a condição das pessoas vindas do Vietnã como requerentes de asilo e postulantes do estatuto de refugiados, demonstra que o governo não se submete às leis internacionais sobre o assunto”.


Existe um propósito divino na evolução?



Se as mutações genéticas são aleatórias, as leis físicas não são: e elas conduzem a natureza a um fim específico, em última análise desejado por Deus, que é o Criador dessas leis

A Igreja Católica não propõe uma teoria científica para a criação – não é papel dela. No entanto, a Igreja ensina, com base tanto nas Sagradas Escrituras quanto na filosofia e na ciência, que há propósito de Deus na criação e que esse propósito pode ser percebido pelo homem. A Igreja também ensina que a ciência verdadeira não se opõe à fé. A conclusão natural para qualquer católico, portanto, é que, se uma teoria científica sobre a criação é verdadeira, ela não terá conflito algum com a fé. É neste contexto que precisamos entender a oposição de muitas pessoas à teoria da evolução de Darwin: elas acreditam que a teoria de Darwin elimina o propósito de Deus na criação. Mas por que pensam assim? E será que isso é mesmo verdade?

Geralmente, o primeiro argumento contra qualquer evolução, não só a biológica, mas também a do universo, é o livro do Gênesis. Sabemos, entretanto, que, do ponto de vista católico, não há motivos para acreditar na interpretação literal de todo o relato da criação. Parte dele pode ser compreendida como metáfora. De fato, entre os que se opõem à teoria de Darwin, poucos se baseiam numa interpretação literal da Bíblia, mesmo porque, cientificamente, a evolução biológica é um fato mais do que comprovado. A evolução do universo também já foi provada depois que Edwin Hubble verificou observacionalmente a teoria do Big Bang, proposta pelo padre jesuíta Georges Lemaître. A física, hoje, não duvida dessa descoberta. A expressão de conservação das massas do católico Lavoisier –“na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” – deve ser entendida num sentido mais amplo, cientificamente, de que o paradigma da evolução faz parte da ciência moderna.

A evolução é um fato; a teoria é a explicação do fato. Embora as teorias possam estar erradas e mudar, os fatos experimentais não mudam! Do ponto de vista filosófico e teológico, o argumento realmente sério é se a teoria de Darwin se opõe ou não ao propósito de Deus na criação. Esta é a pergunta que realmente importa. A teoria de Darwin, muito aprimorada depois da descoberta da genética pelo monge agostiniano Gregor Mendel, está baseada no conceito de mutações genéticas aleatórias que acontecem na reprodução. Ao longo de milhares de anos, essas mudanças fariam que uma população se aprimorasse, evoluísse, através de vários mecanismos, dentre eles a sobrevivência do mais apto.

É justamente a ideia de aleatoriedade das mutações que gera a grande controvérsia, pois significa literalmente que as mudanças acontecem ao acaso, sem propósito. Isso implica (será?) que todas as espécies surgiram ao acaso, inclusive nós. Basicamente, existem três posturas frente a essa conclusão: nega-se a evolução, aceita-se a evolução mas não a “aleatoriedade” das mutações ou então aceita-se a evolução e a aleatoriedade mas nega-se a consequência de acaso devido às mutações aleatórias. Como visto antes, a primeira postura vai contra tudo o que a ciência moderna sabe e contra o que convém chamar de “paradigma evolutivo da ciência”. Para dizer pouco, pode-se falar que não é uma posição defensável com a razão. E como há séculos a Igreja defende que a fé e a razão se complementam, ir contra o fato (não a teoria) da evolução não é uma boa posição para os católicos. O frade franciscano Roger Bacon, um dos pais do método científico, que o diga!

A segunda posição é conhecida com “Design Inteligente”: ela diz que não há aleatoriedade nas mudanças que acontecem entre uma população e outra, mas que Deus controla tudo. Seus principais defensores tentam lançar mão de uma proposta científica, a complexidade irredutível, para justificar esta posição. Entretanto, argumenta-se muito, nos meios científicos, que esta teoria não é falsificável e que, portanto, não é científica. Particularmente, concordo com esta crítica. Não se pode esquecer que, mesmo do lado teológico, o Design Inteligente não é sempre bem visto. Muitos alegam, com propriedade, que ele apela a um “Deus das lacunas”, que vive remediando a sua criação. Os católicos creem que Deus cria e mantém a sua obra, mas “manter” não significa “consertar”, apesar do “ato criador” poder se estender no tempo. A ação de Deus no Design Inteligente, no entanto, estaria mais para “remendo” que para “criação”.

A terceira posição, que me parece mais correta, afirma que não há consequência lógica entre “aleatoriedade na mutação” e “aleatoriedade das espécies”. O propósito de Deus está em ter criado um mundo dotado de leis naturais que invariavelmente conduzem ao universo como o conhecemos hoje. Se as mutações genéticas são aleatórias, as leis físicas não são: e elas conduzem a natureza a um fim específico, em última análise desejado por Deus, que é o Criador dessas leis. Uma analogia pode ajudar a compreender esta visão. Imagine um estádio de futebol lotado onde explode uma bomba. As pessoas querem sair do estádio. Cada indivíduo é livre para correr na direção que quiser. De fato, uns correm para a saída e outros não; ou porque estão perdidos ou porque acham que podem ser pisoteados no tumulto. No final, a maioria das pessoas se salva. Foi o acaso ou foi porque as pessoas têm a tendência natural de procurar a saída e o engenheiro pensou nos possíveis canais de fuga quando construiu o estádio?

Seguindo esta analogia, todos os caminhos que levam da “aleatoriedade da mutação” para o surgimento de uma nova espécie podem ser compreendidos como o propósito de Deus na criação. Há inúmeros agentes biológicos, físicos, geológicos e climáticos que controlam todo o processo. Deus, que é onisciente, certamente sabe que fim levará a sua criação e não precisa interferir desnecessariamente criando olhos aqui, asas acolá. Precisamos refletir melhor sobre o significado da onipotência de Deus.



A túnica que Jesus teria usado antes de morrer será exposta ao público



Uma graça especial dentro do Ano da Misericórdia – e dados reveladores sobre o que aconteceu com a túnica após a Revolução Francesa

O bispo de Pontoise e “guardião da Santa Túnica”, Stanislas Lalanne, decidiu fazer uma ostentação excepcional da vestimenta que Jesus de Nazaré teria utilizado em seu caminho rumo ao lugar da sua crucificação, por ocasião do Ano da Misericórdia, que começará no próximo dia 8 de dezembro, por vontade do Papa Francisco.

A última exposição pública aconteceu em 1986, e naquela ocasião atraiu 80 mil peregrinos. No ano que vem, o acontecimento coincidirá com os 150 anos da basílica e com o 50º aniversário da diocese francesa de Pontoise. O responsável pela basílica, Guy-Emmanuel Cariot, prepara-se para receber mais de 150 mil peregrinos em 2016 (de 25 de março a 10 de abril).

A relíquia é venerada na França há um milênio, e já recebeu peregrinos ilustres, como os reis da França Luís VII, São Luís, Francisco I, Henrique III, Luís XIII e as rainhas Maria de Médici e Ana da Áustria.

Essa túnica, originalmente de uma só peça, corresponde à descrição que se faz dela no Evangelho de São João (19, 23-24):

“Depois de os soldados crucificarem Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, uma para cada soldado. A túnica, porém, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas deitemos sorte sobre ela, para ver de quem será. Assim se cumpria a Escritura: Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica. Isso fizeram os soldados.”

A túnica foi rasgada durante a Revolução. O pároco de Argenteuil a cortou em vários pedaços e a confiou aos paroquianos, para escapar da confiscação dos bens da Igreja. O sacerdote foi preso durante dois anos e, uma vez libertado, recompôs da melhor maneira possível a relíquia, mas alguns pedaços nunca mais foram encontrados.

A túnica de Argenteuil havia chegado à França em 800, ano da coroação de Carlos Mano, oferecida como presente ao novo imperador, pela imperatriz Irene de Constantinopla.

Foi o próprio Carlos Magno quem confiou a custódia da relíquia ao Mosteiro da Humildade de Nossa Senhora de Argenteuil, do qual sua filha Theodrade era priora.

A túnica passou por inúmeras peripécias desde então: escondida pelos normandos dentro de um muro, reencontrada pelos beneditinos de São Dênis…

Sua última aventura remonta a 1983: roubada por um desconhecido, foi devolvida misteriosamente, com a promessa de jamais denunciar o ladrão.



Filme “Terra de Maria”, fenômeno em vários países, sairá de cartaz no Brasil se não atrair público numeroso na semana de 12 de outubro

Obra intercala testemunhos de conversão por intercessão de Maria com elementos de ficção
Maria é a estrela de um filme a ser lançado no Brasil em 12 de outubro – e que sairá de cartaz rapidamente se não atrair um número chamativo de espectadores às salas de cinema.

“Terra de Maria” foi produzido em um formato especial: ele reúne depoimentos de pessoas de várias nacionalidades, cuja conversão aconteceu graças à intercessão de Maria, e intercala esses testemunhos com elementos de ficção. Há especial atenção às aparições marianas, incluindo as de Medjugorje, mas, segundo o produtor do filme, o jornalista espanhol Juan Manuel Cotelo, a obra quer apresentar Maria para quem não a conhece, com base nos relatos de pessoas que, durante um tempo da sua vida, também não a conheciam.



Destaca-se no filme a figura do “advogado do diabo”, o responsável por investigar os fatos e desmascarar eventuais falsidades envolvidas nos relatos. A ele é confiada a tarefa de estudar uma verdadeira “revolução mundial, que começou com doze seguidores e hoje é promovida em plena luz do dia por um número incalculável de pessoas comuns”.

Vale lembrar que as aparições de Medjugorje envolveram (e continuam envolvendo) grande polêmica dentro da Igreja a propósito de sua autenticidade.

O filme já lançado em 25 países e teve grande repercussão em vários deles. Na Espanha, ficou sete meses em cartaz e superou o sucesso “Frozen”. Na Polônia, tornou-se um fenômeno que esgotava ingressos nos cinemas e conquistava as manchetes dos jornais.

No Brasil, a exibição está prevista somente para as salas da rede Cinemark, na semana do dia 12 de outubro. Se houver uma boa procura pelo filme, a rede poderá aumentar o seu tempo de cartaz e a quantidade de salas de exibição.


7 de outubro de 2015

Sínodo da Família: Se esperarem “mudança espetacular” de doutrina, ficarão decepcionados


O Cardeal André Vingt-Trois, Arcebispo de Paris e Presidente delegado do Sínodo dos Bispos, iniciou suas sessões nesta manhã e afirmou que os que esperam como resultado deste importante evento eclesial uma mudança “espetacular” na doutrina católica ficarão decepcionados.

Assim o indicou o Cardeal francês durante a primeira coletiva de imprensa realizada na Sala de Imprensa do Vaticano, no primeiro dia das sessões dos Padres Sinodais provenientes mundo inteiro.

Respondendo uma das perguntas dos jornalistas, o Cardeal afirmou que “se veio à Roma com a ideia de que voltará com uma mudança espetacular na doutrina da Igreja, voltará ao seu país desiludido”.

“Não é necessário ter a assembleia sinodal para afirmá-lo, basta escutar o Papa semana após semana, durante as audiências das quartas-feiras”, adicionou.

“Em segundo lugar: se você imaginou apenas por um instante que a teoria que o Cardeal Kasper elaborou há vinte anos (sobre a Eucaristia para os divorciados em nova união) e que ele atualizou no ano passado, abriria um acesso a comunhão sem que façam reflexões e (o tema) da decisão pessoal, então você se equivoca”.

“Não é necessário que o Sínodo recomende ao Papa uma disposição geral que evitará confrontar o tema da liberdade pessoal e a responsabilidade individual das pessoas. Se houver um caminho de abertura, este supõe um esforço e, portanto, essa liberdade pessoal”.

“Acho que devemos ser sinceros com vocês (a imprensa) a fim de evitar que nos perguntem amanhã e recebam a mesma resposta que lhes estamos dando agora”.

A respeito do tema da doutrina, o Cardeal Peter Erdö, Relator Geral do Sínodo, explicou que “desde a época do Cardeal John Henry Newman, temos uma visão suficientemente clara daquilo que pode significar o desenvolvimento da doutrina cristã. Não se trata de um desenvolvimento sem limites, sem relação com a tradição, mas é um desenvolvimento orgânico que pode existir e que pode ser legítimo”.

“O órgão principal deste desenvolvimento é o pontificado romano, que com a ajuda do episcopado do mundo pode ser muito eficiente. Então, a ajuda neste sentido, algo que é sensato, é possível”, afirmou o Cardeal.

Por sua parte, o Arcebispo de Chieti-Vasto, Dom Bruno Forte, recordou que o Sínodo dos Bispos sobre a família “não é doutrinal, mas pastoral” e procura enfrentar as novas realidades, “os desafios ante os quais a Igreja não pode ficar insensível”.

“Esta é a verdadeira aposta do Sínodo, com responsabilidade e obediência em torno do Sucessor de Pedro”.

A respeito da pressão da mídia e da influência que pode ter no Sínodo, o Cardeal Vingt-Trois pediu para que seja feita uma distinção entre “os sinais dos tempos” e o “ar dos tempos’.

Para entender e compreender “os sinais dos tempos”, disse, é que os Padres sinodais se reuniram, com “total liberdade”.

O Cardeal explicou que os sinais dos tempos têm a ver com “a interpretação da realidade das coisas”, enquanto o ar dos tempos poderia ser compreendido como uma pressão midiática, por exemplo.

“Pessoalmente, não acredito que os padres estejam submetidos ao ar dos tempos, pois são completamente livres” para discutir acerca dos temas do Sínodo, ressaltou.



Estes são os temas que o Sínodo da Família confronta durante a primeira semana


Durante a primeira semana, o Sínodo estuda os múltiplos desafios que confrontam as famílias: 29 reflexões recolhidas no primeiro capítulo do documento de trabalho. Apresentamos um resumo dos pontos, a fim de facilitar o conhecimento de todos os temas que trata o Instrumentum Laboris e que ajuda no trabalho desta semana.

Durante estes dias os prelados se perguntarão a respeito das causas do grande número de separações e de divórcios e procurarão maneiras para combater o medo aos compromissos definitivos. Os 270 bispos deverão enfrentar também os desafios que supõem o feminismo radical e a ideologia de gênero para a visão cristã do matrimônio.

Por outro lado, o Sínodo pretende dar uma atenção especial às dificuldades das famílias que vivem situações econômicas e sociais difíceis. Problemas como o desemprego, os salários baixos ou a falta de um trabalho digno poderiam conduzir essas famílias a situações de “exclusão social”.

Outro aspecto que o Sínodo destacará é a necessidade de uma pastoral específica com as crianças e com os idosos, pois estes são os grupos sociais mais expostos à “cultura do descarte” denunciada pelo Papa Francisco.

Do mesmo modo, refletirão acerca do difícil papel das famílias na crise humanitária de imigração, como estruturas que integram e acolhem as pessoas, evitando todo tipo de desenraizamento.

Por último, o documento de trabalho procura debater a respeito da importância de uma afetividade correta, a qual assegure a estabilidade necessária na vida familiar. Como consequência desta reflexão poderia ser criado um futuro programa de formação para os agentes pastorais.


Conheça o bebê que cativou o Papa Francisco e os bispos na Sala do Sínodo

Davide tem três meses, nasceu na Holanda e está fazendo história: é o primeiro bebê que entra na Sala do Sínodo. Seria possível dizer, portanto, que é o “primeiro bebê sinodal”, o que fez com que se tornasse o centro das atenções da imprensa e dos participantes durante o primeiro dia de reuniões.

Seus pais são Massimo e Patrizia Paloni (45 e 41 anos), romanos de nascimento, mas holandeses de adoção. São catequistas itinerantes do Caminho Neocatecumenal (um itinerário de formação católica estendido em todo o mundo), têm 12 filhos (seis meninos e seis meninas) e foram convidados pelo Papa Francisco para ser auditores no Sínodo dos Bispos sobre a Família.

Esta mesma manhã saudaram o Santo Padre antes do começo das sessões. “Apresentamo-nos e ele rapidamente abençoou Davide”. Ao ver o pequeno, “seu rosto se iluminou e via-se muito contente”, relata ao Grupo ACI o pai da criança. “Falamos-lhe também dos outros filhos e lhe contamos que temos que lhe entregar um desenho feito por todos para ele”. O Papa “disse que os desenhos dos meninos sempre são formosos e que ficará encantado em receber o presente”.

A aventura deste matrimônio começou em 2004, quando decidiram oferecer sua disponibilidade a Deus e à Igreja para serem enviados como família missionária a qualquer lugar do mundo a pedido do Bispo da Diocese holandesa do Roermond, Dom Frans Wiertz, fazendo finalmente de Maastricht sua residência atual.

Toda manhã, o casal vai à Sala Nova do Sínodo para participar das sessões levando Davide no carrinho. No primeiro dia, só chorou uma vez, contam seus pais ao Grupo ACI, “e eu saí rapidamente da sala para lhe atender”.

“Tivemos uma ótima acolhida pela Secretaria do Sínodo; fizeram todo o possível para nos ajudar, para nos dar no interior da sala um lugar bom para estar com o menino”, explica a mãe.

“Para nós é uma grande honra podermos estar presentes neste grande evento”, comenta Massimo sobre o Sínodo. “Estamos agradecidos ao Santo Padre por ter nos convidado, também porque isto nos dará a possibilidade de dar nossa experiência e agradecer ao Senhor por tudo aquilo que tem feito em nossas vidas”.

Além disso, “será formoso poder escutar os bispos, os Padres Sinodais e todos os especialistas que falarão sobre a família. Esperemos que saia à luz a beleza da família cristã, porque dela depende o futuro da humanidade”.

A abertura à vida

O casal se sente especialmente agradecido ao Beato Papa Paulo VI pela encíclica Humanae Vitae (sobre a família) que “pessoalmente acolhemos como uma graça”. Com ela, “temos descoberto uma missão fantástica: poder colaborar com Deus na geração dos filhos que são destinados à vida eterna”. Esta “é para nós a paternidade responsável; não tanto decidir quantos filhos ter, mas sim ser conscientes da grandeza de participar do dom da vida”.

Por isso, não têm nenhuma dúvida em sublinhar que “não experimentamos esta encíclica como um peso insuportável, mas sim como um dom”. “Deus venceu nossas debilidades e nos ajudou a acolher todos os filhos que quis nos dar” e isto foi graças a “este caminho de iniciação cristã”.

Por sua parte, Patrizia assegura que “apesar dos combates diários, posso testemunhar que viver a fidelidade conjugal não foi um peso, assim como a abertura à vida”, e “hoje me sinto feliz e realizada como mulher, esposa e mãe”.

“O ‘grande dragão’, o demônio, busca, hoje mais que nunca, atacar a mulher nas três dimensões essenciais, apresentadas na Santa Virgem Maria, ícone da Igreja e da mulher: Virgem, esposa e Mãe”, diz ela.

Além disso, Patrizia conta que “cada dia vemos ao nosso redor muito sofrimento, separações, abortos, muitas pessoas solitárias e sem esperança”. “O mundo – assegura – está esperando uma luz: a beleza da família cristã, porque estamos convencidos de que a salvação da humanidade passa pela família”.

Massimo acrescenta que “no Sínodo muitos nos dizem que estão muito contentes de ver um bebê, todos lhe dão uma bênção e alguns inclusive o carregaram nos braços”.

“Muitos nos disseram: ‘é formoso escutá-los e vê-los porque são a confirmação de que o que nós dizemos na teoria pode ser levado à realidade’. Somos gente muito normal e se Deus pôde fazer isto em nós também pode em outros”.

“Há milhares de famílias no mundo abertas à vida e fiéis ao matrimônio”, conclui Patrizia.


Projeto Congresso Eucarístico Nacional é lançado em Belém (PA)



 “A maior riqueza que podemos oferecer é a nossa fé”, expressou o Arcebispo de Belém (PA), Dom Alberto Taveira no lançamento do Projeto Congresso Eucarístico Nacional (CEN2016), que aconteceu na segunda-feira, 5, na capital paraense.

O XVII Congresso Eucarístico Nacional acontecerá entre os dias 15 e 21 de agosto de 2016, tendo como tema “Eucaristia e Partilha na Amazônia Missionária” e lema “Eles o reconheceram no partir do Pão”. O evento marcará o quarto centenário da cidade de Belém e os 400 anos de evangelização da Amazônia.

Durante o lançamento, a Arquidiocese, representada pelo Arcebispo e pelo Bispo auxiliar, Dom Irineu Roman, firmou parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA) e com a Federação das Indústrias do Pará (FIEPA), para a realização do Congresso

Dom Taveira destacou que a Arquidiocese “tem em mãos a responsabilidade de mostrar para o Brasil” as riquezas da região e que a maior de todas elas é a fé de seu povo.

Durante o evento foram apresentados o hino do CEN2016 e o hino do Congresso de 1953, que também teve como sede a capital paraense.

São aguardados para o Congresso Eucarístico Nacional mais de meio milhão de participantes. Serão 150 expositores, 300 Bispos, 1500 padres, 50 mil congressistas. E a programação contará com Celebrações Eucarísticas no Estádio do Mangueirão; Feira de Exposição Arte-Sacra, Feira Católica, Simpósio Teológico e Workshops no Hangar Eventos; Chegada a Procissão Eucarística Fluvial no Portal da Amazônia; Missas em diversos ritos; Várias celebrações nas paróquias e Catedral com presidência de Cardeais, Bispos e Legado Pontifício; Missa de encerramento na Basílica do Santuário, com procissão Eucarística rumo ao Forte do Presépio – local da fundação da cidade de Belém do Pará e o início da evangelização da Amazônia.

De acordo com o site do evento (cen2016.com.br), “o Congresso Eucarístico quer ser a convergência de todas as pessoas que professam a fé católica na realidade da Santíssima Eucaristia, e desejam dar um testemunho público de sua fé na presença real do Senhor Jesus”.

O primeiro Congresso Eucarístico foi celebrado em 1881 em Lille (França), por iniciativa de um grupo de fiéis leigos, apoiados por São Pedro Julião Eymard. Foi uma celebração solene, da qual participaram fiéis e Bispos de vários países da Europa.

No Brasil já foram realizados dezesseis Congressos Eucarísticos Nacionais, sendo o primeiro realizado em 1933, em Salvador (BA).



Perito derruba teoria da conspiração sobre eleição do Papa Francisco



Há um tempo, publicaram em algumas páginas católicas uma teoria de conspiração, através da qual declaram que a renúncia de Bento XVI e a eleição do Papa Francisco foram resultado de um lobby de cardeais “progressistas”. Entretanto, em um artigo divulgado recentemente, um perito demonstrou por meio de alguns acontecimentos a incoerência desta história.

Phil Lawler, editor de Catholic World News (CWN) e autor de sete livros sobre temas religiosos e políticos, assinalou por meio de um artigo publicado em catholicculture.org que esta teoria de conspiração surgiu a partir da nova biografia do Cardeal Godfriend Danneels – Purpurado belga que apoia o aborto e as uniões homossexuais –, na qual menciona um grupo de cardeais “progressistas” que estavam “insatisfeitos com a influência do então Cardeal Joseph Ratzinger no Vaticano”.

Segundo esta biografia, estes cardeais foram conhecidos como o grupo de San Gallen – devido ao lugar onde se reuniram –, e além de Danneels, estavam também o falecido Cardeal Carlo Maria Martini, Arcebispo de Milão, e os cardeais Achille Silvestrini, Cormac Murphy-O’Connor, Karl Lehmann e Walter Kasper. No lançamento do livro, o Cardeal belga mencionou este grupo como “um clube mafioso”, assinalou Lawler.

“Não é nada bom o fato de saber que os cardeais estavam conspirando a fim de influir na política do Vaticano, e os leitores conhecedores, olhando a lista de nomes, poderiam ficar preocupados pela sua influência. Mas não chega ao nível de uma conspiração se um grupo de prelados se reúnem para discutir assuntos da Igreja”, indicou Phil Lawler.

Recordou que os autores da biografia “foram mais longe ainda e disseram a um jornal francês que o grupo de San Gallen teve presença ativa durante o conclave de 2005, resistindo ao Cardeal Ratzinger e promovendo o Cardeal Bergoglio”.

“Se isto fosse verdade – se os cardeais estivessem dirigindo ativamente um lobby durante o conclave –, este comportamento teria sido um escândalo, uma evidente violação da lei canônica, um delito pelo qual São João Paulo II prescreveu a pena de excomunhão”, advertiu o perito.

Entretanto, logo que a história da conspiração atraiu a atenção pública, os autores da biografia de Danneels “disseram que foram mal-entendidos” e que mudaram a sua versão, assegurando que “o grupo de San Gallen não esteve ativo como um lobby durante o conclave de 2005, e que pouco depois da eleição de Bento XVI o grupo deixou de se reunir”.

“Mas, deveríamos levar esta retratação/correção ao seu valor nominal?”, perguntou Lawler.

O perito recordou ainda que o livro era uma biografia autorizada e que Danneels colaborou ativamente durante a campanha publicitária para seu lançamento. “Desta forma, parece improvável que os autores estivessem totalmente equivocados a respeito dos temas das reuniões de San Gallen. E quando o Cardeal se referiu a um ‘clube mafioso’, embora a frase poderia ter sido usada alegremente, provocou pensamentos a respeito de um segredo alarmante”.

Lawler indicou que, portanto, não é “irracional suspeitar – como muitos analistas conservadores suspeitaram – que os autores do livro haviam sido muito honestos”; mas quando viram a magnitude do escândalo, “estiveram preparados para confundir com a finalidade de desfazer o dano”.

Esta teoria tem fundamento?

Nesse sentido, o perito em religião assinalou que além desta possível estratégia publicitária, existem “razões de peso” para desprezar uma teoria da conspiração.

Em primeiro lugar, indicou que os biógrafos de Danneels tinham um “óbvio incentivo (publicitário) para exagerar o poder do grupo de San Gallen”. “É mais provável que venda uma história de um grupo secreto do que a história da vida de um cardeal aposentado”, assinalou Lawler.

Além disso, “se o grupo de San Gallen fez o grande esforço para controlar o conclave de 2005, falharam miseravelmente”, pois o conclave escolheu quase imediatamente o Cardeal Ratzinger como Pontífice: “o homem cuja influência o grupo pretendia cortar”.

“O Cardeal Martini foi amplamente visto como o líder do grupo liberal que poderia ter buscado uma alternativa ao Cardeal Ratzinger. Mas, fontes do Vaticano sabem que este Purpurado não era totalmente favorável ao seu companheiro jesuíta, o Cardeal Bergoglio, e nunca teria apoiado sua eleição”, acrescentou.

Além disso, ao deixar de funcionar em 2006, o grupo de San Gallen “deixou de ser um importante fator durante o conclave de 2013”, que elegeu o Papa Francisco. “Nessa época, o Cardeal Martini já estava morto, e outros membros – os cardeais Silvestrini e Murphy-O’Connor – eram muito velhos para participar do conclave”, recordou.

Do mesmo modo, recordou que “dias antes do conclave de 2013, ninguém esperava a eleição do Cardeal Bergoglio”. Nesse sentido, “se um grupo de cardeais havia estado trabalhando durante anos para gerar entusiasmo pelo seu candidato, devem ter sido uns ignorantes”.

Lawler assinalou que “uma biografia do Cardeal Danneels é, infelizmente, suscetível de gerar escândalo”, tanto por seu fracasso “para denunciar os casos de abusos sexuais”, seu apoio a fim de que a Bélgica “reconheça as uniões homossexuais, seu conselho ao rei Baudouin para que assine a lei que legalizou o aborto”.

“Conhecendo este passado, ficaríamos surpreendidos que o Papa Francisco o escolhesse para participar do Sínodo de Outubro. Mas, reclamar que o Cardeal é um conspirador bem-sucedido é dar um salto além da evidência”, expressou o perito.


5 de outubro de 2015

A música que encantou o Papa Francisco no Ground Zero


12 Ensinamentos de São Francisco de Assis



Aprenda com a sabedoria de um dos santos mais queridos da Igreja

O que temer? Nada. A quem temer? Ninguém. Por quê? Porque aqueles que se unem a Deus obtém três grandes privilégios: onipotência sem poder; embriaguez sem vinho e vida sem morte.

2 – Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado… Resignação para aceitar o que não pode ser mudado… E sabedoria para distinguir uma coisa da outra.

3 – Apenas um raio de sol é suficiente para afastar várias sombras.

4 – Ninguém é suficientemente perfeito, que não possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão.

5 – Pregue o Evangelho em todo tempo. Se necessário, use palavras.

6 – A cortesia é irmã da caridade, que apaga o ódio e fomenta o amor.

7 – Para pregar a Paz, primeiro você deve ter a Paz dentro de você. Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz.

8 – Quem a tudo renuncia, tudo receberá.

9 – Não vos esforceis pelas honras do mundo, mas honrai o SENHOR.

10 – Tome cuidado com a sua vida, talvez ela seja o único evangelho que as pessoas leiam.

11 – Comece a fazer o que é necessário, logo estarás fazendo o possível… e, perceberás que estarás fazendo o impossível…

12 – Quem ler e entender o Evangelho em Espírito e Verdade, encontrará nele Deus e o céu, os Anjos e o próprio paraíso, tudo a nos esperar, aguardando que façamos a nossa parte, para recebermos o prêmio da felicidade.


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