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27 de fevereiro de 2013

A Resposta Católica: "Como Funciona Um Conclave?"

Porque a data da Páscoa muda todos os anos?


A data da Páscoa é móvel e muda todos os anos; e, em função dela são definidas as outras datas móveis do Calendário.

Os judeus celebravam a Páscoa segundo o que prescreve o livro do Êxodo, no capítulo 12, no dia 14 do mês de Nissan. Era a celebração da libertação da escravidão do Egito para a liberdade da Terra Prometida por Deus a Abraão.


A Igreja católica celebra a Páscoa cristã, Ressurreição de Cristo, acompanhando de certa forma a data Páscoa judaica.

Mas o calendário judeu era baseado na Lua, então a data da  Páscoa cristã passou a ser móvel no calendário cristão, assim como as demais datas referentes à Páscoa, tanto na Igreja Católica como nas Igrejas Protestantes e Igrejas Ortodoxas.

O primeiro Concilio geral da Igreja, o de Nicéia, no ano 325, determinou que a Páscoa cristã seria celebrada no domingo seguinte à primeira Lua cheia após o equinócio da primavera do hemisfério Norte (21 de março); podendo ocorrer entre 22 de Março e 25 de Abril.

Em astronomia, equinócio é definido como um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita, vista da Terra, cruza o plano do equador celeste.

Os equinócios acontecem em março e setembro, e são as duas ocasiões em que o dia e a noite têm duração igual.
No hemisfério norte o equinócio da primavera ocorre no dia 20 de março, e o equinócio de outono ocorre no dia 23 de setembro. Estas datas marcam o início das respectivas estações do ano neste hemisfério.

No hemisfério sul é o contrário, o equinócio da primavera ocorre no  dia 23 de setembro, e o equinócio de outono ocorre no 20 de março.

No ano de (2008) a lua cheia aconteceu no dia 21 de março, então a Páscoa foi no dia 23 de março, que era o primeiro domingo após a lua cheia.

No ano de 2007 a Páscoa foi em 7 abril e no ano de 2009 foi em  12 de abril.

A Páscoa é assim um feriado móvel e que serve de referência para outras datas.

As datas móveis que dependem da Páscoa são:

Terça-feira de Carnaval   – quarenta e sete dias antes da Páscoa. Por isso a terça-feira de Carnaval no ano de 2008 foi no dia 5 de fevereiro.

Quaresma – Inicia na Quarta-feira de cinzas e termina no Domingo de Ramos (uma semana antes da Páscoa).

Sexta-feira Santa – a sexta-feira imediatamente anterior Sábado da Solene Vigília Pascal – o sábado de véspera Pentecostes – o oitavo domingo após a Páscoa.

Corpus Christi ou Corpo de Deus – a quinta-feira imediatamente após o Pentecostes.
       

Veja as datas da Páscoa, 2008-2020


- 2008: 23 de Março (Igrejas Ocidentais); 27 de Abril (Igrejas Orientais)

- 2009: 12 de Abril (Igrejas Ocidentais); 19 de Abril (Igrejas Orientais)

- 2010: 4 de Abril

- 2011: 24 de Abril

- 2012: 8 de Abril (Igrejas Ocidentais); 15 de Abril (Igrejas Orientais) 

- 2013: 31 de Março (Igrejas Ocidentais); 5 de Maio (Igrejas Orientais)

- 2014: 20 de Abril

- 2015: 5 de Abril (Igrejas Ocidentais); 12 de Abril (Igrejas Orientais)

- 2016: 27 de Março (Igrejas Ocidentais); 1 de Maio (Igrejas Orientais)

- 2017: 16 de Abril

- 2018: 1 de Abril (Igrejas Ocidentais); 8 de Abril (Igrejas Orientais)

- 2019: 21 de Abril (Igrejas Ocidentais); 28 de Abril (Igrejas Orientais)

- 2020: 12 de Abril (Igrejas Ocidentais); 19 de Abril (Igrejas Orientais) 
 


Histórica audiência geral na manhã desta quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013.


Papa Bento XVI, que no último dia 11 surpreendeu o mundo anunciando sua renúncia ao ministério petrino, despediu-se hoje dos fiéis católicos na Praça São Pedro. A Cidade do Vaticano e seus arredores se coloriram com dezenas de milhares de pessoas providas de bandeiras, bancos dobráveis, garrafinhas de água e máquinas fotográficas para imortalizar o evento.


Muitas famílias levaram suas crianças, e visto que as Universidades Pontifícias cancelaram as aulas para permitir aos alunos participar da audiência, a Praça estava também repleta de jovens, muitos religiosos e religiosas estudantes na cidade. Bento XVI chegou a bordo do papamóvel, saudando os fiéis de todos os setores do perímetro da Praça São Pedro. O automóvel parou por alguns instantes para pegar nos braços uma criança e beijá-la na cabeça.

Do palco montado para a ocasião, recebeu um caloroso aplauso de todos os presentes e proferiu a catequese, a última de seu pontificado. Agradecendo principalmente a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, o Pontífice quis “abraçar” a Igreja de todo o mundo, assegurando que tem consigo todos nós em suas orações. “Estou realmente comovido e vejo a Igreja viva!” – prosseguiu.

Em seguida, disse sentir-se muito confiante de que o Evangelho purifique e renove, levando frutos aonde quer que a comunidade o escute e receba a graça de Deus, vivendo na caridade. Relembrando o dia 19 de abril de quase 8 anos atrás e o tempo passado até hoje, o Pontífice disse que o Senhor sempre lhe esteve próximo e ele pode sentir cotidianamente sua presença:


“Foi um trecho do caminho da Igreja que teve instantes de alegria e de luz, mas também momentos difíceis; tempos de sol e brisas leves, em que a pesca foi abundante, e momentos em que as águas estiveram agitadas e o vento contrário. Mas eu sempre soube que naquele barco estava o Senhor e que o barco não era meu, nem de vocês, mas Dele, que não o deixa naufragar. É Ele que o conduz, certamente através também dos homens que escolhe, porque os quer.

Esta foi e é uma certeza que nada pode ofuscar. E é por isso – completou Bento XVI – que hoje meu coração está pleno de graças a Deus, porque nunca fez faltar à Igreja e a mim o seu consolo, sua luz e seu amor”.
O Pontífice destacou também que “um Papa nunca está sozinho no timão do barco de Pedro, embora esta seja a sua primeira responsabilidade”:“Nunca me senti sozinho, com a alegria e o peso do ministério petrino.
O Senhor colocou a meu lado muitas pessoas que com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram, estando perto de mim”. Bento XVI citou os cardeais, os colaboradores e todos os funcionários da Santa Sé; os irmãos bispos e a Igreja de Roma, da qual é bispo; e naturalmente todo o povo de Deus:


“Nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre senti muito carinho; mas eu também quis bem a todos, sem distinção. Sempre levei vocês, todos os dias, na oração, com o coração de pai” – disse, estendendo também seu agradecimento aos diplomatas que representam na Santa Sé “a grande família das Nações”, e aos jornalistas “que trabalham por uma boa comunicação e que desempenham um serviço importante”


Na sequência dos agradecimentos, Bento XVI citou especialmente as pessoas que de todo o mundo lhe enviaram mensagens de amizade e orações, nas últimas semanas:“O Papa pertence a todos e muita gente se sente próximo a ele. Recebo cartas de Chefes de Estado, de líderes religiosos, mas também de pessoas simples, que querem enviar-me o seu afeto, que me escrevem como se escrevessem a um irmão, irmã, filho ou filha, com que mantêm uma relação ‘familiar’ muito carinhosa. Viver a Igreja assim é razão de alegria nestes tempos em que tanto se fala de declínio”. 
Em seguida, ele explicou aos fiéis que nos últimos meses, à medida que sentiu que suas forças estavam diminuindo, pediu a Deus, insistindo com as orações, que o iluminasse para tomar a decisão mais justa para o bem da Igreja:“Fiz este passo na plena consciência de sua gravidade e da novidade, mas profundamente tranquilo no espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de tomar decisões difíceis, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não de si próprio”.

Lembrando novamente o que sentiu no dia de sua eleição, em 2005, o Papa disse que
“quem assume o ministério petrino perde a sua privacidade; passa a pertencer sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja.
A dimensão privada é excluída de sua vida. Eu pude perceber, e percebo especialmente agora, que ao doar a própria vida, nós a recebemos”.


“Minha decisão não implica no retorno à vida privada. Não terei mais viagens, audiências, conferências, etc; mas não abandonarei a Cruz, continuarei junto ao Senhor Crucificado, de um modo novo.
No ofício da oração, permanecerei no ‘espaço’ de São Pedro. São Bento, cujo nome adotei como Papa, será um grande exemplo para mim.
Ele mostrou o caminho para uma vida que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus”.
Após quase uma hora de sua chegada na Praça, o Papa se despediu de todos sob os aplausos da multidão, assegurando que acompanhará o caminho da Igreja com orações e reflexões e pediu que rezemos pelos Cardeais, chamados a um dever tão importante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Bento XVI fez resumos de sua catequese em francês, inglês, espanhol, alemão, árabe, polonês, croata, tcheco, romeno, eslovaco e português.



Eis o que disse:

“No dia dezenove de Abril de dois mil e cinco, quando abracei o ministério petrino, disse ao Senhor: «É um peso grande que colocais aos meus ombros! Mas, se mo pedis, confiado na vossa palavra, lançarei as redes, seguro de que me guiareis». E, nestes quase oito anos, sempre senti que, na barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor. Entretanto não é só a Deus que quero agradecer neste momento.


Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe caiba a primeira responsabilidade; e o Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram. Porém, sentindo que as minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito.
Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre.


Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica”





Fonte: news.va

O Papa está sendo plenamente fiel à sua vocação, afirma canonista.


A renúncia, a vocação e a infalibilidade papal

Católicos do mundo inteiro foram literalmente acordados com a notícia: “O Papa renunciou”.
Passado o calor da emoção, a decisão que antes havia gerado dúvida e insegurança, transformou-se em ato heróico, em exemplo de humildade. Bento XVI com seus quase 86 anos de idade, entre os quais vários dedicados à Igreja, reconheceu-se incapaz, por motivo da idade, de continuar com o pontificado frente às exigências do tempo presente.

Mas, o que de fato, significa a renúncia de um Sumo Pontífice?

De acordo com o Código de Direito Canônico, mais precisamente o cânon 332 § 2, tal ato é considerado válido desde que “o Romano Pontífice renuncie a seu múnus, para a validade se requer que a renúncia seja livremente feita e devidamente manifestada, mas não que seja aceita por ninguém”.

E foi isso que o Papa fez.  No entanto, é necessário que leiamos cada frase proferida por ele durante aquele Consistório que com certeza ficará para a história.

Com a renúncia ao papado, há uma renúncia à vocação?

Padre Demétrio Gomes, mestre em direito canônico pelo Pontifício Instituto Superior de Direito Canônico do Rio de Janeiro, explica a diferença entre título, missão e vocação, e como Bento XVI passou a viver cada uma dessas dimensões a partir de seu ato de renúncia.

“À diferença dos sacramentos que imprimem caráter, e por isso são perpétuos (como o Batismo, a Confirmação, e a Ordem), o ofício do Papa pode cessar com sua morte ou pela renúncia livremente realizada e devidamente manifestada. A vocação de uma pessoa é realizada em quanto ela cumpre a vontade de Deus. Neste sentido o Papa está sendo plenamente fiel à sua vocação, pois sua decisão foi tomada ‘depois de ter examinado perante Deus reiteradamente [sua] consciência’, como ele mesmo afirma”, enfatizou o sacerdote.

A renúncia e a infalibilidade papal

Em meio às especulações sobre a renúncia de Bento XVI, surgiram análises infundadas dos mais variados gêneros, as quais chegaram a gerar relações entre termos e leis completamente distintos entre si. Foi o caso de um meio de comunicação que chegou a associar a renúncia à infalibilidade papal -  dogma definido na constituição dogmática Pastor Aetenus, do Concílio Vaticano I.

Padre Demétrio explica que, de fato, uma coisa não tem a ver com a outra, uma vez que, no ato da renúncia, o Papa não fala em ex cátedra, ou seja, não proclama e define uma doutrina relacionada à fé e aos costumes.

“No ato de renunciar o seu ofício de sucessor de Pedro, o Papa não está proclamando uma doutrina ensinada pelo Senhor e, muito menos, realizando algo que a negue. Ao contrário, com este ato reforça em toda a Igreja a consciência que ela tem sobre a primazia total que o Senhor Jesus tem sobre ela”, salientou.

26 de fevereiro de 2013

Onde celebrar? (CIC 1179-1186)

Na sua existência, o homem é identificado por duas coordenadas fundamentais: o espaço e o tempo, duas realidades que não se constroem, mas que lhe são dadas.

O homem está ligado ao espaço e ao tempo, e também a sua oração a
Deus está. Enquanto a oração como simples ato religioso pode ser feita em todos os lugares, a liturgia, no entanto, como um ato de culto público e ordenado, requer um lugar, geralmente um edifício, onde possa ser realizada como rito sagrado.

O edifício de culto cristão não é o equivalente do templo pagão, onde a câmara com a imagem da divindade também era considerada, de alguma forma, a casa dela. Como diz São Paulo aos atenienses:

"Deus não habita em templos construídos pelo homem" (Atos dos Apóstolos 17,24).

Em vez disso, há um relacionamento mais próximo com a Tenda do Encontro, erguida no deserto de acordo com as instruções do próprio Deus, onde a glória do Senhor (shekinah) se manifestava (Êxodos 25,22; 40,34). No entanto, Salomão, depois de ter construído o Templo de Jerusalém, o prédio que toma o lugar da Tenda da reunião,  exclama:

"Mas será que é verdade que Deus habita na terra? Eis os céus, e os céus dos céus não podem te conter, muito menos esta casa que eu edifiquei!" (1 Reis 8,27). Na história do povo de Israel há uma espiritualização, que leva à famosa passagem do profeta Isaías:

 "Toda a terra está cheia de sua glória" (Isaías 6,3; cf. Jeremias 23,24; Salmos 139,1-8; Sabedoria 1,7), texto passado depois para o Sanctus da Liturgia Eucarística. "Toda a terra é santa e confiada aos filhos dos homens" (Catecismo da Igreja Católica, n. 1179).

Uma nova etapa está presente no Evangelho segundo João, quando Cristo declara, durante o seu encontro com a mulher Samaritana, que "chegou a hora, e agora é quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade" (João 4,23). Isso não significa que, à luz do Evangelho, não se deveria ter algum culto público ou edifício sagrado. O Senhor não disse que não deveriam ter lugares de culto na Nova Aliança;  ao mesmo tempo, na profecia sobre a destruição do Templo, Ele não afirma que nunca mais deva existir edifícios construídos em honra de Deus, mas sim que não deve existir somente um lugar exclusivo.

O próprio Cristo, seu corpo vivo, ressuscitado e glorificado, é o novo templo onde Deus habita e onde acontece o seu culto universal "em espírito e verdade" (cf. J. Ratzinger, Introduzione allo spirito della liturgia, San Paolo, Cinisello Balsamo 2001, pgs. 39-40).

Como São Paulo escreve: "É em Cristo que habita corporalmente toda a plenitude da divindade e vocês têm nele parte da sua plenitude” (Colossenses 2, 9-10). Por participação, por força do Batismo, também o corpo do cristão se torna templo de Deus (1 Coríntios 3, 16-17; 6,19; Efésios 2, 22). Usando uma frase muito querida por Santo Agostinho, Christus Totus, o Cristo inteiro é o verdadeiro lugar de culto cristão, isto é, Cristo como Cabeça e os cristãos como membros do seu Corpo Místico.

Os fiéis que se reunem num mesmo lugar para o culto divino são as "pedras vivas", colocadas juntas “para a construção de um edifício espiritual” (1 Pedro 2,4-5). De fato, é significativo que a palabra que antes indicava a ação do reunir-se dos cristãos, ou seja ekklesia – Igreja –, tenha passado a indicar o mesmo lugar onde acontece a reunião.

O Catecismo da Igreja Católica insiste no fato de que as igrejas (como edifícios) "não são simples lugares de reunião, mas significam e manifestam a Igreja que vive naquele lugar, lar de Deus com os homens reconciliados e unidos em Cristo” (n. 1180).

Em época paleocristiana, forma típica do edifício igreja foi a basílica com grande nave central retangular, que termina num ábside semicircular. Tal tipo de edifício correspondia às exigência da liturgia cristã e, ao mesmo tempo, deixava grande liberdade aos contrutores, para a escolha dos elementos arquitetônicos e artísticos.

A basílica exprime também uma orientação axial, que abre a assembléia para as dimensões transcendente e escatológica da ação litúrgica. Na tradição latina, a disposição do espaço litúrgico com a orientação axial permaneceu como norma e se acha que também hoje seja a melhor forma, porque exprime o dinamismo de uma comunidade a caminho do Senhor.

Como afirma Bento XVI, "a natureza do templo cristão define-se pela mesma ação litúrgica” (Sacramentum Caritatis, n. 41). Por esta razão, também o projeto das alfaias sacras (altar, tabernáculo, sede, ambão, batistério, lugar da penitência) não pode apenas seguir critérios funcionais.

A arquitetura e a arte não são elementos extrínsecos à liturgia e nem sequer têm uma função meramente decorativa. Por isso, o compromisso de construir ou adequar as igrejas deve estar permeado do Espírito e das normas da liturgia da Igreja, ou seja daquela lex orandi que exprime a lex credendi, e disso nasce a grande responsabilidade seja dos que projetam seja dos que encomendam.


Rubrica de Teologia litúrgica aos cuidados do Pe. Mauro Gagliardi

Título, vestes e anel de Bento XVI: eis as respostas


– O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, realizou na manhã desta terça-feira mais uma coletiva de imprensa, em que esclareceu algumas das muitas dúvidas dos jornalistas.
Uma delas é sobre como Bento XVI será chamado a partir do dia 28 de fevereiro.

A resposta é: continuará a chamar-se Sua Santidade Bento XVI, mas foi escolhido também Papa Emérito ou Romano Pontífice Emérito.

Sobre as vestes: branca, simples, sem mantelete. Não são mais previstas os sapatos vermelhos.

“Parece que o Papa ficou muito satisfeito com os sapatos que lhe presentearam no México, em Leon”, disse Pe. Lombardi.

Não usará mais o anel do pescador, para o qual o Camerlengo, com o decano, darão o fim que a Constituição prevê.

Sobre o dia de hoje, o Papa o transcorrerá em oração e preparação para a transferência a Castel Gandolfo.

Para a Audiência Geral de quarta-feira, foram distribuídos 50 mil bilhetes. Prevê-se o mesmo esquema: um amplo giro com o papamóvel.

Não terá lugar o “beija-mão” – este será feito após a Audiência Geral, na Sala Clementina, para algumas autoridades, como o Presidente da Eslováquia, o Presidente da região da Baviera.

Quinta-feira, às 11h, haverá a saudação aos Cardeais, com o discurso do Decano no início.

Às 16h55 (hora local), a partida de carro do pátio de São Dâmaso, saudação dos superiores.

No heliporto, haverá a saudação do Cardeal Decano.

Às 17h15, a chegada a Castel Gandolfo, onde estarão presentes o Bispo de Albano e outros autoridades.

Às 17h30, no Pátio interno o Papa saúda os fiéis – a última saudação pública do Santo Padre.

Às 20h, a Guarda Suíça, fecha a porta do Palácio Apostólico, encerrando o serviço para o Papa como chefe da Igreja.



Fonte: News.Va



25 de fevereiro de 2013

A Medalha Milagrosa e sua fiel mensageira

DOCUMENTÁRIO: A VIDA E MEDALHA DE SÃO BENTO DE NÚRSIA

A medalha de São Bento seu Significado

ORAÇÃO DE SÃO BENTO

Rosário de São Miguel ou Terço dos Anjos (Completo) São Miguel, DEFENDEI...

O que e Fundamentalismo Religioso?



Ultimamente estamos ouvindo falar muito nesse tal de "Fundamantalismo Religioso", por causa dos conflitos entre Estados Unidos e grupos terroristas islamicos. Dizem que os terroristas são fundamentalistas. O que quer dizer com isso?
Fundamentalismo é um estilo de vida. Trata-se de interpretar os textos sagrados de uma religião ao "pé da letra". Se o texto diz por exemplo:

"Que as mulheres fiquem caladas nas assembleias", o fundamentalista não questiona: obedece, como se fosse uma lei divina (sendo que na verdade é um costume de outra cultura que pode - e deve - ser questionado).

Ao contrario a do que muitos pensam, o fundamentalismo não é caracteristico dos povos islâmicos. Em todas as religiões que seguem algum tipo de Escritura Sagrada há o perigo da leitura fundamentalista - mesmo entre os cristãos que seguem a Bíblia

Fundamentalismo, aliás, é também o nome de um movimento que nasceu entre cristãos dos Estados Unidos, em torno da Bíblia. A propostas deles é justamente esta: seguir todos os detalhes, tudo o que estiver escrito na Bíblia, custe o que custar! Agora imagine o que significa seguir ao pé da letra certos textos bíblicos, como, por exemplo, Dt 25, 11-12.

O fundamentalismo destrói a Palavra de Deus, ao dar sentido literal, concreto, a textos escritos em linguagem simbólica, ou a textos que pertecem a épocas e culturas diferentes da nossa. O resultado são atitudes como as de grupos terroristas islâmicos e de governos autoritários que se dizem cristãos e oprimem o mundo com a desculpa de "justiça divina".

O único remédio contra a leitura fundamentalista da Bíblia é: ler do ponto de vista da vida em abundancia para todos, especialmente para aqueles que sentem mais falta de vida : homens e mulheres que sofrem violência, injustiça e opressão.

Fonte: Catequese Hoje / Folheto O Domingo

24 de fevereiro de 2013

Bento XVI no último Angelus : “Não abandono a Igreja”


– “Não abandono a Igreja, pelo contrário. Continuarei a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor”: palavras de Bento XVI pronunciadas em seu último Angelus como Pontífice.
O Senhor me chama a "subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, ao contrário, se Deus me pede isso é precisamente para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual eu fiz até agora, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças. A Praça S. Pedro estava lotada este domingo para este evento histórico. Faixas e cartazes em várias línguas demonstraram o carinho dos fiéis.

A Praça desde as primeiras horas da manhã aos poucos foi sendo tomada por religiosas, sacerdotes, turistas, mas principalmente por famílias com crianças e muitos jovens. Ao meio-dia, assim que a cortina da janela de seus aposentos se abriu, Bento XVI foi aclamado pela multidão. Comentando o Evangelho da Transfiguração do Senhor, o evangelista Lucas ressalta o fato de que Jesus se transfigurou enquanto rezava: a sua é uma experiência profunda de relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus vive sobre um alto monte na companhia de Pedro, Tiago e João. Meditando sobre esta passagem do Evangelho, explicou o Pontífice, podemos tirar um ensinamento muito importante. Antes de tudo, a primazia da oração, sem a qual todo o trabalho de apostolado e de caridade se reduz ao ativismo.

Na Quaresma, aprendemos a dar o justo tempo à oração, pessoal e comunitária, que dá fôlego à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é um isolar-se do mundo e de suas contradições.
A existência cristã – disse o Papa, citando sua Mensagem para a Quaresma –, consiste num contínuo subir o monte do encontro com Deus, para depois descer trazendo o amor e a força que dele derivam, a fim de servir nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor de Deus.

“Queridos irmãos e irmãs, esta Palavra de Deus eu a sinto de modo particular dirigida a mim, neste momento da minha vida.
O Senhor me chama a "subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação.
Mas isto não significa abandonar a Igreja, ao contrário.
Se Deus me pede isso, é precisamente para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual eu fiz até agora, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas
forças.”


Fonte: news.va

L'ultimo Angelus di Benedetto XVI "Non abbandono la Chiesa" 24/02/2013

23 de fevereiro de 2013

Tempo penitencial

- O caminho da Igrejas nessas últimas semanas do Pontificado do Papa Bento, até a eleição do novo Pontífice através da “Sé vacante” e o Conclave, é muito empenhativo, vista a novidade da situação.

Não temos que carregar - felizmente - a dor pela morte de um Papa amado, mas outra prova não nos poupa: o multiplicar-se das pressões e das considerações estranhas ao espírito com o qual a Igreja gostaria de viver este tempo de expectativa e de preparação.
De fato, não falta quem tenta aproveitar deste momento de surpresa e de desorientação dos espíritos fracos para semear confusão e lançar descrédito sobre a Igreja e o seu governo, recorrendo a instrumentos antigos

- como a maledicência, a desinformação e às vezes a própria calúnia
- ou exercitando pressões inaceitáveis para condicionar o exercício do dever de voto por parte de um ou outro membro do Colégio dos cardeais, considerado não quisto por uma ou outra razão.
Na maior parte dos casos, quem se põe como juiz, traçando duros juízos morais, não tem em verdade nenhuma autoridade para fazê-lo.

Quem tem em mente antes de tudo dinheiro, sexo e poder, e está acostumado a ler com essas medidas as várias realidades, não é capaz de ver outra coisa nem mesmo na Igreja, porque o seu olhar não sabe alçar o alto ou descer em profundidade para colher as dimensões e as motivações espirituais da existência.

O resultado é uma descrição profundamente injusta da Igreja e de seus inúmeros homens. Mas tudo isso não mudará a atitude dos fiéis, não corroerá a fé e a esperança com as quais olham para o Senhor que prometeu acompanhar a sua Igreja.

Nós queremos, de acordo com o que indica a tradição e a lei da Igreja, que este seja um tempo de reflexão sincera sobre as expectativas espirituais do mundo e sobre a fidelidade da Igreja ao Evangelho, de oração para a assistência do Espírito, de proximidade ao Colégio dos cardeais, que se prepara para o difícil serviço de discernimento e de escolha que lhe cabe e para o qual principalmente existe.

Nisso nos acompanha antes de tudo o exemplo e a retidão espiritual do Papa Bento XVI, que quis dedicar à oração do início da Quaresma este último trecho do seu Pontificado. Um caminho penitencial de conversão rumo à alegria da Páscoa. Assim o estamos vivendo e o viveremos: conversão e esperança.

Pe. Federico Lombardi SJ, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano

Bento XVI, o "colaborador da verdade"


Não somos nós a possuir a verdade. É Cristo, a Verdade, a possuir-nos

"A Igreja do amor é também a Igreja da verdade": desde o início do seu pontificado, Bento XVI pôs em relevo a centralidade do testemunho da verdade evangélica. Um desafio que, na verdade, poderíamos dizer que está no "DNA" do cristão Joseph Ratzinger que, em 1977, para o seu lema episcopal, escolheu a fórmula “Cooperatores Veritatis", ("Colaboradores da Verdade"), extraída de uma passagem da terceira Carta de São João.

"Quantos ventos de doutrina conhecemos nestas últimas décadas, quantas correntes ideológicas, quantas modas de pensamento!" Nós, contudo, "temos uma outra medida: o Filho de Deus", que "nos dá o critério para discernir entre o verdadeiro e o falso, entre engano e verdade".

Quando Joseph Ratzinger pronuncia estas palavras a 18 de Abril de 2005, ainda é "apenas" o decano do Colégio Cardinalício. Mas, neste momento, é fácil ver que naquela homilia sobre a "ditadura do relativismo" o futuro Pontífice indicava já à Igreja um dos desafios mais urgentes dos nossos tempos.
No fundo e sempre: testemunhar a verdade. Mas o que é a verdade, ou melhor, quem é a verdade para Bento XVI, e - podemos possuí-la?

"É claro que não somos nós que possuímos a verdade, mas é ela a possuir-nos: Cristo que é a verdade, pegou-nos pela mão, e no caminho da nossa busca apaixonada de conhecimento sabemos que a sua mão nos segura firmemente. Ser sustentados pela mão de Cristo torna-nos livres e seguros ao mesmo tempo". (Discurso à Cúria Romana, 21 de Dezembro de 2012) Portanto, a verdade é uma Pessoa, Jesus Cristo.

Por outro lado, observa Bento XVI na sua primeira Encíclica “Deus caritas est”, no início do Cristianismo "não está uma decisão ética ou uma grande ideia", mas sim, precisamente "o encontro" com esta Pessoa. Quanto mais autêntico for este encontro, adverte o Papa, tanto mais somos chamados a aceitar sacrifícios e perseguições:

"Quem participa na missão de Cristo deve inevitavelmente enfrentar tribulações, contrastes e sofrimentos, porque entra em conflito com as resistências e os poderes deste mundo". (Audiência para as Pontifícias Obras Missionárias, 21 de Maio de 2010)
Mas a verdade, não se cansa de afirmar Bento XVI, não está separada da caridade.
Ao mesmo tempo, explica na Caritas in veritate, "sem verdade, a caridade degenera no sentimentalismo.
O amor torna-se um invólucro vazio, a preencher arbitrariamente”. E’, adverte, "o risco fatal do amor numa cultura sem verdade".
Eis, então, que a fé, bem longe de ser um obstáculo, se torna a luz que ilumina o caminho para a verdade:

"Diante de tal atitude que tende a substituir a verdade com o consenso, frágil e facilmente manipulável, a fé cristã oferece, pelo contrário, uma contribuição real também no âmbito ético-filosófico, não fornecendo soluções pré-constituídas para problemas concretos, como a investigação e experimentação biomédica, mas propondo perspectivas morais fiáveis dentro das quais a razão humana pode investigar e encontrar soluções válidas.”

(Audiência à Congregação para a Doutrina da Fé, 15 de Janeiro de 2010).

Papa agradece aos colaboradores que carregaram com ele o "peso do ministério petrino"


Conclui-se esta manhã, no Vaticano, o retiro quaresmal do Papa e da Cúria Romana. Depois da última reflexão do pregador dos Exercícios Espirituais deste ano, Card. Gianfranco Ravasi, o Papa Bento XVI tomou a palavra para agradecer:

“No final dessa semana espiritualmente tão densa, permanece somente uma palavra: obrigado, obrigado a vocês por esta comunidade orante em escuta, que me acompanharam esta semana. Obrigado principalmente ao senhor, eminência, por essas caminhadas tão belas no universo da fé e no universo dos salmos. Ficamos fascinados pela riqueza, profundidade e beleza desse universo da fé e estamos gratos porque a palavra de Deus nos falou de modo novo, com nova força.” Bento XVI recordou que a “arte de crer, arte de rezar” foi o fio condutor dessas meditações, e lhe veio em mente o fato que os teólogos medievais traduziram a palavra logos não somente como verbo, mas também como arte.

“O logos não é somente uma razão matemática. O logos tem um coração, o logos é também amor.”

A verdade é bela, explicou. Verdade e beleza caminham juntas. A beleza é o sigilo da verdade. Todavia, o mal e o sofrimento estão comprometendo a criação.

“Parece que o maligno quer permanentemente sujar a criação para contradizer Deus e para tornar irreconhecível a sua verdade e a sua beleza.”

O Filho encarnado é coroado com uma coroa de espinhos e justamente nesta figura sofredora do filho de Deus começamos a ver a beleza mais profunda do nosso Criador e Redentor. Podemos no silêncio da noite escura ouvir a palavra. E acreditar nada mais é do que, na obscuridade do mundo, tocar a mão de Deus e assim, no silêncio, ouvir a Palavra, ver o amor.

No final, o Papa disse:

“Gostaria de agradecer a todos vocês não somente por esta semana, mas por esses oito anos em que carregaram comigo com grande competência afeto, amor e fé o peso do ministério petrino. Permanece em mim esta gratidão e mesmo que agora acabe esta visível comunhão exterior, permanece a proximidade espiritual, fica uma profunda comunhão na oração. Nesta certeza prosseguimos, certos da vitória de Deus, certos da verdade da beleza e do amor. Obrigado a todos vocês.”

Além desse breve pronunciamento, Bento XVI escreveu uma carta de agradecimento ao Presidente para a Cultura, Card. Gianfranco Ravasi. Na missiva, o Pontífice afirma que a semana dos Exercícios constitui um tempo ainda mais intenso de silêncio e de oração.

O itinerário proposto pelo Cardeal, permitiu renovar a “ars credendi”: “Uma exigência solicitada pelo Ano da Fé, que se torna ainda mais necessária pelo momento especial que eu pessoalmente e a Sé Apostólica estamos vivendo.

O Sucessor de Pedro e os seus colaboradores são chamados a dar à Igreja e ao mundo um testemunho de fé claro, e isso é possível somente graças a uma profunda e estável imersão no diálogo com Deus”.
Bento XVI conclui afirmando que o Senhor saberá recompensar o Card. Ravasi pelo seu trabalho, que ele desempenhou “brilhantemente”, garantindo-lhe suas orações e seu afeto. (BF)

News.Va

Fé sólida - reflexão


“Três são as coisas, três, para as quais a fé se solidifica, perdura a devoção, persiste a virtude:
a oração, o jejum, a misericórdia.

Aquilo que pede a oração, o jejum alcança, e recebe a misericórdia. Estas três coisas, oração, jejum, misericórdia, são uma coisa só, e recebem vida uma da outra.
O jejum é a alma da oração e a misericórdia é a vida do jejum.

Quem jejua compreenda bem o que significa para os outros não ter o que comer. Quem, ao pedir, deseja ser atendido, atenda quem a ele se dirige.
Quem quer encontrar aberto em seu benefício o coração de Deus não feche o seu a quem o suplica. Por isso oração, jejum, misericórdia sejam para nós uma só força mediadora junto de Deus, sejam para nós uma única defesa, uma única oração sob três aspectos.

Mas para que tudo isto seja aceito, precisa ser acompanhado pela misericórdia.
O jejum não frutifica sozinho se não for regado pela misericórdia.
O jejum definha, e definha-se a misericórdia.

Aquilo que a chuva é para a terra, assim é a misericórdia para o jejum.
Portanto, oh homem, para que tu não queiras apoderar-se para ti mesmo, distribui aos outros e desta forma grande será a tua colheita.”

São João Crisólogo, Discurso 43; PL 52, 320 e 322

O local de retiro do Papa no Vaticano


Quatro ordens femininas de clausura já se alternaram no convento



Ao voltar de Castel Gandolfo, dentro de dois meses, Bento XVI se retirará ao mosteiro Mater Ecclesiae, um lugar de oração e contemplação dentro dos muros do Vaticano. É uma estrutura de quatro andares construída na primeira metade do século XX, que João Paulo II, em 1992, quis transformar em convento para freiras de clausura dedicadas a rezar pelo pontífice e pela Igreja. Uma capela em estilo moderno foi acrescentada, na parte alta da colina, em meio ao verde dos jardins.


As doze pequenas celas, ocupadas sucessivamente por freiras de diferentes ordens de clausura, estão sendo modificadas para acolher o futuro bispo emérito de Roma. As comunidades, cada uma com oito freiras de diversas nacionalidades, se alternaram de cinco em cinco anos na realização da missão intercessora e contemplativa: clarissas, carmelitas descalças, beneditinas e visitandinas.

O edifício é contiguo ao muro leonino, construído em 847 pelo papa Leão IV para defender o Vaticano dos ataques sarracenos. Em 1992, para a chegada das clarissas, o prédio passou por reestruturações.

Situado a 500 metros da gruta de Lourdes, no alto da colina vaticana, o local permite que Bento XVI passeie do convento até a gruta, passando pelo pequeno lago em que o papa gosta de alimentar os peixes enquanto faz suas orações.


A imprensa foi autorizada esta semana a visitar a parte exterior do convento, onde os andaimes evidenciam as obras em execução. Antes de ser transformado em convento, o edifício de 450 metros quadrados tinha sido sede da gendarmaria e depois da Rádio Vaticano.

A dor, o isolamento e a confiança em Deus


Exercícios espirituais do papa: cardeal Ravasi menciona várias vezes o livro de Jó

A fé, a solidão e o sofrimento foram alguns dos temas abordados pelo cardeal Gianfranco Ravasi no quarto dia de exercícios espirituais do papa Bento XVI e da cúria romana.

Nas primeiras meditações, o presidente do Conselho Pontifício para a Cultura se concentrou em particular na realidade do Deus que se revela. Ao avançarem os dias de retiro, o cardeal passou a refletir na resposta humana ao chamado de Deus, cuja grandeza também consiste em "nos deixar livres para abraçá-lo ou para nos afastarmos dele".

O Salmo que representa o crente, neste sentido, é o 131, ligado à "espiritualidade da infância", disse Ravasi. Este salmo testemunha que "a verdadeira confiança em Deus não é uma adesão cega", mas, sendo livre, é uma "adesão total".

Um bom exemplo é a experiência de Abraão, que, em nome da "pura fé total", sacrifica o filho Isaac para vê-lo depois restituído como "o filho da promessa".

A fé da infância, em todo caso, significa, acima de tudo, viver os ensinamentos de Jesus, que "explicitamente nos convida a ser como as criancinhas para entrar no reino dos céus".

A natureza da criança a faz confiar espontaneamente no adulto, no pai. Dotada de visão "simbólica" e não "analítica" da realidade, a criança é capaz de intuir as verdades que se referem ao "essencial". Como reconhecia Georges Bernanos, a infância pode ser recuperada somente "através da santidade".

Exemplares, neste sentido, são as orações de dois dos grandes conversos dos últimos dois séculos. Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) imagina que "depois de uma longa noite raiará a manhã" e o reino de Deus "amanhecerá com um parto doloroso".

Por sua vez, o beato John Henry Newman, a bordo de um navio durante uma tempestade, compôs esta oração: "Guiai-me, Luz gentil, em meio às trevas, guiai-me. Escura é a noite e distante a minha casa; guiai-me".

Na meditação seguinte, Ravasi abordou o sofrimento humano diante de Deus. A dor, salientou o biblista, não é apenas uma realidade "fisiológica", mas também "existencial, sapiencial, filosófica, psicológica e teológica". A experiência da dor é sempre "radical e fundamental".

O Salmo 38 fala da vaidade, não no sentido ascético da palavra, como no Eclesiastes, mas no sentido de vazio. O salmista fala da fragilidade do homem, comparável a um "sopro". Seus lábios gritam: "Revelai-me, Senhor, o meu fim, a medida dos meus dias, e saberei o quanto a minha vida é breve" (Sl 38). É uma experiência que reflete o desespero de Jó (cfr. Jó 10).

Provocações enormes, estas últimas, para a sociedade de hoje, com seu gosto pelo efêmero e sua tendência a "mostrar apenas o que é perfeito por fora". Há, em última análise, "uma espécie de narcose que elimina todas as grandes questões".

A televisão, por exemplo, deste ponto de vista, nos informa sobre muitas coisas, mas não sabe nos indicar o caminho, especialmente quando a se vida revela frágil e miserável, observa Ravasi.

Em Jó, porém, o mal também tem uma função catártica, purificadora. Quem sofre pode descobrir o sentido das próprias limitações; sente mais necessidade de afeto; descobre uma tensão que o empurra para a transcendência. O senso do limite ajuda a "superar a superficialidade", afirma o cardeal, como conclusão da segunda meditação.

Paralela à dimensão da dor, temos a do isolamento, retratada por Ravasi na última meditação de ontem.

Existe o isolamento da solidão, que é típico das grandes cidades de hoje, cheias de pessoas que esperam “o ressoar de um telefone que nunca toca”. Não menos frequente, no entanto, é o isolamento causado pela calúnia. "Às vezes, e infelizmente isso também acontece no interior do nosso mundo, é impressionante ver a maldade com que se quer destruir o outro".

Um caso extremo de isolamento provocado pela calúnia é o "bullying on-line", que leva muitos jovens, sentindo-se ridicularizados por razões triviais, a preferirem a morte.

O mal é quase sempre provocado pelo homem, embora muito facilmente o homem o atribua a Deus. Ravasi volta, neste momento, ao drama de Jó, que tem de aceitar de Deus toda a dor mais difícil e incompreensível.

Em Jesus Cristo, no entanto, Deus assumiu todo o fardo do sofrimento humano: o medo, a traição, o abandono, o silêncio de Deus, o sofrimento físico, a morte. "Deus, em Cristo, não nos protege de todo o sofrimento, mas nos dá a força e nos livra em todo sofrimento, ficando conosco", explicou o cardeal, resumindo o espírito das três meditações anteriores.

21 de fevereiro de 2013

O que é a Cruz?


A cruz é um dos símbolos mais antigos. Sua presença é reconhecida já nas antigas civilizações, como no Antigo Egito, na Ásia, na Europa, na Índia e em Israel. Na Ilha grega de Creta, em Cnossos, foi achada uma cruz de mármore do séc. XV a.C.
Ela representa uma divisão do mundo, indicando os pontos cardeais, tornando-se a base de todos os símbolos de orientação (bússolas, rosa dos
ventos, horizontal x vertical etc.).

O cristianismo enriqueceu o simbolismo da cruz, sintetizando nela a história da salvação, tornando-a mais que uma representação de Cristo. Jesus lhe institui um novo e definitivo significado, com sua paixão redentora.
No Novo Testamento, Jesus afirma que, para segui-lo, devemos tomar nossa própria cruz, perdendo a vida para salvá-la (Marcos 8, 34-35).

A Cruz é o triunfo de Cristo, pois nela aconteceu o derramamento do seu sangue, como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento: “sem derramamento
de sangue não há remissão” (Hebreus 9,22). Na cruz de Cristo, também experimentamos a nossa morte, para então podermos experimentar “o poder da
sua ressurreição” (Filipenses 3,10-11).

Aquele que não morre com Cristo não pode viver com Ele, haja vista ser a cruz um sinal para a nova existência na fé, na qual somos conduzidos pelo espírito
de Jesus e não mais por nossas paixões. Talvez seja por isso que o símbolo da Cruz incomode algumas pessoas que não se sentem prontas para assumir a proposta de Cristo. Por isso, tentam retirá-la dos lugares públicos.

A cruz com o Crucificado é uma presença silenciosa (nas igrejas, casas, escolas, escritórios, tribunais, bancos, lojas) que, mesmo ignorada por muitos de nós, remete à dor humana, à solidão da morte, gritando a cada instante em milhares de pessoas que sofrem. Olhar para a cruz com o Crucificado nos intima a responder o lamento “povo meu, que te fiz eu, ou em que te contristei?” (Miqueias 6,3). Se conseguirmos chegar a essa resposta, encontraremos a razão pela qual devemos carregar nossa própria cruz, seguindo a Cristo com nossas dores e nossas lutas.

A vida cristã nos convoca a renunciar ao pecado. Porém, só conseguiremos fazê-lo quando amarmos a cruz e iniciarmos uma luta constante pela fidelidade a Nosso Senhor e aos nossos irmãos. Assim, poderemos cantar: “Vitória, tu reinarás; ó cruz, tu nos salvarás”.


Fonte: Padre. Heitor de Menezes, cmf

Destruir a Missa


Pouco a pouco vamos tornar-nos protestantes, sem sequer dar-nos conta

- Conferência de Dom Marcel Lefebvre

Qual é a crise que estamos atravessando atualmente?
Manifesta-se, no meu entender, sob quatro aspectos fundamentais para a Santa Igreja.
Manifesta-se, à primeira vista, acredito eu, e me parece que é um dos aspectos mais graves, porque, para mim, se se estuda a história da Igreja, dá-se conta de que a grande crise que atravessou o século XVI, crise espantosa, que arrebatou à Santa Igreja, milhões e milhões de almas, regiões inteiras, Estados na sua totalidade, esta crise foi, antes de tudo, uma crise do culto litúrgico; e que, se atualmente existem divisões entre aqueles que se dizem cristãos, há que se atribuir mais que a outras causas à forma de celebrar o culto litúrgico; e se os protestantes se separaram da Igreja, a causa principal é que os instigadores do protestantismo, como Lutero, disseram, desde o primeiro momento: "Se queremos destruir a Igreja temos que destruir a Santa Missa". Esta foi a chave de Lutero.

Tinha-se dado conta de que, se chegasse a por as mãos na Santa Missa, se conseguisse reduzir o Sacrifício da Missa a uma pura refeição, a uma comemoração ou recordação, a uma significação da comunidade cristã, a uma rememoração ou memorial da Paixão de Nosso Senhor e, como consequência, que ficasse mais débil o mais sagrado que há na Igreja, o mais santo que nos legou Nosso Senhor, o mais sacrossanto, ele conseguiria destruir a Igreja. E certamente, conseguiu, por desgraça, arrebatar à Igreja nações inteiras, obrando dessa forma.

 A Missa, um sacrifício

Pois bem. Hoje existe uma tendência, que ninguém pode negar, de pôr as mãos sobre a Santa Missa. Chega-se a alterar coisas que são essenciais na Santa Missa.
E quais são estas coisas essenciais, na Santa Missa? Em primeiro lugar, a Santa Missa é um sacrifício. Um sacrifício não é uma refeição. Mas, na atualidade, se quis desterrar até a palavra sacrifício.
Se fala de Ceia Eucarística, se fala de comunhão eucarística..., se fala de tudo o que se quer, com tal de não mencionar sequer a palavra sacrifício.

E apesar disso, a Missa é, essencialmente, um sacrifício, o Sacrifício da Cruz; não é outra coisa. Substancialmente, o Sacrifício da Cruz e o Sacrifício da Missa são a mesma coisa e o mesmo e único Sacrifício.

Não há outra mutação que na forma de oblação. Nosso Senhor se ofereceu de uma forma sangrenta, cruenta, no altar da Cruz, sendo Ele mesmo o Sacerdote e a Vítima.
E sobre nossos altares, se oferece, sendo igualmente o Sacerdote e a Vítima, por ministério dos sacerdotes.

Somente o sacerdote é o Ministro consagrado pelo Sacramento da Ordem, configurado, pelo Caráter, ao Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo o Sacrifício da Missa, na pessoa de Cristo: "in persona Christi".

 A presença real

Se se tira a Transubstanciação da Missa... Já que vos falei de Sacrifício, falemos agora da segunda coisa necessária, essencial, que é a Presença Real de Nosso Senhor, na Sagrada Eucaristia. Se se elimina a Transubstanciação... Esta palavra é de uma importância capital, porque, ao suprimi-la, se omite a presença real, e deixa, portanto, de haver Vítima.

Deixa de haver Vítima para o Sacrifício. E, portanto, deixa de haver Missa. Dizendo de outra maneira: deixa de existir Sacrifício e nossa Missa é vã. Ficamos sem Missa. (Deixou de ser o Sacrifício que nos deu Nosso Senhor, na Santa Ceia e na Cruz, e que mandou os Apóstolos o perpetuarem sobre o altar). É o segundo elemento indispensável. Primeiro, o Sacrifício, logo, a Presença Real. Falemos agora do Caráter sacerdotal do Ministro.

É o sacerdote, não os fieis

É o sacerdote o que recebeu o encargo, de Deus Nosso Senhor, para continuar o Sacrifício. E de nenhuma forma os fieis. É certo que os fieis têm de se unir ao Sacrifício, unir-se de todo coração, com toda a sua alma, à Vítima, que está sobre o altar, como deve fazer também o sacerdote.
Mas os fieis não podem oferecer, de forma alguma, o Santo Sacrifício, "in persona Christi", como o sacerdote.

O sacerdote está configurado ao Sacerdócio de Cristo, está marcado para sempre, para a eternidade. "Tu es sacerdos in aeternum"... Somente ele pode oferecer verdadeiramente o Sacrifício da Missa, o Sacrifício da Cruz. E, por conseguinte, somente ele pode pronunciar as palavras da Consagração.


De joelhos!

Não é normal que os leigos se coloquem ao redor do altar e que pronunciem todas as palavras da Missa, junto com o sacerdote. Porque eles não são sacerdotes no sentido próprio em que o é o sacerdote consagrado. Tampouco podemos considerar como coisa normal o ter suprimido todo sinal de respeito à Real Presença.

À força de não ver nenhum respeito à Sagrada Eucaristia, acaba por não se crer na Presença Real. E quem se atreverá a chegar, por tal caminho, a coisa parecida, depois de meditar a divina Palavra, segundo a qual "ao nome de Jesus, que se dobre todo joelho, no céu, na terra e nos infernos"? Se somente ao nome há que ajoelhar-se, vamos permanecer de pé, quando está presente em realidade, na Sagrada Eucaristia?

Ao lugar onde se oferece um sacrifício, se dá o nome de altar. Por isso, não se pode aceitar, como substituto do altar, uma mesa comum, destinada às refeições, que, segundo recordava São Paulo, se encontram nos refeitórios das casas, para comer e beber.
O altar tem que ser peça que não se traslade e onde se oferece e se derrama o sangue. No momento em que se converte o altar em mesa de refeitório se deixa de ser altar.

Tomado do protestantismo

Suprimir todos os altares que são verdadeiramente tais, pôr, em seu lugar, uma mesa de madeira, diante do altar que foi solenemente consagrado, é, precisamente, fazer desaparecer a noção de Sacrifício, que vimos é de importância capital para a Igreja Católica. E é desta forma como chegou e se consolidou o protestantismo. Por esta desaparição da ideia de Sacrifício, passou a Inglaterra inteira ao cisma e logo à heresia.

... Deslizando, deslizando, pouco a pouco, vamos tornar-nos protestantes, sequer sem dar-nos conta.

(Granby, Canada, 14/03/71)

Fonte: Retirado do Livro "La Misa Nueva - Mons. Marcel Lefebvre" Editora ICTION, Buenos Aires 1983. Últimas misericórdias de Deus


O Santo Tríduo Pascal e a Indulgência Plenária


Durante o santo Tríduo Pascal podemos ganhar para nós ou para os defuntos o dom da Indulgência Plenária se realizarmos algumas das seguintes obra estabelecidas pela Santa Sé.

Obras que gozam do dom da indulgência pascal:

Quinta-feira Santa

1. Se durante a solene reserva do Santíssimo, que segue à Missa da Ceia do Senhor, recitamos ou cantamos o hino eucarístico "Tantum Ergo" ("Adoremos Prostrados").

2. Se visitarmos pelo espaço de meia hora o Santíssimo Sacramento reservado no Monumento para adorá-lo.

Sexta-feira Santa

1. Se na Sexta-feira Santa participarmos piedosamente à Veneração da Cruz na solene celebração da Paixão do Senhor.

Sábado Santo

1. Se rezarmos juntos o  Santo Rosário.

Vigília Pascal

1. Se participarmos da celebração da Vigília Pascal (Sábado Santo de noite) e nela renovamos as promessas de nosso Santo Batismo.

Condições:

Para ganhar a Indulgência Plenária além de ter realizado a obra enriquecida se requer o cumprimento das seguintes condições:

A. Exclusão de todo afeto para qualquer pecado, inclusive venial.

B. Confissão sacramental, Comunhão eucarística e Oração pelas intenções do Sumo Pontífice. Estas três condições podem ser cumpridas uns dias antes ou depois da execução da obra enriquecida com a Indulgência Plenária; mas convém que a comunhão e a oração pelas intenções do Sumo Pontífice se realizem no mesmo dia em que se cumpre a obra.

É oportuno assinalar que com uma só confissão sacramental podemos ganhar várias indulgências. Convém, não obstante, que se receba freqüentemente a graça do sacramento da Penitência, para aprofundar na conversão e na pureza de coração. Por outro lado, com uma só comunhão eucarística e uma só oração pelas intenções do Santo Padre só se ganha uma Indulgência Plenária.

A condição de orar pelas intenções do Sumo Pontífice se cumpre rezando-se em sua intenção um Pai Nosso e Ave-Maria; mas se concede a cada fiel cristão a faculdade de rezar qualquer outra fórmula, segundo sua piedade e devoção


Fonte: ACI digital

19 de fevereiro de 2013

Domingo de Páscoa


O Domingo de Páscoa, ou a Vigília Pascal, é o dia em que até mesmo a mais pobre igreja se reveste com seus melhores ornamentos, é o ápice do ano litúrgico. É o aniversário do triunfo de Cristo.
É a feliz conclusão do drama da Paixão e a alegria imensa depois da dor. E uma dor e alegria que se fundem pois se referem na história ao acontecimento mais importante da humanidade: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo Filho de Deus.

São Paulo nos diz : "Aquele que ressuscitou Jesus Cristo devolverá a vida a nossos corpos mortais". Não se pode compreender nem explicar a grandeza da Páscoa cristã sem evocar a Páscoa Judaica, que Israel festejava, e que os judeus ainda festejam, como festejaram os hebreus há três mil anos.

O próprio Cristo celebrou a Páscoa todos os anos durante a sua vida terrena, segundo o ritual em vigor entre o povo de Deus, até o último ano de sua vida, em cuja Páscoa aconteceu na ceia e na istituição da Eucaristia.
Cristo, ao celebrar a Páscoa na Ceia, deu à comemoração tradicional da libertação do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo. Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, mas o mundo inteiro, a quem prepara para o Reino dos Céus.

A Páscoa cristã - cheia de profunda simbologia - celebra a proteção que Cristo não cessou nem cessará de dispensar à Igreja até que Ele abra as portas da Jerusalém celestial.
A festa da Páscoa é, antes de tudo, a representação do acontecimento chave da humanidade, a Ressurreição de Jesus depois de sua morte consentida por Ele para o resgate e a reabilitação do homem caído. Este acontecimento é um dado histórico inegável. Além de que todos os evangelistas fizeram referência. São Paulo confirma como o historiador que se apoia, não somente em provas, mas em testemunhos.

Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. Como não se alegrar pela vitória d'Aquele que tão injustamente foi condenado à paixão mais terrível e à morte de cruz?, pela vitória d'Aquele que anteriormente foi flagelado, esbofeteado, cuspido, com tanta desumana crueldade.
Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado, unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desolusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana respeitada.

A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a todos os homens.
O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal. Creio na Ressurreição?, a proclamo?; creio em minha vocação e missão cristã, a vivo?; creio na ressurreição futura? , é alento para esta vida?, são perguntas que devem ser feitas.

A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do homem, a libertação de seus egoísmos, de sua sensualidade, de seus complexos, purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento interior, contudo se realiza de maneira positiva com dons de plenitude, com a iluminação do Espírito, a vitalização do ser por uma vida nova, que transborda alegria e paz - soma de todos os bens messiânicos-, em uma palavra, a presença do Senhor ressuscitado.
São Paulo o expressou com incontida emoção neste texto: " Se ressuscitastes com Cristo, então vos manifestareis gloriosos com Ele".


Fonte: ACI digital

Sábado Santo


"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).

No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado.
O sacrário aberto e vazio.

A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência.
O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão.

O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".

O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.

É um dia de meditação e silêncio. Algo parecido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).

Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:

"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".

Vigília Pascal

A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiqüíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:

Breve Lucernário

Abençoa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.

Liturgia da Palavra

Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

Liturgia Batismal

São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.

Liturgia Eucarística

Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.

Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.

A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.

O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa.
Preparam-se as velas para todos os que participem da Vigília.


Fonte: ACIdigital

Sexta-feira Santa

A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.


São João, teólogo e cronista da paixão nos leva a contemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia. Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto. A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia. Jesus é Rei. O diz o título da cruz, e o patíbulo é o trono onde ele reina. É a uma só vez, sacerdote e templo, com a túnica sem costura com que os soldados tiram a sorte. É novo Adão junto à Mãe, nova Eva, Filho de Maria e Esposo da Igreja. É o sedento de Deus, o executor do testamento da Escritura. O Doador do Espírito. É o Cordeiro imaculado e imolado, o que não lhe romperam os ossos. É o Exaltado na cruz que tudo o atrai a si, quando os homens voltam a ele o olhar.

A Mãe estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente no Gólgota, desde que o discípulo amado a recordou em Caná, sem ter seguido passo a passo, com seu coração de Mãe no caminho de Jesus. E agora está ali como mãe e discípula que seguiu em tudo a sorte de seu Filho, sinal de contradição como Ele, totalmente ao seu lado. Mas solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho.

Maternidade do coração, que infla com a espada de dor que a fecunda.

A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus. Maria comtempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe. São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra: Eis aí o teu filho.

O soldado que traspassou o lado de Cristo no lado do coração, não se deu conta que cumpria uma profecia realizava um últmo, estupendo gesto litúrgico. Do coração de Cristo brota sangue e água. O sangue da redenção, a água da salvação. O sangue é sinal daquele maior amor, a vida entregue por nós, a água é sinal do Espírito, a própria vida de Jesus que agora, como em uma nova criação derrama sobre nós.

A Celebração

Hoje não se celebra a missa em todo o mundo. 
O altar é iluminado sem mantel, sem cruz, sem velas nem adornos.
Recordamos a morte de Jesus. 
Os ministros se prostram no chão frente ao altar no começo da cerimônia. São a imagem da humanidade rebaixada e oprimida, e ao mesmo tempo penitente que implora perdão por seus pecados.
Vão vestidos de vermelho, a cor dos mártires: de Jesus, o primeiro testeunho do amor do Pai e de todos aqueles que, como ele, deram e continuam dando sua vida para proclamar a libertação que Deus nos oferece.

Ação litúrgica na Morte do Senhor

1. A ENTRADA

A impressionante celebração litúrgica da Sexta-feira começa com um rito de entrada diferente de outros dias: os ministros entram em silëncio, sem canto, vestidos de cor vermelha, a cor do sangue, do martírio, se prostram no chão, enquanto a comunidade se ajoelha, e depois de um espaço de silêncio, reza a oração do dia.

Celebração da Palavra

Primeira Leitura
Espetacular realismo nesta profecia feita 800 anos antes de Cristo, chamada por muitos o 5º Evangelho. Que nos introduz a alma sofredora de Cristo, durante toda sua vida e agora na hora real de sua morte. Disponhamo-nos a vivê-la com Ele.

Salmo responsorial

Segunda leitura

O Sacerdote é o que une Deus ao homem e os homens a Deus… Por isso Cristo é o perfeito Sacerdote: Deus e Homem. O Único e Sumo e Eterno Sacerdote. Do qual o Sacerdócio: o Papa, os Bispos, os sacerdotes e dos Diáconos unidos a Ele, são ministros, servidores, ajudantes…

Versículo antes o Evangelho (Fl 2, 8-9)
Cristo, por nós, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o sobreexaltou grandemente e o agraciou com o Nome que é acima de todo nome.

Como sempre, a celebração da Palavra, depois da homilia conclui-se com uma ORAÇÃO UNIVERSAL, que hoje tem mais sentido do que nunca: precisamente porque comtemplamos a Cristo entregue na cruz como Redentor da humanidade, pedimos a Deus a salvação de todos, crentes e não crentes.

3. Adoração da Cruz

Depois das palavras passamos a um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da Santa Cruz é apresentada solenemente a Cruz à comunidade, cantando três vezes a aclamação:

"Eis o lenho da Cruz, onde esteve pregada a salvação do mundo. Ó VINDE ADOREMOS", e todos ajoelhados uns instantes de cada vez, e então vamos, em procissão, venerar a Cruz pessoalmente, com um genuflexão (ou inclinação profunda) e um beijo (ou tocando-a com a mão e fazendo o sinal da cruz ); enquanto cantamos os louvores ao Cristo na Cruz :

4. A comunhão

Desde de 1955, quando Pio XII decidiu, na reforma que fez na Semana Santa, não somente o sacerdote - como até então - mas também os fiéis podem comungar com o Corpo de Cristo.

Ainda que hoje não haja propriamente Eucaristia, mas comungando do Pão consagrado na celebração de ontem,
Quinta-feira Santa, expressamos nossa participação na morte salvadora de Cristo, recebendo seu "Corpo entregue por nós".






A Quinta-feira Santa

A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar concretamente no misterio da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo.

E por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.

Neste sentido, o Evangelho de São João apresenta a Jesus 'sabendo que o Pai pôs tudo em suas mãos, que vinha de Deus e a Deus retornava', mas que, ante cada homem, sente tal amor que, igual como fez com os discípulos, se ajoelha e lava os seus pés, como gesto inquietante de uma acolhida inalcansável.

São Paulo completa a representação lembrando a todas as comunidades cristãs o que ele mesmo recebeu: que aquela memorável noite a entrega de Cristo chegou a fazer-se sacramento permanente em um pão e em um vinho que convertem em alimento seu Corpo e seu Sangue para todos os que queiram recordá-lo e esperar sua vinda no final dos tempos, ficando assim instituída a Eucaristía.

A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, um dia como hoje, na véspera da su paixão, "enquanto ceava com seus discípulos tomou pão..." (Mt 26, 26).

Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e se recordassem dEle abençoando o pão e o vinho: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19).

Antes de ser entregue, Cristo se entrega como alimento. Entretanto, nesta Ceia, o Senhor Jesus celebra sua morte: o que fez, o fez como anúncio profético e oferecimento antecipado e real da sua morte antes da sua Paixão. Por isso "quando comemos deste pão y bebemos deste cálice, proclamamos a morte do Senhor até que ele volte" (1Cor 11, 26).

Assim podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial não tanto da Última Ceia, e sim da Morte de Cristo que é Senhor, e "Senhor da Morte", isto é, o Resuscitado cujo regresso esperamos de acordo com a promessa que Ele mesmo fez ao despedir-se: "Um pouco de tempo e já não me vereis, mais um pouco de tempo ainda e me vereis" (Jo 16, 16).

Como diz o prefácio deste dia: "Cristo verdadeiro e único sacerdote, se ofereceu como vítima de salvação e nos mandou perpetuar esta oferenda em sua comemoração". Porém esta Eucaristia deve ser celebrada com características próprias: como Missa "na Ceia do Senhor".

Nesta Missa, de maneira diferente de todas as demais Eucaristias, não celebramos "diretamente" nem a morte nem a ressurreição de Cristo. Não nos adiantamos à Sexta-feira Santa nem à noite de Páscoa.

Hoje celebramos a alegria de saber que esta morte do Senhor, que não terminou no fracasso mas no êxito, teve um por quê e um para quê: foi uma "entrega", um "dar-se", foi "por algo"ou melhor dizendo, "por alguém" e nada menos que por "nós e por nossa salvação" (Credo). "Ninguém a tira de mim,(Jesus se refere à sua vida) mas eu a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la." (Jo 10, 18), e hoje nos diz que foi para "remissão dos pecados" (Mt 26, 28c).

Por isso esta Eucaristia deve ser celebrada o mais solenemente possível, porém, nos cantos, na mensagem, nos símbolos, não deve ser nem tão festiva nem tão jubilosamente explosiva como a Noite de Páscoa, noite em que celebramos o desfecho glorioso desta entrega, sem a qual tivesse sido inútil; tivesse sido apenas a entrega de alguém mais que morre pelos pobres e não os liberta.

Porém não está repleta da solene e contrita tristeza da Sexta-feira Santa, porque o que nos interessa "sublinhar" neste momento, é que "o Pai entregou o Seu Filho para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"(Jo 3, 16) e que o Filho entregou-se voluntariamente a nós apesar de que fosse através da morte em uma cruz ignominiosa.

Hoje há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o "glória": é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém ao mesmo tempo é sóbria e dolorida, porque conhecemos o preço que Cristo pagou por nós.

Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor por Ele. Entretanto predomina o gozo porque no amor nunca podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que dá e se entrega con amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.

Podemos dizer que hoje celebramos com a liturgia (1a. Leitura) a Páscoa. Porém a da Noite do Êxodo (Ex 12) e não a da chegada à Terra Prometida (Js 5, 10-ss).

Neste dia se inicia a festa da "crise pascal", isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte mas sim combatida por ela.

A noite do sábado de Glória é o canto à vitória porém tingida de sangue, e neste dia é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor

Significado da Sexta - Feira Santa

 A Sexta-feira Santa, ou 'Sexta-feira da Paixão', é a Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos.

Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.

A Sexta-feira Santa é um feriado móvel que serve de referência para outras datas. É calculado como sendo a primeira Sexta-feira de lua cheia após o equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril.

Na Igreja Católica, este dia pertence ao Tríduo pascal, o mais importante período do ano litúrgico. A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, pelo que é o único dia em que não se celebra, em absoluto, a Eucaristia.

Por ser um dia em que se contempla de modo especial Cristo crucificado, as regras litúrgicas prescrevem que neste dia e no seguinte (Sábado Santo) se venere o crucifixo com o gesto da genuflexão, ou seja, de joelhos.

No entanto, mesmo sem a celebração da missa, tem lugar, no rito romano, uma celebração litúrgica própria deste dia. Tal celebração tem alguma semelhança com a celebração da Eucaristia, na sua estrutura, mas difere essencialmente desta pelo facto de não ter Oração eucarística, a mais importante parte da missa católica.

A celebração da morte do Senhor consiste, resumidamente, na adoração de Cristo crucificado, precedida por uma liturgia da Palavra e seguida pela comunhão eucarística dos participantes. Presidida por um presbítero ou bispo, paramentado como para a missa, de cor vermelha, a celebração segue esta estrutura:

Entrada em silêncio do presidente e dos ministros, que se prostram em adoração diante do altar oração colecta.

Liturgia da Palavra:
- Leitura do livro de Isaías (quarto cântico do servo de Javé, Is 52,13-53,12),
- Salmo 31 (30), leitura da Epístola aos Hebreus (Hebr 4, 14-16; 5, 7-9),
- Aclamação ao Evangelho e leitura do Evangelho da Paixão segundo João (Jo 18,1-19,42, geralmente em forma dialogada).
Homilia e Silêncio de Reflexão.
Oração Universal, mais longa e solene do que a da missa, seguindo o rito
Intenção – Silêncio – Oração do Presidente.
Adoração da Cruz: a cruz é apresentada aos fiéis e adorada ao som de cânticos.
Pai Nosso
Comunhão dos fiéis presentes. Toma-se pão consagrado no dia anterior, Quinta-Feira Santa.
Oração depois da comunhão.
Oração sobre o povo.

 Obs: Em muitas cidades históricas como: Paraty, Ouro Preto, Pirenópolis e Jaraguá - GO a Celebração da Paixão e Morte do Senhor é procedida da Procissão do Enterro, também conhecida como Procissão do Senhor Morto, em que são cantados motetos em latim.

Toda a liturgia católica deste dia está em função de Cristo crucificado. Assim, a liturgia da Palavra pretende introduzir os fiéis no mistério do sofrimento e da morte de Jesus, que assim aparece como uma acção livre de Cristo em ordem à salvação de toda a humanidade.

A veneração da cruz, símbolo da salvação, pretende dar expressão concreta à adoração de Cristo crucificado.

A comunhão eucarística é, para a Igreja, a forma mais perfeita de união com o Mistério pascal de Cristo, e por isso é um ponto culminante na união dos fiéis com Cristo crucificado.

O fato de se comungar do pão consagrado no dia anterior vem exprimir e reforçar a unidade de todo o Tríduo Pascal.

Além da celebração da Paixão do Senhor, rezam-se as diversas horas litúrgicas da Liturgia das Horas.

A Igreja exorta os fiéis a que neste dia observem alguns sinais de penitência, em respeito e veneração pela morte de Cristo. Assim, convida-os à prática do jejum e da abstinência da carne.

Exercícios piedosos, como a Via Sacra e o Rosário, são também recomendados como forma de assinalar este dia especialmente importante para a fé cristã.

18 de fevereiro de 2013

Como fazer Jejum?

Práticas do Jejum

Um erro muito comum que as pessoas cometem consiste em fazer um dia de jejum sem tomar café da manhã. Agindo assim, elas na verdade começam a jejuar a partir da última refeição que fizeram, na véspera, e não pela manhã.

Essas pessoas mal-informadas acabam ficando com dor de cabeça, que em geral; começa bem cedo. Ora, dor de cabeça não é o objetivo do jejum. Além disso, trata-se de uma coisa que deixa a pessoa indisposta o resto do dia, que a torna irritadiça e sempre pronta a perder a paciência. E isso é totalmente oposto ao que se espera conseguir jejuando.

É bom que você tome tranqüilamente seu café da manhã, como se faz todos os dias, e, a partir daí, inicie o jejum. Agindo dessa maneira, você fica livre dos ácidos do estômago, da dor de cabeça, da irritabilidade e da indisposição. E isso custa muito pouco: basta tomar café da manhã como nos outros dias. Se você não quer mesmo comer nada, ou é daqueles que não fazem uma refeição pela manhã, ao menos beba alguma coisa, de preferência quente. Isso vai fazer bem ao seu aparelho digestivo, preparando-o para o dia de jejum.

O jejum é uma riqueza que precisamos reconquistar. É uma forte expressão da comunidade que decidiu fazer uma conversão, começar uma vida nova.
Todos podem fazer jejum. Sejam idosos ou estejam cansados ou doentes; sejam gestantes, mães que amamentam, jovens ou adultos. todos podem jejuar sem que isso lhe faça mal, mas, pelo contrário, lhes faça bem.

Muitas pessoas não jejuam porque não sabem fazê-lo. Imaginam que jejuar seja uma coisa muito difícil e dolorosa que elas não vão conseguir fazer.
Abordamos aqui o aspecto prático do jejum. Existem várias modalidades de jejum, trataremos, no entanto, somente de quatro tipos que poderão ser de grande proveito para você.

Jejum da Igreja 

Assim é chamado o tipo de jejum prescrito para toda a Igreja e que, por isso, é extremamente simples, podendo ser feito por qualquer pessoa.
Alguém poderia pensar que esse seja um jejum relaxado ou que nem seja realmente jejum, porque ele é muito fácil. Mas não é bem assim.
Esse modo de jejuar vem da Tradição da Igreja e pode ser praticado por todos sem exceção, sendo esse o motivo porque é prescrito a toda a Igreja.

O básico desse tipo de jejum é que você tome o café da manhã normalmente e depois faça apenas uma refeição - almoçar ou jantar -, a depender dos seus hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas necessidades.
Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o resto da noite sem fome.

O conceito de jejum não exige que você passe fome. Em suas aparições em Medjurgorje, a própria Nossa Senhora o repetiu várias vezes. Jejuar é refrear a nossa gula e disciplinar o nosso comer.

O importante, e aí está a essência do jejum, é a disciplina, e é você não comer nada além dessas três refeições. O que interessa é cortar de vez o hábito de "beliscar", de abrir a geladeira várias vezes ao dia para comer "uma coisinha". Evitar completamente, nesse dia, as balas, os doces, os chocolates e os biscoitos. Deixar de lado os refrigerantes, as bebidas e os cafezinhos.


Para quem é disciplinado - e muitos de nós o somos -, isso é um jejum, e dos "bravos"! Nesse tipo de jejum, não se passa fome. Mas como "a gente" se disciplina; como refreia a gula! E é esta a finalidade do jejum.
Qualquer pessoa pode fazer esse tipo de jejum, mesmo os doentes, porque água e remédios não quebram jejum. Se for necessário leite para tomar os remédios, o jejum não é quebrado, pois a disciplina fica mantida. Para o doente e para o idoso, disciplina mesmo talvez seja tomar os remédios e tomar corretamente.

Jejum a pão e água 

Nesse segundo tipo de jejum, deve-se comer pão quando se tem fome e beber água quando se tem sede. Apenas isso e nada mais.

Não se trata de comer pão e beber água ao mesmo tempo. Pelo contrato: é preciso evitar isso. Nosso tipo de pão, quando comido com água, geralmente fermenta no estômago, provocando dor de cabeça.
É melhor ir comendo aos poucos durante todo o jejum. Você vai perceber que, nesse dia, o pão adquire um novo sabor. Também se deve beber água várias vezes no decorrer do dia. O organismo precisa de água. Por isso, tome água, mesmo que você não tenha sede.

O principal desse tipo de jejum é que você só coma pão e beba apenas água. Jejum à base de líquidos
O terceiro tipo de jejum requer que você passe o dia sem comer nada, limitando-se a tomar líquidos. Ou seja, durante todo o seu dia de jejum, você se alimenta somente com líquidos. Essa é uma modalidade muito boa de jejum, que refreia a nossa gula e garante a nossa disciplina.
Tratando-se de líquidos, temos uma grande variedade de opções e de combinações possíveis; todas elas nos mantêm alimentados e bem dispostos sem a quebra do jejum.

É recomendável passar o dia tomando chá. Existem vários tipos de chá, podendo-se escolher. Desde que seja quente e com um pouco de açúcar ou mel, o chá alimenta e mantém o estômago aquecido, o que é muito bom. Quem não puder usar açúcar nem mel, pode usar adoçante ou tomar chá puro; fazendo assim estará se privando da glicose, que é alimentícia, mas conservará as vantagens do chá e do calor. Mas, se preferir, você poderá tomá-lo frio ou gelado, especialmente no verão.
 laranjada, limonada e sucos de fruta também são indicados para esse dia. O mesmo acontece com os sucos de legumes, como cenoura e beterraba, e de verduras.
Veja bem: tome suco, não vitamina. Combinando-se frutas, legumes e verduras, as possibilidades aumentam bastante.

Os vários sucos, adoçados ou não com açúcar, mel ou adoçante, são sempre alimentícios, deixando o corpo leve para a oração e para as outras atividades intelectuais ou físicas.
Outra boa opção para esse tipo de jejum é a água de coco, que é completa, jé tendo tudo para nos manter hidratados e alimentados. Especialmente para quem tem a sorte de viver nos lugares onde há coqueiros, um jejum a base de água de coco é excelente. Não existe melhor hidratante.

Qualquer pessoa, mas em especial os idosos e os doentes, pode fazer um jejum muito saudavél à base de caldos. Tal como os sucos, os caldos também apresentam um grande variedade. 30 Observe, no entanto, que estou me referindo a caldos, e não a sopas e canjas, embora se possa fazer caldo de frango e até de carne. O que importa é que o caldo é líquido e tem como vantagens ser nutritivo e quente, além de conter sal.
Especialmente em dias frios, os caldos são uma ótima maneira de fazer jejum, pois com eles temos garantida a ingestão das calorias necessárias às nossas atividades, espirituais em particular.

O Jejum completo 

Nesse quarto tipo de jejum, não se come coisa alguma e só se bebe água.
É recomendável que, antes de experimentar essa forma de jejum, você já tenha feito o jejum a pão e água e o jejum à base de líquidos, que podem servir de treino.

No jejum completo, é fundamental beber água várias vezes ao dia. Não é bom fazer jejum a seco, isto é, sem tomar água, especialmente quando não se tem um bom treinamento.

Mas é possível fazer jejum sem ingerir mesmo água? Sim, como eu já disse, é possível. Porém só as pessoas bem experientes devem tentar fazê-lo.

É fundamental ter em mente que não estamos nos submetendo a um teste de resistência. Não precisamos provar nada a ninguém: nem a nós, nem ao Senhor.
O objetivo do jejum é nos encontrar com Deus, favorecer a oração e nos disciplinar. Ele serve para nos abrir à Graça da contemplação, da intercessão a da Unção do Espírito Santo.

Como dissemos acima, nosso organismo precisa de água. Ele necessita estar bem hidratado para agir e reagir no campo espiritual. E como o nosso jejum se destina a combatentes que batalham por Deus na dimensão espiritual, tome água várias vezes ao dia quando praticar o jejum completo.

Quanto a hora de terminar o jejum, principalmente o jejum completo, Nossa Senhora de Medjugorje fala em encerrá-lo às quatro da tarde. Você pode terminá-lo às cinco, às seis ou às oito horas da noite.
O importante é ser comedido e agir com sabedoria. Nossa intenção não é bancar os heróis.
Repito: não temos de provar nada a ninguém, nem a nós e nem mesmo ao Senhor.

Você provavelmente é uma das muitas pessoas que não conheciam o que acabei de apresentar e que por esse motivo não jejuava.
Agora, com uma nova compreensão do jejum, comece a praticá-lo,escolha qual desses você fará, pois isso seguramente trará benefícios a você e ao Corpo de Cristo.
Deus abençoe o seu jejum!


Fonte:extraído do livro "Práticas de Jejum" escrito pelo Pe. Jonas Abib

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