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20 de dezembro de 2009

A VIDA DE SAO FRANCISCO DE ASSIS


No dia 4 de outubro celebramos São Francisco de Assis, que nasceu na cidade de Assis, na Itália, em 1181 (ou 1182). Filho de um rico comerciante de tecidos, Francisco tirou todos os proveitos de sua condição social vivendo entre os amigos boêmios.Tentou, como o pai, seguir a carreira de comerciante, mas a tentativa foi em vão.Sonhou então, com as honras militares.
Aos vinte anos alistou-se no exército de Gualtieri de Brienne que combatia pelo papa, mas em Spoleto teve um sonho revelador: Foi convidado a trabalhar para "o Patrão e não para o servo".Suas revelações não parariam por aí.
Em Assis, o santo dedicou-se ao serviço de doentes e pobres. Um dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: "Francisco, restaura minha casa decadente".
O chamado, ainda pouco claro para São Francisco, foi tomado no sentido literal e o santo vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igrejinha.
Como resultado, o pai de São Francisco, indignado com o ocorrido, deserdou-o.Com a renúncia definitiva aos bens materiais paternos, São Francisco deu início à sua vida religiosa, "unindo-se à Irmã Pobreza".
A Ordem dos Frades Menores teve início com a autorização do papa Inocêncio III e Francisco e onze companheiros tornaram-se pregadores itinerantes, levando Cristo ao povo com simplicidade e humildade.

O trabalho foi tão bem realizado que, por toda Itália, os irmãos chamavam o povo à fé e à penitência.
A sede da Ordem, localizada na capela de Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, próxima a Assis, estava superlotada de candidatos ao sacerdócio. Para suprir a necessidade do espaço, foi aberto outro convento em Bolonha.Um fato interessante entre os pregadores itinerantes foi que poucos, dentre eles, tomaram as ordens sacras. São Francisco de Assis, por exemplo, nunca foi sacerdote.Em 1212, São Francisco fundou com sua fiel amiga Santa Clara, a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Já em 1217, o movimento franciscano começou a se desenvolver como uma ordem religiosa.

E como já havia ocorrido anteriormente, o número de membros era tão grande que foi necessária a criação de províncias que se encaminharam por toda a Itália e para fora dela, chegando inclusive à Inglaterra.Sua devoção a Deus não se resumiria em sacrifícios, mas também em dores e chagas. Enquanto pregava no Monte Alverne, nos Apeninos, em 1224, apareceram-lhe no corpo as cinco chagas de Cristo, no fenômeno denominado "estigmatização".Os estigmas não só lhe apareceram no corpo, como foram sua grande fonte de fraqueza física e, dois anos após o fenômeno, São Francisco de Assis foi chamado ao Reino dos Céus.Autor do Cântico do Irmão Sol, considerado um poeta e amante da natureza, São Francisco foi canonizado dois anos após sua morte.Em 1939, o papa Pio XII tributou um reconhecimento oficial ao "mais italiano dos santos e mais santo dos italianos", proclamando-o padroeiro da Itália

Oração da Paz (Oração de São Francisco)(Esta oração foi feita após o pedido de clemência do papa Inocêncio III "arrependido" pelas cruzadas e muito enfermo.
Francisco, duvidando de seu arrependimento, fora chamado a atenção pelo Pai pedindo piedade ao agonizante.
São Francisco atendeu o pedido, admitindo humildemente sua ignorância).

Senhor,Fazei-me instrumento de vossa paz.Onde houver ódio, que eu leve o amor;Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;Onde houver discórdia, que eu leve a união;Onde houver duvida, que leve a fé;Onde houver erro, que eu leve a verdade;Onde houver desespero, que eu leve a esperança;Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,Fazei que procure mais consolar, que ser consolado;compreender que ser compreendido;amar, que ser amado.Pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado,e é morrendo que vive para a vida eterna.

22 de novembro de 2009

CRISMA OU CONFIRMAÇÃO


A finalidade dos Sacramentos é para tornarmos um sinal de testemunho de vida; é para identificar-nos cada vez mais com Cristo. Não é para só sentirmos bem, pagar ou cumprir promessa. -Por que recebemos o Sacramento da Crisma, chamado também Confirmação?
Comumente dizemos que a Crisma nos faz soldados de Cristo, que confirma o Batismo, Sacramento adulto que dá responsabilidade. Uma só coisa a Igreja nos garante sobre este Sacramento. A crisma nos concede com plenitude o Espírito Santo.-Qual o sentido do Sacramento da Crisma?
Podemos dizer o seguinte: Todos os Sacramentos são Sacramentos de Cristo, mas um deles, a Eucaristia, é por excelência o Sacramento de Cristo. Assim, todos os Sacramentos são do Espírito Santo, mas um deles, a Crisma ou Confirmação, é por excelência o Sacramento do Espírito Santo. Para melhor compreendermos o sentido do Sacramento da Crisma, devemos perguntar-nos qual a função do Espírito Santo na Economia da salvação (plano de Deus) manifestada na História da Salvação. Olhando para a Bíblia, descobrimos que o Espírito Santo tem uma dupla função:
(1) O de dar a vida.
(2) E a função de levar a vida até sua perfeição. Essas são duas funções diferentes. Pelo Batismo, o Espírito Santo nos concede a vida e pelo Crisma nos dá os seus dons para chegarmos a perfeição. A Confirmação nos dá, pois, o Espírito Santo para levarmos até a perfeição o que recebemos no Batismo. Chegar a perfeição, segundo a vontade do Pai. "Sede Santos, como vosso Pai do céu é Santo." No entanto, a nossa primeira vocação é sermos santos. Como existiu uma Páscoa e um Pentecostes na vida dos Apóstolos e dos discípulos de Cristo, há também uma Páscoa e um Pentecostes na vida da Igreja e de cada um dos seus membros. Tudo quanto podemos dizer da Páscoa poderemos dizer também do Batismo; e tudo quanto podemos dizer dizer de Pentecostes, poderemos atribuir à Crisma.
Páscoa = passagem.
Batismo = passagem do pecado, para vida da graça.
Pentecostes = mudança de atitude.
Crisma = mudança, onde tornamos adultos na fé, comprometidos com a Igreja.




Talvez possamos dizer que o Batismo constitui mais o aspecto estático (somos levados), ao passo que a Crisma expressa mais o aspecto dinâmico, evolutivo da vida cristã. Uma coisa é ser cristão simplesmente, outra coisa é chegar à plenitude da santidade; é evoluir, é tomar novo impulso, crescer constantemente na vida iniciada no Batismo. É a contínua busca da santidade. Não podemos permanecer semente, é preciso que a semente germine, cresça e dê frutos em abundância. At 8, 14-19 Os sete dons do Espírito Santo São eles: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade, Temor de Deus. Sabedoria:Não a sabedoria do mundo, mas aquela que nos faz reconhecer e buscar a verdade, que é o próprio Deus: fonte da sabedoria. Verdade que encontramos na Bíblia. Entendimento:É o dom que nos faz aceitar as verdades reveladas por Deus. Conselho:É a luz que nos dá o Espírito Santo, para distinguirmos o certo do errado, o verdadeiro do falso, e assim orientarmos acerdatamente a nossa vida, e a de quem pede um conselho. Ciência: Não é a ciência do mundo, mas a ciência de Deus. A verdade que é vida. por esse dom o Espírito Santo nos indica o caminho a seguir na realização da nossa vocação. Fortaleza: É o dom da coragem para viver fielmente a fé no dia-a-dia, e até mesmo o martírio, se for preciso. Piedade: É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria. Nesse dom nos é dado o sabor das coisas de Deus.Temor de Deus:Temor aqui não significa "ter medo de Deus", mas um amor tão grande, que queima o coração de Respeito por Deus. Não é um pavor pela justiça divina, mas o receio de ofender ou desagradar a Deus
Portanto deu para perceber que o sacramento que você ira receber não é nenhum tipo de brincadeira ou objeto que se ganha e depois mantém guardado dentro de uma gaveta, deixando cair no esquecimento!
Pense bem no que está fazendo com sua vida, pois Deus não está te obrigando a nada, absolutamente nada! O sim que você esta prestes a dar a Deus é muito sério, portanto a sua vida deve servir de testemunho aos que cercam sua vida, dizer sim a Deus é afirmar que você quer servir à Deus, mesmo que somente participando da SANTA MISSA!
Dizer sim a Deus envolve uma séria mudança de comportamento, ou seja, uma conversão constante, todos dias, isso não quer dizer que você deva deixar de ouvir suas musicas prediletas, de sair com amigos, de ser alegre e brincar, claro que quando se tem Deus, tudo fica mais fácil de se entender!
Testemunhar à Deus começa principalmente dentro de casa, depois com os demais familiares, com os vizinhos, amigos de bairro, de escola e professores, claro que não é fácil servir de espelho para os outros, mas a partir do momento que você resolveu cursar a crisma é esse comportamento que a sociedade espera de você e de todos que participam do curso!
Se durante sua crisma você não sentiu nenhuma mudança ou diferença em sua vida...
então você não abriu o coração pra que Deus pudesse agir! Que pena! Você deixou a graça de Deus passar em sua vida, sem ao menos experimentar!
Para Deus nunca é tarde! Volte seu coração para Deus, o deixe agir e ser AMADO por ELE!

31 de outubro de 2009

Equipe Litúrgica um ministério eclesial a ser levado a sério

DIANTE DE DIFICULDADES


Em minhas andanças por este Brasil afora, exercendo função de missionário da divina Liturgia, percebo que há muitos párocos e vigários paroquiais preocupados com a qualidade das equipes litúrgicas em suas comunidades eclesiais.
Queixam-se do despreparo delas. Lamentam a atuação por demais improvisada de muitas equipes, que tantas vezes se limitam à distribuição de folhetos e livros de cantos, escolha de leitores na última hora, mera leitura formal dos comentários do folheto, leituras bíblicas mal feitas (sem preparo), músicos atuando meio por conta (alheios ao conjunto da equipe e com cantos deslocados do verdadeiro espírito litúrgico), ausência de inventivas para fazer uma liturgia mais viva e proveitosa.
Numa palavra, falta formação, não só de equipes litúrgicas, mas também das equipes litúrgicas. E os próprios padres (e outros agentes de pastoral), muitas vezes, reconhecem que também não sabem orientar as equipes e como trabalhar com elas. Sentem-se despreparados neste setor pastoral e pedem ajuda.


UM PROGRAMA DE ESTUDO E TRABALHO

Assim sendo, no intuito de atender aos anseios de nossos párocos e vigários paroquiais (e, eventualmente, outros), vamos ter daqui para frente, nesta revista, uma série de “encontros”, conversando sobre equipes litúrgicas:
- sua razão de ser a partir do Vaticano II, questão da ministerialidade da assembléia litúrgica, o papel da animação de uma assembléia litúrgica, o papel da equipe de animação da vida litúrgica na paróquia (ou comunidade), o papel da equipe diocesana de pastoral litúrgica e seu papel, o trabalho coletivo, como formar uma equipe litúrgica, como organizá-la e fazê-la funcionar, passos de uma reunião para preparar uma celebração, etc.
Vou me basear, sobretudo, em três preciosos livrinhos:
- CNBB. Animação da vida litúrgica no Brasil (Documentos da CNBB n.º 43), São Paulo, Paulinas, 2002; Equipe de Liturgia (Equipe de Liturgia 1), de Ione Buyst, 15a ed. atualizada, Ed. Vozes, Petrópolis, 2000; Preparando passo a passo a celebração. Um método para as equipes de celebração das comunidades (Coleção “Celebrar a fé e a vida”, 3), de Luiz Eduardo P. Baronto, Editora Paulus, 3a ed., São Paulo, 1997. Aconselho o leitor e a leitora a adquirirem estes livrinhos para aprofundamento pessoal e em grupos.

EQUIPES DE LITURGIA, UMA EXIGÊNCIA A PARTIR DO VATICANO II

Na tradição mais antiga da Igreja, a assembléia litúrgica era servida por muitos ministros:
- porteiros, cantores, salmistas, leitores, acólitos, diáconos..., além do presidente. Posteriormente, da Idade Média para cá, o padre acabou monopolizando tudo nas celebrações. Tanto que os poucos serviços leigos que ainda restaram (sacristão, coroinha, cantores...), acabaram nem sendo considerados mais como ministérios litúrgicos. Regime este que durou todo o segundo milênio! A partir do movimento litúrgico, na primeira metade do século 20, começou-se a acordar e perceber o quanto tínhamos nos afastado da genuína tradição da Igreja, no que diz respeito à participação na liturgia.
E começou-se a introduzir outras funções, exercidas por leigos, principalmente nas chamadas “Missas Comunitárias”. Enquanto o padre fazia a leitura em latim lá no altar, de costas, em voz baixa, leigos faziam a leitura em voz alta, na linguagem do povo, para todos ouvirem e entenderem. Leigos animavam o canto popular. Leigos traziam as oferendas (pão, vinho e água) para o altar. Leigos acolhiam os irmãos à porta da Igreja. E assim por diante.
A Constituição Sacrosanctum Concilium (SC) sobre a Liturgia, do Concílio Vaticano II, assumiu estas “novidades”, dando-lhes um fundamento teológico:
- “o sacerdócio de todo o povo batizado e a diversificação dos ministérios litúrgicos como expressão da Igreja-Comunhão, Igreja-Corpo-de-Cristo, onde cada membro tem a sua tarefa específica em função do bem comum” (Ione Buyst, Equipe de Liturgia, p. n.º 12). O que vemos? A SC nos alerta expressamente que ninguém deve acumular funções na celebração litúrgica, e que os leitores, comentaristas, o grupo de cantores... exercem um verdadeiro ministério litúrgico (cf. SC 28-29). Em seguida, mesmo não falando diretamente de “equipe”, no fundo está pedindo que ela seja uma realidade.
Senão, quem é que vai “incentivar as aclamações do povo, as respostas, as salmodias, as antífonas e os cânticos, as ações e os gestos e o porte do corpo”, bem como “o sagrado silêncio” (cf. SC 30)?... E hoje a própria Instrução Geral sobre o Missal Romano fala da necessidade de preparar a atuação de cada um “de comum acordo”, o que supõe que haja uma equipe que atue de maneira entrosada e que se reúna para preparar a celebração (cf. nn. 91-111 e n.º 352).
UMA EXIGÊNCIA NA IGREJA DA AMÉRICA LATINA E CARIBE

Assim sendo, mãos à obra!Os desafios são muitos e o trabalho é grande!...Vale a pena, porque a Páscoa libertadora quecelebramos na sagrada liturgia merece servivida intensamente por nossas assembléias.E as equipes litúrgicas bem constituídascumprem aí um maravilhoso papelevangelizador, pois "a liturgia é o momentoprivilegiado de comunhão e participação parauma evangelização que conduz à libertaçãocristã integral, autêntica"(Documento de Puebla, n.º 895)
Os importantes documentos da Conferência Episcopal Latino-americana (CELAM) de Medellín, Puebla e Santo Domingo denotam a necessidade imprescindível de equipes litúrgicas em nossas comunidades eclesiais. O documento de Medellín (1968), pelos dois grandes desafios para a vida litúrgica que nele sobressaem, a saber, celebrar em comunidade e celebrar a partir dos acontecimentos (dos fatos da vida), evidencia que só com a constituição de boas equipes litúrgicas se poderá atingir o objetivo de uma liturgia realmente comunitária e participativa, celebrando a Páscoa no hoje de nossa história.
O documento de Puebla (1979), que traz à nossa mente o povo pobre (a maioria!) com suas práticas religiosas como um novo sujeito na liturgia, exige a constituição de equipes que possibilitem o surgimento de uma expressão litúrgica autenticamente popular. O documento de Santo Domingo (1992), que trata da inculturação da fé, deixa entrever que a adaptação da liturgia às várias culturas em nosso continente é coisa que deve ser levada a sério. Ora, só com equipes litúrgicas bem constituídas é que poderemos dar cumprimento a este importante objetivo da Igreja em nosso continente, isto é, de uma liturgia inculturada, como é o desejo do Concílio Vaticano II (cf. SC 37-40).

SENTIDO TEOLOGICO - LITURGICO DO ALTAR CRISTÃO

CRISTO É O ALTAR VERDADEIRO

Sabemos que os primeiros escritores cristãos, chamados Padres da Igreja, depois de terem lido, ouvido e meditado profundamente a Palavra de Deus, não tiveram nenhuma dúvida em afirmar que Cristo é a vítima, o sacerdote, o altar de seu sacrifício. Aliás, já a própria Palavra de Deus nos apresenta Cristo como o Cordeiro imolado (Ap 5,6), o Sacerdote supremo, o Altar vivo do Templo celeste (cf. Hb 4,14; 13,10). Portanto, Cristo, Cabeça e Mestre de todos nós, é o verdadeiro altar.

EM CRISTO SOMOS TAMBÉM ALTAR

Isto significa que, sendo Cristo a Cabeça do seu Corpo, que é a Igreja, logicamente seus membros e discípulos, os cristãos e as cristãs, podem ser considerados também, em Cristo, como outros tantos altares. Altares espirituais, nos quais se oferece a Deus o sacrifício de uma vida santa.
Quer dizer: sobre o altar de nós mesmos, “sacrificamos” a nossa vida em favor dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo os mais pobres. Como fez Jesus! Os próprios antigos Padres da Igreja sugerem toda essa compreensão de altar.
Santo Inácio de Antioquia († 117), ao ser levado a Roma para ser martirizado, fez o seguinte pedido:
“Não me dêem nada mais do que ser imolado a Deus, enquanto o altar ainda estiver preparado”. São Policarpo († 156), ao exortar as viúvas a levarem uma vida santa, diz que elas “são altar de Deus”. E vejam o que escreve o papa São Gregório Magno (590-604):

“Que é o altar de Deus?

Não é o espírito dos que vivem no bem?...
É muito certo, pois, que se chame de altar o coração (dos justos)”. Ou também, usando outra imagem, a partir do escritor cristão Orígenes († 254), a Igreja hoje afirma: “Os fiéis que, entregues à oração, oferecem preces a Deus e imolam vítimas de súplicas, são pedras vivas com que o Senhor Jesus constrói o altar da Igreja” (cf. Ritual da dedicação de altar, n.º 2).

O ALTAR, MESA DO SACRIFÍCIO E DO BANQUETE PASCAL

Porque Cristo é o altar verdadeiro e, em Cristo, também nós somos altar, é natural que a mesa sobre a qual oferecemos a Deus o sacrifício de Cristo (e, em Cristo, o nosso sacrifício), e em torno da qual participamos do banquete pascal que nos é dado pelo Senhor, venha a ser chamada também de altar.
Neste sentido, a Igreja hoje nos ensina:
“Cristo Senhor, pelo memorial do sacrifício que, na ara (altar) da cruz, iria oferecer ao Pai, instituindo-o sob a figura de banquete sacrificial, santificou a mesa, em torno da qual os fiéis se reuniriam, a fim de celebrar a sua Páscoa.

Por conseguinte, o altar é a mesa do sacrifício e do banquete; nela o sacerdote, tornando presente o Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo que o Senhor fez e entregou aos discípulos para que o fizessem em sua memória; o apóstolo claramente o indica ao dizer:
O pão que partimos, não é a comunhão com o corpo de Cristo? Já que há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que todos participamos desse único pão’” (Cor 10,16-17) (cf. Ritual da dedicação de altar, n.º 3).

SINAL DE CRISTO

Em todo lugar, atendendo às circunstâncias, os cristãos e cristãs podem celebrar o memorial do Cristo e sentar-se à mesa do Senhor. Mas é bom que haja um altar estável para a celebração da Ceia do Senhor. Harmoniza-se com o mistério eucarístico, motivo pelo qual se trata de um costume que vem da mais remota antiguidade cristã.
No atual Ritual da dedicação de altar está escrito que, por sua natureza, o altar cristão “é a mesa própria para o sacrifício e o banquete pascal: mesa própria, onde o sacrifício da cruz se perpetua pelos séculos, até que Cristo venha; mesa onde os filhos da Igreja se congregam para dar graças a Deus e receber o Corpo e o Sangue de Cristo”.

E continua, citando a Instrução Geral sobre o Missal Romano:

“Portanto, em todas as igrejas o altar é ‘o centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia’, para o qual, de algum modo, convergem todos os outros ritos da Igreja”.
E diz mais: “Por realçar que no altar se celebra o memorial do Senhor e se dá aos fiéis seu Corpo e Sangue, os escritores eclesiásticos foram levados a vê-lo como sinal do próprio Cristo – e daí tornar-se comum a afirmação: ‘O altar é Cristo’” (ibid., n.º 4).

HONRA DOS MÁRTIRES

O altar é a mesa do Senhor. Esta é a sua maior dignidade. Na antiguidade era costume dos cristãos erigir o altar sobre os restos mortais dos Mártires. E tinham consciência de que não são os corpos dos Mártires que honram o altar, mas o altar é que torna nobre o sepulcro dos Mártires. Por isso, para honrar seus corpos e dos outros Santos, e também para
A cena de Emaús, de Trento Longaretti
significar que o sacrifício da Cabeça se perpetua no sacrifício dos membros, hoje se recomenda erigir os altares sobre os sepulcros destes ou encerrar suas relíquias sob os mesmos.

Deste modo, como escreve Santo Ambrósio de Milão († 397), “entrem as vítimas vitoriosas no lugar em que Cristo é a Vítima. Mas, sobre o altar, aquele que morreu por todos; e, sob ele, os resgatados pela paixão de Cristo”.
Faz lembrar a visão do evangelista João, exilado na ilha de Patmos, registrada no livro do Apocalipse:
“Vi debaixo do altar, com vida, os que tinham sido degolados por causa da palavra de Deus e do testemunho que guardavam” (Ap 6,9).
E o atual Ritual da dedicação de altar explicita: “Na verdade, todos os Santos podem, com justiça, ser chamados testemunhas de Cristo. Contudo, o testemunho dado pelo sangue possui força espiritual, que somente as relíquias dos Mártires, colocadas sob o altar, expressam de modo total e íntegro” (ibid., n.º 5).

O CUIDADO DO ALTAR, UM DESAFIO...

O altar cristão é importante “memória” do verdadeiro altar, que é Cristo. Nele, todo cristão e cristã são também altares espirituais. Ele é, ao mesmo tempo, a mesa do sacrifício e do banquete pascal, sinal de Cristo e honra dos Mártires.

O CULTO EUCARISTICO

Eucaristia, que desde a origem está no centro do culto cristão, é também o centro da vida interior de cada fiel. As formas devocionais que dele surgiram foram se desenvolvendo com o correr dos tempos.
A Igreja e o seu Magistério, por sua vez, introduziram-nas na liturgia, ou autorizaram sua prática privada. O resumo que segue pretende oferecer uma visão histórica desta devoção.

SÍNTESE HISTÓRICA

A devoção eucarística, assim como existe hoje, aparece somente após o século X. No entanto, desde os santos Padres (séculos IV-V), e sobretudo na alta Idade Média (século XIII), certas manifestações devocionais prenunciam outras formas de culto e vivência eucarística.
A celebração da eucaristia, inicialmente, era restrita à liturgia dominical. Ao redor desta celebração semanal, muito cedo tida como de fundamental importância, surge, no tempo de Tertuliano († 220), uma celebração – mais freqüente e até mesmo diária.

A obrigatoriedade da participação da missa dominical aparece somente em 529, por determinação do Concílio de Orange. Nos séculos III e IV, a missa e a comunhão cotidianas passam a ser generalizadas.
A fim de possibilitar a comunhão dos doentes, se estabelece, desde o início, o costume de conservar as santas espécies após a comunhão dos fiéis (Reserva Eucarística). Durante os primeiros séculos, por causa das poucas igrejas e da utilização das casas de família, esta prática necessariamente assume caráter privado.
Justino (†165), na sua Apologia dirigida ao imperador Antoniano, diz que os diáconos são encarregados de levar a eucaristia aos ausentes.

A Reserva Eucarística, uma vez terminadas as perseguições, é cercada sempre mais de respeito e solenemente conservada. O Sínodo de Verdum (século VI) determina que se conserve a eucaristia em lugar eminente e honroso e haja uma lâmpada acesa.
Leão IV († 855) indica expressamente que se conserve o santo sacramento sobre o altar. Às vezes, se conserva também o vinho consagrado. Uma carta de são João Crisóstomo a Inocêncio I faz alusão, por exemplo, ao precioso sangue profanado no lugar em que estavam conservadas as santas espécies.
A devoção à presença do Cristo, como tal, se desenvolve mais tarde.
Santo Agostinho († 430) nos dá testemunho disso: “Ninguém coma daquela carne sem primeiro tê-la adorado...”

O Sacramentário Leonino, do século VII, declara que é toda a pessoa de Cristo, com sua natureza divina e sua natureza humana, que se adora na eucaristia. Certas liturgias antigas assinalam que, no momento da comunhão, se fazia uma elevação pela qual os elementos consagrados eram apresentados aos fiéis com estas palavras: “As coisas santas para os santos!”.

A devoção à Eucaristia é, de modo particular, vivenciada pelo monges que vivem nos mosteiros. Suas celas são contíguas à igreja e, pelo hagioscópio (abertura que permite ver o altar), eles assistem à missa, aos ofícios e comungam.

INCREMENTO DO CULTO EUCARÍSTICO

O movimento em favor da devoção à eucaristia se manifesta cada vez mais vigoroso entre fiéis e teólogos. Porém, a partir de 1200, a teologia e o culto eucarístico tornam-se, em quase toda a Igreja, objeto de constante preocupação.
Não é de estranhar que, meio século mais tarde, seja instituída a festa do Corpo de Deus (Corpus Christi).
É sobretudo na Bélgica que este fervor provoca o aparecimento do culto à eucaristia tal qual o conhecemos hoje.

Em Liège existem mosteiros inteiros dedicados à adoração do SS. Sacramento.
Santa Juliana (1192-1258), primeira abadessa das agostinianas de Mont-Cornillon, tem visões que pedem a instituição de uma festa em honra ao Santíssimo Sacramento. Alguns teólogos consultados se declaram favoráveis.
Roberto de Torote, pouco favorável no começo, muda de idéia depois de um diálogo com Juliana e, em junho de 1246, institui a festa do Santíssimo Sacramento decidindo que seja anualmente celebrada na quinta-feira depois de Pentecostes.
O papa Urbano IV († 1264) estende a festa do Santíssimo Sacramento para toda a Igreja, em 11 de outubro de 1264. A instituição da solenidade de “Corpus Christi”, como uma das maiores festas do ano litúrgico, confere à devoção eucarística um caráter oficial.
A Eucaristia, a partir do século XII, dá origem às confrarias, ordens e congregações religiosas instituídas para promover o culto ao Santíssimo Sacramento. Importante é também o surgimento, no século XIX, dos Congressos Eucarísticos diocesanos, nacionais e internacionais, ocasiões de aprofundamento da teologia eucarística.

LIÇÕES DA HISTÓRIA

Fica demonstrado portanto que a fé no culto eucarístico nem sempre se desenvolveu com equilíbrio, acusando, cá e lá, certos exageros e desvios. Assim, o desejo de ver a hóstia, que se concretizou posteriormente no rito da elevação e nas exposições do Santíssimo, alimentou excessivamente a dimensão individual do culto eucarístico, deixando, à sombra, a dimensão sócio-eclesial.
O aspecto social se restringiu preferentemente a algumas formas exteriores de culto, mas o espírito que animou estas expressões continuou profundamente individualista. Isso empobreceu a dimensão plena e integral da eucaristia.

A acentuação exagerada da eucaristia, enquanto sacramento, chegou mesmo a alimentar atitudes religiosas marcadas por elementos de superstição, como: colocar a hóstia na boca dos defuntos, dentro da mesa do altar, etc. A piedade popular careceu de uma teologia mais sólida do mistério eucarístico como um todo celebrativo, visão que orientasse a devoção eucarística fora da missa.
A presença real do Cristo na eucaristia foi de fato considerado, muitas vezes, apenas como um valor isolado. Cristo não se faz presente na eucaristia para ser simplesmente adorado, mas para ser alimento dos cristãos. Em outros termos, a presença real acontece em função da comunhão:“Isto é o meu corpo que é dado por vós... meu sangue... derramado por vós”. “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo” (Jo 6,21).

O motivo primeiro é a comunhão. Evidentemente, dado que o Cristo está real e substancialmente presente na eucaristia, é digno de toda nossa adoração e do nosso respeito.
O desenvolvimento deste culto eucarístico fora da missa aconteceu, historicamente, no momento em que o povo se distanciava da celebração litúrgica, porque não mais a compreendia por falta de catequese e pela distância que se estabeleceu entre liturgia e povo. Conseqüência: a não-participação ativa dos fiéis, reduzidos a meros espectadores da ação litúrgica. Dessa forma, os cristãos buscaram formas isoladas e individuais para alimentar a sua piedade e manifestar o seu amor à eucaristia.

EUCARISTIA E ECUMENISMO

O Papa Paulo VI lembra os frutos do culto eucarístico, particularmente em vista do ecumenismo:“O nosso Santíssimo Redentor, pouco antes de morrer, pediu ao Pai que todos aqueles que viessem a crer nele se tornassem uma só coisa, como Ele e o Pai são uma só coisa.
Oxalá que todos celebremos, com uma só voz e uma fé, o Mistério da Eucaristia e, tornando-nos participantes do Corpo de Cristo, formemos um só corpo, unido com os mesmos vínculos que Ele determinou” (Mysterium Fidei, 75).

Finalizando: Nunca devemos esquecer que a presença real está em relação com a comunhão e que Cristo está presente na Eucaristia, em primeiro lugar, para ser alimento dos fiéis. Por isso mesmo, a Eucaristia é digna de adoração e reverência também fora da Santa Missa.

CRISMA OU CONFIRMAÇÃO

* DINAMICA
Hoje vamos começar a refletir sobre outro sacramento, a Crisma que, juntamente com o Batismo e a Eucaristia, faz parte dos “sacramentos da iniciação cristã”.
Na Igreja primitiva os catequizandos recebiam os sacramentos do Batismo, da Crisma e da Eucaristia na noite do Sábado Santo, após longa preparação através do catecumenato.
O sacramento da Crisma tem apresentado, nestes últimos anos, muitos desafios.
Vejamos:
• Sacramento pouco valorizado como compromisso dentro da comunidade cristã.• Adequação de uma idade mais apropriada para entender e assumir este sacramento.• Tempo e formas de preparação, entendendo a catequese como processo.• Catequistas com uma preparação mais adequada.• Comunidades pouco entusiastas e motivadas para cativar e acolher os que querem continuar uma caminhada de fé.• Catequese crismal desligada dos problemas e aspirações dos crismandos.• Vivência e testemunho das famílias que pouco empolga ou motiva seus filhos.• Educação da fé vista como obrigatoriedade, tradição, ou ainda responsabilidade apenas do/a catequista.• A realidade presente em nossa sociedade, que valoriza o momentâneo, o passageiro, o que traz algum benefício, e não o que leva a assumir algum compromisso permanente.• Desengavetar as pastorais para fazer um planejamento em conjunto e realizar um trabalho em parcerias (catequese, liturgia, juventude, missão, vocacional, familiar...).
DINÂMINA:
A) Distribuir aos participantes as frases abaixo, que refletem desafios relacionados com o sacramento da crisma. Trazer as frases já escritas em papéis.
B) Enumerar de um a dez as fichas onde estão as frases.
C) Os números iguais se encontram e discutem o desafio recebido e também poderão apresentar algo de bonito que já está acontecendo na preparação de catequizandos, na paróquia ou comunidade.
D) Partilhar com o grande grupo as reflexões feitas.
1 - Pouco preparo dos catequistas.2 - Desinteresse da família.3 - Contra-valores apresentados pela sociedade.4 - Metodologia pouco adequada.5 - Falta de estímulo da comunidade.6 - Descompromisso dos cristãos batizados.7 - Catequese que não parte das motivações, interesses, problemas dos catequizandos.8 - Sacramentos vistos como tradição, ou ato social.9 - Fé vivida de forma superficial, sem convicção e seguimento a Jesus Cristo.10 - Poucas formas de engajamento na comunidade, durante e após o sacramento da crisma.
ESCLARECIMENTOS
Este sacramento aparece com dois nomes: Confirmação e Crisma.Por muito tempo se entendeu que este sacramento vinha confirmar o Espírito Santo, já recebido no Batismo, ou ainda era um assumir de modo mais consciente o que se tinha recebido como criança.
A presença e a ação do Espírito Santo se faz em todos os sacramentos, mas por excelência encontra-se no sacramento da Crisma ou Confirmação.
“Considerar o dom do Espírito Santo a partir de um só de seus aspectos (militância, força, testemunho, alegria) é sempre empobrecer a sua compreensão global. O que teologicamente está em foco é o Dom que é o Espírito na sua totalidade como o expressa adequadamente a forma sacramental. “... N .... recebe, por este sinal, o Dom do Espírito Santo”. (Pastoral dos sacramentos da iniciação cristã, pág. 25).
A palavra Crisma, no feminino, é o sacramento, ao passo que o crisma é o óleo santo. Quando usamos A Crisma queremos realçar o símbolo da unção com o óleo, portanto ao sermos crismados, somos ungidos pelo Espírito de Deus, para uma missão.
A palavra Confirmação significa que todo cristão, fortalecido pelo Espírito, é capacitado a assumir sua vocação e missão de batizado, para que persevere até o fim no testemunho de Jesus Cristo.
Não podemos pensar tudo isto como algo estático. Os sacramentos são dinâmicos em nossa vida. A cada momento da nossa vida somos convidados, sob a ação do Espírito a confirmar nosso compromisso de cristãos.
Portanto, ambos os nomes têm sua razão de ser.
Os documentos da Igreja, sobretudo o Catecismo da Igreja Católica, usa o termo CONFIRMAÇÃO. E diz: A confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação divina, incorporar-nos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a nossa vinculação com a Igreja... (CIC 1316).
Isto significa que a fé, na vida do cristão, é um processo. Alimentada, tem a capacidade de se desenvolver e amadurecer.
A fé é como uma planta que necessita de constante cuidados para crescer e ser capaz de dar frutos. O sacramento da crisma possibilita maior aperfeiçoamento e enriquecimento através do Dom do Espírito.
Portanto, não cabe dizer que algo faltou no Batismo e que a crisma vem completar algo, mas existe, sim, uma íntima conexão entre um e outro.
O Espírito Santo nos dá a força especial para tornar a nossa fé mais madura e portanto sermos verdadeiras testemunhas de Cristo, seja em qualquer lugar onde estivermos.
Com o Espírito Santo seremos cristãos 24 horas, isto é, no comprometimento com a paz, a justiça, a solidariedade. Ele é força, alegria, esperança, amizade, comunhão, e ele atua através das pessoas (inclusive daquela que não tem fé), dos sinais dos tempos, das situações políticas e dos desafios históricos.
TENTE RESPONDER
a) O que leva tantos cristãos e cristãs a professar e testemunhar sua fé, mesmo em meio a tantas dificuldades? Pense: nos missionários, nos mártires, santos, santas, homens e mulheres que no seu cotidiano vivem verdadeiramente o seguimento de Jesus Cristo. Que força é esta? De onde vem tanta resistência? Como resistem? Por quê resistem?
b) Enumere pessoas que para você vivem o que assumiram no dia da Crisma. Por que? Como? Onde?
c) Quem será presença do Espírito em meio à guerra do Afeganistão, nos massacres em Israel, na fome da África, na violência das favelas do Rio de Janeiro, dos sem terra em Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso...?
Ir. Marlene Bertoldi

18 de setembro de 2009

Setembro o mês da Bíblia


Aqueles que leem a Bíblia progridem na vida do Evangelho
A Palavra de Deus está sempre ao alcance da mão e do coração de quem segue a Deus. E por moção do Espírito Santo, a Palavra vai transformando o coração das pessoas e moldando a comunidade cristã. É claro, supondo um coração aberto, como de discípulo diante do mestre. O profeta Jeremias fez uma experiência profunda: nas mãos de Deus sentiu-se como um vaso de barro nas mãos do oleiro.
As famílias, os grupos e as comunidades que leem a Bíblia de fato progridem na vivência do Evangelho, em unidade com a vontade de Deus e na comunhão fraterna. A Palavra meditada impulsiona as pessoas a superar o pecado e o azedume, causando certa plenitude espiritual com uma aura de paz e de alegria.
É o encantamento espiritual, a força interior, a capacidade de passar imune pelas tentações que nos rodeiam.
São Francisco de Assis, um dos grandes revolucionários da humanidade, apregoava a vida fraterna em meio ao egoísmo; a vida em Deus, mesmo em meio ao prurido da carne e do consumismo; a alegre adesão à vontade de Deus, vencendo o orgulho e a sede do poder. Quando se chega a uma fraternidade assim, logo se capta o perfume do Evangelho.
Por pedagogia, destinamos o mês de setembro a conhecer a Bíblia. Aliás, primeiro a ter a Bíblia em casa. Depois, a lê-la diariamente. Aprender a meditá-la diante de Deus, num coração orante.
A família aprende a acolher de modo afável seus membros: os pais se relacionam de modo afetivo com os filhos, como Deus, com Seu povo. Os filhos, por sua vez, acolhem os pais de modo pacífico, criando um ambiente sereno e alegre. É o encantamento da família.
É neste ambiente que germinam as vocações cristãs, que se alimentam ideais generosos e se superam obstáculos à felicidade.
Seja feliz! Conheça, leia e medite a Palavra de Deus.

Exaltação à Santa Cruz


A cruz tornou-se motivo de glória


A Festa da Exaltação da Santa Cruz é celebrada no dia 14 de setembro, recordando a doação definitiva de Jesus Cristo. A Cruz de Jesus é um mistério de Deus desde toda a eternidade e já foi manifestada a nós. A cruz, antes de tudo, é uma manifestação de amor, o grande mistério do derramamento do Espírito Santo. Quando o fiel olha para a Cruz de Cristo, ele vê o sacrifício. Não compare sacrifício com tristeza; o sacrifício é reflexo de Cristo.
A Festa da Exaltação da Santa Cruz é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, o lenho sagrado é o maior símbolo de nossa fé. Quando somos apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo ministro, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.
Celebrando a Festa da Santa Cruz, juntamente com o Crucificado somos elevados para o alto. Tão grande é o valor do madeiro sagrado, que quem o possui, possui um tesouro. Eu chamo-o justamente de tesouro, porque é, na verdade, de nome e de fato, o mais precioso de todos os bens. Nele está a plenitude da nossa salvação e por ele regressamos à dignidade original.
Foi na Cruz que Jesus Cristo ofereceu ao Pai o Seu Sacrifício. Por isso, é justo que veneremos o sinal e o instrumento da nossa libertação. Objeto de desprezo, patíbulo de infâmia, até o momento em que Jesus, obediente até a morte, nela foi suspenso. A Cruz tornou-se, desde então, motivo de glória, pólo de atração para todos os homens.
Ao celebrarmos essa festa, nós queremos proclamar que é da Cruz, sinal do amor universal de Deus, fonte de toda a graça (N.A., 4) que deriva toda a vida de Igreja. Queremos também manifestar o nosso desejo de colaborar com Cristo na salvação dos homens, aceitando a Cruz, que a carne e o mundo fizeram pesar sobre nós (G.S. 38).
A lenho sagrado não é uma divindade, um ídolo, feito de madeira, barro, bronze, mas ele é para nós santo e sagrado, porque dele pendeu o Salvador do mundo. Ele é o símbolo universal do cristão. Com orgulho e devoção ele é a nossa marca, o sinal de nossa identidade, vocação e missão. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento, nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade, Pai e Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela Cruz, o Senhor continua a derramar sobre nós.
A Cruz é também a exaltação de Cristo; leia o que Ele próprio diz: “Quando Eu for exaltado, então atrairei todos a Mim” (João 12,32). Como você vê, o madeiro sagrado é a glória e a exaltação de Cristo. Celebrando a Festa da Exaltação da Santa Cruz, celebramos a vitória de Cristo, que nos possibilita desde agora celebrar a nossa futura glória no céu. Pois, se morremos com Cristo, cremos também que viveremos com Ele (cf. Romanos 6,9).

* O QUE É DOGMA?

- Segundo o Catecismo da Igreja Católica, pág. 35, parágrafos 88, 89 e 90:


"O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária.Há uma conexão orgânica entre a nossa vida espiritual e os dogmas. Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé.Os laços mútuos e a coerência dos dogmas podem ser encontrados no conjunto da Revelação do Mistério de Cristo. 'Existe uma ordem ou hierarquia das verdades da doutrina católica, já que o nexo delas com o fundamento da fé cristã é diferente'”.Dogma consiste em Verdade revelada por Deus e proposta pela Igreja à nossa crença. Para ser constituído um dogma são necessárias duas condições fundamentais: Primeiro é que a verdade deve ser revelada por Deus, isto é garantida pela autoridade divina. E segundo, que esta verdade deve ser proposta pela Igreja à nossa crença, isto é, quer por proclamação solene quer por ensino comum e universal. Estas verdades serão chamadas de Verdades de Fé Católica. Os Dogmas da Igreja Católica são 43 subdivididos em oito categorias diferentes. A Igreja não cria dogmas, apenas confirma a existência dessas Verdades, com a autoridade a ela confiada pelo Cristo, sob a assistência infalível do Espírito Santo que impede a Igreja de errar no exercício do seu magistério solene. Considerando a natureza da verdade definida pela Igreja, o Dogma apresenta objeto tríplice, ou seja, apresenta primeiro as verdades inacessíveis à razão, como por exemplo, os mistérios em que a razão não consegue explicar. Segundo, as verdades acessíveis à razão como, por exemplo, a existência de Deus, a vida futura em que a razão humana por si só alcança, porém Deus as revelou ou para que tivéssemos idéias mais nítidas a respeito, ou porque, sem a revelação, poucos teriam chegado a este conhecimento. E por último os fatos históricos, ou seja, a maior parte dos acontecimentos que os profetas anunciaram acerca do Messias, e a qual tiveram sua realização com a vinda de Cristo.Há também verdades que não são dogmas porque lhes falta alguma das condições requeridas. Uma delas é a verdade cuja revelação parece bem averiguada, mas que não foram definidas pela Igreja. Outra seriam as verdades não reveladas, ensinadas pela Igreja que as julga úteis à explicação ou defesa das verdades reveladas como, por exemplo, as conclusões teológicas (é proposição que se deduz de duas outras, sendo a primeira verdade revelada e segunda conhecida pela razão) e os fatos dogmáticos (qualquer fato não revelado, unido, porém, tão estreitamente com o dogma que nega-lo seria abalar o fundamento do próprio dogma). Muitos podem estar se perguntando quais as fontes do Dogma, isto é, Deus desce do céu e fala conosco? Será isso que acontece? Nos dias de hoje muitos excluem a metafísica, mas quando vão estudar ciências exatas, se forem a fundo mesmo, vão acabar esbarrando na metafísica, assim também é o Dogma. A fonte de revelação é dupla, isto é, ela vem pela Escritura Sagrada e pela Tradição. São Artigos de fé definidos pelos concílios de Trento em diante, até o do Vaticano II.
O que é o Dogma hoje na sociedade? Se você for católico é taxado de dogmático, se emitir uma opinião contra algum aspecto do homossexualismo é taxado de homofóbico, se você for contra a opinião de um professor mesmo argumentando está marcado a tirar um zero! Ir contra os ditames da moda, da moral, da regra geral hoje em dia é ser vítima do dogmatismo social, ou seja, quem é quem hoje em dia? E se disser que não segue nenhum, este em si já é outro "dogma", aquele do que vai com o que lhe interessar, isto é, o dos sem cérebro... Ou seja, que dogma prefere seguir ou nunca pensou ou percebeu o quão preso caminha na sociedade? Pense... Se for dogma mesmo e se for católico... És livre! E para finalizar me utilizarei das palavras de um filósofo,


“Lembre-se de que a Igreja abraçou especificamente idéias perigosas; ela foi uma domadora de leões. A idéia do nascimento por meio do Espírito Santo, da morte de um ser divino, do perdão dos pecados ou do cumprimento das profecias – qualquer um pode ver que são idéias que precisam apenas de um toque para transformar-se em algo blasfemo e feroz. (...) Aqui basta observar que se algum pequeno erro fosse cometido na doutrina, enormes erros e disparates poderiam ser cometidos na felicidade humana. (...)Essa é a emocionante aventura da Ortodoxia. As pessoas adquirem o tolo costume de falar como algo pesado, enfadonho e seguro. Nunca houve nada tão perigoso ou tão estimulante como a Ortodoxia. Ela foi a sensatez, e ser sensato é mais dramático que ser louco. Ela foi o equilíbrio de um homem por trás de cavalos em louca disparada, parecendo abaixar-se para este lado, depois para aquele, mas em cada atitude mantendo a graça de uma escultura e a precisão da aritmética. (...)Para o homem moderno, os céus estão realmente embaixo da terra. A explicação é simples: ele está de ponta cabeça, o que o constitui um pedestal pouco resistente para apoiar-se. Mas quando houver novamente descoberto os próprios pés, saberá disso. O cristianismo satisfaz de repente e à perfeição o instinto ancestral do homem de estar virado para cima; e o satisfaz plenamente neste sentido: com seu credo a alegria se torna algo gigantesco e a tristeza algo especial !.

11 de setembro de 2009

SACRAMENTO DA ORDEM

A ordem é o sacramento, graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus apóstolos continua sendo exercida pela igreja até o fim dos tempos.
A palavra ORDEM vem do latim “ORDO” sacramento porque é SAGRADO e ordem quer dizer; DELEGAÇÃO DE PODER.
Pela ordenação a pessoa se habilita a agir como representante de Cristo, cabeça da igreja em sua triplica função de SACERDOTE, PROFETA E REI.
O BATISMO, a CONFIRMAÇÃO e a EUCARISTIA são os sacramentos da iniciação cristã. Fundam a vocação comum de todos os discípulos de CRISTO, vocação à santidade e a missão de evangelizar o mundo.
Nesses sacramentos, os que já foram consagrados pelo Batismo e pela Confirmação para o sacerdócio comum de todos os fiéis podem receber CONSAGRAÇÕES específicas. Os que recebem o sacramento da ORDEM são CONSAGRADOS para ser, em nome de CRISTO,” Pela palavra e pela graça de Deus, os PASTORES DA IGREJA”. Pôr sua vez, “ os esposos cristãos, para cumprir dignamente os deveres de seu estado, são fortalecidos e como que CONSAGRADOS por um sacramento especial”.
O sacramento da ordem é conferido pela IMPOSIÇÃO DAS MÃOS, seguida de uma solene oração consacratória que pede a Deus, para o ORDINANDO, as graças do Espírito Santo para exercer seu ministério. A ordenação imprime um caráter indelével.
A Igreja só confere o sacramento da ordem a homens batizados, cujas aptidões para o exercício do ministério foram devidamente comprovadas. Cabe à autoridade da Igreja a responsabilidade e o direito de chamar alguém para receber as SAGRADAS ORDENS.
OS MINISTROS ORDENADOS PODEM SER:

- DIÁCONO: vem de DIAKONIA,em grego, SERVIÇO. Sua vocação é o serviço à comunidade, em todas as áreas. Anima as lideranças, forma catequistas, preseide a Celebração da Palavra...,pode ministrar os sacramentos do Batismo, da Unção dos Enfermos e do Matrimônio.

- PADRE: é o pai espiritual, o guia da comunidade.Sua função é a de servir como base e apoio para toda a comunidade, no processo de crescimento na fé. Anima as lideranças, auxilia na administração paroquial, promove formação..., além de administrar Batismo, Matrimônio, Confissão e Unção dos Enfermos, o padre preside a Celebração Eucarística.
É o padre que realiza o MEMORIAL da CEIA de JESUS, a EUCARISTIA.

-BISPO: preside e coordena a Igreja local, ou seja, Sua figura nos lembra os apóstolos, líderes da Igreja desde os primeiros tempos. Ele anima as pastorais e movimentos, coordena a comunicação entre as comunidades e garante a ligação da Igreja local com a Igreja Universal.
Administra os sacramentos da ORDEM e da CRISMA.
Quando é preciso eleger um Bispo, Cardeal ou Papa é feito uma eleição, uma reunião que recebe o nome de CONCLAVE que significa:REUNIÃO DE PORTAS FECHADAS, esta reunião pode levar dias, até que se tenha o escolhido para um dos títulos acima citado; Por isso que no VATICANO existe uma CHAMINÉ,pois quando se têm um eleito a FUMAÇA DA CHAMINÉ É BRANCA e quando não se tem um eleito escolhido a FUMAÇA DA CHAMINÉ É PRETA. Uma forma bastante inteligente de manter o povo informado.
Quando essas pessoas resolvem entregar suas vidas nas mãos de DEUS e servi-lo, fazem três votos, três compromissos; que são:

- VOTO DE POBREZA: Mt 19,21. O voto de pobreza de fato libera o EU voraz e nunca satisfeito de bens, de comodidade e de riquezas.

- VOTO DE CASTIDADE: 1 Cor 7,32-35. A castidade liberta o EU sempre ávido em aprisionar afetos, compreensões, simpatia, também sendo o manto do bem e do apostolado.

-VOTO DE OBEDIÊNCIA: Fl 2,6-8. A obediência liberta o EU egoísta, volúvel, caprichoso, indeciso nas escolhas. Permite-lhe, deste modo, deixar-se guiar por CRISTO, conquistar a sabedoria do Espírito, como conquistou MARIA.

POBREZA, CASTIDADE E OBEDIÊNCIA: Um amor que se abre frente a tudo a todos e desemboca na verdadeira CARIDADE.,

29 de agosto de 2009

*POR QUE A IGREJA É UNA?

Você sabia que a Unidade da Igreja também se manifesta na celebração da Santa Missa? O curioso é que a maioria dos católicos não sabem que a Missa da qual participam hoje, por exemplo, é a mesma Missa que é celebrada na Europa, nos Estados Unidos, no Alasca, na África…
Existe um livrinho chamado “Diretório Litúrgico” que informa quais as leituras a serem feitas todos os dias do ano. Este livrinho está presente em todas as igreja, capelas, santuários, pequenos ou grandes, do mundo todo. Assim, a Missa só terá com um “tema” diferente do restante do globo terrestre, se, por exemplo, a igreja do seu bairro estiver celebrando a Missa do Padroeiro da sua Cidade, Estado, País ou Continente ou por algum outro motivo litúrgico.
É muito bom sabermos que todas as leituras, o salmo e as orações que o padre reza são as mesmas em todo o mundo. Assim, a oração coleta, o Evangelho, a primeira leitura, o salmo, a segunda leitura, etc, que você ouve no domingo, por exemplo, vão ser também ouvidas por um católico que esteja do outro lado do globo terrestre. Esta é a beleza da nossa Igreja, que faz com que sejamos “um só rebanho em torno de um só Pastor”!
Não se esqueça de que a Santa Missa é a Celebração de um Sacrifício único, ou seja, a celebração do Sacrifício do Calvário (na Celebração Eucarística repetimos o único Sacrifício de Jesus; é como se estivéssemos lá no Calvário aos Seus Pés - e realmente estávamos, pois sempre existimos no pensamento de Deus desde toda a eternidade).
Selecionamos, abaixo, um artigo muito leve e interessante para ajudar você a compreender melhor a nossa fé:
“A IGREJA É UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA
A Igreja é una: tem um só Senhor, confessa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista de uma única esperança, no fim da qual serão superadas todas as divisões.
A Igreja é santa: o Deus Santíssimo é seu autor; Cristo seu Esposo, se entregou por ela para santificá-la; o Espírito de santidade a vivifica. Embora congregue pecadores, ela é “imaculada (feita) de maculados” (”ex maculatis immaculata”). Nos santos brilha a santidade da Igreja; em Maria esta já a toda santa.
A Igreja é católica: anuncia a totalidade da fé; traz em si e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada a todos os povos; dirige-se a todos os homens; abarca todos os tempos; “ela é, por sua natureza, missionária”.
A Igreja é apostólica: está construída sobre fundamentos duradouros: “Os doze Apóstolos do Cordeiro” (Ap 21,14); ela é indestrutível; é infalivelmente mantida na verdade: Cristo a governa através de Pedro e dos demais apóstolos, presentes nos seus sucessores, o Papa e o colégio dos Bispos.
“A única Igreja de Cristo, que no Símbolo confessamos unia, santa, católica e apostólica,… Subsiste na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele, embora fora da sua estrutura visível se encontrem numerosos elementos de santificação e de verdade”.
A IGREJA NO DESÍGNIO DE DEUS
A palavra “Igreja” significa “convocação”. Designa a assembléia daqueles que a Palavra de Deus convoca para formarem o Povo de Deus e que alimentados pelo Corpo de Cristo, se tornam Corpo de Cristo.
A Igreja é ao mesmo tempo caminho e finalidade do desígnio de Deus: prefigurada na criação, preparada na Antiga Aliança, fundada pelas palavras e atos de Jesus Cristo, realizada pela sua Cruz redentora e Ressurreição, ela é manifestada como mistério de salvação pela efusão do Espírito Santo. Será consumada na glória do céu como assembléia de todos os resgatados da terra.
A Igreja é ao mesmo tempo visível e espiritual, sociedade hierárquica e Corpo Místico de Cristo. Ela é una, formada de um elemento humano e um elemento divino. Somente a fé pode acolher este mistério.
A Igreja é no mundo presente o sacramento da salvação, o sinal e o instrumento da Comunhão de Deus e dos homens.
A IGREJA - POVO DE DEUS, CORPO DE CRISTO, TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO
“Cristo Jesus entregou-se a si mesmo por nós a fim de remir-nos de toda iniqüidade e para purificar um povo que lhe pertence” (Tt 2,14).
“Vós sois uma raça eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa, o Povo de sua particular propriedade” (1Pd 2,9).
Ingressa-se no Povo de Deus pela fé e pelo Batismo. “Todos os homens são chamados a fazer parte do Povo de Deus”, a fim de que, em Cristo, “os homens constituam uma só família e um só Povo de Deus”.
A Igreja é o Corpo de Cristo. Pelo Espírito e pela ação deste nos sacramentos, sobretudo a Eucaristia, Cristo morto e ressuscitado constitui a comunidade dos crentes como seu Corpo.
Na unidade deste Corpo, existe diversidade de membros e de funções. Todos os membros estão ligados uns aos outros, particularmente aos que sofrem, são pobres e perseguidos.
A Igreja é este Corpo do qual Cristo é a Cabeça: ela vive dele, nele e por ele; ele vive com ela e nela.
A Igreja é a Esposa de Cristo: ele amou-a e entregou-se por ela. Purificou-a com seu sangue. Fez dela Mãe fecunda de todos os filhos de Deus.
A Igreja é o Templo do Espírito Santo. O Espírito é como a alma do Corpo Místico, princípio de sua vida, da unidade na diversidade e da riqueza dos seus dons e carismas.
“Desta maneira aparece a Igreja toda como ‘o povo reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo’

* SIGNIFICADO DOS NÚMEROS NA BÍBLIA

NÚMEROS NA BÍBLICA

Conhecendo os números da Bíblia
Devemos observar que na Bíblia os números nem sempre têm um significado exato, como nós entendemos hoje, mas sim um significado simbólico, veja alguns exemplos:

3 = significa repetição, um número próprio de Deus (três vezes santo);
4 = significa totalidade;
6 = é um número imperfeito, o número do inimigo é 666 (Ap. 13,18: três vezes seis);
7 = é um número perfeito, é a soma de 3 + 4; é muito usado na Bíblia;
10 = pode ser positivo e negativo, temos 10 pragas, porém temos os 10 mandamentos;
12 = é um número de escolha; é 3 x 4: Doze tribos; Doze Apóstolos…
40 = é o tempo necessário de penitência para a preparação de algo muito importante, (dilúvio durou 40 dias, no deserto o povo ficou 40 dias, Jesus passa 40 dias no deserto, quando alguém fazia algo errado levava 40 chicotadas (cf. 2Cor 11,24);

1a Citação - Gn 29,15 (Livro do Gênesis, capítulo 29, versículo 15)

- Aqui nós fechamos o quadro dos Patriarcas e Matriarcas da nossa fé;
- Nossos Patriarcas são: Abraão, Isaac e Jacó;
- Nossas Matriarcas são: Sara, Rebeca, Lia e Raquel;
- Jacó irá ter com Lia e Raquel e suas duas servas 12 filhos (que darão os nomes às Doze tribos na Terra Prometida);

- Lembrando que 12 é um número de escolha.

2a Citação - Ex 1 (Livro do Êxodo, capítulo 1)
- Iniciamos o estudo do segundo livro da Bíblia e aqui continua a ação de Deus com escolha e chamados para a missão;
- Segundo alguns biblistas, já o Gênesis seria uma seqüência de ações de Deus onde Ele sempre faz a opção pelo mais fraco, em detrimento do mais forte ou do mais velho que a principio teria o direito: Abel mais novo em vez de Caim, que é o primogênito; Isaac e não Ismael, que nasceu antes e também era filho de Abraão; Jacó no lugar de Esaú, que era o primogênito; José e Benjamin prediletos a Ruben, o mais velho dos irmãos; Raquel em vez de Lia, que era a primeira mulher de Jacó; os últimos filhos de Jacó (José e Benjamin) são mais queridos que os mais velhos; etc. Este tipo de ação de Deus resultará na mais espetacular opção feita por Deus: vai escolher o mais pequenino dos povos da terra para fazer dele o seu povo (cf. Ex 3,7-10; Dt 7,7-8) e com este povo fazer a sua história.

- Êxodo significa saída;
- Este livro começa com uma entrada e não uma saída. Relata o nome dos descendentes dos Patriarcas que entraram no Egito;
- Foi neste período que foram construídas as pirâmides do Egito através do trabalho forçado/duro também do povo hebreu, com isso os egípcios tornaram amarga a vida do povo hebreu com uma dura escravidão e duros trabalhos;

- No texto de Ex 1,15-22, o rei do Egito ordenou que fossem mortos todos os meninos que nascessem do povo hebreu e se fosse menina, deixasse viver. Porém as parteiras temeram a Deus e não cumpriram esta ordem dizendo cuma pequena mentira. Mesmo assim, o rei ordenou que jogasse no rio Nilo todo menino que nascesse.

3a Citação - Ex 2 (Livro do Êxodo, capítulo 2)

- Moisés significa “aquele que foi salvo das águas”;
- Aqui, novamente aparecem várias vezes a palavra “criança” e “menino”;
- Moisés teve apenas uma mulher: Séfora;
- No Livro do Êxodo, o sogro de Moisés tem dois nomes: Ragüel (2,18) ou Jetro (3,1; 18,1), ele era um sacerdote de Madiã;
- A idéia de sacerdócio no Antigo Testamento é bem diferente do Novo Testamento;
- Um novo rei assume como Faraó, e o povo hebreu gemeu pelo peso da escravidão e Deus lembrou da Aliança que havia feito com Abraão, Isaac e Jacó e também viu as condições do povo de Israel e levou em consideração.

4a Citação - Ex 3 (Livro do Êxodo, capítulo 3)

- Moisés vai para a montanha de Deus;
- Moisés consegue ver num fenômeno da natureza a presença de Deus;
- Deus diz a Moisés que a terra onde ele esta é santa, diz também que Deus é o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó;
- Moisés cobriu o rosto, pois temia a Deus;

- O texto de Ex 3,7-10, é um dos mais importantes da Bíblia! Primeiramente Deus “viu” a situação do povo; segundo, Deus “ouviu”; e terceiro Deus “conhece” e por isso “desce” para libertar;
- Esta região produzia boas frutas, e onde tem frutas, normalmente tem muita abelha e conseqüentemente havia muito mel. Também haviam muitas pastagens e criação de cabritas, por isso “corria” leite;
- A quantidade de povos que havia nesta terra eram 6 (Ex 3,8), isto é, não eram um povo perfeito, pois não faziam um bom uso da terra;
- Sinônimos: Hebreu (vem do povo Hapirú), e significa aquele que faz trabalhos forçados. Israelita (vem de filhos de Israel) e Judeu é um termo usado mais tarde depois do Exílio (para ser Judeu teria que provar que era descendente de Abraão e teria que ser circuncidado).

Citações Extras - Deuteronômio 7,6-9
- A escolha que Deus faz não é porque este é o melhor ou maior povo da terra. Mas é uma escolha de amor, em vista do projeto de Deus e para manter a Promessa. Porque Ele é um Deus fiel!

Citações Extras - Deuteronômio 32,8-11
- É Deus quem distribui os povos pela terra. Este povo Deus o encontrou num deserto e com o tratou com amor e carinho, como a mãe trata seu filho. Este povo é “a menina dos olhos de Deus

Devemos prestar muita atenção ao valor dos números na Bíblia, sobretudo no texto hebraico, pois estamos diante de uma mentalidade diferente da nossa. Os números, na maioria das vezes, não querem transmitir uma quantidade exacta, um dado preciso, mas sim expressar uma realidade, um valor teológico, um dado simbólico.
Vejamos o significado dos principais números e alguns exemplos interessantes, assim como algumas passagens bíblicas onde o número aparece:

1 (um): Deus é Um (Dt 6,4; Zc 14,9)
2 (dois): É o par perfeito. Dos animais puros, Noé levará para a arca sempre pares (Gn 7,2). É o dobro e pode significar "de sobra", como em Is 40,2; 61,7; Ap 18,6.
3 (três): Número da unidade e da Trindade. É usado para reforçar ou dar ênfase a uma expressão. Assim, quando se quer dizer que Deus é Santo, repete-se três vezes: «Deus é Santo, Santo, Santo» (Is 6,3; Ap 4,8). Deus abençoa três vezes (Nm 6,24-26). Três são os mensageiros que anunciam o nascimento de Isaac (Gn 18,1ss). É o número da plenitude (Ap 21,13) e da santidade (Ap 4,8).
4 (quatro): Número da totalidade: os quatro cantos da terra; quatro evangelhos; quatro Seres vivos (Ap 4,6; 7,1; 20,8). Os quatro elementos do universo: terra, fogo, água e ar. Quadrangular (Ap 21,16). Representa sinal de plenitude.
5 (cinco): Cinco dedos da mão. O primeiro bloco da Bíblia (a Lei) tem 5 livros, o Pentateuco. No Apocalipse pode ser negativo.
6 (seis): Número imperfeito, não chegou à perfeição, que é o número 7. No Apocalipse (13,18) é repetido três vezes, por isso o número da besta é 666. Imperfeição total!
7 (sete): É a soma de 4 + 3. Por isso é o número perfeito, indica o máximo da perfeição (Nm 23,4; Mt 15,36); grande quantidade (Is 30,26; Pr 24,16; Mt 18,21); totalidade (Ap 1,4); indica séries completas como no Apocalipse: 7 Cartas (Ap 2-3); 7 Selos (Ap 6,1-17); 7 cabeças (Ap 12,3). O Cordeiro imolado recebe 7 dons (Ap 5,12). O sábado é o sétimo dia; Deus fez a Criação em 7 dias; a festa de Pentecostes acontece 7 vezes 7 dias depois da Páscoa. Cada sétimo ano é sabático (descanso para a terra e libertação dos oprimidos – Lv 25) e depois de 7 vezes 7 anos vem o Jubileu. Não se deve perdoar 7 vezes, mas 70 vezes 7 (Mt 18,22). É importante ver que no Apocalipse aparece a metade de 7, isto é 3,5 (Ap 11,9). Às vezes diz-se: um tempo, dois tempos, meio tempo (Ap 12,14; Dn 7,25), isto é três anos e meio. Também pode ser 42 meses (Ap 11,2), é igual a 1.260 dias (Ap 12,6), isto é, sempre a metade de 7. É a duração limitada das perseguições. É o tempo controlado por Deus.
8 (oito): É sete mais um, é como que o transbordar da plenitude. As bem-aventuranças em Mateus são sete mais uma (Mt 5).
10 (dez): Indica grande quantidade (Gn 31,7) ou é simplesmente um número redondo (Mt 25,1).
Indica também listas completas.
Pelos dez dedos das mãos é fácil lembrar a lista. Indica um tempo limitado; curta duração (Dn 1,12.14; Ap 2,10).
Pode indicar também imperfeição: a besta só tem 10 chifres (Ap 12,3).
12 (doze): É o resultado de 4 vezes 3, isto é um número bem completo. É o número da escolha: 12 tribos no AT; 12 Apóstolos no NT; 12 legiões de anjos (Mt 26,53).
Os anciãos são 24, isto é: 2 X 12 (Ap 4,4). Os que serão salvos (Ap 7,4) serão 144.000, isto é 12 X 12 X

1000! Número de totalidade (Ap 21,12-14).
40 (quarenta): Número que indica um tempo necessário de preparação para algo novo que vai chegar: 40 dias e quarenta noites do dilúvio (Gn 7,4.12); 40 dias e 40 noites passa Moisés no Monte (Ex 24,18; 34,26; Dt 9,9-11; 10,10); 40 anos foi o tempo da peregrinação pelo deserto (Nm 14,33; 32,13; Dt 8,2; 29,4, etc.); Jesus jejuou 40 dias antes de começar o seu ministério (Mt 4,2; Mc 1,12; Lc 4,2); a Ascensão de Jesus acontece 40 dias depois da Ressurreição (Act 1,3). Quando alguém errava, era corrigido com 40 chicotadas (Dt 25,3) e Paulo também recebeu cinco vezes as 40 chicotadas menos uma (2Cor 11,24).
70 (setenta): Jogo de números 10 X 7. Moisés comunica o espírito profético aos 70 anciãos (Nm 11,16-17.24-25). O exílio na Babilónia é interpretado como a duração de 70 anos (Jr 25,11; 29,10; 27,7; 2Cr 36,21; Dn 9). A tradução da Bíblia hebraica para o grego foi feita por 70 escribas e por isso recebeu o nome de LXX ou Septuaginta.

1000 (mil): Uma quantidade tão grande que não se pode contar. Prazo de tempo completo e comprido. Reino de mil anos (Ap 20,2). Ver as combinações: 7 X 1000 (Ap 11,13; 12 X 1000 (Ap 7,5-8); 144 X 1000 (Ap 7,4). É interessante também notar como os hebreus faziam combinações de números. Por exemplo: Abraão fez a Aliança com Deus quando tinha 99 anos (Gn 17,24), assim a Aliança completou o número 100. É o sábado que dá valor aos demais dias da semana, assim transforma os 6 dias (imperfeitos) em 7 dias (perfeito). O único dia da semana que tem um nome. Outro exemplo: seis povos habitavam a Terra Prometida (Ex 3,8). Mas são imperfeitos. Israel será o sétimo povo, aquele que tornará a terra perfeita (7).

Ver também o jogo num rico feito na elaboração de alguns provérbios (Pr 6,16-19; 30,15-33).
Interessante é saber que os israelitas escreviam os seus números com letras alfabéticas (não tinham vogais). Assim podia-se escrever um nome com um valor numérico genial. Por exemplo, Mateus divide a genealogia de Jesus em três grupos de 14 gerações. Ora, o número 14 é o resultado das somas das letras do nome de David (d + w + d): 4 + 6 + 4 = 14. Então Jesus é três vezes David, é o David por excelência.
Em Ap 13,18, o famoso número da "besta do Apocalipse" é 666, que provém da soma das consoantes hebraicas (n + w + r + n + r + s + q) de KAISAR NERON: Imperador Nero, o grande perseguidor dos cristãos (100 + 60 + 200 + 50 + 200 + 6 + 50 = 666). Ou «César Deus», no grego.
Hoje poderíamos fazer o mesmo com o nome do Bush (que tanto mal faz ao mundo!).
Ora, o nome completo dele é: George (6 letras) + Walker (6 letras) + Bush Jr (6 letras), ou seja: 666! O número da Besta do Apocalipse!

No capítulo 17 do Evangelho de João, a palavra «mundo» aparece 18 vezes, isto é: 6 + 6 + 6. Ora, para João não é a terra ou o mundo - como nós entendemos hoje - que era mau. «Mundo» significava: o sistema, ou seja, aqueles que não aceitavam Jesus (podiam ser os judeus do Templo ou também os romanos).

No capítulo 9 do Evangelho de João, o verbo «abrir» aparece 7 vezes, justamente no relato em que Jesus abre os olhos ao cego; um sinal importante no quarto Evangelho.
Muitas vezes, no AT, fala-se de personagens que viveram idades incrivelmente avançadas (Matusalém viveu 969 anos: Gn 5,27; Noé viveu 950 anos: Gn 9,29). Neste caso os números têm um valor simbólico.
Querem indicar que estas foram pessoas importantes, fiéis a Deus, e que a época em que elas viveram foi de muito valor. Quanto maior o número de anos, mais importante essa pessoa foi diante de Deus.

Outro exemplo: na expressão «filhos de Israel» temos também um exemplo de como os escritores bíblicos gostavam de fazer os jogos de palavras baseadas no valor numérico das letras do alfabeto hebraico.
Em laer’f.yI ynEB. (filhos de Israel), a soma dos valores das consoantes é:
                                           2 + 50 + 10 + 10 + 300 + 1 + 30 = 603.
Isto é a cifra da multidão do primeiro total do povo no recenseamento antes de partir em direcção ao Sinai: 603.550 (Nm 1,46; 2,32).
É o mesmo número dos homens que deixaram o Egipto (Ex 12,37).

*O QUE É QUARESMA?


A palavra Quaresma vem do Latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a Ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.

Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.

Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir.

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.

Qual o significado destes 40 dias?

Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

O que os cristãos devem fazer no tempo de Quaresma?

A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.)

*COMO SE CALCULA A PÁSCOA? QUANDO VAI CAIR?

A Páscoa sempre acontece na primeira lua cheia após a primavera na Europa (outono aqui no Brasil). A primavera na Europa tem um enorme significado de vida, pois durante o inverno toda a natureza fica morta, ressurgindo com o início de uma nova estação. Podemos fazer uma analogia da primavera com a Ressurreição de Jesus, que vence a morte.

Bem, como estávamos falando, quando descobre-se qual o dia da primeira lua cheia da primavera, então passam-se a contar 40 dias (quaresma) para trás, sem incluir os domingos. Então chega-se à data que será a Quarta-Feira de Cinzas e o início da quaresma. Por isso, a Páscoa é uma data móvel, assim como a Sexta-Feira Santa, a Quinta-Feira Santa, o Carvanal etc.



* SÁBADO SANTO



No Sábado Santo, Com a chegada da noite, entramos no coração das celebrações da Semana Santa! É a hora da Grande Vigília, a Vigília Pascal, que Sto. Agostinho (+ 430 d.C.) chamava a Mãe de todas as Vigílias!
Para os primeiros Cristãos, a Páscoa não era apenas uma Festa entre tantas outras, mas era a Festa Das Festas! É assim que é até hoje! A maior Festa da Igreja Católica não é a Festa do Padroeiro (a), mesmo de Nossa Senhora! Não é a Festa do Natal, que é o começo de nossa Salvação! Não é a Festa de Pentecostes, que é complemento da Páscoa! A maior Festa da Igreja Católica é a Festa da Páscoa! Somos uma Igreja Pascal!
A Liturgia da Vigília Pascal, riquíssima, divide-se em quatro partes:
1) Bênção do Fogo e do Círio Pascal, que simbolizam o Cristo Ressuscitado;2) Liturgia da Palavra, com cinco leituras, que resumem a História da Salvação;3)Liturgia Batismal: na Igreja Primitiva, o Batismo dos Catecúmenos Adultos se dava na Vigília Pascal, depois de longa preparação;4) Liturgia Eucarística: segue-se, então a Missa com procissão das Ofertas.
Eis uma pergunta que sempre fazem: Por que a Festa da Páscoa é móvel: não cai sempre no mesmo dia de um mês? A Resposta: É porque os Cristãos herdaram dos Judeus a data da Páscoa, que é no Domingo depois da primeira Lua Cheia da Primavera (na Europa e no Ocidente). Para nós, no Hemisfério Sul, a Páscoa é no Domingo depois da primeira Lua Cheia do Outono.
Com a Páscoa variam as Festas da: Ascensão do Senhor, Pentecostes Corpus Christi e Sagrado Coração de Jesus.

* CÍRIO PASCAL-o que é?


O Tempo da Páscoa ou Tempo Pascal vai do domingo da Páscoa até a Solenidade de Pentecostes (Festa do Espírito Santo). Durante este período, o círio pascal (aquela vela grande que é acesa durante a Vigília Pascal, no Sábado de Aleluia) fica junto ao altar e sempre é aceso novamente durante as Santas Missas e Batizados. Ele representa Jesus Ressuscitado, que é a Luz do Mundo!
-MELHOR EXPLICANDO:
"EIS A LUZ DE CRISTO! DEMOS GRAÇAS A DEUS!
Você já prestou a atenção naquela vela grande bem decorada sobre um belo e enfeitado pedestal? Você já percebeu como aquela vela traz uma série de sinais, números e letras? A GRANDE VELA é o CÍRIO PASCAL: simboliza, recorda, faz a memória da pessoa de Jesus Cristo ressuscitado.
*O CÍRIO PASCAL
É preparado, abençoado, aceso e conduzido para a Igreja na noite da Santa Vigília Pascal.
A grande celebração da Vigília Pascal se inicia normalmente com a bênção do "FOGO NOVO",
fora do recinto da Igreja. Este FOGO NOVO, FOGO DA PÁSCOA, FOGO QUE QUEIMA, *ILUMINA e AQUECE, recebe uma bênção especial, antes de ser aceso o CÍRIO PASCAL.
É com uma chama do FOGO NOVO BENTO que o CÍRIO é aceso. Terminada a preparação do *CÍRIO PASCAL, inicia-se a procissão para introduzi-lo solenemente no interior da Igreja. Apagam-se todas as luzes para deixar o ambiente completamente escuro e eis o significado:
A Igreja toda às escuras simboliza o mundo em trevas, o mundo sem Deus, sem Jesus, sem o Evangelho. Nesta escuridão do mundo brilhou e brilha uma única luz verdadeira, a luz de Jesus ressuscitado, simbolizada pela Luz do CÍRIO PASCAL.
*O CÍRIO, é aceso e elevado e apresentado aos fiéis reunidos através do cantor: "Eis a Luz de Cristo!" Os fiéis voltam-se para o CÍRIO, ajoelham-se e cantam: "Demos Graças a Deus!" O sacerdote prossegue até o centro da Igreja, faz novo anúncio e os fiéis respondem com o mesmo canto, em frente ao altar. O sacerdote coloca o CÍRIO num pedestal e incensa para significar a adoração que os fiéis prestam ao Ressuscitado. Logo a seguir, o sacerdote canta o "Exultet" (de alegria). Agora você pode participar de forma mais profunda da bênção do FOGO NOVO. Agora vamos ver o significado dos sinais, números e letras que decoram o CÍRIO PASCAL:
*A CRUZ: A cruz encravada no CÍRIO, em geral de cor vermelha, lembra a Cruz de Jesus Cristo. Jesus e Cruz mantêm um vínculo indestrutível. Ao traçar a Cruz sobre o CÍRIO o celebrante diz: (no vertical) "Cristo, ontem e hoje, (no horizontal) princípio em fim".
*AS LETRAS: As duas letras colocadas ao alto e embaixo da Cruz, o Alfa e o Ômega, são a primeira e a última letra do alfabeto grego. Ao cravar as duas letras o celebrante diz: "ALFA E *ÔMEGA", quer dizer, "PRINCÍPIO E FIM".
*O NÚMERO: O número 2008, que varia conforme o ano corrente, é a afirmação que Jesus é o mesmo, ontem, hoje e para sempre: O nº (2) A Ele e o tempo, o nº (0) é a eternidade, o nº (0) A glória e o poder e o nº (8) pelos séculos. Amém.
*AS BOLINHAS (grãos de incenso): As cinco bolinhas que são afixadas à cruz, uma ao alto, outra ao centro, outra embaixo e as outras duas nos dois braços da cruz, simbolizam as cinco chagas de Jesus Cristo. O celebrante diz: (ao alto da cruz) "por suas Santas Chagas", (ao centro) "suas Gloriosas Chagas", (embaixo) "o Cristo Senhor", (à esquerda) "nos proteja", (à direita) "e nos guarde. Amém".

* O TAU FRANCISCANO E SEU SIGNIFICADO


O Tau é a última letra do alfabeto hebraico;a décima nona letra do alfabeto grego;sinal bíblico usado pelo profeta Ezequiel:
“Chamou o Senhor Deus o homem vestido de linho branco, que trazia à cintura os instrumentos de escriba e lhe disse: percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com um “T” na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometem.” (Ez 9,3-4)
Todo aquele que tinha sido assinalado com o “T” foi poupado do extermínio.
O Papa Inocêncio III (1160-1216) explica o sentido do Tau: “Tem a forma de Cruz; quem o traz consigo, vive sua fé.”
São Francisco teve grande veneração por esta letra, pois lhe lembrava o grande amor de Cristo por nós.
Portanto, o Tau é:
A lembrança da Redenção, da Cruz, do Amor;Sinal de penitência e conversão interior;Sinal de dor pelos pecados do mundo;Recordação de nosso batismo; nossa marca de Filhos de Deus;Sinal de salvação .
São Francisco selava o que escrevia com o Tau, para significar a densidade do Amor de Deus, concretizado na Cruz de Cristo, sinal de Salvação.
Para aqueles que gostam de se aprofundar, será interessante ler este artigo abaixo, retirado de :
-TAU - SÍMBOLOS E SIGNIFICADOS:
Há certos sinais que revelam uma escolha de vida. O TAU, um dos mais famosos símbolos franciscanos, hoje está presente no peito das pessoas num cordão, num broche, enfeitando paredes numa escultura expressiva de madeira, num pôster ou pintura. Que escolha de vida revela o TAU? Ele é um símbolo antigo, misterioso e vital que recorda tempo e eternidade. A grande busca do humano querendo tocar sempre o divino e este vindo expressar-se na condição humana. Horizontalidade e verticalidade. As duas linhas: Céu e Terra! Temos o símbolo do TAU riscado nas cavernas do humano primitivo. Nos objetos do Faraó Achenaton no antigo Egito e na arte da civilização Maia. Francisco de Assis o atualizou e imortalizou. Não criou o TAU, mas o herdou como um símbolo seu de busca do Divino e Salvação Universal.
-TAU, SINAL BÍBLICO
Existe somente um texto bíblico que menciona explicitamente o TAU, última letra do alfabeto hebraico, Ezequiel 9, 1-7: “Passa pela cidade, por Jerusalém, e marca com um TAU a fronte dos homens que gemem e choram por todas as práticas abomináveis que se cometem”. O TAU é a mais antiga grafia em forma de cruz. Na Bíblia é usado como ato de assinalar. Marcar com um sinal é muito familiar na Bíblia. Assinalar significa lacrar, fechar dentro de um segredo, uma ação. É confirmar um testemunho e comprometer aquele que possui o segredo. O TAU é selo de Deus; significa estar sob o domínio do Senhor, é a garantia de ser reconhecido por Ele e ter a sua proteção. É segurança e redenção, voltar-se para o Divino, sopro criador animando nossa vida como aspiração e inspiração.
-O TAU NA IDADE MÉDIA
Vimos o significado salvífico que a letra hebraica do TAU recebe na Bíblia. Mas o TAU tem também um significado extrabíblico, bastante divulgado na Idade Média: perfeição, meta, finalidade última, santo propósito, vitória, ponto de equilíbrio entre forças contrárias. A sua linha vertical significa o superior, o espiritual, o absoluto, o celeste. A sua linha horizontal lembra a expansão da terra, o material, a carne. O TAU lembra a imagem do sustentáculo da serpente bíblica: clavada numa estaca como sinal da vitória sobre a morte. Uma vitória mística, isto é, nascer para uma vida superior perfeita e acabada. É cruz vitoriosa, perfeição, salvação, exorcismo. Um poder sobre as forças hostis, um talismã de fé, um amuleto de esperança usado por gente devota sensível.
-O TAU DO PENITENTE
Francisco de Assis viveu em um ambiente no qual o TAU estava carregado de uma grande riqueza simbólica e tradicional. Assumiu para si a marca do TAU como sinal de sua conversão e da dura batalha que travou para vencer-se. Não era tão fácil para o jovem renunciar seus sonhos de cavalaria para chegar ao despojamento do Crucificado que o fascinou. Escolhe ser um cavaleiro penitente: eliminar os excessos, os vícios e viver a transparência simples das virtudes. Na sua luta interior chegou a uma vitória interior. Um homem que viveu a solidão e o desafio da comunhão fraterna; que viveu o silêncio e a canção universal das criaturas; que experimentou incompreensão e sucesso, que vestiu o hábito da penitência, que atraiu vidas, encontrou um modo de marcar as paredes de Santa Maria Madalena em Fontecolombo, de assinar cartas com este sinal. De lembrar a todos que o Senhor nos possui e nos salva sob o signo do TAU.
-O TAU FRANCISCANO
O TAU franciscano atravessa oito séculos sendo usado e apreciado. É a materialização de uma intuição. Francisco de Assis é um humano que se move bem no universo dos símbolos. O que é o TAU franciscano? É Verdade, Palavra, Luz, Poder e Força da mente direcionada para um grande bem. Significa lutar e discernir o verdadeiro e o falso. É curar e vivificar. É eliminar o erro, a mentira e todo o elemento discordante que nega a paz. É unidade e reconciliação. Francisco de Assis está penetrado e iluminado, apaixonado e informado pela Palavra de Deus, a Palavra da Verdade. É um batalhador incansável da Paz, o Profeta da Harmonia e Simplicidade. É a encarnação do discernimento: pobre no material, vencedor no espiritual. Marcou-se com este sinal da luz, vida e sabedoria.
-O TAU COMO IDEAL
No mês de novembro de 1215, o Papa Inocêncio III presidia um Concílio na Igreja Constantiniana de Roma. Lá estavam presentes 1.200 prelados, 412 bipos, 800 abades e priores. Entre os participantes estavam São Domingos e São Francisco. Na sessão inaugural do Concílio, no dia 11 de novembro, o Papa falou com energia, apresentou um projeto de reforma para uma Igreja ferida pela heresia, pelo clero imerso no luxo e no poder temporal. Então, o Papa Inocêncio III recordou e lançou novamente o signo do TAU de Ezequiel 9, 1-7. Queria honrar novamente a cristandade com um projeto eclesial de motivação e superação. Era preciso uma reforma de costumes. Uma vida vivida numa dimensão missionária mais vigorosa sob o dinamismo de uma contínua conversão pessoal. São Francisco saiu do Concílio disposto a aceitar a convocação papal e andou marcando os irmãos com o TAU, vibrante de cuidado, ternura e misericórdia aprendida de seu Senhor.
-O TAU NAS FONTES FRANCISCANAS
Os biógrafos franciscanos nos dão testemunhos da importância que São Francisco dava ao TAU: “O Santo venerava com grande afeto este sinal”, “O sinal do TAU era preferido sobre qualquer outro sinal”, “O recomendava, freqüentemente, em suas palavras e o traçava com as próprias mãos no rodapé das breves cartas que escrevia, como se todo o seu cuidado fosse gravar o sinal do TAU, segundo o dito profético, sobre as fontes dos homens que gemem e lutam, convertidamente a Jesus, “O traçava no início de todas as suas ações”, “Com ele selava as cartas e marcava as paredes das pequenas celas” (cf. LM 4,9; 2,9; 3Cel 3). Assim Francisco vestia-se da túnica e do TAU na total investidura de um ideal que abriu muitos caminhos.
-TAU, SINAL DA CRUZ VITORIOSA
Cruz não é morte nem finitude, mas é força transformante; é radicalidade de um Amor capaz de tudo, até de morrer pelo que se ama. O TAU, conhecido como a Cruz Franciscana, lembra para nós esta deslumbrante plenitude da Beleza divina: amor e paz. O Deus da Cruz é um Deus vivo, que se entrega seguro e serenamente à mais bela oferenda de Amor. Para São Francisco, o TAU lembra a missão do Senhor: reconciliadora e configuradora, sinal de salvação e de imortalidade; o TAU é uma fonte da mística franciscana da cruz: quem mais ama, mais sofre, porque muito ama, mais salva. Um poeta dos primeiros tempos do franciscanismo conta no “Sacrum Comercium”, a entrega do sinal do TAU à Dama Pobreza pelo Senhor Ressuscitado, que o chama de “selo do reino dos céus”. À Dama Pobreza clamam os menores: “Eia, pois, Senhora, tem compaixão de nós e marca-nos com o sinal da tua graça!” (SC 21,22).
-O TAU E A BÊNÇÃO
Francisco se apropriou da bênção deuteronômica, transcreveu-a com o próprio punho e deu a Frei Leão: “Que o Senhor te abençoe e te guarde. Que o Senhor mostre a tua face e se compadeça de ti. Que o Senhor volva o teu rosto para ti e te dê a paz. Irmão Leão; o Senhor te abençoe!” Sob o texto da bênção, o próprio Frei Leão fez a seguinte anotação: “São Francisco escreveu esta bênção para mim, Irmão Leão, com seu próprio punho e letra, e do mesmo modo fez a letra TAU como base”. Assim, Francisco, num profundo momento de comunicação divina, com delicadeza paternal e maternal, abençoa seu filho, irmão, amigo e confidente. Abençoar é marcar com a presença, é transmitir energias que vêm da profundidade da vida. O Senhor te abençoe!
-O TAU E A CURA DOS ENFERMOS
No relato de alguns milagres, conta-se que Francisco fazia o sinal da cruz sobre a parte enferma dos doentes. Após ter recebido os estigmas no Monte Alverne, Francisco traz em seu corpo as marcas do Senhor Crucificado e Ressuscitado. Marcado pelo Senhor, imprime a marca do Senhor que salva em tudo o que faz. Conta-nos um trecho das Fontes Franciscanas que um enfermo padecia de fortes dores; invoca Francisco e o santo lhe aparece e diz que veio para responder ao seu chamado, que traz o remédio para curá-lo. Em seguida, toca-lhe no lugar da dor com um pequeno bastão arrematado com o sinal do TAU, que traz consigo. O enfermo ficou curado e permaneceu em sua pele, no lugar da dor, o sinal do TAU (cf. 3Cel159). O Senhor identifica-se com o sofrimento de seu povo. Toma a paixão do humano e do mundo sobre si. Afasta a dor e deixa o sinal de Amor.
-A COR DO TAU
O TAU, freqüentemente, é reproduzido em madeira, mas quando, pintado, sempre vem com a cor vermelha. O Mestre Nicolau Verdun, num quadro do século XII, representa o Anjo Exterminador que passa enquanto um israelita marca sobre a porta de sua casa um TAU com o Sangue do Cordeiro Pascal que se derrama num cálice. O Vermelho representa o sangue do Cordeiro que se imola para salvar. Sangue do Salvador, cálice da vida! Em Fontecolombo, Francisco deixou o TAU grafado em vermelho. O TAU pintado na casula de Frei Leão no mural de Greccio também é vermelho. O pergaminho escrito para Frei Leão no Monte Alverne, marca em vermelho o Tau que assina a bênção. O Vermelho é símbolo da vida que transcende, porque se imola pelos outros. Caminho de configuração com Jesus Crucificado para nascer na manhã da Ressurreição.
-O TAU NA LINGUAGEM
O TAU é a última letra do alfabeto judaico e a décima nona letra do alfabeto grego. Não está aí por acaso; um código de linguagem reflete a vivência das palavras. O mundo judaico e, conseqüentemente, a linguagem bíblica mostram a busca do transcendente. É preciso colocar o Deus da Vida como centro da história. É a nossa verticalidade, isto é, o nosso voltar-se para o Alto. O mundo grego nos ensinou a pensar e perguntar pelo sentido da vida, do humano e das coisas. Descobrir o significado de tudo é pisar melhor o chão, saber enraizar-se. É a nossa horizontalidade. A Teologia e a Filosofia são servas da fé e do pensamento. Quem sabe onde está parte para vôos mais altos. É como o galho de pessegueiro, cortado em forma de tau é usado para buscar veios d’água. Ele vibra quando a fonte aparece cheia de energia. Coloquemos o tau na fonte de nossas palavras!
-O TAU, O CORDÃO E OS TRÊS NÓS
Em geral, o Tau pendurado no pescoço por um cordão com três nós. Esse cordão significa o elo que une a forma de nossa vida. O fio condutor do Evangelho. A síntese da Boa Nova são os três conselhos evangélicos=obediência, pobreza, pureza de coração. Obediência significa acolhida para escutar o valor maior. Quem abre os sentidos para perceber o maior e o melhor não tem medo de obedecer e mostra lealdade a um grande projeto. Pobreza não é categoria econômica de quem não tem, mas é valor de quem sabe colocar tudo em comum. Ser pobre, no sentido bíblico-franciscano, é a coragem da partilha. Ser puro de coração é ser transparente, casto, verdadeiro. É revelar o melhor de si. Os três nós significam que o obediente é fiel a seus princípios; o pobre vive na gratuidade da convivência; o casto cuida da beleza do seu coração e de seus afetos. Tudo isto está no Tau da existência!
-USAR O TAU É LEMBRAR O SENHOR
Muita gente usa o Tau. Não é um amuleto, mas um sacramental que nos recorda um caminho de salvação que vai sendo feito ao seguir, progressivamente, o Evangelho. Usar o TAU é colocar a vida no dinamismo da conversão: Cada dia devo me abandonar na Graça do Senhor, ser um reconciliado com toda a criatura, saudar a todos com a Paz e o Bem. Usar o TAU é configurar-se com aquele que um dia ilumina as trevas do nosso coração para levar-nos à caridade perfeita. Usar o TAU é transformar a vida pela Simplicidade, pela Luz e pelo Amor. É exigência de missão e serviço aos outros, porque o próprio Senhor se fez servo até a morte e morte de Cruz.”

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