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27 de junho de 2014

Evangelho do dia: Refletindo Evangelho de São Mateus 11,25-30


Jesus pronunciou estas palavras: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer:
Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos,e eu vos darei descanso.Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,porque sou manso e humilde de coração,
e vós encontrareis descanso.Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve".

Reflexão

O amor de Deus precede tudo e é a causa de toda a obra da criação e redenção.

A festa do Coração de Jesus que celebramos hoje é a festa do amor de Deus que precede tudo e é a causa de toda a obra da criação e redenção. No coração de Cristo se revela o amor de Deus por toda a humanidade (cf. Jo 13,1). Do coração de Cristo brotam os sacramentos da Igreja. O contexto do evangelho de hoje é a crítica de Jesus às cidades vizinhas ao Mar da Galileia que, beneficiadas pelo ensinamento e pelos atos de poder de Jesus, não se converteram, não se abriram ao sopro de sua palavra, nem aderiram à sua pessoa. O hino de louvor de Jesus dirigido ao Pai é uma clara oposição a essas cidades que não se converteram. O que é escondido aos que se pretendem sábios e entendidos e o que é revelado aos “pobres de espírito”? O que está dito no v. 27 poderia ser compreendido nestes termos: é Jesus quem revela o Pai. Somente quem se abre para reconhecer e aceitar Jesus como enviado do Pai é que pode conhecer a relação filial que une profundamente Jesus e Deus (cf. Jo 14,10-11; Cl 1,15). Jesus é não somente o Sábio, mas a “Sabedoria de Deus” que atrai todos a si e os instrui na Lei que o Senhor deu ao povo para preservar o dom da vida e da liberdade.




25 de junho de 2014

Evangelho do dia:Refletindo Evangelho de São Mateus 7,15 - 20


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 
Cuidado com os falsos profetas: 
Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, 
mas por dentro são lobos ferozes. 
Vós os conhecereis pelos seus frutos. 
Por acaso se colhem uvas de espinheiros 
ou figos de urtigas? 
Assim, toda árvore boa produz frutos bons, 
e toda árvore má, produz frutos maus. 
Uma árvore boa não pode dar frutos maus, 
nem uma árvore má pode produzir frutos bons. 
Toda árvore que não dá bons frutos 
é cortada e jogada no fogo. 
Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis. 
Palavra da Salvação. 

Reflexão

Existem profetas que falam o que as pessoas gostam de ouvir e existem profetas que falam o que deve ser dito. O falso profeta é aquele que fala o que a pessoa gosta de ouvir, de modo que ela não muda de vida e não produz fruto algum, vive uma espiritualidade estéril; ele vive de acordo com a situação porque esta lhe é favorável e satisfaz seus interesses. O verdadeiro profeta fala o que a pessoa precisa ouvir para converter-se, mudar de vida e produzir frutos que permaneçam, ele não aceita a situação atual, marcada pelos privilégios e pecados e quer que ela mude, porque o seu interesse é que o Reino de Deus aconteça na história dos homens.



22 de junho de 2014

#AJUDEOPEDRINHO #AMIGOSDOPEDRINHO


Pedrinho nasceu dia 22/08/2013, na maternidade Pro Matre em São Paulo, com 36 semanas e 1 dia, considerado prematuro tardio.

Durante a gravidez, ao fazer um ultrassom descobri sobre uma possível obstrução intestinal que só seria confirmada após o nascimento do bebê, podendo ser operado logo após seu nascimento ou após alguns dias.

Com 5 dias de vida, Pedrinho passou por sua primeira cirurgia, uma laparotomia, onde foi diagnosticado a síndrome do intestino curto.

Devido a má formação, o intestino delgado estava necrosado e teve que ser extraído quase que sua totalidade.

No caso do Pedro não restou absolutamente (quase) nada de intestino, digamos que uns 12 cm de duodeno.

Com 4 meses de vida, foi feita uma segunda cirurgia para alongar o que sobrou, ficando com aproximadamente com 25 cm.

O intestino delgado é responsável pela absorção dos nutrientes.

Quem é portador dessa síndrome necessita de uma alimentação especial chamada NPP ou NPT (Nutrição Parenteral Parcial / Nutrição Parenteral Total). Essa é a principal "alimentação" que ele recebe, e o que faz com que ele cresça e se desenvolva, justamente pela falta do intestino.

Ele recebe esta alimentação desde o quarto dia de vida através de um catéter que vai até o coração.

Pedrinho passou por diversos procedimentos, controles diários. Já chegou a receber mais de 16 picadas em um único dia para conseguir o acesso para receber a nutrição parenteral.

De fato, ele é um guerreiro e vitorioso.

Foram 169 dias na UTI Neonatal da Pro Matre.

Dias tensos, dias alegres, dias de ter o coração apertado, dias de muita esperança, muita oração e muita fé.

Vida de UTI é uma verdadeira escola, a escola da vida, da luta pela vida, onde aprendemos não somente com a nossa história, mas com histórias de pessoas que compartilham situações similares, cada uma com sua peculiaridade.

Aprendemos a amar ainda mais o próximo por sentir sua dor, suas aflições e nos fortalecemos, acreditamos piamente que dias melhores virão.

Já tive medo de perder meu filho e não dividia esse sentimento com ninguém para não entristecer as pessoas. Sofri e chorei calada.

Cheguei a vibrar quando meu filho começou a receber 1 ml de leite a cada 3 horas, ou quando ele fazia cocô.

Quantos valores mudados!

Aprendi a dividir meu bem maior, meu filho, com pessoas que cuidaram dele como se fosse filho delas.

Aprendi a amar as técnicas de enfermagem, enfermeiras, médicas pelo trabalho feito com tanto amor e responsabilidade.

Quanto respeito e quanta admiração.

Senti muito ter que me desligar de um ambiente onde me sentia acolhida.

Após 169 dias, fomos transferidos para o Hospital Intanfil Sabará, também em São Paulo.

Estamos internados desde o dia 07 de Fevereiro de 2014, podendo ficar 24 horas com meu filho.

Não fui pra casa e nem pretendo deixar meu filho um minuto sequer para acompanhar todo tratamento.

Pedrinho parou de ganhar peso e chamamos um Gastro renomado que cuida de outras crianças e este médico era a minha esperança de que meu filho tivesse um pouco de qualidade de vida.

Como ele recebe a nutrição parenteral 24 horas, não conseguimos nem passear.
Só ficamos no quarto interagindo com brinquedos, vídeos infantis, da forma que a condição nos permite.

Além da Nutrição Parenteral, ele recebe o leite hidrolisado por sonda nasal e em breve será colocada uma gastrostomia.

Após algumas tentativas de fazer com que nosso filho ganhasse peso, fomos informados que de fato, Pedrinho seria caso de transplante.

No Brasil, a cirurgia ainda é realizada de forma experimental.
O último caso ocorreu há 10 anos na Santa Casa de São Paulo, mas o bebê não resistiu.

A especialidade se encontra fora, nos EUA, com um custo extremamente alto para os nossos padrões. O custo em média é de 1 milhão de dólares! Isso mesmo, 1 MILHÃO DE DÓLARES! ou seja, mais de R$ 2.000.000,00, DOIS MILHÕES DE REAIS .Temos como pagar isso?! Claro que não!

Talvez antes de ter meu filho, não acharia possível arrecadar uma quantia tão "surreal", mas agora que sou mãe, nada é impossível para que eu veja meu filho bem e saudável.

Pedrinho é um bebê alegre, muito feliz, sorridente ao extremo, carinhoso, calminho.

Posso dizer com toda certeza que é um bebê muito amado.

Até hoje recebemos visitas de anjos que cuidaram dele quando estava na UTI Neonatal e até mesmo no Sabará onde estamos ele já tem suas admiradoras.

Quando o Pedrinho nasceu, não postei fotos dele com sonda, cateter na cabeça, cabelo raspado. Não queria que ninguém o visse como um coitado. Muito pelo contrário, Pedrinho se tornou fonte de fé, força, esperança.

Enquanto houver fé, haverá esperança.

Diante a necessidade de fazer o transplante, comecei a falar com alguns amigos e divulgando aos poucos.

É comovente como as pessoas se sensibilizam e abraçam a causa.

Ainda estamos com uma divulgação inicial e já começamos entre amigos com uma força transformadora.

Queremos ir mais além, para que as pessoas saibam da realidade do Pedrinho e que abracem a causa de forma carinhosa e fraterna.

Costumo dizer que são todos os amigos e amigas do Pedrinho.

Agradeço à Deus pelas pessoas abençoadas que tem colocado em nossas vidas.

Embora a situação seja delicada, vivemos milagres diários por nossas conquistas e pelas conquistas dos bebês das amigas de UTI.

Somos gratos por tudo que Deus tem nos proporcionados e sabemos que Ele tem um propósito para a vida do Pedrinho, de nossa família e amigos mais próximos do nosso grande guerreiro.

Para que seja feito o transplante, é preciso ter 10 kg.

Para entrar na fila para receber o órgão é necessário já dar uma determinada quantia que anda não sabemos.

Após o transplante, Pedrinho vai receber a nutrição parenteral por 1 mês, depois tendo alta do hospital, porém, teremos que ficar aproximadamente 8 meses próximo ao Hospital em Pittsburgh, caso haja alguma intercorrência.

O hospital definido pela família para fazer o transplante é o Children's de Pittsburgh http://www.chp.edu/CHP/Home

Além do custo do transplante, a família terá os gastos de estadia por estes 8 meses.

Para quem se sentir a vontade de abraçar esta nobre causa.

Segue a conta para doações:
Banco do Brasil
Agencia: 1191-6
Conta Corrente: 38339-2
CPF: 484.830.248-02
Em nome de Pedro Libração da Lavra Baragão

Para doações internacionais temos:
Número do IBAN : BR8900000000011910000383392C1
E o Swift: BRASBRRJ

Por favor, enviem os comprovantes para meu e-mail, pois quero saber quem está doando e agradecer: alinellavra@gmail.com

Muitíssimo obrigada, de coração.
Boa Noite, Amigos.

Como vcs sabem, o Pedrinho passou por um procedimento cirurgico para colocar a gastrostomia, a sondinha na barriga que vai até o estômago, por onde ele vai se alimentar depois das 48 horas de jejum.

Vejam! Não tem mais o bigodinho, rsrs.

Nosso anjinho agora está de cara limpa. Agora o sorriso vai ficar mais lindo ainda!!!!

Ele ficou jururu, devido a anestesia que recebeu, e por ter fome, mas estamos cuidando dele com todo amor.

Vovô e vovó estão aqui com a mamãe e com o Pedrinho.

Ele dormiu bastante e agora já voltou a sorrir!!!

Obrigada por todas as orações e carinho.

Mais uma etapa vencida!!!!

E vamos continuando com a campanha para arrecadar o valor do transplante.

Compartilhem com amigos e familiares.
Precisamos de mais pessoas envolvidas na campanha.

Curtam no face: Ajude o Pedrinho a continuar sorrindo.

Instagram: @amigosdopedrinho

Site: www.amigosdopedrinho.com.br



Ministério da Saúde confirma repasse de R$ 2,2 mi para cirurgia de Sofia

Segundo o ministério, valor vai para conta judicial para custear a operação. Família aguardava liberação para providenciar cirurgia em hospital de Miami.

Ministério da Saúde confirma repasse de R$ 2,2 mi para cirurgia da Sofia, com repasse, Sofia fica mais próxima de cirurgia

O Ministério da Saúde confirmou o depósito de R$ 2,2 milhões para o pagamento do transplante multivisceral da pequena Sofia Gonçalves de Lacerda, que sofre de uma doença rara, a síndrome de Berdon. Segundo o ministério, o valor foi repassado para uma conta judicial destinada ao custeio do tratamento e transporte do bebê. O repasse também foi confirmado pelo advogado da família, Miguel Navarro.

Em entrevista ao G1, Patrícia Lacerda, mãe da Sofia, diz que está muito feliz com a novidade. "Fiquei sem palavras. O advogado mandou uma mensagem agora há pouco [por volta das 18h30 desta sexta-feira (20)] para mim. Sei que a luta é grande, mas essa é mais uma batalha vencida. Agora, o advogado vai entrar com o pedido para ser realizado o pagamento do hospital, em Miami, liberando nossa viagem", diz.
Após o pagamento e agendamento da data pela instituição, o Ministério da Saúde ficará responsável por repassar as informações dos passageiros à companhia que realizará o transporte e marcará a data do voo.

O pai da Sofia, Gilson Gonçalves da Silva, diz que está tudo pronto para a viagem. "Já estamos com as malas prontas e vistos autorizados. Estamos aguardando o pagamento ao hospital dos EUA para embarcar".
Ainda conforme o pai, a pediatra que cuida do caso da Sofia, Ana Carolina Gomes, autorizou a viagem.

"A médica disse que ela está em condições de viajar." O ministério confirmou, em nota, o quadro clínico compatível com a viagem. “

O Ministério da Saúde recebeu laudo atestando que a criança tem condições clínicas de viajar e a remoção, neste momento, depende da transferência dos recursos pagos ao hospital em que será realizado o tratamento.”

Eduardo Ribeiro Jr. / 20/06/2014
Do G1 Sorocaba e Jundiaí

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Patricia, mãe de Sofia agradece:

Gostaria primeiramente agradecer ao nosso Advogado Dr.Miguel Navarro que lutou bravamente como um excelente advogado e como um pai admirável que é, seremos eternamente gratos a ele pois finalmente o trabalho realizado foi concluído a União depositou judicialmente o equivalente a 1.000.000 de dólares, agora serão tomadas as providências para a liberação dos valores junto à Justiça Federal de Sorocaba e logo após seja o valor transferido para o Hospital Jackson Memorial.
Feitas essas partes burocráticas o Ministério da Saúde realizará o transporte da nossa princesa Sophia.
Agradeço a todos a essa família enorme que ganhamos,pela ajuda seremos gratos pelo resto de nossas vidas.

19 de junho de 2014

Papa João Paulo II e o desafio das seitas

Não existiu nenhum outro Pontífice que tenha falado, com tanta valentia sobre um tema que, por sua raiz complexa e urticante, não poucos preferem calar.

Em razão da impossibilidade de incluir todas as manifestações, selecionamos os textos e parágrafos mais relevantes, razão pela qual sugerimos uma segunda leitura dos documentos por completo.

Especial importância tem a mensagem dirigido ao terceiro grupo de bispos norte americanos, em sua visita "ad limina" em 18 de maio de 1993, onde João Paulo II alude a um tema de grave consideração, como é o da penetração de idéias e conceitos da New Age ou Nova era "na pregação, na catequese, nos congressos e retiros" , chegando a "influenciar inclusive os católicos praticantes".

Também é digno de ressaltar pela riqueza do conteúdo e orientações, a mensagem que o Papa por motivo da Jornada Mundial do Emigrante, deu em 25 de julho de 1990. No mesmo, o Pontífice se refere exclusivamente ao fenômeno das seitas e NMR, e menciona as diversas realidade pelas que atravessam os emigrantes, realidades estas, que muitas vezes facilitam a adesão a não poucos movimentos de características sectárias.

O nosso país é um onde os emigrantes estão à ordem do dia: pessoas que emigram a nossas terras, provenientes de variados países; pessoas que emigram do interior às grandes cidades; e pessoas nativas das grandes cidades que não emigram, mas pelas características alienantes das megalópolis, como tais em suas próprias cidades.

A continuação conseguimos uma recopilação de mensagens do Papa João Paulo II, onde se refere ao fenômeno das seitas e NMR.

- Discurso de S. João Paulo II, aos bispos da Bolívia em sua mensagem pastoral
L'Osservatore Romano, 21 (1988), p.10.

"... Alegra-me profundamente poder comprovar pessoalmente a religiosidade do povo boliviano, que espera e necessita de nossa guia doutrinal, para poder purificar e consolidar na verdade suas sinceras e profundas crenças religiosas, assim mesmo necessita de nossas orientações para saber como atuar e defender-se frente à atividade proselitista das seitas, que em recentemente, estão se multiplicando na Bolívia; tais seitas de corte fundamentalista estão semeando confusão no povo, e por desgraça podem logo diluir a coerência e a unidade da mensagem evangélica".

- Discurso de S. João Paulo II, aos bispos do Peru em sua visita ad limina
Vaticano, junho de 1988 - L'Osservatore Romano, 23 (1988), p. 21 e 32.

"Vejo que nos diversos países da América Latina o problema número um é, cada vez mais, o problema das seitas, alguns Bispos manifestaram uma opinião muito pessimista frente ao futuro, eu não posso permanecer indiferente ante estas opiniões pessimistas (...)".

"Isto deve constituir um motivo a mais de preocupação pastoral, que nos leva a propor e planejar uma ação evangelizadora, para a qual precisa-se de agentes de pastoral convenientemente formados e imbuídos de grande espírito apostólico".

- Discurso de S. João Paulo II, aos bispos do Zaire em sua visita ad limina
L'Osservatore Romano, 48 (1988), pp. 21 e 32.

" Aludis à proliferação das seitas e sua ação corrosiva. As razões são sem dúvida múltiplas. O fato constitui para a Igreja uma séria interpelação, convidando a desenvolver a formação catequética dos fiéis e de comunidades eclesiais ricas, posto que os que são tentados pelas seitas, buscam provavelmente uma resposta simples ou sincretista a suas interrogações e uma sustentação calorosa, que pertence à ordem da caridade".

Discurso de S. João Paulo II, aos bispos da Conferência Episcopal Mexicana
Lago Guadalupe, México, 12 de maio de 1990 - L'Osservatore Romano, 34 (1990), p.1.

"Tampouco deve-se descuidar da grave problemática dos 'novos grupos religiosos', que semeiam confusão entre os fiéis, especialmente nos ambientes meios e marginais ou pobres. Seus métodos, seus recursos econômicos e a insistência de seu trabalho proselitista causam impacto, principalmente, entre aqueles que emigram do campo para a cidade".

- Mensagem de S. S. João Paulo II, na Jornada mundial do Emigrante
Vaticano, 25 de julho de 1990 - L'Osservatore Romano, 34 (1990), p. 1 e 2.

"Quisera refletir convosco por ocasião da Jornada mundial do Emigrante sobre um problema que está se tornando cada vez mais preocupante: o perigo a que estão expostos muitos emigrantes, de perder sua própria fé cristã por causa de seitas e de novos movimentos religiosos que proliferam sem cessar. Alguns destes grupos se reclamam cristãos; outros se inspiram em religiões orientais; e outros fazem referência às ideologias, freqüentemente revolucionárias, de nosso tempo.

"Ainda que seja difícil descobrir uma linha de conteúdos comuns em todos eles, é possível traçar sua tendência geral. Nestes movimentos a salvação costuma ser considerada, no geral, como algo exclusivo de um grupo minoritário, guiado por personalidades superiores, que crêem ter uma relação privilegiada com Deus cujos segredos pretendem somente eles conhecer. Também a busca do sagrado apresenta contornos ambíguos. Para alguns trata-se de um valor superior, para o qual o homem tende sem poder jamais alcançá-lo; para outros, ao contrário, está situado no mundo da magia, e buscam atraí-lo a sua própria esfera para manipulá-lo e reduzi-lo a seu próprio serviço.

"As seitas e os novos movimentos religiosos propõem hoje à Igreja um grande desafio pastoral tanto pelo mal-estar espiritual e social em que fundam suas raízes, como pelas instâncias religiosas das quais são instrumentos. Essas instâncias, tiradas do contexto da doutrina e da tradição católica, freqüentemente são levadas a conclusões muito distantes das originárias. O difundido milenarismo, por exemplo, evoca as temáticas da escatologia cristã e os problemas relativos ao destino do homem; querer dar respostas de caráter religioso a questões políticas ou econômicas revela a tendência a manipular o verdadeiro sentido de Deus , chegando de fato a excluir Deus da vida dos homens; o zelo quase agressivo com que alguns buscam novos adeptos indo de cada em casa ou detendo aos transeuntes nas esquinas das ruas, é uma falsificação sectária do zelo apostólico e missionário; a atenção que se presta ao indivíduo e a importância que se atribui a sua abordagem à causa e ao desenvolvimento do grupo religioso, além de responder ao desejo de valorizar a própria vida sentindo-se úteis à comunidade a que pertencem, constitui uma expressão desviada do papel ativo próprio dos fiéis, membros vivos do Corpo de Cristo, chamados a trabalhar pela difusão do reino de Deus.

" De fato, a expansão das seitas e dos novos movimentos religiosos concentra seus esforços em alguns setores estratégicos: entre estes estão as migrações. Pela situação de desarraigo social e cultural, e pela instabilidade em que se encontram, costumam ser presas fáceis de métodos insistentes e agressivos. Excluídos da vida social do país de origem, estranhos à sociedade em que se inserem, obrigados com freqüência a movimentar-se fora de uma ordem objetiva que defenda seus direitos, os emigrantes pagam a necessidade de ajuda e o desejo de sair da marginalização, em que estão confinados de fato, com o abandono de sua fé. É um preço que nenhum homem respeitoso dos direitos humanos deveria pedir ou aceitar. Ao emigrante não somente é ferido em sua dignidade humana, mas também em sua positiva e respeitosa colocação no ambiente social que o acolhe. E, deste então, não dão mostra de honradez e sensibilidade aqueles que, ainda tendo o dever de aliviar no emigrante o trauma e a desorientação causados pelo impacto com um mundo estranho à própria cultura, se aproximam a ele em um momento de profundo mal-estar para enganá-lo e instrumentalizá-lo.

"Os pontos fracos em que se apoiam os novos movimentos religiosos são a instabilidade e a incerteza. Neles baseiam sua estratégia de aproximação. Trata-se de um conjunto de atenções e de serviços prestados para fazer que o emigrante abandone sua fé se adira a uma nova proposta religiosa. Apresentando-se como os únicos possuidores da verdade, afirmam a falsidade da religião que o emigrante professa e lhe pede que dê uma mudança bruta e imediata de rota. Trata-se, evidentemente, de uma verdadeira agressão moral, da qual não é fácil escapar com boas maneiras, pois seu ardor e insistência são sufocantes.

"Os ensinamentos das seitas e novos movimentos religiosos, opõem-se à doutrina da Igreja Católica; por isso, a adesão a eles significa renegar a fé em que foram batizados e educados. O evangelho, ao mesmo tempo em que nos exorta a ser simples como as pombas, nos convida também a ser prudentes e astutos como as serpentes. A mesma vigilância que pondes quando estão em jogo vossos assuntos materiais, com o fim de não ser vítimas dos enganos de quem quer se aproveitar de vós, deve guiar-vos para não cair na rede das armadilhas de quem tenta contra vossa fé. " Olhai a que ninguém vos engane -nos adverte o Senhor- Virão muitos usurpando meu nome e dizendo "eu sou", e enganarão a muitos...Se alguém vos disser: "Olhai o Cristo aqui". "Olhai-o ali" , não credes. Pois surgirão falsos profetas"(Mc 13, 6. 21-22). E também nos diz: "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes"(Mt 7, 15-16).

"outros motivos que podem levar a acolher as proposições desses novos movimentos religiosos são a pouca coerência com que alguns batizados vivem seu compromisso cristão, e também o desejo de uma vida religiosa mais fervorosa, que se espera experimentar em uma determinada seita, quando a comunidade que se frequenta está pouco comprometida.

"Mas trata-se de um engano. Do mal-estar interior antes mencionado é combatido, de fato, mediante uma verdadeira conversão, segundo o evangelho, e não afligindo-se irrefletidamente a essa classe de grupos, adotando ritos religiosos que ocultam com o ruído das palavras a apatia do coração. Por isso faz falta uma séria renovação espiritual e uma coerente adesão à vontade de Deus, ao seguimento de Cristo; é um desvio o limitar-se a cumprir algum mandamento isolado e extravagante, do que faz depender o próprio destino da vida ou da morte".

"(...) Os aspectos de instabilidade, nos quais se apoiam as seitas e os movimentos religiosos para tender armadilhas à fé do emigrante, devem constituir para a Igreja motivos para dar prioridade à atenção e à assistência ao emigrante. Os serviços, que freqüentemente costumam pagar com a renúncia à sua fé, devem ser prestados pela Igreja com solicitude gratuita, alegre de poder prestar um serviço ao próprio Cristo. Assim como Jesus é a imagem transparente do amor do Pai, igualmente deveria ser imagem da ternura do Redentor; por isso, deveria ser evidente que a comunidade, à que chega o emigrante, é comunidade capaz de acolher e amar. A comunidade dos que crêem em Cristo não deve mostrar nunca o rosto triste de quem sente estorvado em seus compromissos e projetos diários, mas que deve manifestar o rosto alegre de quem descobriu a Cristo, esperado e reconhecido no estrangeiro (...)".

"Queridos emigrantes: Mantenhais-vos firmes na fé, sede homens, sede fortes" (1Cor 16,13). A exortação do Apóstolo Paulo é um eco das palavras do Senhor que nos convida a construir nossa própria existência sobre a rocha sólida que é o próprio Jesus, Filho de Deus, nos assegura a salvação. Só quem está firmemente enraizado nele pode dar frutos que resistam ao desgaste de todas as modas, inclusive as das seitas religiosas. A gratidão para com o dom de Deus, manifestada mediante a resposta de uma vida cristã coerente, atrai sobre vós outros dons de comunhão com ele e de perseverança em vosso fiel compromisso cristão. 'Quem me ama, será amado por meu Pai; Eu o amarei e me manifestarei a ele' (Jo 14,21) e ' a todo aquele que tem será dado e terá em abundância' (Mt 25,29). Quanto mais vos adentreis no caminho da vida cristã, tanto mais estareis ao abrigo das armadilhas que atentam contra vossa fé".


- Discurso de S.S. João Paulo II, aos bispos argentinos em sua visita ad limina
Vaticano, 18 de janeiro de 1991 - Aica Doc 230, Aica Nº 1779 (1991), pp. 2/6.

" ... Com paciência, com pedagogia paternal, mediante um itinerário catequético permanente, através de missões populares e outros meios de apostolado, ajudai a esses fiéis a amadurecer em sua consciência de pertencer à Igreja e a descobri-la como sua família, sua casa, o lugar privilegiado de seu encontro com Deus.

" São precisamente essas multidões que conservam a fé de seu batismo, mas provavelmente debilitada pelo desconhecimento das verdades religiosas e por uma certa 'marginalidade' eclesial, as mais vulneráveis frente o combate do secularismo e do proselitismo das seitas (...).

A presença das seitas, que atuam especialmente sobre estes batizados insuficientemente evangelizados ou afastados da prática sacramental, mas que conservam inquietudes religiosas, deve constituir para nós um desafio pastoral ao que será necessário responder com um renovado dinamismo missionário".

- Mensagem de S. S. João Paulo II, em sua Segunda viagem apostólica ao Brasil, outubro de 1991 - Citado por URREA, JUAN C. " Os NMR na América Latina", Ed. Paulinas, Chile 1992, p. 62.

" Se bem a promoção destas seitas e grupos conta com fortes recursos econômicos e que sua pregação seduz ao povo com falsos espelhismos, engana com simplificações distorcidas e semeia confusão, principalmente nos mais simples que receberam escassa instrução religiosa.

"É importante pois, que vossa pastoral, saiba ocupar os espaços nos quais estas seitas atuam, despertando no povo a alegria e o santo orgulho de pertencer à única Igreja de Cristo, que subsiste em nossa santa Igreja Católica".

- Discurso de S. S João Paulo II, ao terceiro grupo de bispos dos EUA em sua visita ad limina. Vaticano, 18 de maio de 1993 - Reprodução em 'Palavra', 343/4, Madri, agosto de 1993, p. 129.

"Enquanto a secularização continua avançando sob muitos aspectos da vida, há uma nova demanda de espiritualidade, como mostra a aparição de muitos movimentos religiosos e terapêuticos, que pretendem dar uma resposta à crise dos valores da sociedade ocidental.

Esta inquietude do homo religious produz alguns resultados positivos e construtivos, como a busca de um novo significado da vida, uma nova sensibilidade ecológica e o desejo de ir além de uma religiosidade fria e racionalista. Por outro lado, este despertar religioso traz consigo alguns elementos muito ambíguos, incompatíveis com a fé cristã.

"Muitos de vós escreveram cartas pastorais sobre os problemas que representam as seitas e movimentos pseudo-religiosos, incluído o chamado New Age. As idéias da New Age às vezes abrem caminho na pregação, a catequese, nos congressos e nos retiros, e assim chegam a influenciar inclusive aos católicos praticantes, que talvez não são conscientes da incompatibilidade dessas idéias com a fé da Igreja.

"Em sua perspectiva sincretista e imanente, estes movimentos pára-religiosos prestam pouca atenção na Revelação, e bem, tentam chegar a Deus através do conhecimento e da experiência, baseados em elementos que pegam emprestados da espiritualidade oriental e de técnicas psicológicas. Tendem a relativisar a doutrina religiosa em favor de uma vaga visão do mundo, que se expressa mediante um sistema de mitos e símbolos revestidos de uma linguagem religiosa. Além disso propõem freqüentemente uma concepção panteísta de Deus, incompatível com a Sagrada Escritura e a tradição cristã. Substituindo a responsabilidade pessoal de nossa ações frente a Deus com um sentido de dever frente ao cosmos, tergiversando assim o verdadeiro conceito de pecado e a necessidade da redenção por meio de Cristo".

- Discurso de S. S. João Paulo II, ao primeiro grupo de bispos argentinos em sua visita ad limina. Vaticano, 7 de fevereiro de 1995 -Aica Doc 328, Aica Nº 199O (1995), pp. 67/71.

" (...) A ignorância religiosa e a deficiente assimilação vital da fé, que deriva de uma catequese insuficiente ou imperfeita, deixariam aos batizados inermes frente aos perigos reais do secularismo ou do proselitismo das seitas fundamentalistas, com o conseguinte risco de que estes substituem as valiosas e sugestivas expressões cristãs da piedade popular (...).

"Outro fenômeno de nossa cultura contemporânea é que, enquanto a secularização continua avançando sob muitos aspectos da vida, percebe-se também uma nova demanda de espiritualidade, expressão da condição religiosa do homem e sinal de sua busca de respostas à crise de valores da sociedade ocidental (...).

" Deve-se ter presente, entretanto, que não faltam desvios que deram origem a seitas e movimentos gnósticos ou pseudo-religiosos, configurando uma moda cultural de vastos alcances que, às vezes, encontra eco em amplos setores da sociedade e chega inclusive a ter influência em ambientes católicos.

"Por isso, alguns deles, em uma perspectiva sincretista, amalgamam elementos bíblicos e cristãos com outros extraídos de filosofia e religiões orientais, da magia e de técnicas psicológicas.

"Esta expansão das seitas e de novos grupos religiosos que atraem a muitos fiéis e semeia confusão e incerteza entre os católicos é motivo de inquietude pastoral".


São Padre Pio - Imagens raras

Depoimento do Padre que foi coroinha de São Padre Pio

Última Missa celebrada por Padre Pio

São Padre Pio de Pietrelcina

Ciência põe a prova O Milagre eucarístico de Lanciano

História de Corpus Christi

Entrevista do Santo Padre o Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude.

18 de junho de 2014

Abertura noturna da Basílica Santa Maria Maior

A partir de sábado, 21 de junho, a Basílica Papal de Santa Maria Maior abrirá também à noite, com um ciclo extraordinário de visitas para o período de verão, organizado pela Direção do Museu do Tesouro da Basílica Liberiana.

É uma ocasião para admirar – nas cinco datas programadas, até 27 de setembro – os mosaicos na Sala das Bênçãos (Século XIII) com as estátuas dos anjos de Bracci, a Sala dos Papas (início do Séc. XVII) e a escada barroca de Bernini, assim como as escavações arqueológicas sob a Basílica.

A área das escavações acolhe – além de resquícios de uma domus romana (I-IV século) e afrescos com cenas agrícolas – o Quadrado mágico de Sator, um jogo de palíndromos sobre a frase “Rotas opera tenet arepo sator”, cujo significado atravessou os séculos e foi objeto de múltiplas interpretações.

Entre estas, fazendo o anagrama de todas as letras do quadrado se obtém a palavra Pater noster incluindo o ‘A’ e o ‘O’, que em grego representam o Alfa e o Ômega, referência ao princípio e ao fim do Apocalipse.

Completa a visita, o Museu do Tesouro Liberiano, com “A Natividade”, de Arnolfo da Cambio, primeiro presépio inanimado da história, encomendado ao escultor pelo Papa Nicolau IV para celebrar o Oresépio de Greccio.

As visitas poderão ser realizadas nos dias 21 de junho, 12, 26, 20 e 27 de julho e 20 e 27 de setembro. É obrigatória a reserva antecipada pelo e-mail museo.smm@basilica.va. O ingresso custa 18 euros e inclui um guia e um guia de áudio. (JE)



Caminhada "Passos de Anchieta" revive trajeto realizado pelo Santo

Aproximadamente 4 mil pessoas são aguardadas pelos organizadores na 17ª edição da caminhada “Os Passos de Anchieta” deste ano.
O evento inicia nesta quinta-feira, 19, e terá duração de 4 dias, percorrendo 100 km entre as cidades de Vitória e Anchieta, no Espírito Santo. O objetivo da caminhada é reviver o mesmo trajeto feito pelo agora santo, São José de Anchieta.

Na época, o trajeto era denominado de “Caminho das 14 léguas” e ele percorria duas vezes por mês, junto com os guerreiros temiminós, na missão de cuidar do Colégio de São Tiago, erguido na Vila da Nossa Senhora da Vitória, hoje transformado no Palácio do Governo, na cidade de Vitória.

O percurso inicia em Vitória, às 6h30 de quinta-feira, 19, onde haverá uma missa e logo após o início da caminhada. Devido à cononização de José de Anchieta no dia 3 de abril deste ano, é aguardado um número ainda maior de participantes que nos anos anteriores.

De acordo com Carlos Magno Queiroz, presidente da Abapa – Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta, além de capixabas, participam fiéis de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, dentre outros.

A caminhada tem por objetivo proporcionar aos participantes momentos de fé e reflexão, além de revelar os encantos naturais do Espírito Santo. Em todo o trajeto haverá veículos de apoio e UTI móvel com médicos e paramédicos.Também são previstos “oásis” onde os participantes recebem água, frutas e atendimentos para diminuir o impacto físico da caminhada.

No primeiro dia de trajeto, os caminhantes percorrem 25 quilômetros entre Vitória e Vila Velha. No segundo dia irão até Setiba, num trajeto de 28 quilômetros. No terceiro dia seguirão até Meaípe, uma distância de 24 quilômetros e, por fim, chegam a Anchieta no dia 22 de junho com mais 23 quilômetros de caminhada.


Definido programa da viagem do Papa Francisco à Coreia

A viagem apostólica do Papa Francisco à República da Coreia por ocasião da Jornada da Juventude Asiática acontece de 13 a 18 de agosto.
A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou quarta-feira, 18, o programa de viagem do Pontífice.
O Papa Francisco embarca no Aeroporto de Fiumicino, em Roma, às 16 horas de 13 de agosto com destino a Seul. Chega à base aérea de Seul no dia seguinte às 10h30.

Às 12h, o Santo Padre celebra uma missa privada na Nunciatura Apostólica.

Às 15h45 haverá a cerimônia de boas-vindas nos jardins da “Blue House”, em Seul, e a visita de cortesia ao Presidente da República.

Às 16h30 está previsto um encontro com as autoridades no Salão Chungmu, no mesmo prédio, onde também haverá um discurso do Papa. Uma hora depois, Francisco encontrará os bispos coreanos na sede da Conferência Episcopal, onde fará seu pronunciamento.

Na sexta-feira, dia 15 de agosto, às 8h45, o Papa celebrará a missa na Solenidade de Assunção, no estádio de Daejeon. Neste local, haverá também a oração do Ângelus.
Papa Francisco vai jantar com os jovens no seminário maior e, logo após, de helicóptero, se desloca para o Santuário de Salmoe. Ali, encontrará os jovens da Ásia e depois retornará a Seul.

No sábado, dia 16 de agosto, visitará o Santuário dos Mártires de Seo So Mun e na sequência, presidirá a Santa Missa de Beatificação de Paul Ji-Chung e 123 campanheiros mártires na Porta de Gwanghwamum, em Seul, às 10h.

De helicóptero, às 16h30, vai ao Centro de Recuperação de Deficientes, na “House of Hope” em Kkottongnae. Às 17h15 participa de encontro com a comunidade religiosa da Coréia no Training Center “School of Love”, onde fará um discurso. Ainda na cidade de Kkottongnae, às 18h30, se encontrará com os líderes do apostolado laico, no Centro de Espiritualidade e, às 19h, retornará a Seul.

No domingo, 17 de agosto, o Papa Francisco vai visitar a cidade de Haemi. No Santuário de Haemi encontrará os bispos da Ásia, fará um discurso e depois almoçará com eles no refeitório do Santuário.

Às 16h30, presidirá a Santa Missa conclusiva da sexta Jornada da Juventude Asiática no Castelo de Haemi e de helicóptero, vai novamente a Seul.

Na segunda-feira, dia 18 de agosto, às 9h, o Santo Padre celebra a Missa pela Paz e pela Reconciliação na Catedral de Myeong-dong.

Às 12h45, haverá a cerimônia de despedida na Base Aérea de Seul e às 13h o início da viagem de volta a Roma Ciampino.
O Papa Francisco deve chegar em Roma às 17h45.(EF)



Refugiados aumentam. "Para eles, acolhimento e dignidade", pede Francisco

Sexta-feira, 20 de junho, é o Dia Mundial do Refugiado, dedicado pela comunidade internacional às pessoas obrigadas a deixar seus lugares de origem em fuga de conflitos e perseguições. No final da audiência geral de quarta-feira, 18, o Papa lembrou a data e as circunstâncias em que vivem os deslocados.

“O número dos irmãos refugiados está aumentando e nos últimos dias, outras milhares de pessoas foram induzidas a deixar suas casas para se salvar. Milhões de famílias refugiadas de muitos países e de todas as crenças religiosas vivem histórias pessoais com dramas e feridas que dificilmente se cicatrizam. Sejamos-lhes próximos, compartilhemos seus temores e incertezas pelo futuro, aliviando concretamente seus sofrimentos. Que o Senhor ampare pessoas e instituições que trabalham generosamente para garantir aos refugiados acolhimento e dignidade, oferecendo-lhes razões de esperança”.



Papa aos fiéis: "A Igreja não são só padres, bispos e Vaticano"

Nesta quarta-feira de tempo instável em Roma, o Papa concedeu a audiência geral, como sempre, ao ar livre, na Praça São Pedro, onde o aguardavam cerca de 50 mil pessoas. Após a bênção inicial, Francisco brincou com os presentes a respeito do mau tempo, dizendo esperar que a audiência pudesse terminar ‘sem chuva’. Já antes, saudando os idosos, doentes e portadores de deficiência na Sala Paulo VI, o Pontífice havia pedido orações para que a água não molhasse ‘quem estava fora, na Praça’.

Começando um ciclo de catequeses sobre a Igreja, Francisco definiu esta realidade como uma ‘família, a filha da mãe Maria’. A Igreja, de fato, não é uma instituição fechada em si mesma ou uma associação privada, uma ONG, nem mesmo se deve restringir ao clero ou ao Vaticano…

“Não limitem a Igreja aos padres, aos bispos, ao Vaticano. A Igreja não feita só por eles: é uma realidade mais ampla, que se abre a toda a humanidade. Fundada por Jesus, é um povo com uma longa história nas costas, não nasceu de repente, num laboratório; não é uma associação privada finalizada a si mesma”.

O Pontífice explicou que esta história, ou pré-história, da Igreja se encontra já nas páginas do Antigo Testamento. Segundo o Livro de Gênesis, Deus escolhe Abraão, nosso pai na fé, e lhe pede para partir, para deixar a sua pátria terrena e ir para outra terra que Ele lhe indicou. Nesta vocação, Deus não chama Abraão sozinho, como indivíduo, mas envolve desde o início a sua família, seus parentes e todos aqueles que com ele estão a serviço de sua casa. Uma vez no caminho, então, Deus alargará também o horizonte, prometendo-lhe uma descendência numerosa como as estrelas do céu e como a areia da praia. O primeiro dado importante é este mesmo: começando por Abraão, Deus forma um povo para que leve a sua bênção a todas as famílias da terra. E no seio deste povo, nasce Jesus.

O Papa prosseguiu sua catequese analisando o segundo elemento:

“Não é Abraão quem constrói em torno de si um povo, mas Deus a dar vida a este povo. Geralmente era um homem a dirigir-se à divindade, invocando apoio e proteção. Neste caso, ao invés, se assiste a uma coisa sem precedentes: é o próprio Deus a ter a iniciativa e a dirigir a sua palavra ao homem, criando um legado e uma relação nova com ele. Assim, Deus forma um povo, com todas as cores, que escuta a sua palavra e que se coloca no caminho, confiando Nele. No seu amor, Deus antecipa-se a Abraão, como já o tinha feito com o próprio Adão”.

“No entanto”, prosseguiu Francisco, “a resposta deste povo a Deus, que o quis e formou, ficará marcada, ao longo da história, por resistências e infidelidades humanas. Deus, porém, não desiste; cheio de paciência, continua a educar e formar o seu povo, como faz um pai com o seu filho. E Jesus mantém o mesmo procedimento com a Igreja. De fato, nós prometemos seguir o Senhor, mas, no dia-a-dia, quantas vezes fazemos experiência do nosso egoísmo e da dureza do nosso coração. Quando, porém, reconhecemos o nosso pecado e nos voltamos para Deus, Ele enche-nos da sua misericórdia e do seu amor. É precisamente isto que nos faz crescer como povo de Deus, como Igreja: não é pela nossa habilidade, pelos nossos méritos, mas pela experiência que diariamente fazemos de quanto o Senhor nos quer bem e cuida de nós”.

Caros amigos, este é o projeto de Deus: formar um povo abençoado pelo seu amor e que leva a sua bênção a todos os povos da terra. Este projeto não muda, está sempre em andamento. Em Cristo teve seu complemento e ainda hoje continua a realizá-lo na Igreja.

“Outro nome sinônimo de Igreja – observou – seria ‘homens e mulheres, pessoas que abençoam’. Com efeito, a vocação de todo cristão é abençoar Deus e todos nós. Somos um povo que sabe abençoar, um povo abençoado por seu amor e que leva a sua benção a todos os povos da terra”.

“Peçamos a graça de permanecermos fiéis na sequela do Senhor Jesus e escutando sua Palavra, prontos a partir todos os dias, como Abraão, pela terra de Deus e do homem, a nossa verdadeira pátria e, assim, transformar-se em bênçãos e sinal do amor de Deus por todos os seus filhos”.

Saudando os peregrinos de língua portuguesa, Francisco se dirigiu particularmente à comunidade «Coccinella meninos da rua». “Que esta visita a Roma vos ajude a estar prontos, como Abraão, a sair cada dia para a terra de Deus e do homem, revelando-vos uma bênção e um sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. A Virgem Santa vos guie e proteja!”, disse o Papa, concedendo a todos a sua benção.


17 de junho de 2014

Papa Francisco em entrevista com Henrique Cymerman, do canal de televisão Sic

A entrevista que o jornalista Henrique Cymerman realizou ao Papa Francisco –publicada no jornal La Vanguarda-,

A entrevista foi vista no domingo passado por 2.203.000 pessoas através da cadeia de televisão ‘Cuatro’, do grupo italiano Mediaset.

Segundo pesquisas de audiência, durante os 50 minutos que durou a transmissão, a entrevista foi vista por 18.992.000 pessoas, na semana anterior, quando foi ao ar pela primeira vez, foi vista por 19.135.000.

A entrevista foi realizada após a visita do Papa à Terra Santa e o encontro que manteve no Vaticano com o presidente de Israel Shimon Peres e o líder palestino Mahmud Abas. O conteúdo da entrevista foi muito similar ao publicado no jornal espanhol “La Vanguardia” dias antes.

O Papa Francisco sublinhou a esperança que aprecia nos políticos jovens "sejam de centro, esquerda ou direita" -que definiu como uma "nova música"-, e destacou a importância da política para mudar o mundo e contribuir "ao bem comum".

Entretanto, advertiu que “estamos em um sistema econômico que não é bom”, pois antepõe o amor ao dinheiro ao amor às pessoas. “Está provado que com a comida que sobra poderíamos alimentar às pessoas que tem fome”, assinalou.

Nesse sentido o Papa alertou que “toda economia se move descartando: descarta-se as crianças, descarta-se os idosos... já não servem, não produzem. E agora está de moda descartar os jovens com o desemprego. São 75 milhões na Europa, isto é uma barbaridade, ou seja, descartamos toda uma geração”.

Transfusão de sangue segura para prevenir morte materna


Celebrou-se, no último sábado 14 de junho, o Dia Mundial do Doador de Sangue que este ano tem como tema "Sangue seguro para salvar mães".

A campanha deste ano da Organização Mundial da Saúde (OMS) tem como objetivo aumentar a consciência mundial sobre a importância da transfusão de sangue segura a fim de prevenir a morte materna, mortes relacionadas à gravidez, parto e pós-parto, bem como agradecer aos doadores de sangue pelo dom que eles têm de salvar vidas por meio da doação.

Segundo a OMS, diariamente cerca de 800 mulheres morrem por complicações relacionadas à gravidez e parto. A maioria dessas mortes ocorre nos países em desenvolvimento: mais da metade na África Subsaariana, e cerca de um terço no sul da Ásia.

As hemorragias graves durante o parto e pós-parto são uma das principais causas de mortalidade, morbidade e incapacidade a longo prazo.

Dados da OMS apontam que o Brasil está entre os países latino-americanos que conquistaram avanços significativos na redução da mortalidade materna. Apesar da redução, esse ainda é um problema grave e frequente no Brasil.

A Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no Brasil, que está sendo implantada, gradativamente, em todo o território nacional. A especialista em Ginecologia e Obstetrícia Drª Esther Vilela, Coordenadora da Política Nacional de Atenção à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, fala sobre as causas mais freqüentes de morte materna no Brasil. (OMS/Pastoral da Criança)


1° Pax Mundi em Assis


Será apresentada nesta quarta-feira, 18, na Sala de Imprensa do Sacro Convento de Assis a primeira edição da "Assis: Paz Mundi”, a resenha de música sacra franciscana que terá lugar em outubro, nos lugares franciscanos de Assis. O evento é promovido e organizado pelas Famílias Franciscanas em colaboração com a Capela Musical da Basílica Papal de São Francisco.

Do evento – que não tem caráter competitivo – podem participar grupos de corais e instrumentais de qualquer país. O objetivo, é contribuir à promoção de uma cultura da música sacra, em particular daquela ligada por inspiração e por composição à figura de São Francisco e ao mundo franciscano.

“Através dos vários grupos corais e instrumentais – observa uma nota -, se deseja testemunhar que é possível acrescentar e desenvolver uma cultura de paz e de colaboração entre os povos e culturas diversas no espírito de Assis.

O encontro com os jornalistas será moderado pelo Diretor da Sala de Imprensa do Sacro Convento de Assis, Padre Enzo Fortunato. As inscrições podem ser feitas acessando os sites www.assisiofm.it; www.sanfrancescoassisi.org; www.fraticappucciniassisi.it; www.provinciasanfrancescotor.it; www.corosanfrancescoassisi.org


Na quinta-feira, Corpus Christi com Papa Francisco



Na próxima quinta-feira, Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, o Santo Padre presidirá a Missa na Basílica São João de Latrão às 19 horas e após, guiará a procissão, que percorrerá a Via Merulana, até a Basílica Santa Maria Maior. A Rádio Vaticano transmitirá a cerimônia, com comentários em português, a partir das 13h50min, horário de Brasília.

“A celebração do Corpus Christi – explica o Padre Giuseppe Midili, Diretor do Escritório Litúrgico da Diocese de Roma – é um evento central na vida espiritual da diocese porque é o momento em que a Igreja de Roma se une em oração com o seu Bispo, o Papa Francisco, na celebração do Sacramento da Eucaristia, centro da vida da comunidade dos fieis que, mesmo na diversidade dos carismas e das vocações, convergem em unidade ao redor da mesa eucarística”.

Os bilhetes de ingresso serão distribuídos pela Secretaria Litúrgica do Vicariato de Roma. Os fotógrafos e operadores de vídeo, para participar do evento, deverão estar credenciados na Sala de Imprensa da Santa Sé (accreditamenti@pressva.va).




"Palavras de Francisco no discurso público" é tema de mesa-redonda na "Civiltà Cattolica"


Abordagens que querem abrir portas, instaurar uma relação com o interlocutor, representar uma indicação para a vida cotidiana. São "as palavras de Francisco no discurso público", tema da mesa-redonda que se realizou na sede da renomada revista dos jesuítas "La Civiltà Cattolica", por ocasião da apresentação do livro "A verdade é um encontro. Homilias da Casa Santa Marta". O volume reúne as matérias da Rádio Vaticano sobre as primeiras 186 homilias da manhã do Papa Francisco.

Tendo como ambiente a atmosfera de recolhimento vivida no recinto da Casa Santa Marta, através da referência da Palavra do dia, são muitos os temas, imagens e apelos que emergem no ministério público do Papa Francisco: as homilias representam, em certo sentido, o centro da sua cotidianidade de pastor, como ressalta o diretor geral da Rádio Vaticano e da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi:

"As homilias das missas celebradas na Casa de Santa Marta são, de certo modo, a origem da comunicabilidade do Papa, no sentido que são o momento do encontro diário com Cristo de um pastor que encontra Cristo não sozinho, mas com o Povo de Deus. E os pontos de reflexão que o Papa pronuncia nestas homilias são também para todos os fiéis presentes um auxílio a ler e ouvir a Palavra de Deus e se tornam, portanto, a origem também de seu empenho na vida cristã cotidiana."

Nessas homilias, afirma, por sua vez, o diretor da "La Civiltà Cattolica", Pe. Antonio Spadaro, é também fundamental a referência à espiritualidade de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus:

"As palavras das homilias pronunciadas na Casa Santa Marta são muito próximas às dos Exercícios espirituais. A palavra dos Exercícios espirituais não é uma palavra objetiva, não indica a comunicação de uma mensagem fria, anônima, mas, pelo contrário, cria uma relação, ou seja, uma palavra que quer criar um diálogo entre aquele que faz o exercício espiritual e o padre que o prega, ou entre aquele que faz o exercício espiritual e Deus. A palavra destas homilias é uma palavra que quer criar uma relação com o Senhor. É uma palavra dinâmica neste sentido: é espiritual porque é extremamente dinâmica."

Esta verdade, também nas homilias feitas na Casa Santa Marta pronunciadas cada vez a um público diferente, não se dirige a uma só categoria de pessoas, mas tem um aflato global, como ressalta o presidente do Senado italiano, Pietro Grasso:

"Por trás de sua comunicação vejo seu modo espontâneo, até mesmo, diria, uma estratégia de alta política, que diz respeito a todos os cidadãos do mundo. Fiéis, leigos, pessoas de outras religiões: não tem uma pessoa que não seja tocada, porque seus temas são tão universais que não podem deixar de dizer respeito ao homem. É uma comunicação que coloca o homem no centro, com suas fraquezas e a sua força, e na relação com Deus."


Papa na abertura do Congresso Diocesano de Roma: precisamos do sentido da gratuidade nas famílias e nas paróquias

Os ritmos da vida cotidiana, o cansaço do trabalho e da educação esmagam as pessoas. Isso vale na sociedade, mas também na Igreja, e também na Igreja se corre o risco de encontrar-se diante de uma geração de "órfãos".

O Papa pediu às paróquias que estudem esse aspecto de "orfandade", como para fazer recuperar a memória de família, estudar de modo que nas paróquias haja a memória. O Santo Padre o fez na noite desta segunda-feira, na Sala Paulo VI, no Vaticano, ao abrir o Congresso Diocesano de Roma, no qual refletiu sobre o conceito de evangelização expresso por Paulo VI na Evangelii nuntiandi e sobre o de uma Igreja que não faz proselitismo, mas que "atrai", conceito expresso e recomendado por Bento XVI ("A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração", ndr).

Falando em grande parte de modo espontâneo, ou seja, sem texto, Francisco disse que em numerosas cartas que recebe todos os dias – contou – leio relatos "de muitos homens e mulheres que se sentem desorientados porque a vida é muitas vezes cansativa e não se consegue encontrar o seu sentido e valor, por demais corrida, e imagino quanto é confusa a jornada de um pai e de uma mãe que se levantam cedo, acompanham os filhos à escola e depois vão trabalhar muitas vezes em lugares repletos de conflitos".

O Papa Bergoglio contou que quando era Arcebispo de Buenos Aires e conseguia falar com mais freqüência com os jovens, deu-se conta de que eles sofrem de orfandade, "nossas crianças e jovens sofrem de orfandade – reiterou –, creio que o mesmo aconteça em Roma. Os jovens são órfãos de um caminho seguro para percorrer, de um mestre, de ideais que aqueçam o coração, de esperanças que sustentem a faina cotidiana. São órfãos, mas conservam o desejo de tudo isso", frisou.

"Essa é a sociedade dos órfãos, sem memória de família porque, por exemplo, os avós são levados para casas de repouso, sem afeto de hoje, ou um afeto muito veloz, pai e mãe estão cansados e vão dormir e eles ficam cansados, órfãos de gratuidade, daquela gratuidade do pai e da mãe que sabem perder tempo brincando com os filhos. Precisamos do sentido da gratuidade nas famílias e nas paróquias.

Francisco disse ainda que "a Igreja deve tornar-se mãe, não uma Ong bem organizada". "Se a Igreja não é mãe, não é fecunda e se torna solteirona" – disse. A sua identidade é evangelizar, ou seja, fazer filhos". "A fecundidade é a graça que devemos pedir ao Espírito Santo. Não é ir buscar proselitismo". A Igreja "não cresce por proselitismo, mas por atração materna, por testemunho que gera filhos", reiterou.

Hoje a "mãe Igreja envelheceu um pouco, não digamos que é avó, mas devemos rejuvenescê-la, não levá-la ao médico que faz maquiagem. A Igreja torna-se jovem quando é capaz de fazer filhos"



Papa Francisco encontra membros do Conselho Superior da Magistratura Italiana no Vaticano

O Papa Francisco recebeu nesta terça-feira, 17, na Sala Clementina, no Vaticano, 280 membros do Conselho Superior da Magistratura Italiana. O encontro havia sido transferido do último dia 9 de junho. O Pontífice iniciou pedindo desculpas por ter cancelado o encontro naquela data, mas justificou que estava com febre e não se sentia bem. O Pontífice disse que a tarefa confiada a eles a serviço da nação é fundamental para o bom funcionamento de um setor vital da convivência social. "Portanto, desejo expressar-vos a minha estima e o meu encorajamento pela vossa atividade e para as pessoas envolvidas neste setor, com consciência limpa e com profundo senso de responsabilidade jurídica e cívica.”

O Santo Padre enalteceu os aspectos éticos que envolvem a profissão de juiz e a necessidade de objetividade e prudência. “Gostaria de concentrar-me no aspecto ético que o ofício do magistrado encarna. Em cada país, as normas jurídicas são destinadas a tutelar a liberdade e a independência do juiz, de modo que possa cumprir com as necessárias garantias de seu importante e delicado trabalho. Isto vos coloca em uma posição de particular relevo para responder de forma adequada ao encargo que a sociedade vos confia, para manter uma imparcialidade sempre inconfundível; para discernir com objetividade e prudência, baseando-se unicamente na justa norma jurídica e, sobretudo, para responder à voz de uma consciência infalível, alicerçada sobre valores fundamentais,” afirmou o Papa Francisco.

Ele também disse que “a independência do magistrado e a objetividade do julgamento necessitam de uma atenta e pontual aplicação das leis vigentes. A certeza do direito e o equilíbrio dos diversos poderes de uma sociedade democrática são resumidos no princípio da legalidade através da qual o juiz opera.”

Papa Francisco seguiu com seu discurso, enaltecendo as principais qualidades que um magistrado deve ter e a importância de seu papel na sociedade. “Do julgamento dependem decisões que, não somente incidem sobre os direitos e sobre os bens dos cidadãos, mas que se relacionam com sua própria existência. Como conseqüência, o juiz, de todos os níveis, deve possuir qualidades intelectuais, psicológicas e morais que dão garantia de confiança para uma função tão relevante.

Entre todas as qualidades, aquela dominante e diria específica do magistrado, é a prudência: é uma virtude que inclina a ponderar com serenidade as razões de direito e de fato que devem estar na base do julgamento. Terá mais prudência se tiver um elevado equilíbrio interior, capaz de dominar as pressões provenientes do próprio caráter, das próprias visões pessoais, das próprias convicções ideológicas,” afirmou.

Na conclusão de sua fala, o Santo Padre disse os juízes devem se esforçar para ser um exemplo de integridade moral. Palavras do Papa Francisco: “A sociedade italiana espera muito da magistratura, especialmente neste atual contexto caracterizado, entre outros, por um empobrecimento dos valores e pela evolução democrática. É vosso compromisso não desiludir as legítimas expectativas das pessoas. Esforçai-vos para ser sempre mais um exemplo de integridade moral a toda sociedade.

Não vos faltem ensinamentos e modelos de grandes valores para vos inspirar. Desejo mencionar a importante figura de Vittorio Bachelet, que guiou o Conselho Superior da Magistratura em tempos de grandes dificuldades e foi vítima da violência dos chamados “anos de chumbo”; e aquela de Rosário Livatino, morto pela máfia, cuja a causa de beatificação está em curso.

Eles ofereceram um testemunho exemplar do estilo próprio da fé de leigos cristãos: leais às instituições, abertos ao diálogo, firmes e corajosos na defesa da justiça e da dignidade da pessoa humana,” concluiu o Papa.




Visita de Francisco ao cárcere de Cassano será 'estritamente privada'

Prosseguem os preparativos para a visita que o Papa fará no próximo sábado, 21, à Diocese de Cassano allo Jonio, no sul da Itália. Nesta segunda-feira, 16, foi realizada a visita de inspeção ao cárcere de Castrovillari, onde o Santo Padre encontrará funcionários, suas famílias e, depois, de forma privada, os detentos. Na visita reservada não será admitida a presença de ninguém além da segurança, da delegação do Papa e de poucos jornalistas.

O evento terá duas fases. Na primeira, chegarão à prisão os homens da ‘Gendarmaria’ vaticana com um helicóptero. A seguir, pousará o helicóptero com o Pontífice. Duas crianças o acolherão na pista, ao lado do bispo de Cassano, Dom Nunzio Galantino. No local, haverá a máxima segurança. “Graças à generosidade e ao esforço de tantos leigos e sacerdotes, os preparativos estão indo bem. A visita de Francisco será pastoral, à toda a Igreja e a seus integrantes. Certamente, a palavra do Papa, como a Palavra de Deus, será eficaz se encontrar os corações abertos e pessoas disponíveis. Se nos deixarmos tocar pela beleza, pela força e pelo entusiasmo de Francisco, nos transformaremos”, disse o bispo.

Segundo o programa oficial, a passagem de Francisco pelo cárcere de Castrovillari será a primeira etapa da visita pastoral. Nesta prisão, estão detidos os familiares do menino Cocó, morto com o avô, queimados dentro de um carro, meses atrás, nesta região italiana. Papa Francisco condenou este crime da 'máfia' local durante a oração mariana do Angelus de 26 de janeiro passado.

Depois do cárcere, ainda de helicóptero, Francisco irá ao estádio municipal “Pietro Toscano” para uma breve cerimônia de acolhimento, e dali, seguirá para o centro de terapias paliativas para doentes em fase terminal “San Giuseppe Moscati”. Ao meio dia, o Papa atravessará a cidade de carro e irá à Catedral, para um encontro confidencial com o clero diocesano. Às 13h, almoçará com os pobres da Caritas e os jovens com deficiências no seminário diocesano. Depois fará uma visita aos idosos do Asilo “Casa Serena”.

Na sequência, irá à esplanada de Sibari de papamóvel aberto, para saudar a multidão de fiéis que já fizeram pedido de ‘passes’ (gratuitos). Naquela área, celebrará a missa às 16h30 e partirá para o Vaticano às 18h.

A RV transmitirá a missa ao vivo, com comentários em português, a partir das 10h50 (horário de Brasília).



Francisco na missa matutina: "Única saída para os corruptos é o arrependimento"

“O corrupto irrita Deus e faz o povo pecar”, disse o Papa, que na missa celebrada na Casa Santa Marta, terça-feira, 17, voltou a falar sobre o martírio de Nabot, narrado no primeiro Livro dos Reis. Francisco reiterou que “para os corruptos, existe só uma saída: pedir perdão para não serem amaldiçoados por Deus”.

Quando alguém entra no caminho da corrupção, “rouba a vida, usurpa e se vende”. Papa Francisco voltou a denunciar com firmeza a corrupção inspirando-se na leitura do dia, centrada no assassínio de Nabot a mando do rei Acab, que invadiu a sua vinha. O Profeta Elias, observou o Pontífice, diz que o corrupto Acab “se vendeu”. “Como se tivesse deixado de ser uma pessoa e se transformado numa mercadoria, num negócio de compra e venda”.

“Esta é a definição: uma mercadoria! O que fará o Senhor com os corruptos... Ontem, dissemos que existem três tipos de corrupção: a política, a dos negócios e a eclesiástica. Todos os três fazem mal aos inocentes e aos pobres, porque são eles que pagam a festa dos corruptos! A eles vai a conta. O Senhor diz claramente o que fará: “Farei cair sobre ti a desgraça; varrerei a tua raça, exterminarei os varões da casa de Acab, ligados ou livres em Israel".

"O corrupto - prossegue - irrita Deus e faz pecar o povo!” Jesus disse isso claramente: aquele que “faz escândalo é melhor que se jogue no mar”, o corrupto “escandaliza a sociedade, escandaliza o povo de Deus”. O Senhor anuncia então a punição para os corruptos “porque escandalizam, porque exploram aqueles que não podem se defender, escravizam”: “As aves do céu vão devorar você”. O corrupto, continua Francisco, se vende para fazer o mal, mas ele não sabe: ele acredita que se vende para ter mais dinheiro, mais poder”. Mas, insiste o Papa, na verdade, “se vende para fazer o mal, para matar”. Por isso, adverte: “Quando dizemos: ‘Este homem é um corrupto; essa mulher é uma corrupta... Mas vamos parar um pouco’: ‘Você tem prova disso?” Porque, evidencia o Papa, “dizer a uma pessoa que é um corrupto ou uma corrupta, é dizer isso: “é dizer que está condenada, é dizer que o Senhor a mandou embora”:

“São traidores e corruptos, mas são muito mais. A primeira coisa na definição de corrupto é alguém que rouba, que mata. A segunda coisa: o que cabe aos corruptos? Esta é a maldição de Deus, porque exploraram os inocentes, aqueles que não podem se defender e fizeram isso com luvas, à distância, sem sujar as mãos. A terceira coisa: há uma saída, uma porta de saída para os corruptos? Sim! ‘Quando ouviu estas palavras, Acab rasgou suas vestes, pôs um saco sobre seu corpo, e jejuou. Ele se deitava com o saco, e caminhava com a cabeça baixa. Começou a fazer penitência”.

Isso, destaca o Papa, “é a porta de saída para os corruptos, para os políticos corruptos, para os empresários corruptos e para os eclesiásticos corruptos: pedir perdão!”. E acrescenta, “o Senhor gosta disso”. O Senhor “perdoa, mas perdoa quando os corruptos” fazem “o que fez Zaqueu: ‘Eu roubei, Senhor! Vou dar quatro vezes o que eu roubei!”

“Quando lemos nos jornais que este é corrupto, que aquele outro é um corrupto, que praticou aquele ato de corrupção, e que a propina vai daqui, vai de lá, e lemos também muitas coisas sobre alguns prelados. Como cristãos, nosso dever é pedir perdão por eles e que o Senhor lhes conceda a graça de arrependerem-se, que eles não morram com o coração corrupto ... "

“Condenar os corruptos, sim”, concluiu o Papa, “pedir a graça para não se tornar corruptos, sim!” e “também rezar pela conversão deles”!



15 de junho de 2014

Correspondente da SIC Henrique Cymerman recebido pelo Papa Francisco

Evangelho do dia: Refletindo Evangelho de São João 3,16-18


  Deus enviou seu Filho ao mundo, para que o mundo seja salvo por ele.

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito,
para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 
De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo
para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 
Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito. Palavra da Salvação.

Reflexão

Hoje, de um modo especial, celebramos Deus. Mas quem é Deus? Como explicá-lo? Como defini-lo? Como conhecê-lo?

Nenhuma pergunta sobre Deus pode ser respondida por nós humanos. Deus nos supera!

Temos noção de quem Ele é, mas não conseguimos defini-lo. É impossível! Ele é a eterna surpresa. Nosso Deus não é o Deus dos filósofos, mas é o Pai de Jesus Cristo, é o próprio Cristo, é o Espírito de Amor.

Para conhecê-lo deveremos abrir a Sagrada Escritura, principalmente o Novo Testamento, e ver o que Jesus, o Verbo Encarnado, nos diz.

O Evangelho de hoje, tirado de São João, nos fala que Deus é o Amigo do Homem, não apenas o seu Criador, mas o seu Redentor, aquele que o protege e que foi capaz de sofrer e morrer para que o Homem tivesse a plena felicidade.

Já São Paulo em sua Carta aos Coríntios nos orienta sobre a resposta a ser dada ao Deus Amigo. O homem deverá deixar-se transfigurar através dos dons, das qualidades divinas, especialmente pelo amor, pelo perdão e pelo serviço.

Falar com Jesus é falar com Deus. Sua bondade foi tanta que Ele se revelou a nós na pessoa de Jesus.

Filipe, quem me vê, vê o Pai. Dirijamo-nos ao Deus de Amor, a esse Deus que, por amor, rasgou seu coração, e sintamos a plenitude de seu querer bem a nós. 
Se o mandamento se resume em amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo, do mesmo modo como Ele nos amou, saibamos que antes de tudo o Senhor não só nos criou, mas, por amor a nós, se entregou até a morte.
O Espírito é escuta e disponibilidade.

14 de junho de 2014

Evangelho do dia: Refletindo Evangelho de São Mateus 5,33-37 - Eu vos digo: não jureis de modo algum.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus díscipulos:

Vós ouvistes o que foi dito aos antigos:
'Não jurarás falso', mas 'cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor'. Eu, porém, vos digo:
Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o suporte onde apóia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei.
Não jures tão pouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. 
Seja o vosso 'sim': 'Sim', e o vosso 'nóo': 'Não'.
Tudo o que for além disso vem do Maligno. Palavra da Salvação.

Reflexão

Vós ouvistes o que foi dito aos antigos... Eu, porém, vos digo. Quem quer conhecer verdadeiramente Jesus não pode se contentar com as coisas antigas, mas deve buscar sempre a novidade do Evangelho. Isso significa que até mesmo o Evangelho não pode tornar-se antigo, tornar-se uma narrativa de fatos passados. O Evangelho deve ser para nós sempre uma novidade, um desafio à descoberta de novos valores que devem marcar a nossa vida e renovar a nossa comunidade e a nossa sociedade. A novidade do Evangelho é sempre atual e insuperável, e aponta para todos nós novos caminhos que devem ser trilhados a fim de que consigamos uma maturidade cada vez maior na fé.


"Viagem do Papa à Ásia abre novas fronteiras", diz P. Lombardi


Para o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, “o Papa Francisco está abrindo uma nova fronteira do pontificado na Ásia”, com as programadas viagens à Coreia do Sul (agosto), Sri Lanka e Filipinas (janeiro de 2015).

“Duas viagens à Ásia em poucos meses representam, evidentemente, uma grande atenção e, do meu ponto de vista, é a abertura de uma nova fronteira do pontificado”, declarou Padre Federico Lombardi, em conversa com jornalistas, publicada pela Agência Ecclesia.

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé participa de uma reunião de assessores de imprensa e porta-vozes promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), em andamento em Alfragide, arredores da capital portuguesa.

“Duas viagens importantes a um grande continente, em poucos meses, numa área do mundo que nunca foi visitada por Bento XVI em seu pontificado, são uma presença de grande impacto”, precisou.

Padre Federico Lombardi realçou que as populações atingidas pelo Haiyan “desejavam muito” a visita do Papa e recordou que as Filipinas são “o país mais católico da Ásia”.

Ainda segundo ele, Francisco tem convites para visitar o México e os Estados Unidos, em 2015.

O responsável saudou o sucesso da viagem à Terra Santa, seguida pela oração que reuniu no Vaticano os presidentes de Israel e da Palestina, realçando ainda a atividade ecumênica do Papa, que se mostra muito interessado na relação com o Patriarca ortodoxo Bartolomeu de Constantinopla.

Francisco vai receber segunda-feira, 16, no Vaticano, o líder da Igreja Anglicana e arcebispo de Cantuária, Justin Welby. Padre Lombardi destacou ainda os contatos com o Patriarcado Ortodoxo de Moscou, em vários níveis, e deu como exemplo a ida ao Vaticano do coro russo para cantar nas celebrações da festa litúrgica de São Pedro e São Paulo (29 de junho).



Dom Tomasi na ONU: "incentivar o diálogo entre os migrantes e quem os acolhe"

Realizou-se em Berlim o V Forum Internacional sobre Migrações e Paz, promovido pela Rede Internacional Scalabriniana de Migrações (‘Scalabrini International Migration Network - Sims) e pela Fundação Konrad Adenauer, com o objetivo de estimular um diálogo de alto nível sobre o tema e definir ações concretas diante das diferentes conexões entre fluxos migratórios e pacífica coexistência de quem acolhe os migrantes.
A derrubada das barreiras físicas entre os povos e as definições de políticas voltadas para a integração dos migrantes nos contextos locais, segundo perspectivas democráticas e interculturais, foram temas comuns nos pronunciamentos. Entre os participantes estava o Núncio Apostólico junto às Nações Unidas de Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, que no seu pronunciamento e no debate evidenciou o tema da integração unido à tutela dos direitos humanos fundamentais da humanidade na migração.

Ele foi entrevistado pela Rádio Vaticano:

Dom Tomasi: “Diante da contradição, que de um lado a Europa tem necessidade de imigrantes por razões demográficas, econômicas e políticas e por outro, que existe uma cultura populista que tende a rejeitar esta presença, o fórum coloca a prioridade dos direitos humanos como ponto de partida para criar comunhão, para criar um sentido de mútua pertença e de solidariedade. Então, o problema se coloca de maneira muito diferente: ao invés de partir em função da economia, nos colocamos em função da pessoa, do emigrado, que é igual em dignidade e direitos fundamentais a todos. De fato, existe a tendência de acentuar sempre mais o valor dos direitos humanos como instrumento de integração, de eficácia da presença dos estrangeiros, dos emigrados também do ponto de vista econômico e, desta maneira, criar aquele sentido de família humana única que é mais importante que as fronteiras das tradições culturais em que vivemos”.

- Em dezembro de 1990 foi assinada a Convenção ONU sobre a proteção dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e de suas famílias. O que falta ainda para a sua plena execução?

Dom Tomasi: “A dificuldade é que os grandes países de imigração – Estados Unidos, Alemanha, França, Itália – não ratificaram a Convenção das Nações Unidas. É este o ponto fraco. A estrutura internacional não faltou, mas alguns países - por medo das consequencias humanas que poderiam resultar da aplicação desta convenção – que protege os trabalhadores e as suas famílias – tenham que pagar preços muito altos. Isto não é verdade, mas assim como a pressão populista de certos segmentos do eleitorado leva para esta direção, a política está muito mais atenta a não seguir nesta direção”.

- Neste fórum é ressaltada a necessidade de mudar perspectiva em relação aos migrantes. Na sua opinião, qual é o ponto de vista a ser adotado?

Dom Tomasi: “Devemos analisar o fenômeno das migrações do ponto de vista das vítimas, porque se não entendemos as motivações que causam e que motivam tantas pessoas a arriscar a vida para salvaguardar a própria dignidade ou para sobreviver, não conseguiremos entender o verdadeiro alcance deste fenômeno. Existem dezenas de milhares de mortos, vítimas mesmo do esforço de atravessar o Mar Vermelho ao Iêmen ou do Haiti à Flórida, do México ao Deserto do Arizona em direção aos Estados Unidos, ou mesmo do Deserto do Sinai para escapar em direção aos países africanos. Vemos que, antes de morrer de fome ou cair vítima de violências locais, estas pessoas arriscam um caminho, uma viagem, muito perigosa que para muitos deles acaba na tragédia mais absoluta, a da morte violenta. A sensibilidade internacional se comove diante de alguns destes acontecimentos – como o naufrágio de alguns destes barcos que atravessam o Mediterrâneo -, mas depois não segue em prática com um projeto coordenado de leis que tornem realmente eficaz uma solução como aquela de alargar os canais legítimos legais da emigração, de facilitar a reunião das famílias, de buscar a regularização de milhares de pessoas que trabalham, vivem e de fato fazem parte da sociedade européia ou americana, mesmo que não sejam documentadas de um ponto de vista da cidadania e da permanência legal no país. São estas as medidas que devemos encorajar. Não são medidas fáceis a serem perseguidas, mas é este o caminho mestre que a experiência mostra como válido; não é um ímã para atrair novos emigrados, mas é uma regularização que beneficia a sociedade em que estas pessoas vivem e trabalham e sobretudo, estes indivíduos, estas pessoas que se beneficiam do fato de que não vivem mais este medo ou arriscam ser vítimas da maldade e do tráfico de pessoas”.


Santo Padre nomeia enviado especial ao III Congresso Mundial da Misericórdia


O Santo Padre nomeou neste sábado, 14, o Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, Arcebispo Emérito de Santiago do Chile, como seu enviado especial ao III Congresso Apostólico Mundial das Misericórdia (WACOM III), a ser celebrado em Bogotá, na Colômbia, de 15 a 19 de agosto de 2014.

Um dos objetivos deste IIIº Congresso Mundial das Misericórdias é a contribuição da Igreja para a paz na Colômbia, segundo anúncio dado pela Conferência Episcopal colombiana, durante uma coletiva de imprensa para a apresentação do evento, realizada em fevereiro passado.

Pela primeira vez, o encontro será realizado num país latino-americano, após os Congressos em Roma, em 2008 e na Polônia, em 2011. São esperados cerca de 4 mil participantes, provenientes dos cinco continentes.

Amplo espaço será dado, naturalmente, à relação entre a Misericórdia e a Missão Continental, um dos grandes compromissos assumidos pela 5ª Conferência Geral dos Episcopado Latino-americano e do Caribe em Aparecida, em maio de 2007, para relançar a dimensão missionária da Igreja local.

Em vista do Congresso, foi inaugurado um site dedicado ao evento - www.wacomcolombia.org (World apostolic congress on mercy – que se abre com as palava pronunciadas pelo Papa Francisco no seu primeiro Angelus em 17 de março de 2013: “Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo”.



As 3 lições de Francisco para uma Copa 'de solidariedade'


Em video mensagem aos brasileiros sobre a Copa do Mundo de Futebol divulgada quarta-feira, 11, o Papa Francisco afirma que é preciso superar o racismo e que o futebol deve ser uma escola de construção para uma cultura do encontro, que permita a paz e a harmonia.

O Pontífice usa também uma gíria brasileira para defender o espírito de equipe não só no esporte, mas entre as pessoas e culturas: "Não é só no futebol que ser 'fominha' constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos 'fominhas' na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada".

O Papa afirma esperar que a Copa seja, além do esporte, festa de "solidariedade" entre os povos.

A Copa começa nesta quinta-feira, 12, com o jogo de abertura entre Brasil e Croácia, em São Paulo. Ao todo, 32 seleções disputarão 64 jogos e a final, marcada para 13 de julho, será realizada no Maracanã, no Rio de Janeiro.

Abaixo, a íntegra da mensagem do Papa Francisco aos brasileiros:

"Queridos amigos,

É com grande alegria que me dirijo a vocês todos, amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Quero enviar uma saudação calorosa aos organizadores e participantes; a cada atleta e torcedor, bem como a todos os espectadores que, no estádio ou pela televisão, rádio e internet, acompanham este evento que supera as fronteiras de língua, cultura e nação.

A minha esperança é que, além de festa do esporte, esta Copa do Mundo possa tornar-se a festa da solidariedade entre os povos. Isso supõe, porém, que as competições futebolísticas sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e ao mesmo tempo uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano recíproco. O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também - e eu diria sobretudo - um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade mais pacífica e fraterna. Pensemos na lealdade, na perseverança, na amizade, na partilha, na solidariedade. De fato, são muitos os valores e atitudes fomentados pelo futebol que se revelam importantes não só no campo, mas em todos os aspectos da existência, concretamente na construção da paz. O esporte é escola da paz, ensina-nos a construir a paz.

Nesse sentido, queria sublinhar três lições da prática esportiva, três atitudes essenciais para a causa da paz: a necessidade de “treinar”, o “fair play” e a honra entre os competidores. Em primeiro lugar, o esporte ensina-nos que, para vencer, é preciso treinar. Podemos ver, nesta prática esportiva, uma metáfora da nossa vida. Na vida, é preciso lutar, “treinar”, esforçar-se para obter resultados importantes. O espírito esportivo torna-se, assim, uma imagem dos sacrifícios necessários para crescer nas virtudes que constroem o carácter de uma pessoa. Se, para uma pessoa melhorar, é preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre os povos “melhorados”! É preciso “treinar” tanto…

O futebol pode e deve ser uma escola para a construção de uma “cultura do encontro”, que permita a paz e a harmonia entre os povos. E aqui vem em nossa ajuda uma segunda lição da prática esportiva: aprendamos o que o “fair play” do futebol tem a nos ensinar. Para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo. Para vencer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana. Não é só no futebol que ser “fominha” constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos “fominhas” na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada.

A última lição do esporte proveitosa para a paz é a honra devida entre os competidores. O segredo da vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida! Que ninguém se isole e se sinta excluído! Atenção! Não à segregação, não ao racismo! E, se é verdade que, ao término deste Mundial, somente uma seleção nacional poderá levantar a taça como vencedora, aprendendo as lições que o esporte nos ensina, todos vão sair vencedores, fortalecendo os laços que nos unem.

Queridos amigos, agradeço a oportunidade que me foi dada de lhes dirigir estas palavras neste momento – de modo particular à Excelentíssima Presidenta do Brasil, Senhora Dilma Rousseff, a quem saúdo – e prometo minhas orações para que não faltem as bênçãos celestiais sobre todos. Possa esta Copa do Mundo transcorrer com toda a serenidade e tranquilidade, sempre no respeito mútuo, na solidariedade e na fraternidade entre homens e mulheres que se reconhecem membros de uma única família. Muito obrigado!"

Nota: No texto original em português, foi utilizado o termo futebolístico “fominha” que foi traduzido como 'individualista'. Na linguagem futebolística italiana, o vocábulo correspondente a “fominha” – aquele jogador que não passa a bola nunca – é “veneziano”. O termo “veneziano” pertence ao vocabulário esportivo popular e indica o jogador de futebol que, por ser dotado de boa técnica individual, excede no drible e termina por perder a bola para o jogador adversário ou por retardar a fluidez da ação do time. O termo vem da convicção que os habitantes de Veneza têm de querer fazer tudo sozinhos. Neste propósito se diz: “aquele ali é um veneziano, faz tudo sozinho”.


Francisco ao jornal "La Vanguardia": sou um Papa com o coração de pároco


A paz no Oriente Médio, a Igreja a serviço dos pobres, a reforma do Vaticano e ainda a renúncia de Bento XVI, Pio XII e o Holocausto e as deficiências do atual sistema econômico mundial. São alguns dos temas principais abordados pelo Papa Francisco numa longa entrevista concedida ao jornal espanhol "La Vanguardia", publicada nesta sexta-feira.

O Papa diz querer ser recordado "como uma boa pessoa que fez o possível". E sobre a Copa do Mundo, iniciada esta quinta-feira, brinca: "Os brasileiros me pediram para ser neutro e eu mantenho a palavra". Apresentamos aqui algumas passagens candentes da entrevista.

A violência em nome de Deus "é uma contradição" que "não corresponde a nosso tempo": afirma o Pontífice no início da entrevista. Francisco denuncia o fundamentalismo, risco presente em todas as religiões e se detém sobre "a invocação em favor da paz" com os presidentes israelense e palestino.

O Santo Padre revela que no início, no Vaticano, "99% diziam que o encontro não se realizaria, depois o 1% cresceu". Não era "absolutamente um ato político", evidencia, mas um "ato religioso" a fim de "abrir uma janela para o mundo".

Ademais, o Papa chama a atenção para a questão do antissemitismo: "é uma loucura negar o Holocausto". E afirma que "não se pode ser um verdadeiro cristão, se não reconhece as próprias raízes judaicas".

O diálogo entre cristãos e judeus, observa, é "um desafio, uma batata quente, mas se pode fazer como irmãos". Quanto ao Papa Pio XII, Francisco se diz certo de que a abertura dos Arquivos fará muitas elucidações.

"Sobre o pobre Pio XII" – observa – devemos recordar que antes era visto como o grande defensor dos judeus". E recorda que escondeu muitos deles nos conventos de Roma e de outras cidades italianas, e também na residência de verão de Castel Gandolfo.

"Não quero dizer que Pio XII não tenha cometido erros, eu mesmo cometo muitos – admite o Pontífice – porém, o seu papel deve ser lido no contexto de sua época."

Em seguida, Francisco responde a uma pergunta sobre a Igreja e os pobres. A "pobreza e a humildade – recorda – estão no centro do Evangelho", em "sentido teológico, sociológico". "Não se pode compreender o Evangelho – reitera – sem pobreza, que, porém, se deve distinguir do pauperismo." Os bispos, acrescenta, devem ser "servidores" e não "príncipes".

O Santo Padre denuncia alguns males do sistema econômico mundial, no centro do qual – observa – "colocamos o dinheiro" e assim caímos "no pecado da idolatria". Reitera que jovens e anciãos são tratados como "descarte" e se diz muito preocupado com o desemprego entre os jovens.

Na Europa, observa, existem 75 milhões de jovens desempregados e essa "é uma barbárie". O Papa denuncia que "para manter um sistema econômico que não está mais de pé" se deve "fazer a guerra" e visto que "não se pode fazer a III guerra Mundial", então "se fazem guerras locais". Assim, adverte, "se fabricam e se vendem armas" para "sanar os balanços das economias idólatras".

O Bispo de Roma detém-se, em seguida, sobre a reforma da Cúria. "Não tenho nenhuma iluminação, não tenho nenhum projeto pessoal", afirma: "O que estou fazendo é realizar aquilo que os cardeais refletiram nas Congregações Gerais antes do Conclave".

Uma decisão importante, evidencia, "tinha sido que o futuro Papa deveria poder contar com um conselho externo, um grupo de conselheiros que não vivesse no Vaticano". O que agora é chamado de o "Conselho dos 8".

Francisco responde também a uma pergunta se se sente um "revolucionário". Para mim, afirma, "a grande revolução é ir às raízes", "creio que o modo para fazer verdadeiras mudanças é partir da identidade".

A propósito do fato de ser percebido como um pároco do povo, reconhece que a dimensão do pároco é a que mais responde à sua vocação. "Servir ao povo – ressalta é algo que vem de dentro de mim." "Mas – observa – me sinto também Papa. Ajuda-me a fazer as coisas com seriedade."

"Não se deve brincar de Papa-pároco – acrescenta –, seria imaturo. Quando chega um chefe de Estado, devo recebê-lo com a dignidade e o protocolo que merece. É verdade que tenho meus problemas com o protocolo, porém, deve ser respeitado."

Por outro lado, Francisco admite que não quer barreiras quando se trata de encontrar as pessoas. "Sei que alguma coisa me pode acontecer – reconhece –, porém tudo está nas mãos de Deus." O Pontífice recorda que no Brasil lhe haviam preparado o papamóvel fechado. "Porém – afirma – não posso cumprimentar um povo e dizer-lhe que o amo estando dentro de uma lata de sardinha", "isso para mim é um muro".




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