(Tradução: Jéssica Marçal, equipe CN Notícias)
Tempo de empenho no mundo para os cristãos
“Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” foi a resposta de Jesus quando lhe foi perguntado o que pensava sobre o pagamento dos impostos.
Aqueles que o interrogavam, obviamente, queriam fazer-lhe uma armadilha. Queriam forçá-lo a tomar partido no debate político sobre a dominação romana na terra de Israel.
E ainda estava em jogo algo mais: se Jesus era realmente o Messias esperado, então seguramente seria oposto aos dominadores romanos.
Portanto a pergunta era calculada para desmascará-lo ou como uma ameaça para o regime ou como um impostor.
A resposta de Jesus habilmente traz a questão para um nível superior, confrontando de forma sutil a politização da religião e o endeusamento do poder temporal, assim como a busca incansável da riqueza. Os seus ouvintes precisavam entender que o Messias não era César, e que César não era Deus. O reino que Jesus vinha instaurar era de uma dimensão absolutamente superior. Como responde a Poncio Pilatos: “O meu reino não é deste mundo”.
As histórias do Natal no Novo Testamento têm o objetivo de exprimir uma mensagem similar. Jesus nasce durante um “recenseamento do mundo inteiro”, desejado por César Augusto, o imperador famoso por ter levado a Pax Romana em todas as terras submetidas ao domínio romano. No entanto, esta criança, nascida em uma escuridão e distante do império, estava para oferecer ao mundo uma paz muito maior, verdadeiramente universal em seu propósito e transcendente a cada limite de espaço e de tempo.
Jesus nos é apresentado como herdeiro do rei Davi, mas a libertação que ele trouxe ao próprio povo não dizia respeito ao tomar cuidado com o exercito inimigo; tratava-se, em vez disso, de vencer para sempre o pecado e a morte.
O nascimento de Cristo nos desafia a repensar as nossas prioridades, os nossos valores, o nosso próprio modo de viver. E enquanto o Natal é sem dúvida um tempo de grande alegria, é também uma ocasião de profunda reflexão, antes de tudo um exame de consciência. Ao fim de um ano que significou privações econômicas para muitos, o que podemos aprender da humildade, da pobreza, da simplicidade da cena do presépio?
O Natal pode ser o tempo no qual aprendemos a ler o Evangelho, a conhecer Jesus não somente como a Criança da manjedoura, mas como aquele no qual reconhecemos o Deus feito homem.
É no Evangelho que os cristãos encontram inspirações para a vida cotidiana e para o seu envolvimento nos negócios do mundo – seja isso vindo no Parlamento ou na Bolsa. Os cristãos não devem escapar do mundo; pelo contrário, devem empenhar-se nesse. Mas o seu envolvimento na política e na economia deve transcender cada forma de ideologia.
Os cristãos combatem a pobreza porque reconhecem a dignidade suprema de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus e destinado à vida eterna. Os cristãos trabalham por uma divisão igualitária dos recursos da terra porque estão convencidos de que, como administradores da criação de Deus, nós temos o dever de cuidar dos mais frágeis e dos mais vulneráveis. Os cristãos se opõem à ganância e à exploração na crença de que a generosidade e um amor altruísta, ensinado e vivido por Jesus de Nazaré, são a via que conduz à plenitude da vida. A fé cristã no destino transcendente de cada ser humano implica na urgência da tarefa de promover a paz e a justiça para todos.
Porque tais fins são compartilhados por muitos, é possível uma grande e fecunda colaboração entre os cristãos e os outros. E, todavia, os cristãos dão a César somente aquilo que é de César, mas não aquilo que pertence a Deus. Às vezes, ao longo da história, os cristãos não puderam concordar com as exigências feitas por César. Do culto do imperador da antiga Roma aos regimes totalitários do século passado, César procurou tomar o lugar de Deus. Quando os cristãos se recusam a se curvar aos deuses falsos propostos em nossos tempos não é porque têm uma visão antiquada do mundo. Pelo contrário, isso acontece porque estão livres das amarras da ideologia e animados por uma visão tão nobre do destino humano que não podem aceitar compromissos com algo que possa miná-los.
Na Itália, muitos presépios são adornados por ruínas de antigas construções romanas ao fundo. Isso demonstra que o nascimento do menino Jesus marca o fim da antiga ordem, o mundo pagão, no qual as reivindicações de César pareciam impossíveis de desafiar. Agora há um novo rei, que não confia na força das armas, mas no poder do amor. Ele traz esperança a todos aqueles que, como ele mesmo, vivem às margens da sociedade. Traz esperança a quantos são vulneráveis na sorte incerta de um mundo precário.
Da manjedoura, Cristo nos chama a viver como cidadãos do seu reino celeste, um reino que cada pessoa de boa vontade pode ajudar a construir aqui na terra.
Tempo de empenho no mundo para os cristãos
“Dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” foi a resposta de Jesus quando lhe foi perguntado o que pensava sobre o pagamento dos impostos.
Aqueles que o interrogavam, obviamente, queriam fazer-lhe uma armadilha. Queriam forçá-lo a tomar partido no debate político sobre a dominação romana na terra de Israel.
E ainda estava em jogo algo mais: se Jesus era realmente o Messias esperado, então seguramente seria oposto aos dominadores romanos.
Portanto a pergunta era calculada para desmascará-lo ou como uma ameaça para o regime ou como um impostor.
A resposta de Jesus habilmente traz a questão para um nível superior, confrontando de forma sutil a politização da religião e o endeusamento do poder temporal, assim como a busca incansável da riqueza. Os seus ouvintes precisavam entender que o Messias não era César, e que César não era Deus. O reino que Jesus vinha instaurar era de uma dimensão absolutamente superior. Como responde a Poncio Pilatos: “O meu reino não é deste mundo”.
As histórias do Natal no Novo Testamento têm o objetivo de exprimir uma mensagem similar. Jesus nasce durante um “recenseamento do mundo inteiro”, desejado por César Augusto, o imperador famoso por ter levado a Pax Romana em todas as terras submetidas ao domínio romano. No entanto, esta criança, nascida em uma escuridão e distante do império, estava para oferecer ao mundo uma paz muito maior, verdadeiramente universal em seu propósito e transcendente a cada limite de espaço e de tempo.
Jesus nos é apresentado como herdeiro do rei Davi, mas a libertação que ele trouxe ao próprio povo não dizia respeito ao tomar cuidado com o exercito inimigo; tratava-se, em vez disso, de vencer para sempre o pecado e a morte.
O nascimento de Cristo nos desafia a repensar as nossas prioridades, os nossos valores, o nosso próprio modo de viver. E enquanto o Natal é sem dúvida um tempo de grande alegria, é também uma ocasião de profunda reflexão, antes de tudo um exame de consciência. Ao fim de um ano que significou privações econômicas para muitos, o que podemos aprender da humildade, da pobreza, da simplicidade da cena do presépio?
O Natal pode ser o tempo no qual aprendemos a ler o Evangelho, a conhecer Jesus não somente como a Criança da manjedoura, mas como aquele no qual reconhecemos o Deus feito homem.
É no Evangelho que os cristãos encontram inspirações para a vida cotidiana e para o seu envolvimento nos negócios do mundo – seja isso vindo no Parlamento ou na Bolsa. Os cristãos não devem escapar do mundo; pelo contrário, devem empenhar-se nesse. Mas o seu envolvimento na política e na economia deve transcender cada forma de ideologia.
Os cristãos combatem a pobreza porque reconhecem a dignidade suprema de cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus e destinado à vida eterna. Os cristãos trabalham por uma divisão igualitária dos recursos da terra porque estão convencidos de que, como administradores da criação de Deus, nós temos o dever de cuidar dos mais frágeis e dos mais vulneráveis. Os cristãos se opõem à ganância e à exploração na crença de que a generosidade e um amor altruísta, ensinado e vivido por Jesus de Nazaré, são a via que conduz à plenitude da vida. A fé cristã no destino transcendente de cada ser humano implica na urgência da tarefa de promover a paz e a justiça para todos.
Porque tais fins são compartilhados por muitos, é possível uma grande e fecunda colaboração entre os cristãos e os outros. E, todavia, os cristãos dão a César somente aquilo que é de César, mas não aquilo que pertence a Deus. Às vezes, ao longo da história, os cristãos não puderam concordar com as exigências feitas por César. Do culto do imperador da antiga Roma aos regimes totalitários do século passado, César procurou tomar o lugar de Deus. Quando os cristãos se recusam a se curvar aos deuses falsos propostos em nossos tempos não é porque têm uma visão antiquada do mundo. Pelo contrário, isso acontece porque estão livres das amarras da ideologia e animados por uma visão tão nobre do destino humano que não podem aceitar compromissos com algo que possa miná-los.
Na Itália, muitos presépios são adornados por ruínas de antigas construções romanas ao fundo. Isso demonstra que o nascimento do menino Jesus marca o fim da antiga ordem, o mundo pagão, no qual as reivindicações de César pareciam impossíveis de desafiar. Agora há um novo rei, que não confia na força das armas, mas no poder do amor. Ele traz esperança a todos aqueles que, como ele mesmo, vivem às margens da sociedade. Traz esperança a quantos são vulneráveis na sorte incerta de um mundo precário.
Da manjedoura, Cristo nos chama a viver como cidadãos do seu reino celeste, um reino que cada pessoa de boa vontade pode ajudar a construir aqui na terra.
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