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26 de julho de 2013

Fome de pão, de justiça e dignidade

Durante a visita à favela da Varginha o Papa denuncia as intoleráveis desigualdades econômicas e sociais. Aos jovens reunidos para a festa do acolhimento, papa pede que ponham Cristo no centro da vida

Duas imagens comovedoras, uma infinidade de gestos, tantas indicações concretas para restituir ao mundo a esperança perdida.

Foi intenso a jornada vivida pelo Papa Francisco, na quinta-feira 25 de Julho, onde nestes dias pulsa o coração jovem da Igreja, o Rio de Janeiro.
       
 As imagens são as da ternura com a qual o Papa, na «casa» de Manoel José e Maria Luisa da Penha, na favela da Varginha, pega ao colo o último nascido e a que revela a comoção do Pontífice quando reza na capela da favela.
     
Os gestos consistem em abraços trocados continuamente com os habitantes da Varginha, na partilha com um jovem de alguns goles de uma bebida que lhe foi oferecida ao longo do percurso, na busca constante do contacto direto com a multidão, sem nada temer, na intensidade da oração diante da pequena estátua da Virgem Aparecida meio escondida numa banca nas estradas do bairro.

As indicações destinam-se antes de tudo aos poderosos da terra, para que assumam a responsabilidade de construir finalmente um mundo fundado na justiça social, no qual ninguém se sinta descartado. Depois aos jovens, convidados a nunca desanimarem face ao mal mas antes a responderem com o bem.
«É agradável estar aqui» confessou precisamente a eles – reunidos em grande número na praia de Copacabana para a festa do acolhimento – recordando a felicidade de Pedro diante da transfiguração do Senhor. Ao contrário, a outros jovens, seus concidadãos, recordou que «a fé se assume no seu todo e não aos bocados.
Assume-se Jesus inteiro e não uma parte». E recomendou-lhes que nunca abandonem a fé em Jesus Cristo e que «as bem-aventuranças são um programa de acção». Mas convidou-os  sobretudo a terem coragem de fazer ouvir a sua voz. «Eu quero – disse – que vos façais ouvir nas dioceses, quero que vocês vão, que a Igreja saia pelas estradas, que nos defendamos de tudo o que é mundanidade, imobilismo, do que é comodo, do que é clericalismo».
E não deixou de dar indicações concretas também àqueles homens e mulheres de Igreja, aos bispos, aos sacerdotes, a todos os consagrados, para que não se esqueçam – afirmou celebrando a missa na residência – que são «vasos de argila» que conservam «o tesouro imenso que Deus nos deu».

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