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10 de novembro de 2013

A Basílica de Getsêmani, na terra santa, restaurada por mãos muçulmanas.


 Após 18 meses de trabalho, e com um orçamento de 600.000 euros, a Basílica de Getsêmani (foto) voltou ao seu esplendor original. A restauração dos preciosos mosaicos já foi terminada e os cinco mil peregrinos, que visitam diariamente a igreja da agonia de Jerusalém, poderão novamente apreciar os antigos navios e mergulhar-se (olhando para as cúpulas) num ambiente noturno reforçado justamente pelos mosaicos que representam, sobre um fundo azul escuro, o céu estrelado emoldurado por ramos de oliveira.

A enorme Basílica, com 12 cúpulas, projetada pelo arquiteto Anronio Barluzzi, com o apoio de diferentes países do mundo (por isso ela também é conhecida como a “Basílica das Nações”), foi concluída em 1924 e, desde então, nunca havia sido restaurada. Por este motivo, a Custódia da Terra Santa decidiu (também para combater os efeitos do tempo) reestruturar um dos lugares mais importantes para o cristianismo, a poucos passos do jardim sagrado onde tudo evoca a cena noturna da Sexta Feira Santa quando, entre as oliveiras e com a luz da lua, Jesus sofreu a agonia e o abandono.

“Os franciscanos poderiam ter encomendar o projeto de artesãos estrangeiros – afirmou Carla Benelli, responsável pelos projetos culturais de ATS pró-Terra Santa, braço leigo da Custódia e coordenadora da iniciativa -, mas decidiram investir na formação dos jovens palestinos da localidade”. Seis jovens do Mosaic Centre de Jericó, das quais cinco são muçulmanos.

“Confiar a restauração da Basílica, que está próxima ao Monte das Oliveiras, para jovens mulçumanos (que já haviam contribuído na restauração de duas sinagogas) foi um belo desafio – continuou Benelli -, mas, eles se sentem agradecidos e orgulhosos por terem participado nesta obra de conservação”.

Apesar da passagem inexorável do tempo, antes da restauração era possível apreciar as pegadas do homem. No majestoso mosaico do tímpano, em que Jesus está representado como intermediário entre Deus e a humanidade, havia sinais dos “projéteis disparados contra a fachada durante a guerra dos seis dias, em 1967”.

O projeto contou com o patrocínio do Palestinian Municipality Support Program, do Consulado Geral da Itália em Jerusalém, da Prefeitura de Rovereto e da Fundação italiana Opera Campana. O custódio da Terra Santa, o padre P. Pizzaballa, sempre destacou a importância e o valor educativo deste trabalho. Graças às escolas locais, mais de mil crianças, entre 08 e 12 anos, visitaram a Igreja, aberta apenas para eles durante os horários em que fica fechada para o público em geral (das 12h00s às 14h00s). Muitos deles não conheciam este patrimônio da humanidade, conhecido e venerado por milhares e milhares de pessoas. “Enquanto vão à escola, as crianças veem filas de ônibus dos quais descem os peregrinos e se perguntam: ‘por que vão ali? ’”.

Desta forma, os frades franciscanos favorecem as visitas escolares para que os pequenos herdeiros deste patrimônio conheçam uma Igreja que lhes pertence: crianças muçulmanas e cristãs. “A maior parte das vezes ficam maravilhadas ao verem um lugar tão bonito e tão próximo de suas casas, no coração da Jerusalém Oriental”. Não imaginavam isso. Inclusive, uma menina muçulmana, no final de uma das visitas, perguntou aos frades: “Posso voltar para ensinar aos meus papais”.





Fonte: Andrea Avveduto, Vatican Insider.

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