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30 de janeiro de 2014

Audiência: Papa ressalta a Crisma, "dom de Deus que nos ajuda a viver como cristãos"

O Papa Francisco encontrou-se, na manhã desta quarta-feira, na Praça São Pedro, com numerosos peregrinos e fiéis, de diversas partes do mundo, para a habitual Audiência Geral.

Em sua catequese semanal, o Santo Padre continuou a tratar do Sacramento da Confirmação ou Crisma, que deve ser entendido como continuação do Batismo, ao qual está igado de modo inseparável. Ambos os Sacramentos, junto com a Eucaristia, formam um único evento salvífico – a iniciação cristã – no qual somos inseridos por meio de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, que nos tornam novas criaturas e membros da Igreja.

Eis porque, disse o Papa, estes três Sacramentos são celebrados em um único momento, ao término do caminho catecumenal, geralmente na Vigília Pascal. Assim era selado o percurso de formação e de gradual inserção na comunidade cristã, que podia durar até alguns anos. Era feito passo a passo até chegar ao Batismo, depois à Crisma e à Eucaristia:

“Geralmente, se fala de sacramento da Crisma, que significa Unção. De fato, explico o Pontífice, através do óleo do Crisma somos conformados, pelo poder do Espírito, a Jesus Cristo, o único e verdadeiro ungido, o Messias, o Santo de Deus”.

O termo Confirmação recorda-nos também que este Sacramento contribui para um aumento da graça batismal: ele nos une de modo mais sólido a Cristo; leva ao cumprimento a nossa união com a Igreja; dá-nos uma força especial do Espírito Santo para difundir e defender a fé, confessar o nome de Cristo e jamais termos vergonha da sua cruz.

Por isso, é importante que as crianças recebam este sacramento do Batismo, mas também da Crisma, para que seu caminho seja completo e recebam o Espírito Santo. "Se vocês tiverem em casa, disse o Papa, crianças que ainda não receberam estes Sacramentos, façam todo o possível para percorrer o caminho da iniciação cristã e recebam a força do Espírito Santo." E o Pontífice acrescentou:

“Naturalmente, é importante oferecer aos crismandos uma boa preparação, que deve visar uma adesão pessoal à fé em Cristo e a despertar neles o sentido de pertença à Igreja. A Confirmação, como todo Sacramento, não é obra dos homens, mas de Deus, que cuida da nossa vida, de modo a plasmar-nos à imagem do seu Filho, tornando-nos capazes de amar como Ele amou”.

Este Sacramento, afirmou o Papa, infunde em nós seu Espírito Santo, cuja ação permeia toda a pessoa e toda a vida, como transparece nos sete dons que a Tradição, à luz da Sagrada Escritura, sempre colocou em evidência. Estes sete dons são: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus.

O Santo Padre disse aos presentes na Praça São Pedro que vai dedicar suas próximas catequeses, depois dos Sacramentos, a estes dons do Espírito Santo.

O Papa Francisco concluiu sua catequese de hoje exortando os fiéis a acolherem o Espírito em nossos corações e a deixá-lo agir. Através de nós, será Ele a rezar, perdoar, infundir a esperança e a consolação, a servir os irmãos, a tornar-se próximo dos necessitados e dos últimos, a criar comunhão, a semear a paz. Lembremos sempre, afirmou o Papa, que por meio do Espírito Santo, Cristo realiza em nós e em meio a nós. Eis a importância de as crianças receberem o Sacramento da Crisma.

Ao término da Audiência Geral, o Pontífice pediu aos presentes para recordar-se sempre do Sacramento da Confirmação, agradecer a Deus por este dom e pedir-lhe ajuda para viver como verdadeiros cristãos, caminhando sempre com alegria, segundo o Espírito divino.

Por fim, foi feito um resumo da sua catequese em diversas línguas, inclusive em português. Aos presentes de língua portuguesa, o Papa disse:

“Queridos peregrinos de língua portuguesa: uma cordial saudação para todos! Lembrai-vos de agradecer o Senhor pelo dom do sacramento da Crisma, pedindo-Lhe que vos ajude a viverdes sempre come verdadeiros cristãos, para confessar por todo o lado o nome de Cristo! Desça sobre vós a Bênção do Senhor!”.

Ao saudar os peregrinos de língua italiana, Francisco dirigiu-se em particular às Fundações Associadas à Consulta Nacional Anti-usura, guiadas pelo Arcebispo de Bari, Dom Francesco Cacucci, desejando que “possam intensificar o seu trabalho ao lado das vítimas da usura, dramática praga social”. “Quando uma família não tem o que comer porque deve pagar a taxa aos agiotas – advertiu o Pontífice -, isto não é cristão, não é humano! E esta dramática praga social fere a dignidade inviolável da pessoa humana”.

Participaram da Audiência Geral, entre outros, 350 pessoas pertencentes ao mundo do espetáculo itinerante, provenientes do Trivêneto, acompanhados pelo Cardeal Antonio Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho para os Migrantes e os Itinerantes.

Os circenses, malabaristas, feirantes e agentes de parques de diversão participam da audiência papal por ocasião da festa de São João Bosco, no próximo dia 31 de janeiro, padroeiro do circo e dos trabalhadores de parques e feiras.

A maioria dos participantes é proveniente da região de Rovigo, nordeste da Itália, conhecida como "a terra dos parques de diversão”, devido à presença de fábricas, Museu de carrosséis, espetáculos populares, e das muitas famílias, que trabalham nos espetáculos itinerantes. (MT)



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