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25 de setembro de 2013

Não tenho que interpretar o Papa sobre o aborto, diz sacerdote jesuíta que o entrevistou

O Diretor do jornal italiano Civiltà Cattolica, Padre Antonio Spadaro, que publicou na quinta-feira, 19 de setembro, uma longa entrevista com o Papa Francisco e cujo conteúdo gerou grande atenção e várias interpretações a nível mundial, dialogou com o Grupo ACI e assinalou que o Pontífice "é absolutamente claro" e que "não tenho que interpretar o Papa, as palavras estão aí".

O também sacerdote jesuíta ressaltou que com respeito aos ensinamentos da Igreja sobre o aborto, o Papa é "claro", mas o seu principal objetivo é trazer a salvação de Deus a cada um, "à maioria de todos os pecadores".

Muitos meios de comunicação apresentaram os comentários do Papa sobre o aborto como uma grande mudança com respeito a seus predecessores. O grupo abortista americano, NARAL Pro-Choice America, compartilhou na sua página do Facebook uma mensagem: "Querido Papa Francisco, obrigado. Assinado, Mulheres Pro-Choice todas as partes".

Assinalou que insistir apenas nas questões relacionadas com o aborto e outros assuntos morais não é possível, porque esta não seria a plenitude do Evangelho, mas sim uma "multidão desconexa de doutrinas que se impõe".

O Padre Spadaro assinalou que o Santo Padre não dizia "nada contra ninguém", e disse que "a mensagem da Igreja é uma mensagem de misericórdia", adicionando que "o que o Papa tem em mente, a meu ver, é somente explicar o Evangelho".

"Recebi várias mensagens de pessoas fora da Igreja que dizem que: ‘estou muito tocado com o Evangelho. Preciso ler o Evangelho’... Este é o grande efeito, isto é o que o Papa tem em mente". O Santo Padre também disse que "sou um filho da Igreja".

O sacerdote manifestou que se opõe a que se etiquete o Romano Pontífice como pró-vida.

"Este tipo de categorias, que assinalam que o Papa está a favor desta coisa, ou contra esta outra coisa, são categorias que já não funcionam. Isto é muito importante para mim. Progressivo / conservador, pró / contra – e repetiu – estas categorias já não funcionam mais", e enfatizou que o Santo Padre está tentando comunicar "uma mensagem de ternura".

O presbítero ressaltou mais uma vez que "a Igreja é para pessoas que precisam da mensagem da salvação: que é o Evangelho".

"Não importa se você está muito longe da igreja, ou se você não está vivendo como diz a Igreja. O importante é que a Igreja pode chegar onde você estiver, exatamente nesse lugar. Isso é só um ponto de partida. Pode crescer na fé".

Portanto, a atitude da Igreja deve ser "capaz de permanecer com as pessoas que estão atadas na alma e no corpo. Temos que viver nas fronteiras. Disto se preocupa o Papa", assegurou.

O Pontífice não guardou silêncio com respeito ao aborto, sempre manifestou a sua preocupação pelos mais indefesos dos seres humanos, em 12 de maio, por exemplo, saudou os assistentes da Marcha pela Vida na Itália e antes de rezar o Ângelus, convidou todos a "concentrar-se na importante atitude de respeitar a vida desde o momento da concepção".

O Papa Francisco reiterou em um discurso pronunciado na sexta-feira, 20 de setembro, ante os ginecologistas católicos participantes do encontro promovido pela Federação Internacional das Associações de Médicos Católicos, a sua clara postura ante a "cultura do descartável" do aborto, que procura a eliminação dos seres humanos mais frágeis.

Ante os médicos, disse que "nossa resposta a esta mentalidade é um ‘sim’ decidido e sem hesitações à vida" que é sempre sagrada e inviolável. Além disso, destacou que: "Toda criança não nascida, mas condenada injustamente a ser abortada, tem o rosto de Jesus Cristo, tem o rosto do Senhor".

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