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7 de maio de 2014

Duro ataque do Cardeal Müller a grupo de religiosas americanas investigado pela Santa Sé.

Religiosas da LCWR
Apesar de toda “caridade” (leniência cúmplice) do responsável pelos religiosos, Cardeal Braz de Avis, com sua lenga-lenga dialogante, o Prefeito do Antigo Santo Ofício não se omite. Sinais dos tempos: na Cúria de Francisco, até Müller ganha destaque por defender a Fé…

Congregação vaticana questiona religiosas americanas por não cooperarem

IHU – O responsável doutrinário do Vaticano acusou as líderes religiosas dos EUA de não cumprirem a agenda de reformas que a Santa Sé impôs à Conferência de Liderança das Religiosas (Leadership Conference of Women Religious – LCWR, em inglês) após uma avaliação doutrinária.

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A reportagem é de Dennis Coday, publicada por National Catholic Reporter, 05-05-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O cardeal Gerhard Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, disse à articulação das religiosas que seus membros estavam ignorando os procedimentos para a escolha dos palestrantes tendo em vista a conferência anual a ocorrer em agosto, e questionou se os programas destas irmãs não estariam incentivando a heresia.


Usando a linguagem mais direta e de confronto desde que o Vaticano começou a controlar, há dois anos, a LCWR,Müller disse às organizadoras da conferência que elas devem ter seus programas aprovados por um supervisor nomeado pelo Vaticano antes que as agendas e os palestrantes sejam finalizados.

Müller também disse às religiosas que as escolhas que elas fizerem em relação aos palestrantes e aos materiais impressos que serão disponibilizados aos demais membros das ordens religiosas o fizeram se questionar sobre se a LCWR tem a “capacidade de verdadeiramente ‘sentire cum Ecclesia’ (sentir com a Igreja)”.

“Esta preocupação é ainda mais pertinente do que a crítica da Avaliação Doutrinal feita à LCWR de não fornecer um contraponto durante as apresentações e assembleias, quando os palestrantes divergem do ensinamento da Igreja”, afirmou Müller. “A Avaliação Doutrinal preocupa-se com os erros positivos da doutrina vistos à luz da responsabilidade da LCWR em apoiar uma visão de vida religiosa em harmonia com a da Igreja e em promover uma base doutrinária sólida para a vida religiosa”.

Uma cópia do discurso de Müller às lideranças da LCWR foi disponibilizada no site do Vaticano (1). O texto tem data de 30 de abril, quando o grupo das irmãs estava em Roma realizando sua visita anual ao Vaticano.

O encontro do dia 30 de abril no Vaticano incluiu as lideranças da LCWR (as irmãs Carol Zinn, Florence Deacon,Sharon Holland, Janet Mock, diretora executiva da LCWR), Müller e funcionários da Congregação para a Doutrina da Fé, além do arcebispo de Seattle J. Peter Sartain, o delegado nomeado pelo Vaticano para participar da LCWR.

Um comunicado publicado segunda-feira pela LCWR disse que as observações de Müller “refletem com precisão o conteúdo das diretrizes enviadas à LCWR em abril de 2012. Como dito pelo cardeal na ocasião, estas observações foram feitas no intuito de estabelecer um contexto para o debate que daí se seguiu”. O debate que ocorreu posteriormente, lê-se no comunicado da LCWR, “foi uma experiência de diálogo, respeitoso e envolvente”.

A porta-voz da LWCR disse, na segunda-feira ao National Catholic Reporter, que a organização não iria conceder entrevistas.

Müller contestou, especificamente, as líderes da LCWR por decidirem dar o seu Prêmio Liderança de Destaque 2014 “à teóloga criticada pelos bispos dos Estados Unidos por causa da gravidade dos erros doutrinários presentes nos escritos de tal teóloga”. Embora não chegue a citar o nome, Müller está se referindo à Irmã Elizabeth Johnson, teóloga da Universidade de Fordham.

“Esta é uma decisão que irá ser vista como uma outra provocação aberta contra a Santa Sé e a Avaliação Doutrinal”, disse Müller. “Além do mais, afasta a LCWR dos bispos”.

A sua crítica mais severa, no entanto, estava reservada à promoção – pela LCWR em suas assembleias e em seus materiais impressos – da “evolução consciente”, o que Müller comparou com o gnosticismo, termo que descreve várias seitas surgidas no século II as quais exaltavam o conhecimento arcano, misturando crenças cristãs com especulações e teorias pagãs. “Gnosis” é a palavra grega para conhecimento.

“Por repetidas vezes, temos visto na história da Igreja os resultados trágicos decorrentes do partilhar deste fruto amargo”, Müller acrescentou. “A evolução consciente não oferece nada que vá nutrir a vida religiosa como um testemunho privilegiado e profético enraizado em Cristo, que revela o amor divino a um mundo ferido”.

Há dois anos, uma das palestrantes principais da conferência anual da LCWR foi a destacada pensadora da evolução consciente Barbara Marx Hubbard. Desde esta ocasião, disse Müller, “todos os artigos presentes em seus informativos, newsletters, discutem evolução consciente de alguma forma. Temos também visto alguns institutos religiosos modificarem seus textos orientadores para incorporar conceitos e termos da evolução consciente”.

“Novamente, peço desculpas se acaso isso parece franco demais, porém o que eu devo dizer é muito importante para ficar escolhendo melhores formas de linguagem”, disse Müller num dos vários pedidos de desculpas pela linguagem franca empregada. “As teses fundamentais da evolução consciente se opõem à Revelação cristã”.

Em abril de 2012, o Vaticano nomeou o arcebispo de Seattle, Dom J. Peter Sartain, como o “arcebispo delegado” da LCWR e lhe deu autoridade para revisar seus estatutos e programas. No comunicado de Müller, lê-se que esta nomeação foi criticada como uma “interferência pesada nas atividades do dia a dia da LCWR. De seu ponto de vista, a Santa Sé não compreenderia esta atitude como uma ‘sanção’, mas sim como um lugar de diálogo e discernimento”.

Que a LCWR não discutisse com Sartain a premiação de liderança destaque 2014 “é, de fato, lamentável e demonstra claramente a necessidade de provisão de que os palestrantes e apresentadores dos programas principais estarão sujeitos à aprovação do delegado.

“Devo, pois, informá-las de que esta provisão deve ser considerada em vigor. (…) Após a assembleia de agosto, há uma expectativa da Santa Sé de que J. Peter Sartain tenha um papel ativo nos debates sobre os palestrantes convidados e nas premiações”, disse Müller.

Müller concluiu com este aviso: “Nesta fase de implementação da Avaliação Doutrinal, estamos em busca de uma expressão mais clara daquela visão eclesial e daqueles sinais mais substantivos de colaboração”.



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