O Santo Padre foi saudado pelo Custódio da Terra Santa, Padre Pierbattista Pizzaballa que recordou “que a abertura à evangelização missionária de São Francisco tomou asas a partir da Terra da nossa redenção e a Igreja confirmou a nossa missão de custódios dos Lugares Santos”, acrescentando que aquele, é “um dos locais mais feridos de toda Terra Santa, e que estas feridas” – afirmou – queremos que “tenham uma ligação misteriosa e real com os estigmas da Paixão com as quais o Ressuscitado apareceu aos seus”.
Em sua homilia, Francisco traçou um “horizonte do Cenáculo, o horizonte do Ressuscitado e da Igreja”, ali onde ela nasceu, onde ela “partiu, com o Pão repartido nas mãos, as chagas de Jesus nos olhos e o Espírito de amor no coração”.
“Sair, partir, não quer dizer esquecer. A Igreja em saída guarda a memória daquilo que aconteceu ali”, disse Francisco, recordando que do Cenáculo “partiu a Igreja em saída, animada pelo sopro vital do Espírito”.
“O Cenáculo recorda-nos o serviço, o lava-pés que Jesus realizou como exemplo a seus discípulos”, recordou o Papa. “Lavar os pés uns aos outros significa acolher-se, aceitar-se, amar-se, servir-se reciprocamente. Quer dizer servir o pobre, o doente, o marginalizado”. O Cenáculo, observou ainda, também nos recorda a “Eucaristia, o sacrifício”, e na celebração eucarística, “oferecemos a Deus toda a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas alegrias e penas”.
O Cenáculo também nos recorda a amizade. “O Senhor faz de nós seus amigos, confia-nos a vontade do Pai e se dá a nós. Esta é a experiência mais bela do cristão e, de modo particular, do sacerdote: tornar-se amigo do Senhor Jesus”, disse o Papa, acrescentando que o Cenáculo também nos recorda a despedida do Mestre e a promessa de se reencontrar com seus amigos: “Jesus não nos deixa, nunca nos abandona, vai à nossa frente na Casa do Pai; e para lá, nos quer levar consigo”.
Francisco disse que o Cenáculo também recorda a mesquinhez, a curiosidade, a traição:
“E reproduzir na vida estas atitudes não acontece somente com os outros, mas pode acontecer a cada um de nós, quando olhamos com desdém o irmão e o julgamos; quando, com os nosso pecados, atraiçoamos Jesus”.
Mas o Cenáculo recorda-nos também a partilha, a fraternidade, a harmonia e a paz entre nós:
“Quanto amor, quanto bem jorrou do Cenáculo! Quanta caridade saiu daqui como um rio da sua fonte, que, ao princípio, é um ribeiro e depois se alarga e se torna grande...Todos os santos beberam daqui; o grande rio da santidade da Igreja, sempre sem cessar, tem origem daqui, do Coração de Cristo, da Eucaristia, do seu Santo Espírito”.
O Cenáculo, por fim, “recorda-nos o nascimento de uma nova família, a Igreja, constituída por Jesus ressuscitado e que tem uma Mãe, a Virgem Maria:
“As famílias cristãs pertencem a esta grande família e, nela, encontram luz e força para caminhar e se renovar no meio das fadigas e provações da vida. Para esta grande família estão convidados e chamados todos os filhos de Deus de cada povo e língua, todos os irmãos e filhos do único Pai que está nos céus”.
E O Papa concluiu: “Desça o vosso Espírito, Senhor, e renove a face da terra”.
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