Realizou-se na tarde desta terça-feira, em Roma, o encontro sobre o tema "Homenagem e empenho no primeiro aniversário de Pontificado do Papa Francisco", promovido pela Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL).
O encontro foi aberto pelo Presidente da CAL, Cardeal Marc Ouellet. Segundo um artigo publicado no jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, as três palavras-chave sugeridas pelo Cardeal Ouellet para ler o primeiro ano de pontificado do Papa Francisco são: pobreza, família e juventude.
"Na realidade, com sua visão de Igreja como um 'hospital de campanha', que cura os feridos espalhados pelo chão depois de uma batalha difícil', o Santo Padre é guiado pela convicção de que somente Cristo Salvador verdadeiramente responde aos desafios da pobreza e injustiça", frisa o presidente da CAL referindo-se à primeira palavra-chave.
Quanto à segunda prioridade, a família, o cardeal observou que a reflexão sobre esse tema iniciada em vista do Sínodo dos Bispos levanta controvérsias e cria expectativas. "Estou convencido de que, com sua capacidade de escuta, decisão e renovação, o Papa Francisco saberá discernir os meios adequados para relançar não somente a pastoral familiar, mas toda a pastoral da Igreja", destaca o Cardeal Ouellet.
Sobre a terceira palavra-chave, os jovens, o purpurado observou que eles "habitam um mundo novo, o continente digital, pois eles conhecem e utilizam espontaneamente as tecnologias de comunicação".
"Um continente em que as pessoas da minha geração se sentem como imigrantes ou refugiados. No entanto, o Papa Francisco se estabeleceu rapidamente neste novo mundo e sua rede de seguidores se tornou transmissora e multiplicadora da mensagem do Evangelho. O Papa tem a capacidade de adaptar a sua linguagem à cultura virtual dos jovens, testemunhando sem ambigüidade que Jesus não é uma ideia, um sonho ou um ídolo virtual, mas uma pessoa real com quem se pode viver uma amizade que muda a vida", ressalta o Cardeal Ouellet.
Referindo-se à Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, o purpurado convidou a refletir sobre o fato de que o Santo Padre conjuga duas visões aparentemente opostas, mas na verdade complementares. "De um lado, a ideia conciliar de Povo de Deus que ele retoma em toda sua densidade histórica e mística: um povo a caminho na história guiado pelo Espírito, e de outro, a imagem de nossa Santa Mãe Igreja, hierárquica e mariana que diferencia e personaliza os membros deste povo de Deus, sem estabelecer entre elas uma diferença em dignidade. Esta eclesiologia se compromete a servir num espírito de humildade, misericórdia e compaixão", conclui o purpurado. (MJ)
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