Uma nota divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé refere que o encontro é “dedicado às vítimas inocentes das máfias” e decorre na véspera da 19ª ‘Jornada da Memória e do Compromisso”, desta vez convocada para a cidade de Latina, a sul de Roma. Cerca de 700 pessoas vão representar 15 mil familiares de pessoas assassinadas, feridas ou que foram vítimas de extorsão por diversas organizações criminosas na Itália.
Comentando o facto, padre considerou que é "muito bonito" que o Papa se tenha disponibilizado para participar na leitura de "todos os nomes das vítimas, neste 21 de março, primeiro dia da primavera", elogiando ainda a disponibilidade "imediata" de Francisco.
No passado dia 26 de janeiro, o Papa Francisco referiu-se ao assassinato de uma criança italiana Nicolau, queimado dentro de um carro, na Calábria (Itália), num ajuste de contas da Mafia local, algo “que – disse - parece não ter precedentes na história da criminalidade”, e pediu orações pela vítima e pela conversão dos autores do crime.
E a 26 de março do ano passado, prestou homenagem ao padre Giuseppe Puglisi, sacerdote assassinado pela Mafia siciliana em 1993 e que tinha sido beatificado no dia anterior, lembrando as redes mafiosas que escravizam e exploram seres humanos. “Penso nas muitas dores, de homens e mulheres, também crianças, que são explorados por tantas máfias, que os exploram obrigando-os a trabalhos que os tornam escravos”, como a prostituição, disse perante os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Para o Papa Francisco, "por detrás destas explorações, destas escravidões, estão máfias”, pelo que pediu orações para que Deus “converta o coração destas pessoas”. “Não podem fazer isto, não podem transformar os nossos irmãos em escravos”, advertiu. "Rezemos para que estes mafiosos e estas mafiosas se convertam”, insistiu.
O padre italiano Pino Puglisi foi beatificado a 25 de março de 2013 em Palermo, numa cerimonia ao ar livre que reuniu cerca de 100 mil pessoas.
Em 2012, o Conselho Pontifício da Cultura promoveu na Sicília uma iniciativa de diálogo cultural e de sensibilização contra a Mafia. ‘Cultura da legalidade e sociedade multirreligiosa’ foi o tema escolhido para uma sessão do ‘Pátio dos Gentios’, estrutura destinada ao diálogo com os não crentes.
Bento XVI visitou a Sicília em outubro de 2010, tendo deixado por palavras e gestos simbólicos contra a Mafia, que qualificou como “um caminho de morte, incompatível com o Evangelho”. Antes do regresso a Roma, no caminho para o aeroporto, o agora Papa emérito quis que o cortejo parasse em Capaci, no local onde aconteceu o atentado contra o juiz Giovanni Falcone, depositando ali uma coroa de flores e rezando em silêncio, em memória de todas as vítimas de organizações mafiosas e da criminalidade organizada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Formando e Informando Católicos; Paz e Bem! Agradecemos sua participação no blog!!