Comentando o evangelho do dia – a Transfiguração de Jesus, o Santo Padre sublinhou dois elementos ligados a este episódio evangélico: a subida e a descida. Temos que subir ao monte para estarmos a sós com Jesus, mas depois temos de descer ao vale para encontrar os irmãos em dificuldade e transmitir-lhes o conforto de Deus.
O Papa começou por recordar que “a montanha representa o lugar da proximidade com Deus e do encontro íntimo com Ele, o lugar da oração, para estar na presença do Senhor”. Jesus mostra-se transfigurado, luminoso, e comparecem ao seu lado Moisés e Elias. E é então que “ressoa do alto a voz do Pai, que proclama Jesus seu Filho predilecto, dizendo ‘Escutai-o’.”
“É muito importante este convite do Pai. Nós, discípulos de Jesus, somos chamados a ser pessoas que escutam a sua voz e tomam a sério as suas palavras. Para tal, há que seguir Jesus como faziam as multidões do Evangelho…”
“Jesus – observou o Papa – não tinha uma cátedra ou um púlpito fixos, era um mestre itinerante, que propunha os seus ensinamentos ao longo dos caminhos, percorrendo trajetos nem sempre previsíveis e por vezes árduos”.
O Santo Padre perguntou a cada uma das pessoas (uma multidão) presentes na praça de São Pedro se costumam ler todos os dias o Evangelho, sugerindo o costume de trazer consigo, no bolso, uma pequena edição dos Evangelhos, lendo de vez em quando alguma passagem.
Retomando o episódio da Transfiguração, o Papa sublinhou “dois elementos significativos”, que sintetizou em duas palavras: “subida e descida”.
“Temos necessidade de ir para um lugar à parte, de subir à montanha a um espaço de silêncio, para nos reencontrarmos a nós próprios e captar melhor a voz do Senhor.
Mas não podemos permanecer ali! O encontro com Deus na oração impulsiona-nos novamente a ‘descer da montanha’ regressando à planície, onde encontramos tantos irmãos afligidos por dificuldades, injustiças, pobreza material e espiritual.”
A estes irmãos em dificuldade, somos chamados a levar os frutos da experiência feita com Deus, partilhando os tesouros de graça recebidos.
“Mas se não estivemos com Deus, se o nosso coração não está consolado, como poderemos consolar?”
Esta missão – sublinhou o Papa – diz respeito a toda a Igreja, mas é responsabilidade antes de mais dos Pastores – bispos e padres – chamados a mergulhar no meio das necessidades do Povo de Deus, aproximando-se com afeto e ternura especialmente aos mais débeis e pequenos, aos últimos. Mas para realizarem com alegria e disponibilidade esta ação pastoral, os Bispos e padres têm necessidade da oração de toda a comunidade cristã”.
E o Papa concluiu dirigindo o olhar a Maria, nossa Mãe, convidando a confiar na sua guia para continuar com fé e generosidade o itinerário da Quaresma, aprendendo mais e mais a “subir” com a oração e a “descer” com a caridade fraterna.
Nas saudações aos variadíssimos grupos de peregrinos presentes na Praça, o Papa mencionou também a Comunidade Papa João XXIII, fundada pelo padre Oreste Benzi, que na próxima sexta-feira organiza pelas ruas do centro de Roma uma “Via Sacra” especial, pelas mulheres vítimas do tráfico.
O Santo Padre recordou ainda os passageiros e tripulantes do avião da Malásia desaparecido na semana passada, assim como os familiares, deixando uma palavra de proximidade e afeto para com todos os que mais sofrem por este motivo.
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