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11 de junho de 2015

Papa pede a Putin respeito por acordos de paz de Minsk sobre Ucrânia



Neste encontro, Francisco mostrou mais uma vez sua capacidade diplomática, ao receber Putin. Isolado pela comunidade internacional, o presidente russo é acusado de apoiar e armar os separatistas

Ao receber o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quarta-feira, no Vaticano, o papa Francisco pediu a plena implementação "por todas as partes" dos acordos de Minsk sobre o conflito no leste da Ucrânia, segundo um comunicado do Vaticano.

"O Santo Padre ressaltou a importância de nos engajarmos em um esforço significativo e sincero para alcançar a paz (na Ucrânia). Foi acordado sobre a importância de reconstruir um clima de diálogo, e que todas as partes se comprometam a aplicar os acordos Minsk", indica a nota divulgada ao final da reunião entre o presidente russo e o papa.

Putin foi recebido hoje na biblioteca privada do papa, no Vaticano, em encontro de cerca de 50 minutos. Na presença de intérpretes, as conversas trataram da Ucrânia e do Oriente Médio, relatou a Santa Sé.

Putin e o anfitrião expressaram a necessidade de "garantir a vida" e se criar no Oriente Médio - sobretudo, na Síria e no Iraque - "as condições necessárias para a vida de todos os componentes da sociedade, incluindo as minorias religiosas, em particular cristãs".

O papa entregou ao presidente um medalhão de bronze representando o "Anjo da Paz", "que supera todas as guerras" e "fala sobre a solidariedade entre todos os povos", relataram os jornalistas presentes.

"Este é o medalhão do Anjo da Paz, criado por um artista do século passado. Este é o anjo que vence todas as guerras e fala de solidariedade entre todos os povos", disse Francisco ao presidente russo, entregando o medalhão que ele oferece com frequência a seus convidados oficiais.

Ele também entregou uma cópia de sua exortação apostólica, "Alegria do Evangelho", "que contém muitas reflexões religiosas, humanas, geopolíticas e sociais", comentou.

Já o presidente russo ofereceu ao papa um bordado costurado em fios de ouro, representando a Catedral do Santíssimo Salvador, em Moscou, símbolo do patriarcado ortodoxo. "Esta é a igreja do Santíssimo Salvador, que foi destruída durante o período soviético e que foi reconstruída", observou o chefe do Kremlin.

Neste encontro, Francisco mostrou mais uma vez sua capacidade diplomática, ao receber Putin. Isolado pela comunidade internacional, o presidente russo é acusado de apoiar e armar os separatistas pró-Moscou contra o Exército ucraniano. O conflito se arrasta desde abril de 2014 e já deixou mais de 6.400 mortos.

Esta foi a segunda vez, em dois anos de pontificado, que o sumo pontífice recebeu o líder russo no Palácio apostólico. Putin já havia se reunido com o papa em novembro de 2013.

"O papa quer mostrar que a Igreja Católica não se pronuncia em favor de uma parte, ou da outra, que não é nem firme nem branda, que está acima das dinâmicas internacionais", explicou o historiador italiano Alberto Melloni, especialista em Vaticano.

A Santa Sé manteve uma atitude muito prudente nesse conflito, que lhe valeu duras críticas de católicos em Kiev por não ter condenado, abertamente, a política russa na Ucrânia.

Putin pede fim das sanções

O presidente russo iniciou nesta quarta sua viagem relâmpago à Itália e ao Vaticano com uma visita à Exposição Universal de Milão (norte do país), acompanhado do chefe de governo italiano, Matteo Renzi.

Durante sua breve estada na Itália, Putin criticou duramente as sanções econômicas contra seu país e pediu que sejam "eliminadas, ou modificadas".

Diante de uma sala lotada de grandes empresários com interesses na Rússia, o influente líder russo advertiu que o cancelamento de acordos e projetos entre Itália e Rússia tenha implicado a perda de milhões de euros.

A Itália é o quarto sócio comercial da Rússia e firmou uma série de contratos no setor tecnológico e militar que não puderam decolar.


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