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2 de junho de 2015

É correto ir à missa quando estamos brigados com alguém?


Seria preciso confessar-se também por ter recebido a Eucaristia nestas condições?

Muitas pessoas se confessam de não ter ido à missa por impossibilidade. Pessoalmente, acho mais grave ir à missa, inclusive em dias festivos, sabendo que se odeia alguém, a quem se nega inclusive a saudação, a quem se evita e com quem não se fala. Porque não vamos à missa só fisicamente, mas com fé sincera. Então, não é importante confessar-se e arrepender-se de ter ido à missa nestas condições?

Resposta:Padre. Valerio Mauro, professor de teologia sacramental

A frase com a qual o leitor termina sua pergunta é digna de ser destacada. Certamente, nem todos vivem sua fé por convenção ou costume. No âmbito da fé cristã, existem também os chamados “bons costumes”. Não podemos desprezá-los.

Muitas vezes nascem de uma educação recebida na infância, mas assumida pessoalmente como uma atitude convicta diante do Senhor e do que Ele nos pede sobre viver a fé na comunidade eclesial. Em resumo, ir à missa não é um privilégio exclusivo dos “puros”, que “não pecam”.

Eu gostaria de acrescentar, no entanto, que é muito importante em tudo isso a consciência da dimensão comunitária da nossa fé. Mesmo vivida por cada um de nós de maneira pessoal, somos chamados a pronunciar juntos nosso “credo” e a viver em uma real comunhão de fé, esperança e amor.

A pergunta concreta do leitor toca vários âmbitos do comportamento cristão: aspectos de teologia sacramental e moral, comportamentos com relação a Deus e ao próximo.

Uma primeira resposta, muito simples, que parece óbvia, consiste em convidar a colocar diante da misericórdia de Deus uns e outros. É preciso tomar consciência da importância dos sentimentos que se expressam em gestos com falta de amor e que vão contra o Evangelho de Cristo.

O cristão está chamado a “santificar” o dia do Senhor. Não podemos esquecer que o domingo é o dia dedicado às “coisas do Senhor”, que não implica somente em ir à missa, mas também fazer atos de fé que nos levem a “santificar” o dia do Senhor, torná-lo um dia especial, dedicado a Ele, à convivência familiar, à caridade, a dedicar tempo ao cuidado de si mesmo.

Em relação à missa dominical, portanto, não se trata somente de uma participação física ou não, mas de deixar-se envolver pela lógica cristã do dia do Senhor. A mesma lógica da fé deveria intervir também no exame dos nossos sentimentos.

O exemplo que o leitor dá é claro. O próprio Senhor, no Evangelho, condena aquele que pronuncia palavras ofensivas contra seus irmãos; convida a reconciliar-se com o irmão antes de apresentar a oferenda no altar de Deus.

Alimentar sentimentos de ódio ao próximo está em forte contradição com o gesto eucarístico de comer o Corpo de Cristo. Se não conseguimos retificar rapidamente nossas relações, somos convidados a colocar diante da misericórdia de Deus, na confissão, o nosso coração arrependido, para que Ele o purifique por meio do seu perdão.

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