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14 de junho de 2015

Bispos do Regional Sul 1 da CNBB pedem que ideologia de gênero não seja incluída nos PME


Os Bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que engloba o estado de São Paulo, publicaram uma nota sobre a ideologia de gênero na educação. No texto, ressaltam que “as consequências da introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas contradiz frontalmente a configuração antropológica de família, transmitida há milênios em todas as culturas”.

Na quinta-feira, 11, ao término da 78ª Assembleia Episcopal Regional, ocorrida em Aparecida (SP), os Bispos divulgaram a mensagem que aborda a questão dos Planos Municipais de Educação (PME) a serem aprovados pelos municípios brasileiros até o dia 24 de junho. Nela, atestam o “apreço ao empenho dos Conselhos Municipais de Educação” na aprovação deste plano que norteará a prática educativa nos próximos dez anos. Mas, alertam para a possibilidade de inserção da ideologia de gênero neste documento.

Atentando sobre as ameaças aos valores familiares que acarretariam da aprovação da ideologia de gênero, os Bispos dizem esperar dos “governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que garanta para as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a entendem a Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a cultura brasileira”.

Por fim, também pedem a inclusão no PME do “ensino religioso, em sintonia com a confissão religiosa da família, que tem filhos na escola”.

Confira a seguir, na íntegra, a nota dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB:

NOTA DO REGIONAL SUL 1/CNBB SOBRE IDEOLOGIA DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO

Aos Srs. Prefeitos, Presidentes e Vereadores dos Municípios, educadores e pais no Estado de São Paulo;

Nós, Bispos católicos do Estado de São Paulo (Regional Sul 1 da CNBB), no exercício de nossa missão de Pastores, queremos manifestar nosso apreço ao empenho dos Conselhos Municipais de Educação na elaboração dos Planos Municipais de Educação para o próximo decênio, a serem votados nas Câmaras Municipais. Destacamos nesses projetos, além da universalização do ensino, o empenho em colocar, como eixo orientador da educação, a inclusão social, para que uma geração nova de homens e mulheres possa se tornar construtora de uma sociedade onde todas as pessoas, grupos sociais e etnias sejam respeitados e possam participar e se beneficiar da produção dos bens materiais e culturais, numa nação cada vez mais próspera e justa. Consideramos, entretanto, oportuno e necessário esclarecer o que segue, no que se refere à ideologia de gênero, nos Planos Municipais de Educação:

A discussão dos Planos Municipais de Educação, deveria ser orientada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), votado no Congresso Nacional e sancionado em 2014 pela Presidente da República, do qual já foram retiradas as expressões da ideologia de gênero.

Os projetos enviados aos Legislativos Municipais incluíram novamente, em suas propostas, a ideologia de gênero, como norteadora da educação, tanto como matéria de ensino, como em outras práticas destinadas a relativizar a natural diferença sexual.

A ideologia de gênero, com que se procura justificar esta “revolução cultural”, pretende que a identidade sexual seja uma construção exclusivamente cultural e subjetiva e que, consequentemente, haja outras formas igualmente legítimas de manifestação da sexualidade, devendo todas integrar o processo educacional com o objetivo de combater a discriminação das pessoas em razão de sua orientação sexual.

A ideologia de gênero subverte o conceito de família, que tem seu fundamento na união estável entre homem e mulher, ensinando que a união homossexual é igualmente núcleo fundante da instituição familiar.

As consequências da introdução dessa ideologia na prática pedagógica das escolas contradiz frontalmente a configuração antropológica de família, transmitida há milênios em todas as culturas. Isso submeteria as crianças e jovens a um processo de esvaziamento de valores cultivados na família, fundamento insubstituível para a construção da sociedade.

Diante dessa grave ameaça aos valores da família, esperamos dos governantes do Legislativo e Executivo uma tomada de posição que garanta para as novas gerações uma escola que promova a família, tal como a entendem a Constituição Federal (artigo 226) e a tradição cristã, que moldou a cultura brasileira.

Pedimos ainda que seja cumprido o que dispôs o Conselho Nacional de Educação, através da Câmara de Educação Básica, que, dispõe que o ensino religioso integra a base nacional comum da Educação Básica (na resolução número 4, de 13/07/2010, em seu artigo 14, § 1, letra F).

Seja, pois, incluído nos Planos Municipais de Educação o ensino religioso, em sintonia com a confissão religiosa da família, que tem filhos na escola.

Queremos também solidarizar-nos com todos os que sofrem discriminação na sociedade. Que as escolas ofereçam uma educação que valorize a família e a prática das virtudes, acolhendo bem a todos, seja qual for a orientação sexual.

Deus abençoe a todos que trabalham na educação das crianças, adolescentes e jovens.



Aparecida, 11 de junho de 2015.

Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer

Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB



Dom Moacir Silva

Vice-Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB



Dom Tarcísio Scaramussa

Secretário do Presidente do Conselho Episcopal Regional Sul 1 – CNBB




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