21 de outubro de 2014
Análise: abertura vivida no Sínodo deve ser aplicada agora nas Igrejas locais
Livre, franco e inovador: estes foram alguns dos adjetivos utilizados pelos próprios padres sinodais para definir o primeiro Sínodo sob o pontificado de Francisco.
Eu poderia tranquilamente dizer que vivemos realmente uma experiência de “Sínodo”, um percurso solidário, um “caminho juntos”, disse Francisco no pronunciamento conclusivo.
As discussões acaloradas representaram por vezes tentações, que o Papa classificou em pelo menos quatro categorias: a do enrijecimento hostil, isto é, fechar-se dentro da lei; a do “bondosismo” destrutivo, que enfaixa as feridas sem antes curá-las e medicá-las; a tentação de descer da cruz para contentar as pessoas; e a tentação de negligenciar o “depositum fidei”, considerando-se seus proprietários.
Pessoalmente, ficaria muito preocupado e triste se não houvesse estas tentações e estas discussões animadas. Pelo contrário, vi e escutei discursos e pronunciamentos repletos de fé, de zelo pastoral e doutrinal, de sabedoria, de franqueza, de coragem. Agora temos ainda um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, as ideias propostas e encontrar soluções concretas às tantas dificuldades e inumeráveis desafios que as famílias devem enfrentar; dar respostas aos tantos desencorajamentos que circundam e sufocam as famílias, prosseguiu.
Nessas duas semanas de Sínodo, o Programa Brasileiro entrevistou diariamente os representantes brasileiros. Agora, abrimos espaço para um representante lusófono: o Presidente da Conferência Episcopal de Angola e do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar, Dom Gabriel Mbilingi.
Para o Arcebispo do Lubango, um conceito que cada vez mais ganha espaço é o de pensar a Igreja como família de famílias. Portanto, o conceito de “família alargada”, próprio do continente africano.
Dom Mbilingi também reconhece que houve certa dificuldade durante os debates entre doutrina e pastoral, mas que o Sínodo abriu uma nova dinâmica de ver as coisas e responder aos problemas com uma atitude de misericórdia. E faz votos de ver essa mesma atitude nas Conferências e dioceses.
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