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4 de fevereiro de 2011

História da Ordem de São Bento


A "Regula Benedicti" foi composta em 529 para a abadia de Montecassino, por Bento de Núrsia (480-543).
Ela preceituava a pobreza, a castidade, a obediência, a oração e o trabalho, bem como a obrigação de hospedar peregrinos e viajantes em seus mosteiros, dar assistência aos pobres e promover o ensino. Por este último motivo, ao lado dos seus mosteiros, havia sempre uma escola, razão pela qual ainda, a ordem tornou-se em um dos centros culturais da Idade Média, com as suas bibliotecas reunindo o que restara das obras e ensinamentos da Antiguidade.


Embora a fundação da ordem seja anterior a ele, considera-se que terá verdadeiramente tomado impulso a partir da reunião de vários mosteiros que professavam a regra por ele escrita, e isso muito após a sua morte. Mais tarde os monges desta ordem passaram a ser conhecidos como beneditinos.


Hoje em dia, a Ordem está espalhada por todo o mundo, com mosteiros masculinos e femininos.


Seguindo o seu exemplo e inspiração, diversos fundadores de ordens religiosas têm baseado as normas e regras de seus mosteiros na "Regra" deixada por Bento, cujo princípio fundamental é Ora et labora, o que quer dizer "Reza e trabalha."


Os mosteiros beneditinos são sempre dirigidos por um superior que, dependendo da categoria do mosteiro, pode chamar-se de prior ou abade que é escolhido pelo restante da comunidade. O ritmo de vida beneditino tem como eixo principal o Oficio Divino, também chamado de Liturgia das Horas, que se reza sete vezes ao dia, tal como São Bento havia ordenado. Junto com a intensa vida de piedade e oração, em cada mosteiro se trabalha arduamente em diversas atividades manuais, agrícolas, etc. para o sustento e o auto-abastecimento da comunidade.


Reformas da Ordem Beneditina

Durante o transcurso da sua história, a Ordem Beneditina sofreu numerosas reformas, devido à eventual decadência da disciplina no interior dos mosteiros. A primeira reforma importante foi levada a cabo por São Juan De Perez Lloma no século X; esta reforma, chamada cluniacense (nome proveniente de Cluny, lugar da França onde se fundou o primeiro mosteiro desta reforma), chegou a tomar um grande impulso, até tal ponto que durante grande parte da Idade Média praticamente todos os mosteiros beneditinos estavam sob o domínio de Cluny.


Os cluniacenses adquiriram grande poder econômico e político, e os abades mais importantes chegaram a fazer parte das cortes imperiais e papais.
Vários pontífices romanos foram beneditinos provenientes dos mosteiros cluniacenses (Alexandre II, 1061-73; S. Gregório VII, 1073-85; beato Vitor III, 1086-87; beato Urbano II, 1088-99; Pascoal II, 1099-1118; Gelásio II, 1118-19; et cétera).


Tanto poder adquirido levou à decadência da reforma cluniacense, que encontrou uma importante contraparte na reforma cisterciense, palavra proveniente de Cister (Cîteaux, em francês), na França onde se fundou o primeiro mosteiro desta reforma. São Roberto de Molesmes, S. Estevão Harding e S. Roberto de Chaise-Dieu foram os fundadores da Abadia de Cîteaux em 1098. Buscavam afastar-se do estilo cluniacense, que caíra na indisciplina e o relaxamento da vida monástica. O principal objetivo dos fundadores de Cister foi impor a prática estrita da Regra de São Benito e o regresso à vida contemplativa.


O principal impulsionador desta reforma foi S. Bernardo de Claraval (1090-1153), quem foi discípulo dos fundadores de Cîteaux, tendo ingressado ali por volta de 1108. Foi-lhe encarregada a fundação da Abadia de Claraval (Clairvaux em francês), da qual foi abade durante uns 38 anos, até sua morte. Bernardo de Claraval converteu-se no principal conselheiro dos papas, e vários dos seus monges chegaram igualmente a ocupar a Sede Pontifícia. Bernardo predicou também a Segunda Cruzada. Ao falecer levava fundados 68 mosteiros da sua ordem.


A reforma cisterciense subsiste até hoje como ordem beneditina independente, dividida igualmente em duos ramos: a Ordem Cisterciense da Comum Observância (O. Cist.) e a Ordem Cisterciense da Estrita Observância (OCSO), também conhecidos como Trapenses. São chamados também "beneditinos brancos", devido à cor do seu hábito, em contraste com os demais monges da Ordem de São Bento, chamados de "beneditinos negros".


Durante a Idade Média surgiram outras reformas importantes da Ordem Beneditina. A de S. Romualdo (†1027), quem deu começo à reforma Camaldulense. Esta reforma subsiste até hoje em dois ramos: a primeira faz parte de Confederação Beneditina (beneditinos negros); a segunda é independente, mas rege-se igualmente pela Regra de São Benito. Outra reforma importante foi a empreendida por são Juan Gualberto (†1073), quem fundou os Beneditinos de Valle Umbrosa, pelo lugar na Itália em que se construiu o primeiro mosteiro desta reforma; é igualmente hoje em dia uma congregação da Confederação Beneditina. A reforma de S. Silvestre (1177-1267), fundador dos Beneditinos de Montefano, que subsiste também hoje como congregação associada à Confederação Beneditina. A reforma do beato Bernardo Tolomei (1272-1348), que deu origem aos Beneditinos de Monte Oliveto, hoje também parte integrante da Confederação Beneditina.


Após agitados períodos da história, como a Reforma na Alemanha e os Países Baixos, a expulsão ou execução de religiosos católicos por Henrique VIII em Inglaterra, seguido do período revolucionário na França, bem como também a decadência da disciplina nos mosteiros, levou a que se dizimara a população de monges. Depois da Revolução Francesa, foi Dom Prosper Guéranger quem fez renascer a ordem beneditina em Solesmes a partir de 1833, na França.


Hábito

Na Idade Media os monges beneditinos usavam camisa de lã e escapulário. O hábito ou vestidura superior é preto, pelo qual foram chamados de monges negros, em oposição aos cistercienses, que usam túnica e escapulário branco, denominados os monges brancos.

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