Foi desenvolvido pela empresa Little iApps e recebeu há poucos dias o Imprimatur das mãos de Dom Rhodes, bispo de Fort Wayne-Southbend (Estados Unidos).
Bastou a informação divulgada que vários órgãos de imprensa começaram a deturpar o que se concedeu dizendo que agora é possível se confessar pelo iPhone.
Em vista disso é necessário que todos nós possamos fazer uma oportuna reflexão:
O aplicativo Confession para iPhone e outras novas tecnologias similares pode ajudar a fazer o exame de consciência preparatório à Confissão, mas nunca poderia substituir o diálogo pessoal entre o penitente e o sacerdote.
O que é a confissão?
O Código de Direito Canônico ensina que:
“No sacramento da penitência, os fiéis que confessam os seus pecados ao ministro legítimo, arrependidos e com o propósito de se emendarem, alcançam de Deus, mediante a absolvição dada pelo ministro, o perdão dos pecados cometidos após o batismo, e ao mesmo tempo se reconciliam com a Igreja, à qual ofenderam pelo pecado”(cf. c. 959).
Portanto a confissão é um sinal externo, como sacramento que é, em que o fiel pecador se aproxima do presbítero e do bispo e pede a graça da absolvição de todos e de cada um de seus pecados. Para que isso aconteça é necessário que o fiel tenha:
Consciência de que é pecador e que precisa da reconciliação com Deus;
Que faça um exame de consciência preciso e uma análise de todos e de cada um de seus pecados;
Que tenha a vontade de se arrepender de seus pecados e não mais pecar;
Que esteja disposto a cumprir a penitência que lhe for imposta pelo confessor. A penitência consiste sempre em alguma obra de religião, piedade ou caridade, a ser realizada por quem pecou(cf. c. 1340).
Muitos poderiam dizer que a confissão é difícil porque tem dificuldade de se confessar com o padre que trabalha em sua paróquia porque é seu amigo ou conhecido. Devemos lembrar o que diz a lei da Igreja: “Todo fiel é livre de se confessar ao confessor legitimamente aprovado, que preferir, mesmo de outro rito”(c. 991).
Para a validade do sacramento da penitência é essencial compreender bem que o sacramento da Penitência requer necessariamente a relação de diálogo pessoal entre penitente e confessor, assim como a absolvição por parte do confessor presente. Este contacto pessoal, este diálogo entre o penitente e o confessor não pode ser substituído por nenhum aplicativo informático. Portanto, não se pode falar de “Confissão pelo iPhone’”. Numa sociedade globalizada e informatizada como a hodierna em que muitos fiéis utilizam suportes informáticos para ler e refletir (e inclusive textos para rezar), não se pode excluir que uma pessoa faça sua reflexão de preparação à Confissão tomando a ajuda de instrumentos digitais. Isso de forma parecida ao que se faz em muitas regiões, com textos e perguntas escritas em papel, que ajudam os fiéis a examinar a consciência
Para os fiéis católicos deve ficar claro que nada substitui a confissão auricular, no contato próximo entre o penitente e o seu confessor, padre ou bispo. Louvamos a iniciativa da Little iApps, que deixa claro que o aplicativo está pensado para ajudar na preparação à Confissão, oferecendo roteiro de exame de consciência, guia passo a passo do sacramento, ato de contrição e outras orações.
Lembremos que, na confissão, o padre ou o bispo tem o ministério de médico e de juiz e que deve guardar o sigilo sacramental da confissão que é inviolável, por isso, não é possível nenhuma confissão que seja pessoal e irretratável. Que Deus nos ajude a um amor profundo pela confissão e pela busca sempre da amizade com Deus e com a Igreja.
Que nossas paróquias tenham dias e horários estabelecidos para o atendimento de confissões individuais de nossos fiéis que querem o reencontro com Deus!
Fonte: Padre Wagner Augusto Portugal
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