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29 de agosto de 2012

Fé E Razão III

FÉ E RAZÃO
I) SEMPRE E EM TODAS AS PARTES, como vimos. É a conclusão de Eric Dingwall, um dos melhores, talvez o melhor parapsicólogo no sentido de levantamento da fenomenologia parapsicológica ao longo da história: “Os fenômenos parapsicológicos hão sido assinalados em todas as épocas e em todos os povos. As descrições que chegaram até nós são fundamentalmente idênticas, embora as interpretações sejam muito diferentes nas diversas civilizações” Diversíssimas Interpretações, geralmente sobrenaturais, de fenômenos idênticos.

Como não sabiam explicar a Telecinesia, fenômeno hoje conhecidíssimo, surgiu a lenda religiosa de que São Luís numa oportunidade obrigou o demônio a segurar-lhe o livro de oração. Duplo disparate: errado conceito de demônio e errado SN.

É o cúmulo do preconceito o dos “cientistas estabelecidos” de Europa e América que negam os fatos…, que nunca estudaram!

Por outro lado devemos insistir em que são fenômenos espontâneos, incontroláveis. O grande ilusionista Robert Houdin descreve com todos os detalhes as maravilhas que os “profissionais” pretendem dominar. E esses casos Houdin conseguiu explicá-los como meras técnicas e truques do Ilusionismo.

Nunca se insistirá suficientemente em que para ser bom parapsicólogo há que ser também experto, ao menos teórico, em Mágicas, especialmente para não ser enganado por farsantes que se atribuem controle de tal ou qual tipo de fenômeno parapsicológico.

Espontâneo, mas muitíssimas vezes real. “Sempre e em todas as partes”.

II) IMPORTÂNCIA DOS FATOS. Embora não admitido pelos “cientistas estabelecidos” é manifesto e inegável: a maioria esmagadora dos escravos mantiveram suas crenças apesar da proibição severíssima pelos senhores, porque presenciavam continuamente os fenômenos do Candomblé, Macumba, etc.

Hoje muitos especialistas conhecedores de Parapsicologia insistem nisso. Por exemplo Samuel Vilar, pastor evangélico e bom parapsicólogo: “É o caso que o espírita convicto e as seitas argumentam contra os opositores de todas as religiões com extraordinária vantagem (…) Para todos nós, evangélicos, é mistério, é fé num Livro e numa Revelação longínqua”. Para o convicto espírita, seitas etc., é prova experimental. “Eles não crêem, vêem” Por isso, “o único argumento (…) é demonstrar (…) o que são realmente os fenômenos parapsicológicos (…) e suas causas”.

Pena que pelo preconceito protestante deixou de lado os fenômenos verdadeiramente SN, até hoje, que comprovam, aliás o único argumento suficiente e necessário, o Judaísmo antigo e o Catolicismo.

Daniel Dunglas Home, o mais destacado e talvez insuperável na realização de fenômenos parapsicológicos, escreveu com referência a quando agia como Médium espírita: “Ao passo que as Igrejas estão perdendo seus fiéis (…), eu atraio (Com seus fenômenos) mais conversos às grandes verdades da imortalidade do que todas as confissões cristãs juntas, tornando impossíveis as idéias materialistas e atéias, infelizmente tão preponderantes nas classes educadas”.

Pouco depois, o insuperado Home, após muita reflexão e estudo declarou que nenhum Médium, menos o Médium do que qualquer outra pessoa, podia acreditar sinceramente que seus fenômenos se devessem aos espíritos dos mortos. Assim, completamente decepcionado com o Espiritismo, iniciou uma longa peregrinação como Swenderborgista, da “New Church”, Metodista, Congregacionista etc., porque continuamente ouvia falar de milagres (SN) em todas essas denominações religiosas e seitas. Mas nenhum o convenceu… Até que por fim presenciou e estudou verdadeiros milagres (SN), e teve sincera e profunda conversão ao Catolicismo desde então até o fim da sua piedosa vida.

III) TENTATIVA DE DEFINIÇÃO.
Ora, como incluir numa definição toda essa “vasta categoria, profundamente heteróclita”?

No CLAP sempre propomos uma definição a título de orientação: “Parapsicologia é o conjunto dos ramos da ciência que têm por objeto a constatação e análise dos fenômenos à primeira vista inexplicáveis, mas que, de início, ofereçam a possibilidade, mesmo que pareça remota, de dever-se a faculdades humanas”.


A Micro-Parapsicologia da Escola Norte-Americana nem sequer sabe que o Laboratório e o intento de aplicar a Estatística Matemática inibem os fenômenos parapsicológicos, e que os mais destacados fenômenos nunca surgirão nessas circunstâncias.

Alguns esclarecimentos:

1) Usamos o termo “ciência”. É completamente apriorística, falsa, a afirmação de que só seria ciência se todos os fenômenos estudados pudessem ser repetidas com êxito igual em iguais circunstâncias. Ciência é o estudo da realidade do nosso mundo, regular ou espontânea, material ou imaterial… E a metodologia científica deve adaptar-se ao que a realidade exigir, não é científico pretender modificar a realidade, exigir que se adapte à metodologia usada no estudo das coisas materiais e regulares.

2) “Conjunto dos ramos da ciência”. É evidente a necessidade de colaboração interdisciplinar para poder estudar a realidade, de todos os ângulos, sem miopias…

3) “Possibilidade… faculdades humanas”: não afirmamos que de fato sempre derivem das faculdades humanas, nem que seja obrigatória a constatação prévia de que derivam delas. Em todos esses fenômenos há um homem, mesmo que seja considerado bruxo, feiticeiro, médium, endemoninhado, faquir, santo… Ou, ao menos, há uma testemunha. Sempre intervém o homem ao menos para comprovar ou testemunhar. Até certo ponto sempre cabe perguntar-se: Tal fenômeno não se deverá a faculdades ocultas do próprio homem?

4) Neste ponto, outra consideração importante: Contra a Micro-Parapsicologia ou Escola Norte-Americana (Concentrada nos laboratórios e Experiências Quantitativas para medir com estatística matemática), reclamam com toda razão muitos parapsicólogos das outras escolas na linha da Escola Européia, que agora também engloba a antiga Escola Russa. Primeiro porque o laboratório e intento de compridas repetições (Experiências Quantitativas) inibem a manifestação dos fenômenos parapsicológicos e alguns absolutamente nunca surgirão nessas circunstâncias.

A Micro–Parapsicologia nada diz sobre os fenômenos de Ocultismo, Espiritismo, Feitiçaria (HP), Curandeirismo (Psicohigiene), Seitas etc., etc. Precisamente os fenômenos que mais ocorrem e que, portanto, mais interessam. Nada, ou erradamente, respondem a tão freqüentes perguntas, às vezes angustiantes, do público.

É por isso que ultimamente já alguns pesquisadores que pertenciam a Escola Norte-Americana, como Rhea White, Harvey Irwin e outros, cada vez mais, Inclusive a própria esposa de Rhine, Dra. Louise E. Rhine, estão se abrindo à “Escola Européia”, dedicando-se ao estudo dos Casos Espontâneos e observando os resultados de Experiências Qualitativas. Fora do laboratório e da estatística matemática.

A Micro-Parapsicologia nada sabe responder nem sequer sobre os fenômenos do Espiritismo, apesar de que a Parapsicologia surgiu precisamente para verificar e interpretar cientificamente esses fenômenos.

IV) CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS.Repetindo: a Parapsicologia estuda todos os fenômenos misteriosos relacionados com o homem. Contra a opinião da “Micro-Parapsicologia (Escola Norte-Americana), a verdadeira Parapsicologia, Escola Européia, não se limita aos fenômenos não-sensoriais = Para-Normais (PN). Nem só aos fenômenos sensoriais, Extra-Normais (EN), como pretendia a antiga Escola Russa. De acordo com a tradicional Escola Eclética e Teórica Européia, além dos fenômenos PN e EN a Parapsicologia estuda também os fenômenos Supra-Normais (SN), fenômenos que após criterioso estudo tem que reconhecer que claramente superam as faculdades humanas. E procura as Aplicações Práticas… E tira as Conseqüências Teóricas, filosóficas e relacionadas com a religião.

Acabo de aludir às conseqüências… religiosas. Para ser mais exato: À ciência corresponde estudar todos os fatos observáveis de nosso mundo. À religião compete à doutrina, sobrenatural, inobservável… e revelada se antes a ciência demonstrou que foi revelada, não inventada, “assinada” por verdadeiros milagres (SN). Os fenômenos SN são fatos. Falsos ou verdadeiramente SN interessam à religião, mas não corresponde diretamente à religião seu estudo e veredicto, senão à Parapsicologia.

De outro ângulo, os fenômenos parapsicológicos se dividem em Fenômenos de Efeitos Psíquicos, de Efeitos Físicos e de Efeitos Mistos.
A PESQUISA
Tratando-se de fatos e das teorias deles decorrentes, já é tempo de não negar em nome da ciência ou interpretá-los em nome da religião sem prévio estudo especializado. Já é tempo que surjam especialistas perfeitamente preparados para entrar por estes difíceis mas importantíssimos problemas. E isso sem serem obrigados a reduzir-se ao laboratório e estatística matemática como a Micro-Parapsicologia.

Franz Antom Mesmer, o inventor e divulgador do Magnetismo Animal, ou Mesmerismo, erro superado pelo conceito de Hipnotismo.

I) “ANTEPASSADOS PLEBEUS”. Estamos aludindo aos antigos assim chamados “iniciados” do Egito, da Índia etc., aos ocultistas, ao Magnetismo Animal e, superado esse erro, aos pioneiros do Hipnotismo, etc. Todas essas pesquisas isoladas sobre alguns fenômenos parapsicológicos podemos chamá-las “pré-história”. “Toda ciência teve seus antepassados plebeus. A Química é filha da Alquimia, a Astronomia é filha da Astrologia”.
II) TENTATIVAS CIENTÍFICAS. Foi o Espiritismo quem deu o principal ensejo para que alguns sábios se decidissem a estudar com intenção científica os fenômenos parapsicológicos.

Aos 2 anos do nascimento do Espiritismo moderno, o arcebispo de Canterbury, Edward White Benson, funda a “Cambridge Ghost Society”. A Sociedade logo fracassa…

Em 1860 Frederic Myers e Henri Sidgwick pretendem examinar diversos fenômenos. Os seus métodos de pesquisa nestes dificílimos temas logo aparecem deficientes.

Em 1879, a “Dialectical Society” de Londres não chegará a publicar suas pesquisas, por defficientes.

Por fim, depois de 1870, um sábio bem conhecido e Prêmio Novel em Física, William Crookes, comunica às observações que, durante vários anos, fez sobre os prodígios realizados por Kathy Fox, uma duas irmãs que deram origem ao Espiritismo moderno, e pelo mais famoso dos médiuns, Daniel Dunglas Home. Estas são as primeiras observações sérias e sistemáticas, com intenção científica sobre numerosos fenômenos parapsicológicos. Mas por algumas falhas, a pesquisa não foi bem aceita, apesar de também ter grandes méritos.

III) NASCE UMA NOVA CIÊNCIA. Deveriam passar ainda mais 13 anos, 62 desde o nascimento do Espiritismo, para que Frederic Myers e Henri Sidgwick, com a ajuda de Gurney, Podmoore e muitos outros… Tivessem êxito na fundação da “Sociedade de Pesquisas Psíquicas” (SPR) de Londres. Foi em 1882. Os mais destacados sábios de Europa colaboraram nas pesquisas com a SPR.


Prestigiosa Universidade de Leyden, na Holanda, também com pesquisas e cátedra de Parapsicologia.

As pesquisas foram uma verdadeira revolução para o ambiente materialista da ciência estabelecida. Os parapsicólogos falavam em psiquismo, e até asseguravam que determinados fenômenos não podiam explicar-se senão pressupondo-se uma alma espiritual. Interessavam-se pelos fenômenos surgidos no Espiritismo e pelos chamados endemoninhados. Debruçavam-se na pesquisa dos supostos milagres e até concluíram que no Judaísmo antigo e depois no Catolicismo ha verdadeiros SN. Etc., etc. Tudo isso que os “cientistas estabelecidos” aprioristicamente nem consideravam.

Grande parte da “ciência estabelecida” manifestou-se decididamente contra as pesquisas de Parapsicologia, e alguns erros graves em que caíram os primeiros pesquisadores alentaram mais ainda aos contraditores.

Criou-se um ambiente de polêmica muito prejudicial ao progresso das pesquisas. O grande apriorismo dos cientistas estabelecidos, como bem analisa Charles Richet, prêmio Nobel em Fisiologia, consistia em julgar impossível qualquer fenômeno extraordinário por o considerar contrário à ciência: “Não é comum nem repetível à vontade, então não é científico” (!?)

Metapsíquica e Parapsicologia. A nova ciência usou vários nomes. Hoje, sem que se tenha conseguido perfeita uniformidade, prevalece o nome Metapsíquica para as pesquisas mais antigas, a partir de 1882. E reserva-se o nome Parapsicologia para designar a ciência moderna e contemporânea, a partir de 1930, especialmente.

O reconhecimento oficial como ciência data de 1953, após o “Primeiro Congresso Internacional de Parapsicologia”, celebrado na “Universidade Real de Utrecht”, Holanda.
Nessa mesma data e Universidade surgiu a primeira cátedra de Parapsicologia. Posteriormente foram-se multiplicando as cadeiras universitárias de Parapsicologia em muitos países.

E a Parapsicologia é reconhecida pela Unesco e pela “Sociedade Internacional para o Avanço da Ciência”.

Sociedades atuais. Muitas. Destaquemos o “Institut Métapsychique International” (I.M.I.), em Paris, do que foram presidentes os prestigiosos parapsicólogos Charles Richet e Eugene Osty, instituto fundado por Gustave Geley não menos importante pesquisador.


Eugene Osty, um dos mais destacados, ou talvez o melhor, dos primeiros anos da Parapsicologia, fundador e diretor do IMI, Instituto de Metapsíquica Internacional ainda existente, em Paris.

É um dever destacar também a “Società Italiana di Parapsicologia”, em Roma; “Centro di Studi Parapsicologici”, em Bolonha; “Comitê Belgue pour I’Investigation Scientifique des Phénomènes Reputés Paranormaus”, em Bruxelas; “Studievereniging voor Psychical Research”, em Amsterdam; “Instituts für Grenzgebiete der Wissenschaft” (IGW), em Innsbruck, importante principalmente pelos trabalhos do padre Andreash Resch, seu diretor; “Parapsichological Institute of the Real University” de Utrecht, na Holanda, fundado e dirigido por W. H. C. Tenhaeff, destacado parapsicólogo; “Parapsichological Institute” da Universidade de Freiburg im Breisgau” (Alemanha), importante principalmente pelos trabalhos de seu fundador e diretor Hans Bender.
Etc. etc. Em muitas Universidades há pesquisa e ensino de Parapsicologia. Seria prolixo e inclusive inviável citar todas as instituições de Parapsicologia, embora não resista a citar o “CLAP em Portugal” fundado por María Luisa Albuquerque; o “CLAP em Paraguay” fundado pelo excelente parapsicólogo Miguel Torri; o “CLAP em São Leopoldo”, fundado pelo Pe. Aripe, da Universidade Riograndense do Vale Rio dos Sinos, em São Leopoldo e Porto Alegre (RS); Etc.. Fazem questão de considerar-se como se fossem filiais do CLAP de São Paulo, comprometendo-se a seguir sua línea.

E como em anteriores parágrafos destacamos alguns nomes, é obrigatório render homenagem ao melhor parapsicólogo de todos os tempos. Como é que havendo falecido a 5 de Maio de 1758, quando nem o nome Parapsicologia existia, ele nos seus escritos mostra saber toda a Parapsicologia moderna, orienta para tudo o que a Parapsicologia ainda está querendo saber…, e nunca erra? Com 19 anos já foi convocado para orientar, e convenceu a todos, os participantes de um conclave internacional da Igreja Católica. Estamos falando de Próspero Lambertini, depois papa Bento XIV. Houve um fenômeno parapsicológico SN, de ciência infusa.

Hans Bender, fundador e diretor do “Instituto de Parapsicologia” principalmente para o estudo de Psicohigiene (os poderes que os curandeiros se atribuem), na Universidade de Freiburg im Breisgau, e catedrático de Parapsicologia na mesma Universidade.

A MODO DE CONCLUSÃO
Acertadamente o grande parapsicólogo Pe. Gerard Frei proclama: Por cima da Teologia, Filosofia, Psicologia, Psiquiatria, Antropologia, História, Arqueologia e qualquer outro ramo da ciência, “a Parapsicologia é o ramo da ciência atual que mais contribui ao maior conhecimento do homem” e mesmo dos temas transcendentes com ele relacionados.
E o Prêmio Novel Henri Bergson junto com Werner Keller esperam que a Parapsicologia, “esta nova ciência recuperará o tempo perdido” por séculos de numerosas confissões religiosas irracionais, por um lado, e do materialismo por outro.
E por esses motivos, deduz e confirma Harry Price, professor na Universidade de Oxford: A Parapsicologia é “o mais importante campo de pesquisa jamais empreendido pelo homem, e é dever de todo cientista familiarizar-se com ela”.

Assim como Charles Richet titulou a Parapsicologia como “a grande esperança”, o célebre filósofo católico Gabriel Marcel concretiza: “A revolução na ciência causada pela Parapsicologia fará que ninguém possa ser materialista e abrirá a prisão em que o agnoticismo e ateísmo encerraram a humanidade”.

Acabamos de tocar o tema da transcendência. É importantíssimo estabelecer cientificamente se há milagres (SN), e estabelecer a diferença entre verdadeiros e falsos milagres. Neste sentido terminamos com a exortação, entre tantas que poderíamos citar, do grande parapsicólogo Pe. Giovanni Battista Alfano junto com o Pe. Antônio Bruers: “Aproveitamos a ocasião, nós, sacerdotes católicos (…) para exortar vivamente nossos colegas no sacerdócio (e todos os agentes de pastoral e educadores) a cultivar o estudo da Parapsicologia (…) Devemos antes de mais nada reconhecer a realidade dos fatos parapsicológicos (humanos) para depois poder demonstrar em que medida (…) são diferentes as manifestações bíblicas, agiográficas e mesmo hoje, de claro caráter Supra-Normal” (SN) e assim poder fazer pastoral e ensinar Religião racionalmente.

Fonte: CLAP

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