Como Comunhão frequente entende-se a Comunhão que se faz todas as vezes que é possível e de harmonia com os desejos e possibilidades de cada um.
Primitivamente a Comunhão recebia-se muito raramente, muito poucas vezes ao ano e, quando se pensou que seria possível e bom recebê-la mais vezes, vieram os Jansenistas com as suas heresias, a dizerem que ninguém era digno de comungar, e poucas pessoas o poderiam fazer mais que uma ou duas vezes por ano.
Esta heresia afetou profundamente os católicos de toda a Europa e até das Américas.
A Igreja então pregou aos católicos de todo o mundo que a Comunhão nos dá um alimento que fortalece a nossa vida nesta peregrinação até à vida eterna.
A Comunhão não é apenas um prémio para uma vida de santidade, mas uma força contra o pecado e uma garantia de vida de santidade.
Nos nossos tempos, a par de uma maior possibilidade de Comunhão frequente, graças às facilidades da Igreja e à fé e amor do Povo de Deus, estamos a cair no risco de uma heresia oposta à dos Jansenistas, segundo a qual toda a gente se julga digna e capaz de comungar sem um mínimo de conhecimento, de preparação e de fé, talvez por uma grande falta de pregação da Igreja acompanhada de estímulo Eucarístico.
Há cerca de meio século, havia frequentes Congressos Eucarísticos, a nível mundial e outros a nível nacional e diocesano, com óptimas oportunidades de pregação insistente e prática de vida íntima Eucarística.
Talvez fosse bom retomar estas práticas, a nível diocesano ou nacional, pela sua necessidade e utilidade e, sobretudo, como contra força para a corrente de leviandade e de corrupção dos costumes dos nossos jovens, a quem falta sobretudo o bom exemplo e as boas ocasiões para uma mentalização espiritual e Eucarística.
Mas, numa linha de Comunhão frequente vem a propósito lembrar que, ordinariamente, a Comunhão frequente só é permitida uma vez por dia, segundo a tradicional lei da Igreja.
Todavia, pode haver circunstâncias em que se pode comungar uma segunda vez no mesmo dia.
Sem contar o caso dos sacerdotes que têm que celebrar mais que uma missa e, portanto, comungar mais que uma vez, também os fiéis podem comungar uma segunda vez nas seguintes circunstâncias :
- Em Missas com um rito especial, como é a Missa de casamento, de baptizado ou dos doentes com especial cerimónia de unções, e Missa Vespertina.
Assim, quem tomar parte numa destas missas num sábado de manhã, poderá voltar a comungar nesse mesmo dia na Missa Vespertina.
E quem comungou de manhã pode voltar a comungar de novo numa missa de casamento à tarde.
- Se alguém for desempenhar qualquer papel ministerial, como por exemplo o de Leitor, ou Ministro da Eucaristia numa segunda Missa, também pode comungar uma segunda vez.
E o Direito Canónico diz apenas que aquele que recebeu a Comunhão, só pode recebê-la outra vez no mesmo dia, dentro da celebração eucarística. (Cân.917).
Em 1984 a Comissão do Vaticano para a interpretação do Direito Canónico, estabeleceu que mesmo a Comunhão na Missa, não pode ser recebida mais de duas vezes por dia.
Portanto, os Católicos devem entender que a Comunhão faz parte integral da Celebração Eucarística.
Se isto é verdade para toda a gente, torna-se mais importante para todos aqueles que têm algum papel na liturgia ministerial.
A Igreja, todavia, está muito alerta para que este privilégio da Comunhão frequente não se converta numa superstição de coleccionar Comunhões.
Comungar frequentemente deve gerar naqueles que o fazem, um maior amor e maior intimidade com Deus e, consequentemente, uma reforma na sua vida e um grande amor ao próximo.
Os confessores e diretores espirituais, têm a seu cargo, a formação das pessoas, especialmente nesta linha de Comunhão Frequente.
COMUNHÃO ESPIRITUAL
A Comunhão Espiritual é um ato interior, consciencioso e sério, de desejar receber a Sagrada Comunhão, ou, mais especificamente, de se unir ao Senhor, e que normalmente deve acompanhar a própria Comunhão Sacramental.
Todavia a Comunhão Espiritual pode ser feita sem a Comunhão sacramental, apenas por palavras, ou pensamentos interiores de uma íntima união com Cristo, em qualquer momento, que não deixará de conceder as Suas bênçãos.
A Comunhão Espiritual, não é tão divulgada hoje, em virtude da facilidade e frequência da Comunhão Sacramental.
Mas, em tempos passados, há 800 ou 900 anos atrás, era mais comum.
E ainda não vai muito longe o tempo em que a Comunhão Sacramental, para algumas pessoas, era recebida algumas vezes na vida, para outras, apenas no tempo da Páscoa.
Nesses tempos, uma Comunhão Espiritual tinha muito mais sentido.
Todavia, nos nossos tempos de hoje ainda se pode fazer com frequência a Comunhão Espiritual como desejo de maior união e intimidade com Deus, ao longo dos dias da nossa vida.
Noutras circunstâncias, até a Comunhão Espiritual é o único meio de união e intimidade com Deus, por exemplo, para quem não guardou uma hora de jejum eucarístico, para quem vive numa situação de irregularidade perante a Igreja, que o mesmo é dizer para com alguns dos Sacramentos, ou até para quem pratica outra religião.
Mas uma coisa não substitui a outra, isto é, a Comunhão Espiritual não substitui ou dispensa a Comunhão sacramental, sempre que esta é possível.
Uma visita ao Santíssimo Sacramento é uma boa oportunidade para se fazer uma Comunhão Espiritual.
Fonte: Universo Católico
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