Pelo que tenho notado, conversado e observado ao longo destes anos como catequista, pelos contatos com catequistas de alguns estados e por onde ja andei em palestras e cursos de formação sobre a catequese em diversas cidades, posso enumerar alguns vícios e situações que muitos colegas catequistas me apresentarão. Não tenho a fórmula certa para melhorar, mas é bom que reflitamos a respeito do que vou enumerar e também, possamos acrescentar situações além destas que estou colocando abaixo:
- A maioria dos catequistas tem boa vontade, mas muitos não têm formação adequada. São jogados aos leões. Por isso, duram algum tempo e depois, desistem.
- Alguns coordenadores acham que formação é apenas doutrina. Então, preparam cursos e retiros voltados apenas para a teologia e conteúdos. Esquecem de outros aspectos como o trato com as pessoas, a resolução de conflitos, e o poder e a motivação que qualquer catequista deve ter;
- Em algumas comunidades, não há renovação. Os coordenadores são os mesmos a muito tempo. Isso é ruim. Alguns procedem de forma autoritária, sem diálogo, paciência e sem visão de equipe. Prejudicam o trabalho e impedem o surgimento de outras lideranças. Inibem o surgimento de novas idéias;
- Muitos padres não participam e não apóiam a catequese. Não freqüentam os encontros nem para uma visita. Não participam das reuniões com pais e raramente aparecem nas formações de catequistas nem para dar um “oi” ou fazer uma acolhida. Isso desanima os catequistas e as coordenações. A presença do Padre é fundamental para o bom andamento da catequese. Ele não precisa ser o dono de tudo, mas como pastor, é importante que se faça presente, atuante, se dispondo a ouvir os anseios, partilhando soluções, incentivando e encorajando os catequistas. Quando ele não faz isso, a catequese fica mais vulnerável;
- Alguns catequistas pensam que catequese é aula de escola. Não é, nunca foi e nem deve ser. Escola é uma coisa, catequese é outra. Mesmo assim, catequistas não conseguem diferenciar e imitam exatamente o que acontece em qualquer escola normal, contrariando inclusive o que pede o Diretório Nacional da Catequese;
- Falta oração. A correria do dia-a-dia às vezes, faz até mesmo os catequistas esquecerem de rezar. Não há catequese sem reza, sem oração, nem que sejam apenas cinco minutos por dia. Um pai nosso, rezado com calma, dura 30 segundos. Junto com uma ave-maria, não dá mais do que um minuto. Será que não temos um minuto num dia para uma oração? Como fazer com que os jovens e crianças rezem se nós catequistas estamos falhos deste quesito?
- A catequese não é uma empresa. Ela não precisa de resultados práticos, concretos, rápídos. Os seus resultados são abstratos. Os frutos são colhidos ao longo do tempo, não de hoje para amanhã. Por isso, não esperemos grandes mudanças em curto prazo nos nossos jovens e crianças. Pensemos apenas que estamos fazendo a nossa parte, com a maior alegria possível, no intuito de indicar um caminho e não impor uma doutrina. É assim que devemos pensar;
- A distância da catequese com os grupos de jovens das comunidades, é algo ruim. Catequese e grupo de Jovens deveriam andar juntos. Jovem evangelizando jovem é bacana. Mas, alguns grupos, parecem mais grupos “terceirizados” do que propriamente, grupos de Igreja. Não se misturam com medo de interferência. Em compensação, em algumas paróquias, existe certo preconceito com os jovens, como se eles não fossem suficientemente preparados para um trabalho tão importante como o da catequese. Por isso existe o afastamento, o que é muito ruim para todos.
São algumas reflexões que trago à tona, para que possamos refletir.
A catequese é muito importante para ser tratada e chamada de “chatequese”, ainda mais quando vejo e acompanho o empenho e a dedicação de milhares de catequistas, para fazê-la melhor e mais próxima da realidade.
Não sejamos os chatos, mas sim os animadores.
Não sejamos os crentes, carolas ou coisas deste tipo, mas sim, evangelizadores.
Tenhamos a crença de que o caminho que estamos indicando é o melhor. Vivamos também este caminho, com coragem.
Não nos percamos com bobagens e não pensemos em desistir por causa de coisas pequenas no trato com as outras pessoas.
Não nos deixemos nos abater por causa da falta de interesse dos pais e dos jovens e crianças. Eles precisam do nosso ardor.
Não sufoquemos nossas intenções por causa de ausência dos padres nestes encontros. Aprendamos a conviver com isso, e deixemos claro nos encontros com eles, o quanto são importantes. A igreja precisa também de mais sacerdotes.
Não nós entreguemos a “CHATEQUESE”.
Abaixo a “CHATEQUESE”. Que não precisemos ouvir mais isso, de criança alguma.
O nosso compromisso é fazer a catequese cada vez melhor. Portando todos os CATEQUISTAS devem ser CONSCIENTES, não banalizar nossos encontros,mas sim enriquece-los cada vez mais.
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