Numa Comunidade Paroquial, há atividades distribuídas: catequese, liturgia, cursos bíblicos, pré-matrimoniais, etc.
Ora, estas tarefas de evangelização, ao serem desempenhadas por membros de cada paróquia, levam a que valorizemos cada um pelo que dá. E é justo e humano que o façamos.
Há diversos tipos de paróquias: grandes, pequenas, antigas e cheias de tradições, outras modernas, outras ainda urbanas e rurais.
Mas todas elas devem ser:
1. Catequéticas - Que ensinem a conhecer a fé, a amadurecê-la e desenvolvê-la.
2. Litúrgicas - onde se celebram ao longo do ano litúrgico, os mistérios de Deus (Advento,
Natal e Pentecostes) pela celebração da Eucaristia e dos diversos sacramentos (Baptismo, Confirmação, Matrimonio, Ordem).
3. Comunidades de amor e serviço aos outros - onde todos e cada um se devem sentir irmanados em Cristo e, como Ele, viver em autenticidade a fraternidade, a solidariedade e o espírito de serviço para com os mais necessitados, os que sofrem, os marginalizados e a terceira idade.
4. Comunidades evangelizadoras - que à luz do Evangelho de Cristo se preocupem em ser testemunho autêntico no meio da sociedade,
do bairro onde vivem, do local de trabalho, e transmitem essa força salvadora, humanizadora e libertadora que vem de Cristo.
Mas para que isto resulte é necessário que cada um de nós se despoje do egoísmo pessoal, dos interesses sociais, e seja na verdade testemunho autêntico de cristão. E aqui, há duas perguntas fundamentais que ponho à reflexão de cada um:
1 - Qual é, de fato o serviço que as comunidades paroquiais prestam aos doentes?
2 - O que é que poderia ser feito por essas mesmas comunidades?
Refletindo sobre estas duas questões verifica-se que:
» O serviço aos doentes é feito quase só pelos sacerdotes e por alguns paroquianos que para isso sentem vocação ou sentido pastoral.
» A maior parte das vezes este serviço limitase ao momento final da vida, na administra-ção dos últimos sacramentos, verificando-se
que faltou, anteriormente, uma presença humana e cristã, amiga, por parte da paróquia junto do enfermo.
Numa análise sintética, o que acontece com grande número de pessoas falecidas é o seguinte:
» Um aviso à paróquia por parte da agência funerária (a maior parte das vezes) ou da família;
» Se visitar a família do defunto, o sacerdote informa-se sobre a duração da doença e o local de hospitalização;
» Se esteve em casa, não recebeu atenção religiosa, para não assustar o doente com a ideia da morte;
» Se esteve no hospital, terá tido a assistência do capelão;
» Nalguns casos chama-se o sacerdote para o sacramento da santa unção;
» Em muitos casos, realiza-se uma pastoral mais ampla que a sacramental.
» No caso do doente hospitalizado este recebe atenção por parte do capelão hospitalar, mas sente-se afastado da comunidade paroquial.
Assim é necessário:
» Valorizar o doente como membro ativo da comunidade;
Tomar a comunidade responsável pela atenção pastoral ao doente, pela criação
» Não se limitar à administração dos sacramentos e breves visitas;
» Coordenar a ação da comunidade cristã;
» Vinculá-la com o Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde para a orientação, formação e coordenação.
Todos nós devemos ter presente esta situação concreta na nossa vida: a enfermidade.
Ninguém se pode dela alhear e há assim toda a razão para nos referirmos com propriedade a esta “Pastoral da saúde”.
Contudo, podemos afirmar que a presença da Igreja no mundo dos doentes é muito pobre; reduz-se a uns quantos sacerdotes e aos capelães dos hospitais e à boa vontade de alguns paroquianos - vivendo o resto da Igreja despreocupado desta situação.
Aqui faço uma chamada de atenção para a palavra “IGREJA”. Há tendência para dela nos alhearmos, como se a nós não se referisse,
esquecendo-nos de que a Igreja somos todos nós os que nos dizemos cristãos.
As comunidades paroquiais, quando servem o doente, fazem no como a um ser isolado.
É por isso que acontece que aqueles que viveram integrados numa comunidade paroquial, quando atingidos pela doença se sentem marginalizados por essa comunidade.
Numa informação do Secretariado Nacional da Pastoral da Saúde, apresentada à XXV Assembleia Plenária da Conferência Episcopal
Espanhola lia-se:
“A Pastoral da Saúde, dentro das comunidades paroquiais, ocupa hoje em dia, de um modo geral, um lugar acidental e supletivo
dentro do conjunto de atividades paroquiais. Fundamenta-se ainda, com frequência, em critérios puramente sacramentalistas, de consolação e assistência, paternalistas e individualistas. Acresce ainda que nem o
doente se sente integrado na paróquia nem esta matem uma ligação estreita com os doentes no domicílio ou no hospital.”
É possível que tudo isto aconteça porque, na maioria das nossas paróquias, não se encontrem os traços característicos de verdadeiras
comunidades; não passam de paróquias territoriais, sociologicamente cristãs. Felizmente, os leigos já vão despertando para este sentido comunitário e a participação e corresponsabilidade nas actividades da comunidade se vão tomando um facto.
Assim só nos resta uma opção bem definida: fazer das nossas paróquias verdadeiras comunidades, que sejam o fundamento do próprio conceito de Igreja.
Comunidades nas quais:
» A relação entre os mesmos seja uma relação pessoal, na fé, na esperança e no amor;
» A integração se fundamente na liberdade e a vida comunitária seja o resultado de uma experiência cristã vivida em unidade;
» Todos nos sintamos igualmente responsáveis;
» A igualdade e a fraternidade sejam um facto;
» Apareça claramente a sua dimensão aberta
e evangelizadora.
E aqui pergunto-me: que Igreja quis Jesus?
Ele anunciou o Reino: aceitou todos, não
recusou ninguém. Foi ao encontro dos marginalizados, dirigiu a sua mensagem aos pobres, ofereceu a salvação sem distinguir ninguém e negou toda a segregação. Hoje, mais do que nunca, a Igreja tem de recuperar a realidade de Povo de Deus, a sua realidade
comunitária:
Ser povo e assembleia convocados por Deus;
» Ter a vivência do amor no serviço ao próximo;
» Povo livre, que celebra a sua libertação
diante do Senhor.
» Comunidade em que o Espírito suscita os
diferentes carismas e mistérios.
E será assim que os doentes não serão mais uns marginalizados que vamos visitar de vez em quando, mas sim membros vivos da comunidade que, pela sua própria situação, vivem a fé, celebram a libertação de Cristo e se unem no amor com todos os outros e
se comprometem com a comunidade e com o mundo.
Serão eles os mensageiros da esperança como ‘’testemunhas’’ de Cristo que vem, serão os anunciadores do mundo que há-de vir, pela sua dor, pelas suas esperanças e desilusões, pela sua fé e pela celebração dos sacramentos.
Ora, estas tarefas de evangelização, ao serem desempenhadas por membros de cada paróquia, levam a que valorizemos cada um pelo que dá. E é justo e humano que o façamos.
Há diversos tipos de paróquias: grandes, pequenas, antigas e cheias de tradições, outras modernas, outras ainda urbanas e rurais.
Mas todas elas devem ser:
1. Catequéticas - Que ensinem a conhecer a fé, a amadurecê-la e desenvolvê-la.
2. Litúrgicas - onde se celebram ao longo do ano litúrgico, os mistérios de Deus (Advento,
Natal e Pentecostes) pela celebração da Eucaristia e dos diversos sacramentos (Baptismo, Confirmação, Matrimonio, Ordem).
3. Comunidades de amor e serviço aos outros - onde todos e cada um se devem sentir irmanados em Cristo e, como Ele, viver em autenticidade a fraternidade, a solidariedade e o espírito de serviço para com os mais necessitados, os que sofrem, os marginalizados e a terceira idade.
4. Comunidades evangelizadoras - que à luz do Evangelho de Cristo se preocupem em ser testemunho autêntico no meio da sociedade,
do bairro onde vivem, do local de trabalho, e transmitem essa força salvadora, humanizadora e libertadora que vem de Cristo.
Mas para que isto resulte é necessário que cada um de nós se despoje do egoísmo pessoal, dos interesses sociais, e seja na verdade testemunho autêntico de cristão. E aqui, há duas perguntas fundamentais que ponho à reflexão de cada um:
1 - Qual é, de fato o serviço que as comunidades paroquiais prestam aos doentes?
2 - O que é que poderia ser feito por essas mesmas comunidades?
Refletindo sobre estas duas questões verifica-se que:
» O serviço aos doentes é feito quase só pelos sacerdotes e por alguns paroquianos que para isso sentem vocação ou sentido pastoral.
» A maior parte das vezes este serviço limitase ao momento final da vida, na administra-ção dos últimos sacramentos, verificando-se
que faltou, anteriormente, uma presença humana e cristã, amiga, por parte da paróquia junto do enfermo.
Numa análise sintética, o que acontece com grande número de pessoas falecidas é o seguinte:
» Um aviso à paróquia por parte da agência funerária (a maior parte das vezes) ou da família;
» Se visitar a família do defunto, o sacerdote informa-se sobre a duração da doença e o local de hospitalização;
» Se esteve em casa, não recebeu atenção religiosa, para não assustar o doente com a ideia da morte;
» Se esteve no hospital, terá tido a assistência do capelão;
» Nalguns casos chama-se o sacerdote para o sacramento da santa unção;
» Em muitos casos, realiza-se uma pastoral mais ampla que a sacramental.
» No caso do doente hospitalizado este recebe atenção por parte do capelão hospitalar, mas sente-se afastado da comunidade paroquial.
Assim é necessário:
» Valorizar o doente como membro ativo da comunidade;
Tomar a comunidade responsável pela atenção pastoral ao doente, pela criação
» Não se limitar à administração dos sacramentos e breves visitas;
» Coordenar a ação da comunidade cristã;
» Vinculá-la com o Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde para a orientação, formação e coordenação.
Todos nós devemos ter presente esta situação concreta na nossa vida: a enfermidade.
Ninguém se pode dela alhear e há assim toda a razão para nos referirmos com propriedade a esta “Pastoral da saúde”.
Contudo, podemos afirmar que a presença da Igreja no mundo dos doentes é muito pobre; reduz-se a uns quantos sacerdotes e aos capelães dos hospitais e à boa vontade de alguns paroquianos - vivendo o resto da Igreja despreocupado desta situação.
Aqui faço uma chamada de atenção para a palavra “IGREJA”. Há tendência para dela nos alhearmos, como se a nós não se referisse,
esquecendo-nos de que a Igreja somos todos nós os que nos dizemos cristãos.
As comunidades paroquiais, quando servem o doente, fazem no como a um ser isolado.
É por isso que acontece que aqueles que viveram integrados numa comunidade paroquial, quando atingidos pela doença se sentem marginalizados por essa comunidade.
Numa informação do Secretariado Nacional da Pastoral da Saúde, apresentada à XXV Assembleia Plenária da Conferência Episcopal
Espanhola lia-se:
“A Pastoral da Saúde, dentro das comunidades paroquiais, ocupa hoje em dia, de um modo geral, um lugar acidental e supletivo
dentro do conjunto de atividades paroquiais. Fundamenta-se ainda, com frequência, em critérios puramente sacramentalistas, de consolação e assistência, paternalistas e individualistas. Acresce ainda que nem o
doente se sente integrado na paróquia nem esta matem uma ligação estreita com os doentes no domicílio ou no hospital.”
É possível que tudo isto aconteça porque, na maioria das nossas paróquias, não se encontrem os traços característicos de verdadeiras
comunidades; não passam de paróquias territoriais, sociologicamente cristãs. Felizmente, os leigos já vão despertando para este sentido comunitário e a participação e corresponsabilidade nas actividades da comunidade se vão tomando um facto.
Assim só nos resta uma opção bem definida: fazer das nossas paróquias verdadeiras comunidades, que sejam o fundamento do próprio conceito de Igreja.
Comunidades nas quais:
» A relação entre os mesmos seja uma relação pessoal, na fé, na esperança e no amor;
» A integração se fundamente na liberdade e a vida comunitária seja o resultado de uma experiência cristã vivida em unidade;
» Todos nos sintamos igualmente responsáveis;
» A igualdade e a fraternidade sejam um facto;
» Apareça claramente a sua dimensão aberta
e evangelizadora.
E aqui pergunto-me: que Igreja quis Jesus?
Ele anunciou o Reino: aceitou todos, não
recusou ninguém. Foi ao encontro dos marginalizados, dirigiu a sua mensagem aos pobres, ofereceu a salvação sem distinguir ninguém e negou toda a segregação. Hoje, mais do que nunca, a Igreja tem de recuperar a realidade de Povo de Deus, a sua realidade
comunitária:
Ser povo e assembleia convocados por Deus;
» Ter a vivência do amor no serviço ao próximo;
» Povo livre, que celebra a sua libertação
diante do Senhor.
» Comunidade em que o Espírito suscita os
diferentes carismas e mistérios.
E será assim que os doentes não serão mais uns marginalizados que vamos visitar de vez em quando, mas sim membros vivos da comunidade que, pela sua própria situação, vivem a fé, celebram a libertação de Cristo e se unem no amor com todos os outros e
se comprometem com a comunidade e com o mundo.
Serão eles os mensageiros da esperança como ‘’testemunhas’’ de Cristo que vem, serão os anunciadores do mundo que há-de vir, pela sua dor, pelas suas esperanças e desilusões, pela sua fé e pela celebração dos sacramentos.
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