29 de agosto de 2014
Estejamos vigilantes ante ameaças à liberdade religiosa nos Estados Unidos, pede Arcebispo
O Arcebispo de Baltimore (Estados Unidos), Dom William Lori, advertiu que, em meio da crescente e violenta perseguição religiosa no Oriente Médio e na África, é vital para os cristãos nos Estados Unidos permanecerem vigilantes de suas próprias liberdades.
“Não estou fazendo predições apocalípticas, mas acredito que devemos estar vigilantes”, assinalou o Prelado. “É fácil ver que as ameaças à liberdade religiosa no ocidente estão começando a oprimir mais e mais a religião”.
Dom Lori é presidente da comissão ad hoc sobre liberdade religiosa da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, e é o capelão supremo dos Cavalheiros de Colombo.
Para o Prelado, há dois desafios principais em relação à liberdade religiosa nos Estados Unidos, e o primeiro é a crescente opinião popular de ver a religião como um assunto puramente privado.
Em declarações ao Grupo ACI no começo de agosto, durante a Convenção Suprema dos Cavalheiros de Colombo, na Florida (Estados Unidos), Dom Lori criticou que a religião seja reduzida apenas à liberdade de culto e criticou o sentimento de que “enquanto estás na Igreja, faças o que queiras, mas não penses em trazer os teus valores religiosos para a espera pública, no teu trabalho, na discussão política”.
Esta mentalidade de “liberdade de culto” é a raiz do problema da liberdade religiosa no ocidente, disse o Arcebispo, e o outro maior desafio é a visão reduzida da pessoa humana.
“A relação da pessoa com Deus e com a fé é considerada como uma limitação, é vista como um tipo de imposição da pessoa humana”, explicou, “e que para ser livre, precisa estar livre de Deus e livre da religião, portanto a liberdade religiosa na sociedade já não é mais um valor”.
Estes problemas de fundo então tomam muitas formas, desde mandatos federais e estatais restringindo os direitos de consciência com respeito à anticoncepção, a várias ameaças que expõem os avanços do “matrimônio gay”, disse.
A importância de ser vigilantes e conscientes de uma potencial perseguição religiosa a nível doméstico pode ser difícil de ver, quando esta toma uma forma muita mais violenta e visível em outros países, reconheceu.
O Arcebispo indicou que é difícil que as pessoas se convençam deste perigo “porque as Igrejas são abertas aqui, as ações de caridade católicas estão funcionando, ninguém está sendo preso, e por isso as pessoas dirão ‘qual é o problema aqui?’”.
Mas embora tenha ocorrido pouca ou nula violência física no ocidente, os problemas que a liberdade religiosa enfrenta aqui não são menos reais, disse.
“As ameaças são mais sutis (no ocidente), muita gente nem sequer as percebe, acontecem burocraticamente, ou legislativamente ou judicialmente”, disse.
O Prelado assinalou que “em outras partes do mundo é sangrenta, violenta, aberta, mas em ambos os casos é uma negação dos direitos de consciência, é uma negação da liberdade fundamental da pessoa a relacionar-se com Deus”.
“Temos que manter a chama da fé e da liberdade vivas, como um ato de solidariedade com aqueles que estão sofrendo tão terrivelmente ao redor do mundo”, indicou.
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