O serviço de cooperação internacional da Ordem Hospitaleira de São João de Deus informou que no sábado faleceu na Monrovia (Libéria), o irmão Patrick Nshamdze, diretor do Hospital São José, infectado pelo vírus ebola que já provocou cerca de 890 mortes na África Ocidental.
O irmão Patrick Nshamdze tinha 52 anos de idade e 23 de profissão religiosa. Foi diagnosticado com o vírus Ebola em 29 de julho, depois de duas semanas da doença.
Informou-se que o hospital São José, da Monrovia, permanece fechado e com mais cinco religiosos em quarentena. Os infectados são dois irmãos de São João de Deus e três irmãs missionárias da Imaculada Conceição. Também está em observação o administrador do hospital, natural de Gana.
Conforme informou a ONG João Cidade, só o pessoal do Ministério da Saúde da Libéria pode ter acesso ao centro assistencial, mas no momento preferiu evitar todo contato com os doentes, pela situação.
O superior geral da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, Pe. Jesus Etayo, fez um apelo para que se intensifiquem as orações por todos os afetados, agradeceu também pela ajuda material concreta que estão recebendo mediante as organizações não governamentais.
Por outro lado, informou-se que o médico norte-americano Kent Brantly, contagiado pelo ebola, está sendo tratado em um hospital de Atlanta (Estados Unidos). O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doença deste país, Tom Frieden, disse que o paciente mostra sinais de "melhora".
Até o momento esta doença provocou 358 falecidos na Guiné; 255 falecidos na Libéria; em Serra Leoa se registraram 273 mortos; enquanto que na Nigéria se registrou um segundo caso de contágio confirmado e suspeita-se que há outros três infectados.
A doença
O vírus ebola foi diagnosticado pela primeira vez em 1976 em duas epidemias simultâneas ocorridas em Nzara (Sudão) e Yambuku (República Democrática do Congo). A aldeia onde aconteceu o segundo surto está situada perto do rio Ebola, que dá nome ao vírus.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as epidemias de doenças causadas pelo vírus ebola têm uma taxa de letalidade que pode chegar aos 90 por cento.
Os surtos acontecem principalmente em aldeias remotas da África central e ocidental, perto da selva tropical. O vírus “se introduz na população humana por contato direto com órgãos, sangue, secreções ou outros líquidos corporais de animais infectados”. Na África se documentaram casos de infecção associados à manipulação de chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, bonitos, antílopes infectados que foram encontrados mortos ou doentes na selva.
O vírus se propaga nas populações humanas por transmissão de pessoa a pessoa.
Até o momento “não há vacina contra o ebola. Várias estão sendo testadas, mas nenhuma está ainda disponível para uso clínico. Os casos graves requerem cuidados intensivos. Os doentes costumam ficar desidratados e necessitar de reidratação por via intravenosa ou oral com soluções que contenham eletrólitos. Também não há nenhum tratamento específico, embora estejam sendo avaliados novos tratamentos farmacológicos”, indica a OMS.
Para ajudar o Hospital São José com as suas doações, acesse: http://www.sjcatholichospital.com/es/
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