A primeira pergunta respondida pelos candidatos no debate presidencial foi elaborada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) a respeito do projeto da Coalizão pela Reforma Política Democrática - entregue nesta tarde aos candidatos por Dom Raimundo Damasceno Assis, presidente da instituição.
Todos os candidatos agradeceram a oportunidade e se mostraram favoráveis e receptivos ao projeto. Confira a pergunta e o posicionamento dos candidatos por ordem de resposta:
Pergunta: Conhecem o projeto de reforma política encampado pela CNBB. Que opinião têm dos pontos: impedir financiamento de campanha por empresas privadas, eleições em dois turnos, maior participação das mulheres e regulamentação do artigo 14 da Constituição (sobre voto universal e secreto)?
Respostas:
José Maria Eymael (PSDC)
Para responder, quero fazer uma breve história da democracia cristã e da minha história. Nasci em Porto Alegre e comecei a trabalhar com 14 anos de idade. Estudei em escola pública e depois recebi uma bolsa de estudos. Me formei em filosofia e direito. Sou de família católica e cresci e me desenvolvi nos quadros da Igreja.
Aécio Neves (PSDB)
Estou imensamente feliz de estar aqui mais uma vez na casa de Nossa Senhora de Aparecida. A minha proposta de governo, que tenho debatido intensamente, nós debatemos uma reforma política que enxugue o quadro partidário, instaure o voto distrital misto e ponha um fim à reeleição, assegurando maior isonomia nas eleições.
Marina Silva (PSB)
Hoje há uma forte impressão que os políticos não representam o povo. Daí a necessidade de uma reforma política, com uma melhoria das instituições políticas. Defendemos o financiamento público de campanha. Vamos considerar o conjunto dessas propostas para fazer um debate a altura do processo político da sociedade brasileira.
Dilma Rousseff (PT)
Tenho certeza de que precisamos de uma profunda reforma política por meio de um plebiscito. Concordo com o fim do financiamento por empresas, quero o financiamento público de campanhas e o fim das coligações proporcionais. Acredito que essa reforma política tem de renovar e transformar os partidos políticos existentes.
Eduardo Jorge (PV)
Eu vi e recebi das mãos do Dom Raymundo o seu texto e concordo. Não só o financiamento por empresas. Já estou praticando isso. Não concordamos com o voto distrital misto, como no modelo alemão. Não concordo mas já mandei a resposta ao Dom Raymundo com as propostas do PV. Entre elas, temos as propostas do Voto facultativo, a proposta do Parlamentarismo (...).
Luciana Genro (PSOL)
Não só o PSOL concorda como foi parceiro da elaboração dessa proposta de reforma política da CNBB e de outras entidades. Nós entendemos que o financiamento de campanha de empresas causam relações perigosas que estamos vendo se reproduzirem agora na Petrobras, envolvendo grandes empreiteiras e partidos.
Pastor Everaldo (PSC)
Já apresentamos em 2011 o fim do voto obrigatório, somos a favor do voto facultativo. Somos 100% favoráveis ao fim das coligações proporcionais. Somos a favor do fim da compra do tempo de TV. Cada partido tem seu tempo, e quem se associa com ele, se associa pelo programa e não para agregar tempo de campanha.
Levy Fidelix (PRTB)
Nós somos contra a obrigatoriedade do voto, que pode ser comprado, e faz com que eleitores sejam cooptados pelas feras dos grandes candidatos. As doações também são problemáticas, pois são um investimento das empresas e só são feitas para partidos que têm chances de ganhar.
Fonte: a12.com
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