Essa interrogação, primeiro de tudo, denota uma íntima fé na vida eterna, no paraíso. De fato, nós fomos ensinados que depois da morte nos espera a vida eterna, junto com Deus, no paraíso, se quisermos.
Isso já nos foi transmitido a partir do Antigo Testamento, através do livro da Sabedoria (presente somente na versão católica da Bíblia).
Ali lemos:
Os justos vivem para sempre, recebem do Senhor sua recompensa, cuida deles o Altíssimo (Sabedoria 5,15).
Com o Novo Testamento e a pregação de Cristo se sublinha a fé na ressurreição dos mortos. E neste caso os textos são vários:
* Mateus 22,31-32: Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos declarou:
Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas
sim de vivos;
* João 11,25-26: Jesus disse: “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá”;
* Romanos 8,11: E se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos dará vida também a vossos corpos mortais, mediante o seu Espírito que habita em vós.
* 1Tessalonicences 4,13-14: Irmãos, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também os que morreram em Jesus, Deus há de levá-los em sua companhia.
Quanto à morada jundo de Deus, foi o próprio Cristo que disse que nos preparia um lugar:
Na casa de meu Pai há muitas moradas.
Se não fosse assim, eu vos teria dito, pois vou prepar-vos um lugar... (João 14,2).
No último livro da Bíblia se especifica como é essa morada: Eis a tenda de Deus com os homens.
Ele habitará com eles; eles serão o seu povo, e ele, Deu-com-eles, será o seu Deus. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais (Apocalipse 21,3-4).
Esses textos dão uma breve síntese da teologia bíblica sobre a Vita Eterna, sobre a ressurreição. Contudo tenho certeza que você não ficou satisfeito com a resposta.
Talvez não existe uma resposta.
De fato é um mistério da nossa fé e se o mistério pudesse ser explicado não existiria mais.
O filósofo Pascal dizia que normalmente, no ambiente humano, precisamos conhecer as coisas para amá-las, mas, na esfera divina, precisamos, invés, amar para conhecê-las.
É nesse sentido que devemos ler quanto diz João na sua primeira carta:
Amados, desde já somos filhos de Deus, mas o que nós seremos ainda não se manisfestou.
Sabemos que por ocasião desta manifestação seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é.
Fonte: Luis Rosa; Bacharelado em Filosofia (1990 - Instituto Filosófico Franciscano) e teologia em Jerusalém (1994 - Istituto teologico Ierosolumitano). Mestrado em Ciências Bíblicas no Pontífico Instituto Bíblico de Roma (2000) e candidado ao doutorado pelo mesmo instituto (2002). Professor no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (1995 e 2001). Desde 2009, professor de Information Technology na Pontifícia Universidade Antonianum.
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