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8 de junho de 2012

Oração: Experiência de fé


 Falar a Deus em colóquio amigável, descoberto e livre, em atitude de abertura no olhar, no escutar e no esperar, tem a ver com o ser de Deus e com a pergunta sobre Deus; e é a situação ideal para captar o mais possível a realidade de Deus, pois no rezar se exprime o constitutivo da experiência da fé, qualquer que ela seja. Mas também tem a ver com a essência do ser humano e com as suas relações constitutivas. 
Ao rezar, o orante não só pressupõe o ser de Deus, mas também exprime a idéia de si próprio: entende-se não como um ser fechado na imanência, dentro dos limites do humano, mas como aberto para uma dimensão transcendente.
O rezar a Deus é, para além de muitas outras coisas, uma forma de ser humano; é uma forma de o ser humano se experimentar, se perceber genuinamente e se exprimir linguísticamente.
Na Bíblia a oração, além de ser a forma mais densa de captar o ser de Deus, ao vê-lo revelado definitivamente na total comunhão com o ser humano, na pessoa de Jesus, foi a maneira excelente de o ser humano expressar a sua tendência a superar-se, na procura da transcendência.
Viu-se como um ser para o divino, um ser que se realiza na relação com Deus.
Porque a fé do povo bíblico acredita que Deus por própria iniciativa dirigiu aos humanos a sua palavra e lhes revelou o seu ser e a sua vontade, está convicta de que o ser humano pode falar com Deus.
Porque entendia que Deus interpelava o povo criticamente, amigavelmente, salvíficamente, aprofundou a certeza de que Deus é alguém que se pode ouvir e invocar.
No caminho da história dos homens com Deus, a oração bíblica constituiu, pois, um aspecto da captação e da correlativa revelação da imagem de Deus, mas também uma expressão da essência do ser humano.
Para a fé bíblica, a oração é uma realidade tão espontânia que nem se discutia o seu sentido e a sua motivação. Surge como algo óbvio, insistindo-se sem cessar em não relaxar essa naturalidade.
Esta naturalidade compreende-se bem se temos em conta que o povo de Israel vivia num ambiente cultural e religioso, o do antigo próximo oriente em que a oração era um ingridiente normal da vida humana.
Não se pensa que em Israel ela foi uma realidade inédita e original, As muitas formas de oração dos povos de onde Israel era originário e no cruzamento dos quais vivia, isto é, os sumérios, acádicos, babilônios, assírios. hititas, cananeus e egípcios, estão abundantemente documentados.
O que se pode dizer é que a oração do povo bíblico seguiu um percurso próprio que culminou na de Jesus, que estabeleceu o mais perfeito traço de união da humanidade com Deus.


Fonte: Eduardo Rocha Quintella Bacharel em Teologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora Minas Gerais

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