A liturgia nos propôs uma certa visão da cruz; não obstante todos os esforços, essa permanece como uma visão dolorosa e, sobretudo, fixa sobre os sentimentos de arrependimento e compaixão.
No momento culminante da liturgia de hoje (adoração da cruz), a cruz nos é apresentada como “o lenho do qual pendeu a salvação do mundo”.
Nos cantos que acompanham o beijo da cruz por parte do fiéis, Jesus se dirige ao homem pecador dizendo:
“Meu povo, em que te contristei, em que foi que te faltei? Responde-me!
A CRUZ PARA A IGREJA PRIMITIVA
Este é um momento sugestivo da liturgia da Igreja; mas quando repensamos este momento à luz da tradição antiga cristã, acontece um incômodo; não podemos nos firmar na dor, na compaixão.
Para as primeira gerações cristãs, a cruz não era tanto “o lenho do qual pendeu Jesus”, mas “o lenho sobre o qual Cristo reinou”(S.Justino).
Os pagãos não conseguiram, com seu sarcasmo, fazer com que os cristãos se envergonhassem da cruz.
“O próprio nome da cruz, escrevia um pagão famoso (Cícero), deve ser mantido longe dos olhos e dos pensamentos dos cidadãos romanos; descrever uma morte tão humilhante em presença de pessoas de bem, é coisa imoral e inconveniente.
São Paulo escrevia aos primeiros cristãos:
“Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6,14). De São Paulo, a Igreja recolhe este sentimento da cruz-glória e o traduz de muitos modos na liturgia, na teologia e na arte.
Dizia S.Cirilo de Alexandria:
“Qualquer ação de Cristo é motivo de glória para a Igreja Católica, mas a glória das glórias é a cruz”.
Os crucifixos antigos não exprimem angústia, mas calma, majestade e realeza. Sobre a cruz, como repetiu tantas vezes S.João, Cristo é glorificado = reina. O senhorio de Cristo se revela na ressurreição, mas se apoia sobre a cruz.
A teologia mais perfeita da Sexta-feira Santa é aquela traçada por S.João no Apocalipse:
Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor”(Ap 5,12). Pela obediência da cruz, Cristo penetra com sua potência do Espírito, na Igreja e no mundo.
De fato, não se trata mais simplesmente do Verbo que, no princípio, era Deus e por meio do qual todas as coisas foram feitas (cf. Jo 1,ss). Trata-se de Jesus Cristo, do Filho do homem que, enquanto homem e novo Adão, agora é Senhor do céu e da terra, e não um simples retorno àquilo que era no princípio. Obs.: A cruz é uma novidade até para Deus.
ATUALIZAÇÃO DO MISTÉRIO DA CRUZ
Qual deve ser a postura daquele que crê neste dia? Com certeza deve mergulhar na dor de Cristo, deixar-se compenetrar e impressionar-se, mas também, não permanecer somente nesta postura. A dor é somente um sinal; a realidade significada é o seu amor por nós. E, diante da prova suprema do amor de Cristo (não existe maior amor do que dar a vida pela pessoa amada), não se pode dar o primado a compaixão e nem a compunção; o primado deve ser da gratidão e da alegria. “Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que n’ Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16); “entregou-se a si mesmo por mim” Gl 2,20) = estas frases de João e Paulo são frases com um ponto exclamativo, exprimem estupor. Diante da nossa compaixão, Jesus poderia dizer: é tudo o que sabes dar-me em resposta? Quem ama não quer ser compadecido mas reamado, isto é, como não reamar alguém que tanto nos amou? Paulo dia: “Se alguém não ama o Senhor, merece ser excomungado (anatema sit) (cf. 1Cor 16,
CONCLUSÃO:
Esta é a verdadeira adoração espiritual da cruz, que é a adoração da sua potência salvadora e também do imenso amor do qual ela é sinal. Portanto, gratidão, amor.
Estupor, mas também esperança. Deus deu seu próprio Filho por nós todos, como não nos dará qualquer outra coisa junto Dom Ele? Quem acusará os eleitos de Deus? Quem nos separará do amor de Cristo?
Obs.: Ler com muita entonação HINO AO AMOR em Rm 8,31-39.
Verdadeiramente, hoje, em nosso coração, resplende o mistério da cruz!!
No momento culminante da liturgia de hoje (adoração da cruz), a cruz nos é apresentada como “o lenho do qual pendeu a salvação do mundo”.
Nos cantos que acompanham o beijo da cruz por parte do fiéis, Jesus se dirige ao homem pecador dizendo:
“Meu povo, em que te contristei, em que foi que te faltei? Responde-me!
A CRUZ PARA A IGREJA PRIMITIVA
Este é um momento sugestivo da liturgia da Igreja; mas quando repensamos este momento à luz da tradição antiga cristã, acontece um incômodo; não podemos nos firmar na dor, na compaixão.
Para as primeira gerações cristãs, a cruz não era tanto “o lenho do qual pendeu Jesus”, mas “o lenho sobre o qual Cristo reinou”(S.Justino).
Os pagãos não conseguiram, com seu sarcasmo, fazer com que os cristãos se envergonhassem da cruz.
“O próprio nome da cruz, escrevia um pagão famoso (Cícero), deve ser mantido longe dos olhos e dos pensamentos dos cidadãos romanos; descrever uma morte tão humilhante em presença de pessoas de bem, é coisa imoral e inconveniente.
São Paulo escrevia aos primeiros cristãos:
“Quanto a mim, não aconteça gloriar-me senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Gl 6,14). De São Paulo, a Igreja recolhe este sentimento da cruz-glória e o traduz de muitos modos na liturgia, na teologia e na arte.
Dizia S.Cirilo de Alexandria:
“Qualquer ação de Cristo é motivo de glória para a Igreja Católica, mas a glória das glórias é a cruz”.
Os crucifixos antigos não exprimem angústia, mas calma, majestade e realeza. Sobre a cruz, como repetiu tantas vezes S.João, Cristo é glorificado = reina. O senhorio de Cristo se revela na ressurreição, mas se apoia sobre a cruz.
A teologia mais perfeita da Sexta-feira Santa é aquela traçada por S.João no Apocalipse:
Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor”(Ap 5,12). Pela obediência da cruz, Cristo penetra com sua potência do Espírito, na Igreja e no mundo.
De fato, não se trata mais simplesmente do Verbo que, no princípio, era Deus e por meio do qual todas as coisas foram feitas (cf. Jo 1,ss). Trata-se de Jesus Cristo, do Filho do homem que, enquanto homem e novo Adão, agora é Senhor do céu e da terra, e não um simples retorno àquilo que era no princípio. Obs.: A cruz é uma novidade até para Deus.
ATUALIZAÇÃO DO MISTÉRIO DA CRUZ
Qual deve ser a postura daquele que crê neste dia? Com certeza deve mergulhar na dor de Cristo, deixar-se compenetrar e impressionar-se, mas também, não permanecer somente nesta postura. A dor é somente um sinal; a realidade significada é o seu amor por nós. E, diante da prova suprema do amor de Cristo (não existe maior amor do que dar a vida pela pessoa amada), não se pode dar o primado a compaixão e nem a compunção; o primado deve ser da gratidão e da alegria. “Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que n’ Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16); “entregou-se a si mesmo por mim” Gl 2,20) = estas frases de João e Paulo são frases com um ponto exclamativo, exprimem estupor. Diante da nossa compaixão, Jesus poderia dizer: é tudo o que sabes dar-me em resposta? Quem ama não quer ser compadecido mas reamado, isto é, como não reamar alguém que tanto nos amou? Paulo dia: “Se alguém não ama o Senhor, merece ser excomungado (anatema sit) (cf. 1Cor 16,
CONCLUSÃO:
Esta é a verdadeira adoração espiritual da cruz, que é a adoração da sua potência salvadora e também do imenso amor do qual ela é sinal. Portanto, gratidão, amor.
Estupor, mas também esperança. Deus deu seu próprio Filho por nós todos, como não nos dará qualquer outra coisa junto Dom Ele? Quem acusará os eleitos de Deus? Quem nos separará do amor de Cristo?
Obs.: Ler com muita entonação HINO AO AMOR em Rm 8,31-39.
Verdadeiramente, hoje, em nosso coração, resplende o mistério da cruz!!
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