“Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam” (Jo 6, 11).
Multiplicação dos pães... quantas vezes já lemos estes textos ou reflexões sobre o milagre dos pães e dos peixes. Nesse tempo pascal o tema vem bem a calhar. Temos sempre em mente o que se passou no albergue de Emaús. Quando Jesus tomou o pão, olhou para o céu os olhos de Cléofas e de seu companheiro se abriram. Ali havia um alimento vital e vitalizador. Era a Eucaristia.
Belo ver pessoas em volta de uma mesa de refeição. Há essas coisas simples. Dois amigos, uma família, um pequeno grupo em torno da mesa. As coisas feitas com gosto, os pratos simples, mas preparados com atenção. E a alegria do convívio. Pessoas que se estimam, pessoas que têm o coração cheio de verdadeiro amor não comem por comer, mas fazem do comer uma celebração do bem querer. Os corações se abrem, revelações são feitas, o que estava mais oculto pode vir à tona na convivência comensal. Há mesmo culturas que sabem fazer da refeição um ritual: a chegada, o aperitivo, os pratos, a sobremesa, o licor e sobretudo o todo apontando para a alegria do encontro.
Jesus vê a multidão que vem ao deserto. Pede que os discípulos os alimentem.
Estes afirmam que não conseguem com o pouco que têm alimentar tanta gente.
Jesus toma os pães que lhes são trazidos e a multidão come à saciedade.
A lição que sempre foi tirada deste episódio é esta:
o pouco que cada um tem colocado sob o olhar de Deus é multiplicado.
O pouco que cada um traz pode saciar a muitos.
Os discípulos de Jesus, hoje também, são encarregados de partir o pão para a humanidade faminta: essa gente da periferia, esses habitantes dos espaços públicos, esses pobres de países pobre dirigidos por ditadores sem coração.
Os cristãos são solidários e adeptos de todos os movimentos de partilha.
Rejeitam o capitalismo selvagem e a manipulação dos mercados.
Ninguém pode deixar de preparar a mesa para os famintos.
Esse milagre é pedido de todos os seres humanos.
E há a mesa da Eucaristia. Flores, toalha, pão, vinho... Pena que esses símbolos falem pouco. Mas os discípulos do Senhor que se estimam celebram a mesa do Pão da vida. Trazem a matéria para a celebração: a vida, o júbilo, a gratidão, a família, os sonhos, as dores. Tudo isso se junta ao oferecimento de Cristo entre nós.
Felizes os que podem celebrar com rosto sincero e coração grato a ceia do Senhor.
Fonte: Frei Almir R Guimarães
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