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27 de setembro de 2012

Primeira Carta Aos Coríntios 5,1-13 - entendendo melhor o texto

 1 Todos dizem que entre vocês existe imoralidade, e tal imoralidade que não se encontra nem mesmo entre os pagãos, a ponto de uma pessoa conviver com a mulher do seu pai.
2 E vocês se enchem de orgulho, ao invés de ficarem tristes, para que o autor desse mal seja eliminado do meio de vocês.
3 Pois bem! Ausente de corpo, mas presente de espírito, como se estivesse presente, eu já fiz o julgamento daquele que fez isso.
4 Em nome de nosso Senhor Jesus, vocês e o meu espírito reunidos em assembléia com o poder de nosso Senhor Jesus,
5 vamos entregar esse homem a Satanás; humanamente ele ficará arrasado, mas o seu espírito será salvo no dia do Senhor.
6 O motivo do orgulho que vocês têm não é coisa digna! Vocês não sabem que um pouco de fermento leveda a massa toda?
7 Purifiquem-se do velho fermento, para serem massa nova, já que vocês são sem fermento. De fato, Cristo, nossa páscoa, foi imolado.
8 Portanto, celebremos a festa, não com o velho fermento, nem com fermento de malícia e perversidade, mas com pães sem fermento, isto é, na sinceridade e na verdade.
9 Em minha carta, escrevi para vocês não se relacionarem com gente imoral.
10 Não quis dizer que vocês devem separar-se dos imorais deste mundo, ou dos avarentos, ladrões e idólatras; se assim fosse vocês teriam que sair deste mundo!
11 Não! Escrevi que vocês não devem associar-se com alguém que traz o nome de irmão, e no entanto é imoral, avarento, idólatra, caluniador, beberrão ou ladrão. Com pessoas assim, vocês não devem nem sentar-se à mesa.
12 Por acaso, compete a mim julgar aqueles que estão fora? Não são os de dentro que vocês devem julgar? 13 Deus é quem vai julgar os que estão fora. Afastem do meio de vocês o homem mau.

- Explicando o Texto 

 Paulo recrimina um comportamento que nem mesmo a lei judaica e o direito romano tolerariam.
" Entregar a Satanás " significa expulsar da comunidade. 
Desse modo, o imoral tomará consciência de sua culpa e poderá arrepender-se; assim a comunidade se livrará do mau exemplo que provocaria contágios. Paulo usa a imagem do fermento em sentido oposto ao dos Evangelhos (cf. Mt13,33). Ele não deseja que a comunidade seja uma espécie de gueto no mundo; trata-se de viver no mundo sem estar comprometido com o mundo (cf. Jo 17,14-15)

O que é Coríntios?


Corinto era uma rica cidade comercial, com mais de 500.000 habitantes, na maioria escravos. 

Nesse porto marítimo se acotovelava gente de todas as raças e religiões à procura de vida fácil e luxuosa, criando ambiente de imoralidade e ganância. 
A riqueza escandalosa de uma minoria estava ao lado da miséria de muitos. 
Surgiu, inclusive, uma expressão: «Viver à moda de Corinto», que significava viver no luxo e na orgia.
Paulo, entre os anos 50 e 52, permaneceu aí durante dezoito meses (At 18,1-18) e fundou uma comunidade cristã formada por pessoas da camada mais modesta da população (1Cor 1,26-28).
A primeira carta aos Coríntios foi escrita em Éfeso, provavelmente no ano 56. 
A comunidade já estava reproduzindo, de certa maneira, o ambiente vivido na cidade toda. Ela também estava dividida: os grupos brigavam entre si, cada um se apoiando na autoridade de algum pregador do Evangelho. Por isso, o primeiro objetivo de Paulo na carta é restabelecer a unidade, advertindo que o único líder é Cristo, e este não está dividido. Paulo aproveita da situação para traçar um retrato do verdadeiro agente de pastoral (1Cor 1-4). 
Depois, passa a denunciar os escândalos que pervadem a comunidade: incesto, julgamento em tribunais pagãos e a imoralidade, e vai elaborando uma teologia do corpo: este é o templo do Espírito Santo (1Cor 5-6).
Em seguida, responde a diversas perguntas formuladas pelos coríntios. 
Na primeira série, procura orientar os cristãos sobre os estados de vida (1Cor 7): matrimônio ou celibato? divórcio ou indissolubilidade? 
o que pensar da virgindade? como devem comportar-se os noivos? 
as viúvas podem se casar de novo? 
Em tudo isso, onde está a originalidade cristã? 
Ao responder sobre a questão da carne sacrificada aos ídolos (1Cor 8-10), ele coloca o fundamento da verdadeira liberdade cristã: o respeito aos outros.
A carta também apresenta normas para que haja ordem e autêntico culto cristão nas assembléias litúrgicas (1Cor 11-14): entra na debatida questão do véu das mulheres; denuncia as diferenças de classe nas celebrações eucarísticas, e aí é taxativo: Eucaristia sem amor fraterno é impossível. 
Salienta igualmente que os carismas que fervilham na comunidade só têm sentido quando estão a serviço dos irmãos e se estão subordinados ao dom maior, que é o amor.
Por fim (1Cor 15), citando exemplos da natureza e da próxima ressurreição de Cristo, demonstra que a ressurreição dos corpos é inquestionável: o cerne da fé é a certeza de que a vida vence a morte.




Extraído da  Biblía Sagrada  edição pastoral

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