A inveja, o ciúme e a disputa do poder estão em toda parte.
A ética profissional exige que cada um reconheça a gestão de seus colegas de profissão. Muito mais isto deveria acontecer entre os membros da Igreja, principalmente do clero, pois, devemos reconhecer que é Deus quem faz o chamado ao ministério da Igreja e dá a missão a quem Ele quer. Quem somos nós para duvidarmos da decisão do Senhor?
No entanto, alguns podem questionar essa missão eclesial. É evidente que não vivemos num mundo perfeito. Porém, é evidente também que a inveja, o ciúme e a busca do poder entre alguns membros do clero maculam a imagem do Reino de Deus e da Igreja de Jesus Cristo.
Qualquer membro do clero, por respeito a esta imagem, deveria respeitar e reconhecer nos demais ministros ordenados o senhorio de Jesus Cristo que nele, necessariamente, se manifesta e se apreszenta.
Certamente, o compromisso com Deus como ministro ordenado, como padre é de enorme responsabilidade. Os apóstolos Tiago e João perguntaram a Jesus qual seria o privilégio deles em cargos importantes, mas Jesus lhes disse que eles não sabiam o que falavam. Ao invés, foram, sim, convidados pelo Senhor a participar de sua Paixão.
O grande e verdadeiro privilégio de um sacerdote não é outro senão participar do amor, da vida de Cristo, especialmente nos seus sofrimentos e na sua dor, que foi sempre em favor do próximo.
A dignidade do sacerdote, do padre,não deriva de favores humanos, mas de Deus, que o chama a ser testemunha e comunica a ele a Sua graça, através da consagração sacramental da Ordem.
Grandiosa é a dignidade de um padre, mas não menos importante é a grande obrigação que pesa sobre ele.
O sacerdote é apoiado por uma força extraordinária, mas ele é portador de uma enorme responsabilidade que é o valor de seu testemunho, que não deve ser menosprezado mesmo entre os seus irmãos de dignidade sacerdotal.
O mundo está inundado de peversões, incluindo nelas a chamada “invidia clericalis”. Terrivelmente, ela tem se infiltrado no seio da Igreja, minando a dignidade do sacerdócio e da própria vida eclesial.
A Palavra de Deus nos apresenta com honestidade toda a miséria humana, a miséria de cada homem, mas, ela é frutuosa ao nos apresentar também a capacidade de regeneração presente nos corações. E isso deve ser uma grande verdade também para os sacerdotes. Jesus escolheu doze homens. Viveu com eles durante cerca de tres anos. Estes deveriam ter percebido os seus ensinamentos. No entanto, quando Jesus instituiu o sacerdócio, um deles o traiu. Perguntamos: o que aconteceu com Judas? Cometeu o pecado de confiar unicamente em suas próprias forças. Desejou experimentar a sua própria lógica, e querer seguir a sua própria vontade, com seus próprios recursos e seus interesses.
Obviamente, ninguém pode ser um ministro ordenado com suas próprias forças. Deus exige humildade para obediência a tudo e ser guiado unicamente por Ele. Judas não pensou assim.
É muitissimo triste presenciarmos a disputa do poder, a inveja e o ciúme, dentro da própria Igreja e, às vezes, usando qualquer arma, qualquer ferramenta, para ver a derrota do outro, do próprio irmão, com verdadeiras batalhas, de propagandas desonestas, buscando o jargão do “politicamente correto”, e até mesmo a mídia para difamar o outro.
Há o pecado de dizer verdades supostamente incômodas que ninguém quer ouvir, mas por trás delas está apenas a vontade do escândalo e não da correção fraterna do irmão. Evidentemente, que a situação de um comportamento de concorrência atrai a glória para si e não busca o crescimento, a unidade, a comunhão, e a boa imagem do Cristianismo, que nenhum cristão, principalmente os ministros ordenados têm o direito de manchar. Estes, sim, deveriam evitar a preguiça, o contencioso, a ganância e a hipocrisia, e trabalhar ardualmente para melhorar o seu próprio estado de vida, o seu testemunho pessoal. Em verdade, o crescimento individual, pessoal, de um dos seus membros, deveria ser o ganho de crescimento de todo o corpo eclesial. A comunhão deve ser uma expressão constante no seio da mãe Igreja, mesmo e sobretudo, no relacionamento entre os seus membros ordenados que deveriam ser os primeiros a testemunhar uma verdadeira fraternidade
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