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4 de outubro de 2015

Nova Era e neognosticismo: uma auto-salvação do tipo “faça você mesmo”


O pensamento contraditório da Nova Era se espalha pela cultura contemporânea de modo quase imperceptível - mas muito vasto

A Nova Era (New Age) tende a conceber a salvação como “auto-salvação”: em vez de nos salvarmos mediante a livre aceitação da graça obtida pelos méritos de Cristo, nos salvaríamos pelos nossos próprios méritos, segundo os moldes do neognosticismo, conjunto de doutrinas e ideias não estruturadas em que cada um se salva, grosso modo, à medida que cresce em “conhecimentos místicos e esotéricos”.

Nesse contexto confuso, reproduzimos alguns importantes pontos de atenção para os católicos, a partir de considerações publicadas pela Conferência Episcopal Italiana:

A chamada “Nova Era” não é um grupo ou movimento religioso definido, dotado de estruturas e doutrinas próprias; é a propagação de uma visão de mundo que mistura e confunde aspectos do pensamento oriental, elementos cristãos, doutrinas esotéricas, cosmologias e teorias astrológicas, num sincretismo que tenta oferecer respostas para as mais diversas e até contrárias “exigências espirituais” da caótica sociedade contemporânea.

A Nova Era ignora o critério da verdade objetiva. Quem defende a necessidade de que exista uma verdade objetiva é tachado de “perigoso para a concórdia do mundo”. Afinal, na Nova Era não haveria nem certo nem errado, mas sim um relativismo absoluto (com toda a contradição e absurdo lógico que a própria ideia de um “relativismo absoluto” já envolve), a fim de acabar com divisões e disputas “ideológicas”.

A nova fase cósmica do mundo e da humanidade, chamada “Era de Aquário”, seria um tempo de unidade e paz universal. Haveria uma religião planetária, herdeira de tudo o que houve de positivo em todas as religiões anteriores. Esse movimento esvazia, assim, o evento salvífico de Cristo, eliminando a sua verdade e plenitude.

Além do sincretismo, a Nova Era é toda imersa em um naturalismo e imanentismo genérico. Através de algumas técnicas, o homem poderia experimentar o divino sem a ajuda da graça divina, realizando ele próprio a sua salvação.

O pensamento da Nova Era se espalha pela cultura contemporânea de modo quase imperceptível, por milhares de canais e com milhões de formatos, “ao gosto do freguês”.

A proposta da Nova Era enfatiza o amor universal, a proteção da natureza, a harmonia entre homem e natureza, a consciência e o compromisso para tornar o mundo um lugar melhor, a mobilização em prol de um projeto unitário de vida. Trata-se, obviamente, de conceitos com os quais qualquer um concorda – o problema é como atingir esses ideais: algumas das técnicas propostas são boas e úteis, mas outras são violam a ética natural e o respeito pelo ser humano.

A resposta cristã à Nova Era brota do mistério da Encarnação: o Filho de Deus nasceu da Virgem Maria “para nos salvar” – e não há salvação em nenhum outro nome (cf. At 4 , 12). Ninguém pode salvar a si mesmo com técnicas humanas.

O cristão não crê num salvador humanamente inventado, mas no Jesus Cristo do Evangelho, que nos salva através da livre aceitação da cruz e mediante a vitória na ressurreição.


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