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20 de março de 2012

Falsas definições sobre Milagres


A maioria nem sabe do que está discutindo. No amplíssimo estudo multissecular sobre os milagres, como também na recente polêmica tri-secular entre defensores e negadores, uma coisa aparece claríssima:
Sem a base firme da Parapsicologia ou estudo a partir dos fatos, os negadores antigos dos milagres e mais ainda quase todos os recentes ficaram desorientados, por não dizer totalmente errados em quase tudo, porque foram afundando-se, cada vez em maiores e mais numerosas críticas e dificuldades meramente teóricas. Partem de meros pressupostos.
 DESORIENTAÇÃO SOBRE DEMÔNIOS, ESPÍRITOS DE MORTOS, ETC.
Além do mais e concretamente, os modernos negadores dos milagres não sabem que não há nenhum fenômeno que se deva a demônios, a espíritos de mortos, exus, orixás, etc. etc., como amplamente demonstra a Parapsicologia (e que já apresentamos e ainda apresentaremos em numerosas séries de artigos).
Portanto, meras discussões... fora da realidade! Escreve, por exemplo entre milhares, um clássico autor de apologética católica, Padre Hillaire, em “A Religião Demonstrada. Ou os Fundamentos da Fé Católica perante a Razão e a Ciência¨:
“Os demônios têm um poder muito grande e podem usar dele (?!); mas só com a permissão de Deus.
Por tanto... os demônios não fazem prodígios senão quando Deus o ordena ou permite por razões dignas da Sua sabedoria.
Deus não pode permitir que o demônio induza os homens ao erro; por isso é relativamente fácil conhecer os prodígios dos demônios”. Da mesma opinião foram e são os teólogos protestantes.
Resume Moshemius, um clássico autor entre os seguidores da Reforma:
“Deus não permite que o Diabo com milagres realizados por ele possa perverter os planos de Deus ou enganar os homens levando-os a uma religião falsa.
A não ser quando Deus o ordena ou permite como castigo bem merecido a pessoas que com perversidade... e enganos arrastam a outros”.
Ora, existem hoje mais de 56.000 religiões, incluindo a separação de protestantes e católicos com a imensa multiplicação das chamadas confissões evangélicas...
Todas as religiões e seitas se apóiam, direta ou indiretamente, nos milagres que atribuem a Deus ou aos demônios.
-Duas conseqüências:
 1ª) Contra o que eles aprioristicamente afirmam de que “É relativamente fácil conhecer os prodígios dos demônios”, na realidade não seria nem um pouquinho fácil distingui-los dos prodígios de Deus...
2ª) Contra o que contraditoriamente afirmam de que “Deus não pode permitir que o demônio induza os homens ao erro”, na realidade esses teóricos estão responsabilizando a Deus pela absurda proliferação de religiões e seitas!
Há que dar razão ao parapsicólogo Pe. Saintyves, quando protesta contra “os teólogos... que dividem os milagres em milagres de primeira ordem (= realizados por Deus) e em milagres de segunda ordem
(= realizados por demônios, espíritos de mortos, manes, exus, etc.).
Para eles, aliás, nada seria tão fácil como reconhecer um milagre de primeira ordem...
Infelizmente, está bem longe de ser assim na prática.
E nós não vemos por quê é mais difícil fazer piolhos com terra (Que classificam como milagre de primeira ordem. Refere-se a: “Todo o pó da terra transformou-se em mosquitos por todo o país do Egito.
Os magos do Egito, porém, com suas ciências ocultas, fizeram o mesmo para produzir mosquitos, e não conseguiram” -Ex 8,13s-), do que transformar varas em serpentes” (Que os magos “com suas ciências ocultas” conseguiram –Ex 7,11s–.
O que classificam, pois, como milagre de segunda ordem).
E evidentemente em outra oportunidade temos que analisar esses dois prodígios de Moisés e Aarão, como também explicar o singelo prodígio dos magos. DESORIENTAÇÃO DE SANTO TOMÁS.
Por essa evidente desorientação, de quem se mantém em teorias, sem conhecer o estudo dos fatos pela Parapsicologia, Santo Tomás de Aquino, numa fase da evolução do seu pensamento, exigia, para que um acontecimento seja considerado milagre, que a Força que o produziu seja superior e de “fora de toda a natureza criada”.
Meramente criaturas são os “manes tenebrosos”, demônios, exus, orixás, fadas, elementares, espíritos de mortos, etc... Santo Tomás na sua imensa inteligência compreende que os demônios ou demais “manes tenebrosos” não podem fazer milagres:
“Tomando-se a palavra milagre em sentido próprio”, os demônios não podem realizá-los, como também nenhuma outra criatura. “Isso não pode ser feito a não ser por Deus”.
-Mas assim o problema do milagre, SN, continua sem solução. Pior, a dificuldade aumente ao máximo. Como saber se um determinado fenômeno é superior às forças de toda a natureza criada? Tal distinção teórica, na prática é completamente inútil.
 A DEFINIÇÃO DE MILAGRE FOI DETURPADA ACINTOSAMENTE:
“Suspensão, derrogação ou violação das leis da natureza”. Na passional e acalorada polêmica sobre os milagres, a partir do final de século XVIII até meados do século XX, a imensa maioria, tanto dos atacantes como dos defensores, atribuía esta segunda definição a Santo Tomás.
E sobre esta definição plantam seus ataques e defesas.
O filósofo David Hume (1711-1776) por seu ceticismo contra o sobrenatural, deturpou absurdamente a definição de milagre, arrastando quase todos os debatedores posteriores que nem suspeitaram que era uma aberta mentira, provavelmente mal intencionada.
- Revisei cuidadosamente todos os textos do doutor angélico, inclusive as notas e alusões, em que trata o tema do milagre, e não existe nem alusão a esta definição. Na realidade as fórmulas “suspensão, derrogação ou violação das leis da natureza” e outras equivalentes não somente não são de Santo Tomás, mas nem sequer tradicionais entre os tomistas.
São extrapolações, deturpações, “traduções” absolutamente mal feitas... por David Hume.
Isto é, na sensacional polêmica tri-secular, a totalidade (raríssimas exceções), tanto defensores como negadores, nem sequer sabe do que discute: “SUSPENSÃO”, termo que fez cair á discussão freqüentemente em meras disquisições teóricas, fora do estudo da realidade dos fatos.
Como veremos, é claro que o fenômeno SN, o milagre, não seria suspensão das leis da natureza. Frisemos desde já com os melhores analistas da mente de Santo Tomás:
“O milagre é a suspensão da aplicação de uma lei da natureza a um caso particular pela intervenção de uma Causa superior à natureza”. “DERROGAÇÃO”. Lembremos, antes de mais nada, que o termo derrogação não está incluído na definição dada por Sto. Tomás, ou no conceito correto de fenômeno SN, milagre. E muito menos com exclusividade, como pretende Eduardo Le Roy (falecido em 1954), um dos mais citados e mais louvados pelos negadores do milagre.
Fica assim reduzido a disquisições fora do tema quase todo o trabalho de Le Roy e de tantos subseqüentes debatedores, pro ou contra, que se fundamentam nessa horrível fórmula que pensam ser a verdadeira definição:
“Milagre seria uma derrogação das leis da natureza”. Lamentavelmente, em pleno debate sobre os milagres, em meados do século XIX, essa espúria fórmula chegou a entrar na “Encyclopédie Catholique” (!!!) : Milagre é “um fato sensível derrogando as leis da natureza”.
De forma que pouco depois, em 1921, assomando-se à discussão o prêmio Nobel de literatura Anatole France, nem duvidava que esse era a verdadeira definição de milagre:
“Se nos define o milagre: uma derrogação às leis da natureza”.
O lamentável fato pode servir como mais uma prova do preconceito, da desorientação e dos erros em que caíram até hoje a maioria, desavisada neste tema, inclusive de grandes teólogos católicos e protestantes. Frisemos em segundo lugar que na linguagem dos jurisconsultos, derrogação propriamente designa o ato do legislador concedendo liberdade a algum dos seus súditos de cumprir ou não, em algum caso particular, uma lei geral.
O termo derrogação, então, por si mesmo não tem cabimento aplicado às leis da natureza física, isto é, em relação aos milhares e milhares de pretendidos milagres de ordem física. Os agentes físicos não são propriamente obrigados, são na realidade invencivelmente determinados. Abandonados “à própria escolha” de ação, seriam eternamente inertes.
Conceder-lhes independência seria fazê-los essencialmente impotentes. A derrogação nada produziria. Seria um princípio de nada. “VIOLAÇÃO”.
O filósofo e historiador David Hume, no século XVIII, foi o primeiro que “traduziu” (?) a definição de milagre e ainda a resumiu nos termos “violação das leis da natureza”.
E assim foi também ele quem erradamente atribuiu a Santo Tomás tão horrorosa extrapolação.
O erro, ou melhor o preconceito, de Hume foi também um dos grandes motivos da negação do milagre.
Nem os racionalistas, por preconceito e até com má intenção, nem ingenuamente seus seguidores os teólogos protestantes chamados liberais e inclusive a maioria dos teólogos católicos, chamados modernistas e hoje “modernizados”, nem sequer estudaram os fatos (!!!), aprioristicamente convictos de que não podia haver milagres.
Assim Henri Roger, por exemplo, rejeitava o milagre precisamente porque seria “um ato contrário às leis da natureza e produzido por uma potência sobrenatural”.
E o Prof. Dognon revoltava-se contra a possibilidade do milagre precisamente porque seria essencial no milagre “o sentido bem preciso de infração à lei”.
- Quê disparates! Então quem falasse em fenômeno SN, milagre, estaria implicitamente afirmando que essa “potência sobrenatural” só poderia ser alguém perverso, como o chamado Diabo ou algum dos seus demônios, ou algum dos espíritos de mortos maus e perversos, etc.
Nenhuma “potência sobrenatural” que seja boa, digna, decente, poderia ser acusada de “violação das leis da natureza”, acusada de pecado contra a natureza, ou de “infração à lei”.
Muito menos, sem blasfêmia, poderia acusar-se a Deus Santíssimo. E esta espúria fórmula em plena polêmica, em meados do século XIX, chegou a entrar no católico “Dictionnaire de Théologie”, de Bergier. De forma que a maioria dos teólogos e filósofos católicos e protestantes, e em conseqüência também os cientistas de observação, então pensava –e pensa– que essa absurda fórmula era a verdadeira definição e conceito de milagre (!!!) O ignorante Allan Kardec teve a petulância (ou má intenção?) de entremeter-se na discussão tri-secular sobre os milagres, e só mostrou, mais uma vez, confusões primarias. E todos os espíritas atrás de tanta ignorância... DESCOMUNAL DISPARATE NO ESPIRITISMO.
Mais adiante Allan Kardec volta a embaralhar os conceitos com meras disquisições e absurdos.
“Pois que o espiritismo repudia toda pretensão às coisas milagrosas, haveria fora dele milagres na acepção usual da palavra?...
Deus faz milagres?
Quanto aos milagres propriamente ditos, desde que nada é impossível a Deus, Ele os pode sem dúvida fazer... Em outros termos: Ele derroga as leis que estabeleceu?... Deus não faz milagres, porque sendo suas leis perfeitas Ele não tem necessidade de as derrogar. Se trata de fatos que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários”.
- Tantos disparates como alíneas... *** Kardec: “Pois que o Espiritismo repudia toda pretensão às coisas milagrosas, haveria fora dele milagres na acepção usual da palavra?”
 Respondo:
Se “o espiritismo repudia toda pretensão às coisas milagrosas” por quê pergunta se “haveria fora dele”? *** Kardec:
“Deus faz milagres?
Desde que nada é impossível a Deus, Ele os pode sem dúvida fazer”.
R: Novamente a mesma contradição:
Antes dizia que “o Espiritismo repudia toda pretensão às coisas milagrosas”. Como é que agora afirma que “Deus os pode sem dúvida fazer”?
 Kardec: “Deus intervindo na natureza por cima dos poderes dela, Ele derroga as leis que estabeleceu?”. R.-- Primeiro apresenta uma definição aceitável (como veremos no próximo artigo):
“Deus intervindo na natureza por cima das forças dela”.
Mas imediatamente escorrega para uma definição espúria e ignorante:
“Ele derroga as leis que estabeleceu?”.
 Kardec: “Deus não faz milagres, porque sendo suas leis perfeitas Ele não tem necessidade de as derrogar”. R. – Implicitamente atribui ao milagre a finalidade de corrigir as leis! Grande erro.
De jeito nenhum essa é a finalidade do milagre (como veremos em outro artigo).
E aro seguido novamente escorrega à definição espúria: “as derrogar”.
 Kardec: “Se trata de fatos que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários”.
R.– Implicitamente está supondo que chegaremos a compreender os chamados milagres, para o qual “ainda nos faltam os conhecimentos necessários”.
Kardec e os racionalistas, liberais, modernistas... (como veremos em outro artigo ao analisar a tri-secular polêmica) erradamente negam-se a estudar os fenômenos considerados SN, milagres, porque sabem (por inspiração divina, dos espíritos dos mortos, alcançaremos os conhecimentos que “ainda nos faltam”.
Quê absurdo: mais motivo para estudá-los e alcançar esses fantásticos conhecimentos!
Na polêmica tri-secular, os defensores dos milagres, para diferenciar, caíram no simplismo de afirmar que os prodígios feitos por demônios, espíritos de mortos, exu, etc., etc. são sempre em ambiente grotesco e para o mal, enquanto que os realizados por Deus são sempre em ambiente nobre e para o bem.
Mas essa tolice de Kardec inclui uma grande confissão: ele, como todos os espíritas, estão falando de “fatos que não compreendemos, é que ainda nos faltam os conhecimentos necessários”.
 R. Evidente! Etc.
R.  Coitados Kardec e todos os dirigentes espíritas! É ignorância e confusão demais. Nestes temas não têm nem o mínimo equilíbrio mental.
 RECURSO AO CAMPO MORAL. Muitos debatedores, desde o próprio Santo Tomás na fase inicial da sua pesquisa, para diferenciar os prodígios demoníacos etc., dos milagres divinos, recorrem ao campo moral.
Não conhecendo Parapsicologia, não podem nem suspeitar da explicação natural e humana de determinados fenômenos, e caem num erro que parece simplista:
Os prodígios que não podem atribuir-se a Deus, em de ser obra do Diabo.
“Os demônios (etc.) somente podem realizar milagres num sentido amplo, que despertam a admiração dos homens porque superam seu poder e conhecimento”.
E Santo Tomas e depois os defensores do milagre insistem em que os falsos milagres são fenômenos pueris, fúteis, risíveis e que inclusive fazem apelo a meios perversos e desonestos.
Por isso modernamente alguns teólogos e filósofos, dos poucos que defendem o milagre, insistem no resultado, bom ou mau, para diferenciar o milagre divino e o milagre diabólico, etc.
- Em primeiro lugar não é tão claro assim, ou é certamente exagerado afirmar que todos e sempre os prodígios, por exemplo das inumeráveis seitas, sejam fúteis e em ambiente infame.
E maior simplismo: É que para melhor enganar, o Diabo se transveste de bonzinho...

Fonte: Clap

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