O povo diz: " A esperança é a última que morre ".
E nas favelas a palavra de ordem é: " Não se entregar! ".
E nos cortiços as pessoas dizem: " A luta está difícil ".
E quem luta, ainda crê no amanhã.
E as mulheres sem terra teimam em fincar o pé no chão, porque" nãoqueremos que nossas filhas sofram o que nós sofremos".
Sim, a vida latino-americana é dolorida. Sangra por todos os lados. Geme as angústias da opressão. Mas não se entrega. Não abre mão da esperança.
Os donos do poder tratam de amputar os desejos populares,esforçam-se em substituí-los por imagens de consumo, por felicidade televisada, por meio de seu cinismo:
" Pobre é preguiçoso!". " Quem se mete a mudar o mundo, põe-se na contramão! ".
Reprimem e matam quem se organiza por um teto ou por um pedaço de chão para plantar.
Contudo por mais que os poderosos destruam flores e esmaguem jardins, não impedirão a primavera.
De fato, " a esperança é a última que morre! ".
A esperança talvez não resistisse, se só fosse meu ou teu desejo. Afinal, o mercado se propõe a atendê-lo. E assim o elimina. Onde o mercado e o consumo se impõem, as esperanças vão caducando.
Já não há projeto para a vida, quando em todos tudo é mercadoria. Quando isolados e atomizados viramos peças de desesperançados, somos massa perdida. Sim, no consumo a esperança tende a morrer. Só a luta a mantém viva!
Pelo visto, a esperança não se completa em meus ou teus desejos. Ela não rima com o individual, particular. Rima antes com o popular, com aquilo que é comum a todos, com o que é da humanidade.
As esperanças se completam no popular, no humano.
De ponta a ponta a Bíblia cultiva a esperança, Com grandes promessas inicia a história do povo de Deus.
Sara e Abraão se põem a caminho sob o seguinte prenúncio:
" Em ti serão benditas todas as famílias da terra " (Gn 12,3). Esta palavra funciona como uma estrela - guia na trajetória do povo de Deus.E em suas últimas páginas, a Escritura volta a dar destaque às promessas.
Em sua parte final, o Apocalipse celebra o novo que vem: " Vi novo céu e nova terra " (Ap 21,1).
De fato, do início ao fim a Bíblia fomenta o olhar para a frente, para o porvir, ou seja, para a Esperança.
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