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13 de novembro de 2010

Como elaborar um encontro de catequese

O encontro de catequese e sua dinâmica

Nestes últimos anos tem-se falado em Catequese Renovada e muitos pontos positivos contribuíram para que ela assim fosse chamada. Percebemos que algumas propostas da Catequese Renovada estão muito visíveis: o uso da Palavra de Deus, a importância de ligar a fé com a vida, perceber e respeitar as situações dos catequizandos tais (interesses, jeito de viver, idade, cultura...), a preocupação em fazer uma catequese mais comprometida com a comunidade, envolvimento da família, o uso de uma metodologia mais criativa, dinâmica...

O documento Catequese Renovada (26), escrito em 1983, nos faz propostas arrojadas e que ainda estamos por concretizar.
Para muitos catequistas, pais, agentes, padres... a catequese é ainda pensada:
• só para crianças;
• voltada para os sacramentos;
• para a celebração dos sacramentos que muitas vezes é uma formatura, portanto, depois disto é um adeus a todos os compromissos de fé e vida;
• os encontros de catequese são pensados como uma “aula escolar”;
• o encontro catequético é desligado da vida (problemas, exclusões, alegrias, lutas, meios de comunicação...).
A nossa preocupação é que se possa superar uma fé que apenas passa por um texto, ou doutrina, e que, com os nossos catequizandos, se possa fazer uma verdadeira experiência de Deus, vivenciada como processo e encarnada no dia-a-dia, na luta por mais justiça e acolhendo a vida como maior dom de Deus.

Diz o documento que a finalidade da catequese é a “maturidade da Fé, num compromisso pessoal e comunitário de libertação integral” (CR 318).
A maturidade da fé não se faz de um dia para o outro. Ela tem início na família, contínua na comunidade e acompanha a pessoa por toda a vida.
O princípio da interação: “Fé-Vida”
Existem muitos métodos, isto é, muitas maneiras para se chegar a alcançar objetivos.
A catequese usa o princípio metodológico da interação. Na vida de todo dia usamos interações que produzem efeitos benéficos. Veja, por exemplo, o fermento, a água e o trigo ajuntados, misturados, interados, são capazes de produzir um pão capaz de matar a fome.
Na catequese é preciso fazer interagir, isto é, misturar aquilo que é do campo de fé (Bíblia, tradição, liturgia, doutrina, ensinamentos da Igreja...) com tudo aquilo que é do campo da vida (acontecimentos, realidade, situações, aspirações, clamores, fatos alegres e tristes...).
“A interação é relacionamento mútuo e eficaz entre a experiência de vida e a formulação da fé, entre a vivência atual e o dado da Tradição” (CR 113). O conteúdo da catequese não é só doutrina, Bíblia, mas também a nossa vida.
Frei Bernardo dizia: O catequista precisa trazer numa mão o jornal e na outra a Palavra de Deus. Precisamos estar em contato com duas fontes: a Bíblia e a realidade humana.
Este método tem por finalidade educar para Ação-Reflexão, assim como fez Jesus, que se preocupou de educar seus discípulos para uma reflexão, partindo da vida (pobres, crianças, doentes, excluídos...).

Como trabalhar um encontro de catequese

Para melhor trabalhar o método de interação usa-se um pocedimento, ou melhor, um itinerário, que favorece o grande objetivo da catequese: “Para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10, 10).
Todo encontro parte da VIDA para chegar a mais VIDA com novos compromissos e novas atitudes...

O itinerário de um encontro, para muitos, é velho ou muito conhecido. Acontece, que existem muitos catequistas iniciantes e precisam estar seguros de como proceder ao realizar algum encontro.
Vejamos agora, parte por parte da dinâmica metodológica de um encontro:

ACOLHIDA, VER, JULGAR, CELEBRAR, AGIR, AVALIAR.


a) Acolhida: é a sala de visita do encontro. Pode ser expressa de muitas formas: gestos, cantos, símbolos, surpresas...
É importante que todo catequizando encontre sempre um ambiente acolhedor, fraterno amigo. Seja reconhecido na sua individualidade, chamando-o pelo nome.
Todo participante que se sente aceito e amado, participará com mais alegria e motivação.
b) Olhar a vida, ou ver a realidade, suscita a capacidade para a sensibilidade, consciência crítica, perceber com o coração e a inteligência aquilo que se passa ao redor.
Não é só olhar a realidade superficialmente, mas possibilitar o aprofundamento de fatos, causas, conseqüências do sistema social, econômico-político e cultural dos problemas.

O olhar a vida é o momento de ver o chão onde vivemos e de preparar o terreno da realidade para depois jogar a semente da Palavra de Deus.
A parte do ver pode ser concretizada através de desenhos, visitas, entrevistas, histórias e fatos contados, notícias, figuras, fitas de vídeo, dramatização...
c) Iluminar a vida com a Palavra (Julgar).
A partir da vida apresentamos a Palavra de Deus. Podemos compará-lo com a luz existente dentro de casa. Ela ilumina todo o ambiente isto é, nos mostra qual a vontade de Deus em relação à vida das pessoas, seus sonhos, necessidades, valores, esperanças...
Fazemos um confronto com as exigências da fé anunciadas por Jesus Cristo, diante da realidade refletida.
Dentro do julgar também colocamos o Aprofundamento da Palavra. Nesta parte aumentamos a luminosidade da casa para poder enxergar melhor.
É a hora que refletimos com o grupo para fazer uma ligação mais aprofundada da Palavra com a vida do dia-a-dia e perceber os apelos que Deus nos faz. Pode-se perguntar: O que a Palavra de Deus diz para a nossa vida? Sobre o que nos chama atenção? O que precisamos mudar? Que apelos a Palavra faz para mim e para nós?
O aprofundamento pode ser feito ainda com encenações, dinâmicas, cantos, símbolos...
d) Celebrar a Fé e a Vida. É um momento muito forte. É como se estivéssemos ao redor de uma mesa com um convidado especial.


O celebrar é como saborear em conjunto na alegria, ou no perdão, algo que nos alimenta porque nos dirigimos, nos aproximamos do convidado especial, que é Deus.
A celebração não deve ficar apenas na oração decorada. Os catequizandos aprenderão a conversar naturalmente com Deus como um amigo íntimo. É importante diversificar a oração usando símbolos, cantos, gestos, salmos, silêncio, frases bíblicas repetidas, relacionando sempre ao tema estudado e com a vida.
A partir das celebrações dos encontros é possível motivar os catequizandos na participação das celebrações, cultos, novenas, grupos de reflexão.
e) Assumir ações práticas. Todo encontro precisa conscientizar que ser cristão não é ficar de braços cruzados, e nem ficar passivo diante da realidade.
Trata-se de encontrar passos concretos de mudança das situações onde a dignidade é ferida, a partir de critérios cristãos.
O agir é transformador e comprometedor. Está ligado à vida e à Palavra de Deus que questionam e exigem a mudança nas pessoas, famílias, comunidade.
Cada catequista necessita provocar o seu grupo para ações práticas. É preciso respeitar cada faixa etária, mas não será impossível fazer algo concreto. Os compromissos podem ser discutidos e assumidos de forma individual ou grupal.
f) Recordar o encontro. Não se trata aqui da aplicação de exercícios para decorar conceitos. O recordar nos leva a ruminar o que foi refletido, aprofundado, trazendo à memória algo essencial para ser fixado. A memorização é necessária sobretudo para conteúdos básicos de nossa fé. Se for aplicada alguma atividade, que esta seja para desenvolver o espírito comunitário de fraternidade, partilha, amizade e ajuda mútua.
Pode-se também pedir a ajuda para a família, sobre questões práticas.
g) Guardar para vida. Este passo dá importância à Bíblia. Precisamos que nossos catequizandos tenham na vida e na fala a Palavra de Deus. A partir do assunto tratado no encontro, podemos usar uma ou duas frases, tiradas dos textos bíblicos usados que dão a síntese do conteúdo, para serem compreendidas e vivenciadas.




As frases poderão ser escritas em papelógrafo ilustradas com desenhos, ou figuras e fixadas em local para serem vistas e memorizadas.
h) Avaliar. A avaliação ajuda a alegrar-se com as descobertas feitas, pelo que aconteceu de bom. É ela também que faz verificar as falhas, corrigir o que não foi bom.
             Não podemos ficar somente no que o catequizando “aprendeu”, isto é, se sabe os mandamentos, sacramentos, mas é preciso avaliar as relações interpessoais, a responsabilidade, o comprometimento, o assumir os valores evangélicos como: diálogo, partilha, capacidade de perdoar, atitudes de fraternidade.
A avaliação é um passo precioso de crescimento. Ela faz parte de qualquer encontro.
São muitas as formas de avaliar. Pode-se utilizar dinâmicas, debates, partilha em grupo, individual, ou ainda, os próprios participantes escolhem alguém que no final do encontro poderá dar a sua opinião.
A grande fonte de avaliação é a observação atenta do que ocorre durante o processo catequético. Portanto, a avaliação não é só olhada dentro de quatro paredes, mas envolve a vida toda.
Parece simples preparar um encontro mas, como vemos, exige do(a) catequista dedicação, carinho e aprofundamento para tornar cada encontro, um espaço de crescimento mútuo.
Ao olharmos Jesus com seus apóstolos, veremos que seu método também tinha estes passos. É só verificar algumas passagens, como a dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) ou ainda o encontro com a Samaritana (Jo 4, 1-30) ou Zaqueu (Lc 19, 1-10).
Qualquer ambiente era propício para acolher-ensinar-aprender-conviver. Para Ele a importância estava nas pessoas.


                                            
 
Não podemos ficar somente no que o catequizando “aprendeu”, isto é, se sabe os mandamentos, sacramentos, mas é preciso avaliar as relações interpessoais, a responsabilidade, o comprometimento, o assumir os valores evangélicos como: diálogo, partilha, capacidade de perdoar, atitudes de fraternidade.
A avaliação é um passo precioso de crescimento. Ela faz parte de qualquer encontro.
São muitas as formas de avaliar. Pode-se utilizar dinâmicas, debates, partilha em grupo, individual, ou ainda, os próprios participantes escolhem alguém que no final do encontro poderá dar a sua opinião.
A grande fonte de avaliação é a observação atenta do que ocorre durante o processo catequético. Portanto, a avaliação não é só olhada dentro de quatro paredes, mas envolve a vida toda.
Parece simples preparar um encontro mas, como vemos, exige do(a) catequista dedicação, carinho e aprofundamento para tornar cada encontro, um espaço de crescimento mútuo.
Ao olharmos Jesus com seus apóstolos, veremos que seu método também tinha estes passos. É só verificar algumas passagens, como a dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35) ou ainda o encontro com a Samaritana (Jo 4, 1-30) ou Zaqueu (Lc 19, 1-10).
Qualquer ambiente era propício para acolher-ensinar-aprender-conviver. Para Ele a importância estava nas pessoas.

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