.

.

5 de janeiro de 2013

Significado do Dia de Reis


No dia 6 de janeiro a Igreja celebra a festa da manifestação do Senhor (Epifania), embora no Brasil ela seja festejada no domingo seguinte.

O Catecismo da Igreja nos ensina que “a Epifania é a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo.
Com o Batismo de Jesus no Jordão e com as bodas de Caná, ela celebra a adoração de Jesus pelos magos vindos do Oriente” (Mt 2,1).

Nesses “magos”, representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação.
A vinda dos magos a Jerusalém para “prestar homenagem ao Rei dos Judeus” mostra que eles procuram Israel, à luz messiânica da estrela de Davi, aquele que será o Rei das nações. Sua vinda significa que os pagãos só podem descobrir a Jesus e adorá-lo como Filho de Deus e Salvador do mundo voltando-se para os judeus (Jo 4,22) e recebendo deles a sua promessa messiânica, tal como está contida no Antigo Testamento. A Epifania manifesta que “a plenitude dos pagãos entra na família dos Patriarcas” e adquire a “dignidade israelítica”.

Santo Agostinho comentou a adoração dos reis Magos que vieram do Oriente: “Ó menino, a quem os astros se submetem! De quem é tamanha grandeza e glória de ter, perante seus próprios panos, Anjos que velam, reis que tremem e sábios que se ajoelham? Quem é este, que é tal e tanto? Admiro de olhar para panos e contemplar o céu; ardo de amor ao ver no presépio um mendigo que reina sobre os astros.

Que a fé venha em nosso socorro, pois falha a razão natural”. De fato, apenas nascido, o Rei começa imediatamente a governar o seu poderoso império: chama de longínquas regiões os monarcas, como seus servos, para adorá-Lo; o Céu e a terra se curvam diante dEle e seus inimigos tremem à sua chegada.

A Igreja nos ensina que em primeiro lugar Jesus Menino se apresentou a seu povo Judeu na figura dos Pastores de Belém que, avisados pelos Anjos, foram adorar o Deus Menino em Belém. Em seguida, Ele quis se manifestar (Epifania) aos pagãos, para mostrar que Ele veio para reinar sobre toda a humanidade e salvar a todos.

Os pagãos estão representados nos misteriosos Reis Magos, que deviam ser reis de cidades orientais, como havia muitos antigamente. Naquele tempo, o mundo inteiro, em particular o mundo oriental, esperava uma nova era para todas as nações e julgava-se que essa era tivesse origem na Palestina.
Os Magos meditavam talvez nessa crença, quando viram resplandecer no céu uma estrela em direção à Palestina. Eles vieram com seus séqüitos, camelos, servos e muitos presentes para oferecer ao Rei de Israel. Por isso, foram diretamente para Jerusalém e procuraram a Herodes, pensando que toda Jerusalém estivesse em festa.

Mas esta capital nada sabia, desconhecia o seu Rei. Em seguida, foram para Belém guiados pela Estrela até a gruta santa, já que os doutores da lei o indicaram. Toda Jerusalém se alvoroçou porque o povo esperava o Messias Salvador, mas jamais podiam imaginar que seria aquele Menino. Em Belém os Magos Baltazar, Gaspar e Melquior encontraram o Menino e seus pais; e não se decepcionaram com a pobreza e simplicidade.
Certamente poderiam questionar que tipo de Rei é esse que nasce numa manjedoura e não em um berço de ouro.
É belo perceber como a fé sustentou a convicção deles. Deixaram que Deus os guiasse. Sem duvidar, adoraram o Menino e lhe ofereceram ouro (para o Rei), incenso (para Deus) e a Mirra (para o Cordeiro a ser um dia imolado).

- O ouro é dado ao Rei; significa a sabedoria celeste.
S. Bernardo escreve: “Tereis encontrado esta sabedoria se antes tiverdes chorado os pecados cometidos, desprezado os gozos do mundo e desejado, de todo coração, a vida eterna.

Tereis encontrado a sabedoria se cada uma destas tiver o gosto que tem: as coisas amargas e as coisas de que se deve evitar; estas devem ser desprezadas como caducas e transitórias; aquelas devem ser cobiçadas com todo desejo como bens perfeitos; discerni o gosto no íntimo da alma”. Diz Santo Anselmo (1033-1109), doutor da Igreja, que as moedas oferecidas pelos Magos a Jesus Menino seriam as mesmas com que tantos séculos antes o casto José egípcio fora comprado pelos israelitas, ao ser-lhes vendido por seus irmãos: as mesmas que, tendo chegado depois às mãos dos Sacerdotes do Templo, serviram para dar a Judas o preço da traição.

- O incenso é oferecido a Deus; significa a oração devota.
Daí o salmista: “Suba direto a ti a minha oração, como o incenso” (Sl. 140, 2). A oração fiel, humilde e fervorosa sobe ao céu e não regressa vazia.

- A mirra significa a mortificação da carne.
“As minhas mãos destilaram mirra, e os meus dedos estavam cheios da mirra mais preciosa” (Ct 5, 5). Diz o grande S. Gregório Magno: “As mãos significam as obras virtuosas, os dedos, a discrição. Portanto, as mãos destilam a mirra quando, pelas obras virtuosas, castiga-se a carne; mas os dedos são ditos cheios da mais preciosa mirra, pois é muito preciosa a mortificação que se faz com discrição.”

Assim como a Estrela guiou os Reis Magos até Jesus, a fé deve nos levar até Ele todos os momentos da vida, para que esta tenha sentido. Disse o Papa João Paulo II, na encíclica “Redemptor Hominis”, que “o homem que não conhece Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido; um mistério inexplicável, um enigma insondável”.

Este vive sem rumo, sem meta, sem sentido, sem saber o valor da vida, sem saber o sentido da dor, da prece, da morte e da vida eterna.
Que a Estrela da fé guie cada um de nós até esta Gruta Sagrada onde na pobre manjedoura descansa em paz o Príncipe da Paz, o Deus Forte, a Luz do Mundo, o Caminho, a Verdade e a Vida.

Fonte:  Felipe Aquino, é teólogo e apresentador do programa Escola da Fé

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Formando e Informando Católicos; Paz e Bem! Agradecemos sua participação no blog!!

Ratings and Recommendations by outbrain