Na sua homilia, Francisco reverenciou o local santo, lembrando a passagem do evangelho de Lucas, quando Jesus sentiu necessidade de orar, e se recolheu no Monte, seguido por seus discípulos. Um lugar marcado “pela sua angústia, pelo seu suor de sangue; santificado sobretudo pelo seu ‘sim’ à vontade amorosa do Pai. Quase sentimos temor de abeirar-nos dos sentimentos que Jesus experimentou naquela hora; entramos, em pontas de pés, naquele espaço interior, onde se decidiu o drama do mundo”.
Papa Francisco recordou quem tinha seguido e partilhado mais de perto a missão de Jesus. No entanto, a circunstância foi envolvida por uma sucessão de eventos, entre os discípulos e perante o próprio Mestre, onde prosperaram incertezas, proximidade e distanciamento a Jesus, e prevaleceram “a dúvida, o cansaço e o pavor”. Santo Padre trouxe a reflexão pra perto da gente e, principalmente, para os grupos de seminaristas, cerca de 400 pessoas, que se encontravam reunidos para a celebração.
"Será bom para todos nós – bispos, sacerdotes, pessoas consagradas, seminaristas – perguntarmo-nos neste lugar: Quem sou eu perante o meu Senhor que sofre? Sou daqueles que, convidados por Jesus a velar com Ele, adormecem e, em vez de rezar, procuram evadir-se fechando os olhos frente à realidade? Sou daqueles? Ou me reconheço naqueles que fugiram por medo, abandonando o Mestre na hora mais trágica da sua vida terrena? Porventura há em mim a hipocrisia, a falsidade daquele que O vendeu por trinta moedas, que fora chamado amigo e no entanto traiu Jesus? Reconheço-me naqueles que foram fracos e O renegaram, como Pedro?"
O Santo Padre também fez referência àqueles que aceitaram o chamado de Jesus, àqueles que foram fiéis até o final, como a Virgem Maria e o apóstolo João.
"Ou então, graças a Deus, encontro-me entre aqueles que foram fiéis até ao fim, como a Virgem Maria e o apóstolo João? No Gólgota, quando tudo se torna escuro e toda a esperança parece extinta, somente o amor é mais forte que a morte. O amor de Mãe e do discípulo predileto impele-os a permanecerem ao pé da cruz, para compartilhar até ao fundo o sofrimento de Jesus. Reconheço-me naqueles que imitaram o seu Mestre e Senhor até ao martírio, dando testemunho que Ele era tudo para eles, a força incomparável da sua missão e o horizonte último da sua vida?"
Ao finalizar a homilia, Papa Francisco falou da “amizade de Jesus por nós, a sua fidelidade e a sua misericórdia”, que são o dom inestimável que nos encoraja a continuar, com confiança, apesar das nossas quedas, erros e traições.
O Santo Padre referiu-se ainda ao dom e à responsabilidade de seguir o Senhor com alegria na Terra Santa. Palavras dirigidas a representantes de cerca de cem diferentes congregações.
"A vossa presença aqui é muito importante; toda a Igreja vos está agradecida e apoia com a oração. Deste lugar santo, desejo ainda dirigir uma saudação afetuosa a todos os cristãos de Jerusalém. Gostaria de assegurar que lembro com afeto e rezo por eles, bem conhecendo a dificuldade da vida deles na cidade. Exorto-os a serem testemunhas corajosas da Paixão do Senhor, mas também da sua Ressurreição, com alegria e na esperança. Imitemos a Virgem Maria e São João, permanecendo junto das muitas cruzes onde Jesus ainda está crucificado. Esta é a estrada pela qual o nosso Redentor nos chama a segui-Lo." (AC)
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